Fundamentos de

Eletricidade
Eduardo dos Santos Ferreira
Introdução
• Vivemos na infoera, a era da informação, todos os
produtos industriais vem com alguma eletrônica
embarcada que coleta informações e as manda para
bancos de dados para futura análise
• Em um avião os sistemas elétricos tem duas funções:
(1) alimentar os subsistemas como luzes e motores e
(2) coletar e analisar informações, como em sistemas
digitais.
• O termo eletricidade se refere aos sistemas de potência
da aeronave
• O termo eletrônica se refere aos sistemas
transistorizados e computadorizados

2
A estrutura da matéria

Cristal de quartzo Estrutura cristalina Molécula

Elétrons
Prótons
Nêutrons

3
Átomo
Modelo básico do átomo

4
 Constituição do átomo
➢ Dentro do átomo temos partículas menores: Elétrons, Prótons e os Nêutrons
➢ O Elétrons tem carga negativa (-)
qe = 1,6022.10−19 C
me = 9,11.10−28 g
➢ Os Prótons tem carga positiva (+)
q p = 1,6022.10−19 C
m p = 1,672.10 − 24 g
➢ Os Nêutrons não tem carga
q Neutron = 0
mN = 1,675.10-24 g
5
 Orbitais e níveis energéticos

➢ Os elétrons só podem ocupar determinados orbitais (níveis de energia)

➢ Quanto mais longe do núcleo menor a força que prende o elétron ao átomo
➢ Um elétron pode mudar de orbital: Se decai de orbital, libera energia; se sobe de
orbital ganha energia.
➢ Cada orbital pode acomodar 2n2 elétrons
6
Níveis de energia

Elétron livre no vácuo

Espectro de absorção

Espectro de emissão

7
Sólidos e bandas de energia

8
Tipos de sólidos quanto a
condução de elétrons
Aqui os elétrons
podem circular
livremente
Banda Banda Banda dentro do
de condução de condução de condução material
1eV > Eg > 5eV
Banda Eg > 5eV
de valência Banda
de valência
Banda
de valência

Condutor Semi-condutor Isolante

Metais Silício / Germânio Vidro / Cerâmica

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 Lei de Coulomb
➢ Todo o material pode ter elétrons adicionados ou retirados – eletrização
➢ Um corpo com excesso de elétrons está carregado eletricamente com uma carga
elétrica Q de sinal negativo
➢ Um corpo com falta de elétrons está carregado eletricamente com uma carga
elétrica Q de sinal positivo
➢ A quantidade de carga que um sólido pode ter depende do número de elétrons
adicionados ou retirados – quantização da carga:
𝑄 = 𝑛𝑒 − 𝑛 ∈ ℤ
➢ Cargas de sinais opostos se atraem e cargas com sinais iguais se atraem.

10
Lei de Coulomb

q1q2
F=K 2
d
K = 9.109 N .m 2 / C 2
11
Exercício
• Três cargas pontuais se encontram ao longo do eixo
x como exibido na figura. A carga positiva q1 = 15uC
está em x = 2,00 m, carga q2 = 6uC está na origem e
a força agindo em q3 é zero. Qual a coordenada x
de q3?

𝑞2 𝑞3 𝑞1

𝐹റ23 𝐹റ13

𝑥 2 −𝑥

2𝑚 12
Solução
𝐹റ23 + 𝐹റ23 =0
𝑞2 𝑞3 𝑞1 𝑞3
−𝐾 2 + 𝐾 2 = 0
𝑥 (2−𝑥)
𝑞2 𝑞3 𝑞1 𝑞3
𝐾 2 =𝐾
𝑥 (2−𝑥)2
𝑞2 𝑞1
=
𝑥2 (2−𝑥)2

6𝜇(2 − 𝑥)2 = 15𝜇𝑥 2

6𝜇(4 − 4𝑥 + 𝑥 2 ) = 15𝜇𝑥 2
3𝑥 2 + 8𝑥 − 8 = 0
X=0,775m
13
 Campo elétrico
➢ Campo Elétrico de uma carga pontual:
→ q
E=K
d2

➢ Força sobre uma carga:

→ →
F = −q. E

14
 Potencial Elétrico
➢ O potencial elétrico é similar a energia potencial gravitacional.
➢ Ele é calculado a partir da carga q que o gera e da distância entre a carga e o
ponto.
→ → → →
w = F . r → dw = −q. E .d r

➢ Diferença de Potencial (ou tensão elétrica): Existe uma ddp de 1V (volt) entre
dois pontos se acontecer uma troca de energia de 1J quando deslocarmos uma
carga de 1C entre estes dois pontos, isto é, o trabalho realizado para mover a carga
é 1J:
b → → dw
wb − wa = −q. E .d r v=
dq 15
a
 DDP

➢ Unidade de d.d.p.

 Joules 
Volts =  
 Coulomb 

➢ Importância: é possível quantificar/medir a d.d.p.

16
 Geradores de potencial elétrico

Baterias
Fonte CC do laboratório
Gerador CC

Gerador CA
Tensão na tomada
Gerador de sinais
(obs. Existem outras
formas de tensão CA além
da senoidal)

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 Corrente elétrica
➢ Definição de corrente elétrica: Quantidade de carga que atravessa uma secção
reta de um meio por unidade de tempo.

dq q
i= 
dt t

➢ Unidade de corrente elétrica é o Ampère (A): 1 A = 1C/s

18
 Exemplos

➢ A carga que passa por um condutor a cada 64ms é de 0,16C. Determine a

corrente que passa pelo condutor.

➢ Determine o tempo necessário para que 4E16 elétrons atravessem um condutor

cuja corrente é 5mA

19
Medidores de corrente elétrica

20
Medidores de corrente elétrica

21
 Exercícios
➢ Calcule a força para as cargas q1 e q2 para os casos indicados:

➢ r = 1m; r = 3m; e r = 10m.

➢ Se 456C de carga passam através de um fio em 2,5 minutos, qual a corrente no

fio?
➢ Se a ddp entre dois pontos é 42V, qual o trabalho necessário para levar uma
carga de 6C de um ponto a outro?

22
Parte II
Eletromagnetismo
 Magnetismo
• É a propriedade de certos materiais atraírem ou
repelirem materiais do mesmo gênero
• Ou a propriedade de certos minerais atraírem
materiais ferrosos
• Assim como na eletricidade polos iguais se
repelem, polos iguais se repelem
• O magnetismo é explicado pela presença de
dipolos magnéticos em materiais
24
Linhas de campo magnético

25
Campo magnético da terra

26
 Relação entre eletricidade e
magnetismo
• Leis de:
• Oersted
• Faraday
• Lenz
• Um campo magnético variável no tempo gera uma
corrente elétrica
• Uma corrente elétrica gera um campo (constante,
se a corrente for constante e alternado, se a
corrente for alternada)
27
Interação entre carga elétrica e campo
magnético

28
 Unidades

• Tesla: campo magnético (1T = 1C m/s = 1N /A

m)
• Weber: densidade de fluxo de campo
magnético (B x A)

29
Força magnética em um condutor
transportando corrente

30
Força magnética em um condutor
𝐵𝑖𝑛

𝐹റ𝐵 A
𝑣റ𝑑
𝑞 +

𝐿
𝐹റ𝐵 = 𝑞 𝑣റ𝑑 × 𝐵 𝑛𝐴𝐿
𝐹റ𝐵 = 𝐼𝐿 × 𝐵
31
Torque em uma espira percorrida por
corrente em um campo magnético

32
Torque

𝜇റ
Momento de dipolo magnético:

𝜇റ = 𝐼 𝐴റ 𝐴 ∙ 𝑚2
𝐴റ
Torque magnético:

𝜏റ = 𝜇റ × 𝐵
I

33
Exemplo
• Uma bobina retangular com dimensões 5,4 cm x
8,5 cm possui 25 voltas de fio e transporta uma
corrente de 15mA. Um campo magnético de 0,350T
é aplicado em paralelo ao plano da bobina.
• Calcule o módulo do momento de dipolo
magnético da bobina.
• Qual o módulo do torque que age na bobina.

34
Solução
𝜇 = 𝑛𝐼𝐴 = 25 ∙ 15 ∙ 102 𝐴 ∙ 0,054𝑚 ∙ 0,085𝑚 = 1,72𝑚𝐴 ∙ 𝑚2

𝜏 = 𝜇𝐵 = 1,72 ∙ 10−3 𝐴 ∙ 𝑚2 ∙ 0,035𝑇 = 6,02 ∙ 10−4 𝑁 ∙ 𝑚

35
Lei de Biot-Savart
• 1819 - Oersted descobriu
que uma corrente elétrica
em um fio desvia a direção
do ponteiro de uma
bússola próxima.
• A corrente gera um campo
magnético!
• Lei de Biot-Savart é uma
equação que relaciona a
corrente em um condutor 𝑑𝐵 =
𝜇0 𝐼𝑑 𝑠റ × 𝑟Ƹ
com a intensidade do 4𝜋 𝑟 2
campo magnético gerado
36
Para um fio bem comprido

𝜇0 𝐼
𝐵=
2𝜋 𝑟

37
Lei de Ampère
• Equivalente a lei de Gauss (eletricidade) para o
magnetismo
• A integral de caminho do campo magnético 𝐵𝑑 𝑠റ ao
redor de qualquer trajeto fechado é igual a 𝜇0 𝐼

ර 𝐵𝑑 𝑠റ = 𝜇0 𝐼

38
Campo magnético de um
solenoide

𝑁
𝐵 = 𝜇0 𝐼
𝑙

39
Materiais magnéticos
• Ferro, cobalto, níquel, gadolínio
e disprósio são materiais
altamente magnéticos,
denominados ferromagnéticos.
• São usados para fazer imãs
permanentes através do
processo de magnetização
• Internamente existem dipolos
magnéticos
• Não existe carga magnética!

40
Aplicações do eletromagnetismo
em eng. aeroespacial
• Bússolas / medidores de campos magnéticos
• Geradores / motores de arranque de aeronaves
• Eletroimãs – relês, contatoras, solenoides

41
 Equações de Maxwell

• Equações de Maxwell – são as bases teóricas de

todos os fenômenos elétricos e magnéticos
𝑞
• Lei de Gauss Ԧ
ර 𝐸 ∙ 𝑑𝐴 =
𝜖0
• Lei de Gauss para o magnetismo ර 𝐵 ∙ 𝑑 𝐴Ԧ = 0

• Lei de Faraday ර 𝐸 ∙ 𝑑 𝑠Ԧ = −
𝑑Φ𝐵
𝑑𝑡
• Lei de Ampere-Maxwell ර 𝐵 ∙ 𝑑 𝑠Ԧ = 𝜇 + 𝜖 𝜇
𝑑Φ𝐵
0 0 0
𝑑𝑡

42
Ondas eletromagnéticas
Uma onda eletromagnética tem um campo magnético que induz um campo
elétrico perpendicular e vice-versa
Estes campos são descritos pelas seguintes equações diferenciais:

𝜕2𝐸 𝜕2𝐸
2
= 𝜇0 𝜖0 2
𝜕𝑥 𝜕𝑡
𝜕2𝐵 𝜕2𝐵
2
= 𝜇0 𝜖0 2
𝜕𝑥 𝜕𝑡

43
Espectro eletromagnético

espectro contínuo
c
f = c= velocidade da luz no vácuo= 3.108 m/s

A cor da luz visível é definida pela frequência !
44
Óptica e fotônica
➢Óptica
▪Ramo da Física que estuda a luz ou, mais amplamente, a
radiação eletromagnética, visível ou não.

➢Fotônica
▪Área da ciência relacionada às aplicações da luz
Aplicações concentradas principalmente na região que
cobre a faixa espectral do UV, visível, e IR.

O termo “luz” usualmente se refere à radiação eletromagnética na região

visível do espectro. Não há, contudo, uma definição formal. O termo é às
vezes utilizado para se referir à radiação eletromagnética de qualquer
frequência (visível ou não). 45
Fóton e elétron

Geração de fóton Efeito fotoelétrico

quantização da energia da luz

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 Óptica – modelos teóricos
• Óptica Geométrica (ou óptica de “raios”)
– Trata a luz como raios que se propagam em linha reta em meios
homogêneos, transmitindo a energia luminosa de um ponto a outro
(origem: gregos).
– Não leva em conta o caráter ondulatório da luz. Efeitos como difração
e interferência não se evidenciam, o que equivale a considerar o
comprimento de onda da luz → 0 (vale para sistemas com
dimensão física >>> )
• Óptica Física ou Ondulatória e Óptica Eletromagnética
– Considera a natureza ondulatória das ondas eletromagnéticas,
permitindo a explicação de fenômenos como interferência e difração.
• Óptica Quântica
– O campo eletromagnético é quantizado, aparecendo assim o fóton.
– A teoria explica a interação entre fótons e átomos e permitiu o
desenvolvimento do laser e de diversos dispositivos fotônicos
utilizados atualmente.
47
O que é luz?

Luz = Raio
= Onda eletromagnética
= Feixe de fótons

48
Luz como onda

1
c=
 0 0 0 = permeabilidade magnética do vácuo
0 = permissividade elétrica do vácuo
49
Luz como partícula
Fóton = Partícula elementar associada à radiação
eletromagnética
Partícula com carga e massa nulas e que existe
apenas à velocidade da luz c

= Quantum de energia eletromagnética

“pacote elementar de energia”

A energia Ep de um fóton é proporcional à

frequência (f) da radiação e é dada pela
equação de Planck-Einstein:

Ep = h.f ▪h = 6,63×10−34 J·s (SI)

▪h = 4,14×10−15 eV·s (1 eV = 1,60×10−19 J)
50
Próxima aula
• Circuitos em corrente contínua:
• Lei de Ohm
• Circuitos
• Leis de Kirchhoff
• Potência elétrica

51