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PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO DE NITERÓI

GABINETE/NÚCLEO DE LICITAÇÕES E CONTRATOS

Processo nº Data Rubrica Folha


180/1708/2017 04/09/2017

PARECER nº 07/MVSC/PGA/NLC/2018

Chamamento Público. Parceria.


Terceiro Setor. Plataforma
Digital. Novo Marco
Regulatório. Manifestação
jurídica após atuação da
comissão de seleção. Requisito
para celebração do termo de
colaboração. Verificação do
cumprimento. Inovação
legislativa. Delimitação da
abrangência. Impossibilidade
de adentrar no mérito do
gestor. Viabilidade de
prosseguimento do processo.
Considerações.

Senhor Procurador – Geral,

Trata-se de retorno do processo administrativo encaminhado pela


Secretaria Executiva cujo objeto é a celebração de termo de
colaboração após realização de chamamento público para implantação
da Plataforma Urbana Digital da Engenhoca e a reestruturação da
Plataforma Urbana Digital do Macquinho.

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Como é possível verificar às fls. 98/133, esta Procuradoria já se


manifestou nos autos do presente, opinando favoravelmente pelo seu
prosseguimento considerando as minutas de chamamento e termo de
colaboração apresentadas naquela oportunidade.

A versão final do edital do chamamento, da minuta do termo de


colaboração e seus respectivos anexos é encontrada a partir da fl. 183
e conforme nota técnica de fl. 181 emitida pela CPFGF, o escopo do
programa foi reduzido para contemplar tão somente o Parque
Tecnológico da Engenhoca, no valor estimado de R$ 3.003.535,00
(três milhões, três mil e quinhentos e trinta e cinco reais).

Os documentos de fls. 183 à 259, salvo as adaptações


necessárias pelo fato acima narrado, indicam serem aqueles
anteriormente aprovados pela Procuradoria. Todavia, apesar da
aprovação contida à fl. 260 dada pelo i. Secretário Executivo, é
recomendável, para fins de autenticidade do feito e registro dos atos
praticados no certame que cada uma das vias do edital e seus
anexos sejam por ele, pelo menos rubricadas.

O retorno do processo deve-se a inovação legislativa prevista no


art. 35, VI da Lei 13.019/2014 onde é previsto que para a “celebração
e a formalização do termo de colaboração e do termo de fomento
dependerão da adoção das seguintes providências pela administração
pública”, dentre outras providências ali elencadas, “emissão de
parecer jurídico do órgão de assessoria ou consultoria jurídica
da administração pública acerca da possibilidade de
celebração da parceria”.

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Ou seja, após transcorrido todo o certame, selecionada a melhor


proposta dentro dos parâmetros exigidos pela lei, o processo retorna à
Procuradoria para uma nova manifestação, a qual se pretende dar um
caráter saneador.

Assim sendo, primeiramente, resta imperioso delimitar a


abrangência de tal manifestação, uma vez que não é esperado que
recaia ao órgão jurídico a atribuição de rever todos os atos praticados
por todos agentes que atuaram ao longo do processo seletivo, tendo
em vista que cada qual possui a sua parcela de atribuições e
responsabilidades.

Isto posto, elimina-se maiores delongas neste breve relatório


porque a verificação e indicação da presença de itens e elementos
obrigatórios constitutivos do certame será uma das medidas a serem
adotadas abaixo.

É o relatório. Passo a opinar.

I – DA PREVISÃO DO ART. 35, VI, DA Lei 13.019/2014 E SUA


ABRAGÊNCIA

Como dito, o art. 35, inciso VI, exige a emissão de parecer


jurídico do órgão de assessoria ou consultoria jurídica da
administração pública acerca da possibilidade de celebração
da parceria, com observância das normas desta Lei e da legislação
específica.

O Município de Niterói ainda não regulamentou a Lei


13.019/2014. A União Federal em sua esfera de atuação possui o

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Decreto Federal nº 8.726/2016 regulamentando o aludido diploma


legal no âmbito federal.

Decerto que não é possível se falar em aplicação do regulamento


federal em âmbito municipal, ainda que analogicamente, sob pena de
se colocar em cheque a autonomia da municipalidade, tão cara e
resguardada no art. 18 da Constituição.

Porém, não há óbices em buscarmos entender o tratamento


conferido por outros entes federativos a determinados institutos a
títulos de buscarmos inspiração e compreensão, especialmente quando
estamos diante de novel dispositivo, ainda com pouca aplicação,
considerando que a vigência da Lei em âmbito municipal ocorreu em
1º.01.2017. Ou seja, o regulamento federal, no caso, será empregado
sem qualquer pretensão cogente, mas como se fosse mais uma fonte
de pesquisa, de elevada monta, diga-se.

Especificamente, o parecer jurídico é tratado da seguinte forma


no art. 31 do Decreto Federal:

Art. 31. O parecer jurídico será emitido pela Advocacia-Geral da União,


pelos órgãos a ela vinculados ou pelo órgão jurídico da entidade da
administração pública federal.

§ 1º O parecer de que trata o caput abrangerá:

I - análise da juridicidade das parcerias; e

II - consulta sobre dúvida específica apresentada pelo gestor da


parceria ou por outra autoridade que se manifestar no processo.

§ 2º A manifestação não abrangerá a análise de conteúdo


técnico de documentos do processo.

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§ 3º A manifestação individual em cada processo será dispensada


quando já houver parecer sobre minuta-padrão e em outras
hipóteses definidas no ato de que trata o § 4º.

§ 4º Ato do Advogado-Geral da União disciplinará, no âmbito da União


e de suas autarquias e fundações públicas, o disposto neste artigo.

Não obstante, a demasiada abrangência contida no inciso


primeiro, posto que falar em juridicidade envolve analisar a correção
do processo à luz de todo o Direito e não tão somente à luz da
legalidade estrita, abarcando respeito à Constituições e todas as suas
regras e princípios, especialmente a legitimidade, os parágrafos
seguintes vêm em socorro ao operador do Direito, objetivando sua
atuação nesta fase.

Outrossim, os incisos acima colacionados denotam a possibilitar


das assessorias e consultorias serem instadas a se manifestarem em
dois sentidos ou de duas maneiras: uma de maneira obrigatória e outra
conforme a necessidade eventual do gestor público.

De plano, cumpre desde logo atentar que o parecer jurídico,


como não poderia deixar de ser diferente, não é vinculante e no caso
de concluir pela possibilidade de celebração da parceria com ressalvas,
deverá o administrador público cumprir o que houver sido ressalvado
ou, mediante ato formal, justificar as razões pelas quais deixou de
fazê-lo, nos termos do parágrafo 2º do art. 35 da Lei 13.019/2014:

§ 2º Caso o parecer técnico ou o parecer jurídico de que tratam,


respectivamente, os incisos V e VI concluam pela possibilidade de
celebração da parceria com ressalvas, deverá o administrador público

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sanar os aspectos ressalvados ou, mediante ato formal, justificar a


preservação desses aspectos ou sua exclusão.

O primeiro tipo de manifestação é ato obrigatório 1 e é aquele


que menciona a análise da juridicidade do certame.

Vejamos como esta primeira espécie de manifestação é tratada


na doutrina específica sobre a matéria, especialmente quanto ao seu
conteúdo exigível:

O papel a ser desempenhado pelas procuradorias e consultorias


jurídicas será de verificar se as certidões, laudos, termas de
referência e demais documentos exigidos pela legislação
encontram-se juntados nos autos, se as manifestações e
decisões administrativas estão motivadas e abordam o mérito,
enfim, se a parceria a ser firmada encontra-se devidamente
revestida das formalidades legais. O parecer jurídico deverá
abordar essas nuances e ser conclusivo pela viabilidade na firmatura
da parceria ou se há necessidade de diligências complementares para
sanear o processo2.

Portanto, no mesmo sentido do decreto federal não caberá ao


parecer jurídico abranger a análise de conteúdo técnico de
documentos do processo.

Já um segundo tipo de manifestação é a consulta jurídica que


as procuradorias e consultorias jurídicas devem elaborar quando

1
Note-se que o §3º do dispositivo dispensa este novo parecer quando já houver parecer sobre
minuta-padrão. Embora o Município não possua tal minuta padrão, o presente processo contou
com a análise da minuta ora utilizada pela Procuradoria. Todavia, por falta de previsão
expressa neste sentido e ineditismo do feito, o art. 35, VI, será observado. Trata-se de
aplicação do princípio da eficiência constitucional.
2
Leopoldo Gomes Muraro in “Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil”, Editora
Fórum, pgs. 70/73.

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provocadas pela autoridade administrativa competente para


tanto. Essa provocação tanto pode ser do gestor da parceria como de
alguma autoridade com previsão normativa para encaminhar os autos
para órgão de assessoramento jurídico (presidentes, diretores ou
coordenadores gerais a depender do disposto na norma interna que
regulamenta as competências internas do respectivo ente público).

Na consulta deve haver a delimitação de uma dúvida


específica a ser dirimida pelo órgão de assessoramento
jurídico, geralmente uma situação acessória que influenciará na
decisão a ser tomada pelos gestores e autoridades públicas. A
consulta não pode ser genérica, o que levaria a uma análise de
todo procedimento e já tem previsão no outro tipo de
manifestação, quando toda juridicidade será abordada. Assim, a
autoridade competente para provocar a procuradoria jurídica deve
deixar claro e delimitado qual ponto específico deve ser analisado,
possibilitando uma conclusão que seja útil e eficaz.

Nos termos do despacho de fl. 1.986, não existe consulta

a ser respondida no caso em comento, restringindo-se a


presente manifestação à verificação do cumprimento dos estritos
termos formais do procedimento.

Em todo caso, deve-se destacar que não cabe ao órgão


jurídico adentrar no mérito administrativo e o gestor não deve
transferir suas responsabilidades de decisão à Procuradoria. As
atividades são compartimentadas e cada um deve restringir sua

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atuação às suas respectivas competências, evitando invasão de


atribuições3.

Neste e sentido, o próprio Decreto Federal, no §2º do art. 35,


determina que a manifestação (jurídica) não abrangerá a análise de
conteúdo do processo.

Aqui, cabe elucidar que os documentos produzidos por


agentes públicos possuem presunção de legitimidade,
respondendo o seu ator pelo conteúdo produzido. Assim, no parecer
jurídico deve o órgão de assessoramento, no caso, esta Procuradoria,
considerar o ato produzido como válido, salvo se patente
alguma ilegalidade, não sendo obrigado a adentrar no
conteúdo do documento.

Observa-se o entendimento da Advocacia Geral da União, no


sentido de apenas verificar os requisitos estabelecidos pela legislação
e a adequação com a minuta ‘’modelo’’ da instituição. O aludido
parecer4 destaca:

(...) “que se trata de pronunciamento restrito às questões


eminentemente jurídicas. (...)Portanto, estão excluídos da
análise os aspectos de natureza técnica, econômica,
financeira e administrativa, bem como os aspectos
referentes à conveniência e à oportunidade da prática
dos atos administrativos. (...) Em relação aos aspectos de
natureza técnica alheios à seara jurídica, parte-se da
premissa de que os órgãos e servidores competentes

3
Idem. p. 72.
4
159/2017//ASJUR/GM-SDH/SDH-MJ/CGU/AGU

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para a sua apreciação detêm os conhecimentos


específicos necessários e os analisaram adequadamente,
verificando a exatidão das informações constantes dos
autos e atuando em conformidade com suas atribuições.”

II – DA ANÁLISE DO PROCESSO DE CHAMAMENTO

À fl. 261 a Diretora Geral da Subsecretaria de Ciência e


Tecnologia informa que o processo de Chamamento teve seu objeto
reduzido a fim de atender tão somente o projeto da plataforma urbana
Digital da Engenhoca.

À fl. 264, embora não seja possível identificar quando


efetivamente foi disponibilizado o edital na rede mundial de
computadores, parece que foi atendido o disposto no art. 26 da lei 5
quanto aos requisitos de publicidade do certame. Ademais, a
Administração ainda agiu com zelo superior ao exigido pela lei ao
publicar todo o edital no veículo de divulgação dos atos oficiais do
Município. Assim, o edital foi publicado em 20.10.2017 e a sessão
ocorreu em 21.11.2017, obedecendo o prazo previsto em lei.

À fl. 271 foi juntada cópia da portaria que instituiu a comissão


de seleção do chamamento público. Todavia, não é possível
identificar qual (is) do(s) servidore(s) indicado(s) no artigo 2º
são ocupantes de cargo efetivo conforme exige o art. 2º, X, da

5
Art. 26. O edital deverá ser amplamente divulgado em página do sítio oficial da
administração pública na internet, com antecedência mínima de trinta dias.

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lei6, o que deverá ser providenciado, com a efetiva comprovação


mediante juntada de documentos suficientes para tanto.

De acordo com o extrato de fl. 281, cuja cópia da publicação


encontra-se à fl. 282, não obstante cumpridos os requisitos legais para
divulgação do certame, o chamamento contou tão somente com a
participação de uma única interessada.

No campo das licitações públicas o comparecimento de uma


única interessada não comprova ou significa, por si só, a ausência de
competitividade, sendo necessário comprovar que a participação de
outros licitantes foi frustrada em virtude de algum vício na fase
interna ou externa do certame7. O mesmo raciocínio poderá ser
transportado para cá visto que não há vedação na lei em sentido
contrário e as regras pertinentes à divulgação do certame foram
observadas.

Passou-se então para a fase de verificação da documentação


necessária para celebração do termo, uma vez encerrada a fase
competitiva8.

Todavia, urge alertar, que neste momento era esperado que


para justificar a análise da documentação de regularidade da futura
parceria a comissão de seleção deveria demonstrar a adequação

6
X - comissão de seleção: órgão colegiado destinado a processar e julgar chamamentos
públicos, constituído por ato publicado em meio oficial de comunicação, assegurada a
participação de pelo menos um servidor ocupante de cargo efetivo ou emprego
permanente do quadro de pessoal da administração pública;
7
Acórdão TCU 408/2008 — Plenário
8
Art. 28. Somente depois de encerrada a etapa competitiva e ordenadas as propostas, a
administração pública procederá à verificação dos documentos que comprovem o atendimento
pela organização da sociedade civil selecionada dos requisitos previstos nos arts. 33 e 34.

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da proposta apresentação com o projeto básico elaborado pelo


Município, o que não foi observado, vejamos:

Art. 27. O grau de adequação da proposta aos objetivos específicos


do programa ou da ação em que se insere o objeto da parceria e,
quando for o caso, ao valor de referência constante do chamamento
constitui critério obrigatório de julgamento. (Redação dada
pela Lei nº 13.204, de 2015)

(...)

A proposta do Instituto de Desenvolvimento e Ação Comunitária


– IDACO – encontra-se às fls. 285/430 e às fls. 430/881 sendo juntada
farta documentação com o fim de demonstrar a experiência pretérita
da entidade e sua capacidade técnica que a habilitam a assumir o
projeto proposto pela municipalidade. Repise-se que, conforme
fortemente fundamentado acima, não cabe nos estritos termos
desta análise jurídica adentrar no mérito de tais documentos,
mas tão somente constatar que foram acostados aos autos e que a
comissão de seleção exerceu o devido juízo sobre eles.

Às fls. 896/910 foram anexadas as notas atribuídas pelos


membros da comissão de seleção e julgamento de acordo com os
critérios estabelecidos no edital de chamamento, item 7.5, conforme
informado pelo despacho de fl. 911.

II.a. Do plano de trabalho

Às fls. 914/972 foi juntado o Plano de Trabalho elaborado pela


futura parceira.

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O plano de trabalho é parte integrante e indissociável do


termo de colaboração, termo de fomento ou acordo de cooperação,
nos termos do parágrafo único do art. 42 da Lei nº 13.019, de 2014.

São cláusulas essenciais do plano de trabalho:

Art. 42. As parcerias serão formalizadas mediante a celebração de


termo de colaboração, de termo de fomento ou de acordo de
cooperação, conforme o caso, que terá como cláusulas essenciais:

I - a descrição do objeto pactuado;

II - as obrigações das partes;

III - quando for o caso, o valor total e o cronograma de desembolso;

IV -(revogado);

V - a contrapartida, quando for o caso, observado o disposto no § 1o


do art. 35;

VI - a vigência e as hipóteses de prorrogação;

VII - a obrigação de prestar contas com definição de forma,


metodologia e prazos;

VIII - a forma de monitoramento e avaliação, com a indicação dos


recursos humanos e tecnológicos que serão empregados na atividade
ou, se for o caso, a indicação da participação de apoio técnico nos
termos previstos no § 1o do art. 58 desta Lei;

IX - a obrigatoriedade de restituição de recursos, nos casos previstos


nesta Lei;

X - a definição, se for o caso, da titularidade dos bens e direitos


remanescentes na data da conclusão ou extinção da parceria e que,

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em razão de sua execução, tenham sido adquiridos, produzidos ou


transformados com recursos repassados pela administração pública;

XI - (revogado);

XII - a prerrogativa atribuída à administração pública para assumir ou


transferir a responsabilidade pela execução do objeto, no caso de
paralisação, de modo a evitar sua descontinuidade;

XIII - (revogado);

XIV - quando for o caso, a obrigação de a organização da sociedade


civil manter e movimentar os recursos em conta bancária específica,
observado o disposto no art. 51;

XV - o livre acesso dos agentes da administração pública, do controle


interno e do Tribunal de Contas correspondente aos processos, aos
documentos e às informações relacionadas a termos de colaboração
ou a termos de fomento, bem como aos locais de execução do
respectivo objeto;

XVI - a faculdade dos partícipes rescindirem o instrumento, a


qualquer tempo, com as respectivas condições, sanções e
delimitações claras de responsabilidades, além da estipulação de
prazo mínimo de antecedência para a publicidade dessa intenção,
que não poderá ser inferior a 60 (sessenta) dias;

XVII - a indicação do foro para dirimir as dúvidas decorrentes da


execução da parceria, estabelecendo a obrigatoriedade da prévia
tentativa de solução administrativa, com a participação de órgão
encarregado de assessoramento jurídico integrante da estrutura da
administração pública;

XVIII - (revogado);

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XIX - a responsabilidade exclusiva da organização da sociedade civil


pelo gerenciamento administrativo e financeiro dos recursos
recebidos, inclusive no que diz respeito às despesas de custeio, de
investimento e de pessoal;

XX - a responsabilidade exclusiva da organização da sociedade civil


pelo pagamento dos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e
comerciais relacionados à execução do objeto previsto no termo de
colaboração ou de fomento, não implicando responsabilidade
solidária ou subsidiária da administração pública a inadimplência da
organização da sociedade civil em relação ao referido pagamento, os
ônus incidentes sobre o objeto da parceria ou os danos decorrentes
de restrição à sua execução.

Nos casos em que a parceria se der por meio de termo de


colaboração ou termo de fomento, deve o plano de trabalho conter
ainda as seguintes exigências contidas no art. 22 da Lei:

Art. 22. Deverá constar do plano de trabalho de parcerias celebradas


mediante termo de colaboração ou de fomento:

I - descrição da realidade que será objeto da parceria, devendo ser


demonstrado o nexo entre essa realidade e as atividades ou projetos
e metas a serem atingidas;

II - descrição de metas a serem atingidas e de atividades ou projetos


a serem executados;

II-A - previsão de receitas e de despesas a serem realizadas na


execução das atividades ou dos projetos abrangidos pela parceria;

III - forma de execução das atividades ou dos projetos e de


cumprimento das metas a eles atreladas;

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IV - definição dos parâmetros a serem utilizados para a aferição do


cumprimento das metas.

Observadas as exigências acima expostas, deve a área técnica


aprovar expressamente o plano de trabalho constante dos autos,
não sendo suficiente a mera menção da presença do
documento em sua manifestação, assim prevê o artigo 35, inciso
IV, da Lei nº 13.019 de 2014, por ser a aprovação do plano de trabalho
requisito para celebração e formalização do instrumento.

Sobre o tema, a comissão de seleção em sua manifestação (fl.


1978) não o analisou propriamente, restringindo-se apenas a
mencionar os documentos que a entidade apresentou. É atribuição da
Administração realizar análise detida de todos os elementos do plano
de trabalho, ainda mais quando é a própria entidade que o apresenta.
Portanto, pendente está a análise detalhada e motivada do plano de
trabalho até o presente momento.

II.b. Dos requisitos para celebração

Os requisitos para celebração da parceria encontram-se nos


artigos 33, 34, 35 e 39, que tratam, respectivamente, requisitos
mínimos de constituição inerentes da futura parceira, certidões que
demonstrem a sua regularidade fiscal e jurídica, adoção de uma série
de medidas a serem adotadas pela Administração e a demonstração
de não ocorrência de hipóteses que incorram nas vedações previstas
na lei vejamos:

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Art. 33. Para celebrar as parcerias previstas nesta Lei, as


organizações da sociedade civil deverão ser regidas por normas de
organização interna que prevejam, expressamente:

I - objetivos voltados à promoção de atividades e finalidades de


relevância pública e social;

II - (Revogado pela Lei nº 13.204, de 2015)

III - que, em caso de dissolução da entidade, o respectivo patrimônio


líquido seja transferido a outra pessoa jurídica de igual natureza que
preencha os requisitos desta Lei e cujo objeto social seja,
preferencialmente, o mesmo da entidade extinta

IV - escrituração de acordo com os princípios fundamentais de


contabilidade e com as Normas Brasileiras de Contabilidade;

a) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)

b) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)

V - possuir: (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)

a) no mínimo, um, dois ou três anos de existência, com cadastro


ativo, comprovados por meio de documentação emitida pela
Secretaria da Receita Federal do Brasil, com base no Cadastro
Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ, conforme, respectivamente, a
parceria seja celebrada no âmbito dos Municípios, do Distrito
Federal ou dos Estados e da União, admitida a redução desses prazos
por ato específico de cada ente na hipótese de nenhuma organização
atingi-los; (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)

b) experiência prévia na realização, com efetividade, do objeto da


parceria ou de natureza semelhante; (Incluído pela Lei nº
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c) instalações, condições materiais e capacidade técnica e


operacional para o desenvolvimento das atividades ou projetos
previstos na parceria e o cumprimento das metas
estabelecidas. (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)

§ 1o Na celebração de acordos de cooperação, somente será exigido


o requisito previsto no inciso I. (Incluído pela Lei nº 13.204, de
2015)

§ 2o Serão dispensadas do atendimento ao disposto nos incisos I e III


as organizações religiosas. (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)

§ 3o As sociedades cooperativas deverão atender às exigências


previstas na legislação específica e ao disposto no inciso IV, estando
dispensadas do atendimento aos requisitos previstos nos incisos I e
III. (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)

§ 4o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)

§ 5o Para fins de atendimento do previsto na alínea c do inciso V, não


será necessária a demonstração de capacidade instalada prévia.

Art. 34. Para celebração das parcerias previstas nesta Lei, as


organizações da sociedade civil deverão apresentar:

I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)

II - certidões de regularidade fiscal, previdenciária, tributária, de


contribuições e de dívida ativa, de acordo com a legislação aplicável
de cada ente federado;

III - certidão de existência jurídica expedida pelo cartório de registro


civil ou cópia do estatuto registrado e de eventuais alterações ou,
tratando-se de sociedade cooperativa, certidão simplificada emitida
por junta comercial; (Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)

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IV -(revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)

V - cópia da ata de eleição do quadro dirigente atual;

VI - relação nominal atualizada dos dirigentes da entidade, com


endereço, número e órgão expedidor da carteira de identidade e
número de registro no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF da
Secretaria da Receita Federal do Brasil - RFB de cada um deles;

VII - comprovação de que a organização da sociedade civil funciona


no endereço por ela declarado; (Redação dada pela Lei nº
13.204, de 2015)

VIII - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)

Esta documentação é encontrada no volume V, a partir da fl.


1183, onde a entidade reproduziu toda a documentação pertinente à
capacidade técnica já apresentada anteriormente. E ainda, alteração
estatutária atualizada (fl. 1184), cartão do CNPJ (fl. 1196), certidão de
regularidade junto ao FGTS (fl. 1461), que deverá ser atualizada,
certidão de regularidade trabalhista (fl. 1462), certidão de regularidade
junto à União e à Previdência Social (fl. 1464), certidão de regularidade
junto ao Estado do Rio de Janeiro (fl. 1465, porém não solicitada
pelo edital), certidão de regularidade com o ISS do Município do Rio
de Janeiro, sede da entidade, fl. 1466, relação dos dirigentes da
entidade, (fl. 1467/1468) e declaração da própria da entidade para fins

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de cumprimento do art. 399 da Lei, afirmando não incidir em nenhuma


das causas de impedimento.

Ressalta-se, por oportuno, que incumbe à área técnica a


adequada e completa instrução processual, sendo de sua
competência exclusiva a verificação dos requisitos de regularidade
fiscal acima mencionados, providenciando junto ao proponente a
apresentação de eventuais documentos/certidões faltantes e

9
Art. 39. Ficará impedida de celebrar qualquer modalidade de parceria prevista nesta
Lei a organização da sociedade civil que:
I - não esteja regularmente constituída ou, se estrangeira, não esteja autorizada a funcionar no
território nacional;
II - esteja omissa no dever de prestar contas de parceria anteriormente celebrada;
III - tenha como dirigente membro de Poder ou do Ministério Público, ou dirigente de órgão ou
entidade da administração pública da mesma esfera governamental na qual será celebrado o
termo de colaboração ou de fomento, estendendo-se a vedação aos respectivos cônjuges ou
companheiros, bem como parentes em linha reta, colateral ou por afinidade, até o segundo
grau; (Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)
IV - tenha tido as contas rejeitadas pela administração pública nos últimos cinco anos, exceto
se: (Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)
a) for sanada a irregularidade que motivou a rejeição e quitados os débitos eventualmente
imputados; (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)
b) for reconsiderada ou revista a decisão pela rejeição; (Incluído pela Lei nº 13.204, de
2015)
c) a apreciação das contas estiver pendente de decisão sobre recurso com efeito
suspensivo; (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)
V - tenha sido punida com uma das seguintes sanções, pelo período que durar a penalidade:
a) suspensão de participação em licitação e impedimento de contratar com a administração;
b) declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a administração pública;
c) a prevista no inciso II do art. 73 desta Lei;
d) a prevista no inciso III do art. 73 desta Lei;
VI - tenha tido contas de parceria julgadas irregulares ou rejeitadas por Tribunal ou Conselho
de Contas de qualquer esfera da Federação, em decisão irrecorrível, nos últimos 8 (oito) anos;
VII - tenha entre seus dirigentes pessoa:
a) cujas contas relativas a parcerias tenham sido julgadas irregulares ou rejeitadas por
Tribunal ou Conselho de Contas de qualquer esfera da Federação, em decisão irrecorrível, nos
últimos 8 (oito) anos;
b) julgada responsável por falta grave e inabilitada para o exercício de cargo em comissão ou
função de confiança, enquanto durar a inabilitação;
c) considerada responsável por ato de improbidade, enquanto durarem os prazos
estabelecidos nos incisos I, II e III do art. 12 da Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992.
§ 1o Nas hipóteses deste artigo, é igualmente vedada a transferência de novos recursos no
âmbito de parcerias em execução, excetuando-se os casos de serviços essenciais que não
podem ser adiados sob pena de prejuízo ao erário ou à população, desde que precedida de
expressa e fundamentada autorização do dirigente máximo do órgão ou entidade da

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atestando estarem preenchidos todos os requisitos legais necessários,


após exame detido da documentação e certidões coligidas aos autos,
sobretudo no que concerne à regularidade e validade.

Dentre eles chega a pecar pelo excesso de obviedade ao falar


na realização do chamamento público ou na existência de prévia
dotação orçamentária. Isto porque, nesta fase do procedimento estes
eram requisitos naturalmente prévios, o mesmo podendo ser dito à
demonstração de que os objetivos e finalidades institucionais e a capacidade
técnica e operacional da organização da sociedade civil foram avaliados e
são compatíveis com o objeto, atribuição exclusiva da comissão de
seleção a ser exercida no curso do chamamento.

O volume VI é inaugurado com cotação de preços para diversos


serviços e bens necessários para materialização do programa. Decerto
que, não é possível num parecer jurídico exercer qualquer juízo de
valor sobre tais preços o que deverá ser atribuição daqueles agentes
responsáveis por acompanhar a execução do programa.

administração pública, sob pena de responsabilidade solidária.


§ 2o Em qualquer das hipóteses previstas no caput, persiste o impedimento para celebrar
parceria enquanto não houver o ressarcimento do dano ao erário, pelo qual seja responsável a
organização da sociedade civil ou seu dirigente.
§ 3o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)
§ 4o Para os fins do disposto na alínea a do inciso IV e no § 2o, não serão considerados débitos
que decorram de atrasos na liberação de repasses pela administração pública ou que tenham
sido objeto de parcelamento, se a organização da sociedade civil estiver em situação regular
no parcelamento. (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)
§ 5o A vedação prevista no inciso III não se aplica à celebração de parcerias com entidades
que, pela sua própria natureza, sejam constituídas pelas autoridades referidas naquele inciso,
sendo vedado que a mesma pessoa figure no termo de colaboração, no termo de fomento ou
no acordo de cooperação simultaneamente como dirigente e administrador
público. (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)
§ 6o Não são considerados membros de Poder os integrantes de conselhos de direitos e de
políticas públicas.

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Por fim, o art. 35 elenca os requisitos últimos necessários para


firmamento da parceria.

Art. 35. A celebração e a formalização do termo de colaboração e


do termo de fomento dependerão da adoção das seguintes
providências pela administração pública:

I - realização de chamamento público, ressalvadas as hipóteses


previstas nesta Lei;

II - indicação expressa da existência de prévia dotação


orçamentária para execução da parceria;

III - demonstração de que os objetivos e finalidades


institucionais e a capacidade técnica e operacional da
organização da sociedade civil foram avaliados e são compatíveis
com o objeto;

IV - aprovação do plano de trabalho, a ser apresentado nos


termos desta Lei;

V - emissão de parecer de órgão técnico da administração


pública, que deverá pronunciar-se, de forma expressa, a respeito:

a) do mérito da proposta, em conformidade com a modalidade


de parceria adotada;

b) da identidade e da reciprocidade de interesse das partes


na realização, em mútua cooperação, da parceria prevista
nesta Lei;

c) da viabilidade de sua execução; (Redação dada pela


Lei nº 13.204, de 2015)

d) da verificação do cronograma de
desembolso; (Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)

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e) da descrição de quais serão os meios disponíveis a serem


utilizados para a fiscalização da execução da parceria, assim
como dos procedimentos que deverão ser adotados para
avaliação da execução física e financeira, no cumprimento
das metas e objetivos;

f) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)

g) da designação do gestor da parceria;

h) da designação da comissão de monitoramento e avaliação


da parceria;

i) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)

VI - emissão de parecer jurídico do órgão de assessoria ou consultoria


jurídica da administração pública acerca da possibilidade de
celebração da parceria. (Redação dada pela Lei nº 13.204, de
2015)

§ 1o Não será exigida contrapartida financeira como requisito para


celebração de parceria, facultada a exigência de contrapartida em
bens e serviços cuja expressão monetária será obrigatoriamente
identificada no termo de colaboração ou de fomento. (Redação
dada pela Lei nº 13.204, de 2015)

§ 2o Caso o parecer técnico ou o parecer jurídico de que tratam,


respectivamente, os incisos V e VI concluam pela possibilidade de
celebração da parceria com ressalvas, deverá o administrador público
sanar os aspectos ressalvados ou, mediante ato formal, justificar a
preservação desses aspectos ou sua exclusão. (Redação dada
pela Lei nº 13.204, de 2015)

§ 3o Na hipótese de o gestor da parceria deixar de ser agente público


ou ser lotado em outro órgão ou entidade, o administrador público

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deverá designar novo gestor, assumindo, enquanto isso não ocorrer,


todas as obrigações do gestor, com as respectivas responsabilidades.

§ 4o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)

§ 5o Caso a organização da sociedade civil adquira equipamentos e


materiais permanentes com recursos provenientes da celebração da
parceria, o bem será gravado com cláusula de inalienabilidade, e ela
deverá formalizar promessa de transferência da propriedade à
administração pública, na hipótese de sua extinção.

§ 6o Será impedida de participar como gestor da parceria ou como


membro da comissão de monitoramento e avaliação pessoa que, nos
últimos 5 (cinco) anos, tenha mantido relação jurídica com, ao
menos, 1 (uma) das organizações da sociedade civil partícipes.

§ 7o Configurado o impedimento do § 6o, deverá ser designado


gestor ou membro substituto que possua qualificação técnica
equivalente à do substituído.

Porém, há dois pontos que merecem atenção nesta nova


maneira de atuar da Administração: a aprovação do plano de
trabalho, uma vez que no caso em concreto, como dito, até o
presente momento não houve manifestação quanto ao seu conteúdo, e
a emissão de parecer técnico abordando os aspectos exigidos pela
lei, ressaltando que tal documento deverá ser elaborado por órgão ou
pessoa diferente da comissão de seleção, do contrário a lei apenas a
ela faria menção.

O parecer reclamado pelo art. 35, V, da Lei foi acostado às


1982/1985 da lavra da i. Diretora de Tecnologia e de outro servidor,

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cujo cargo e atribuição não foi possível identificar, o que poderá ser
reparado a fim de sanear o procedimento.

E de maneira sucinta o citado parecer atesta a adequação do


plano do trabalho para os fins almejados pelo Município, suprindo a
ausência de tratamento pela comissão de seleção, procedendo
no mesmo sentido ao tratar das demais alíneas do citado inciso.

Para fins de cumprimento objetivo daquilo que é exigido pela lei


é possível a esta Procuradoria afirmar que houve sua observância.
Todavia, quanto a sua substância e conteúdo, nos falta atribuições
técnicas, até porque não é este o objetivo da presente manifestação,
se ele atenderá a eventuais questionamentos oriundos dos órgãos de
controle, dada a sua econômica nas palavras e ausência tratamento
mais aprofundado da proposta apresentada.

II.c. Da Comissão de Monitoramento e Segregação de


Funções

À fl. 1980 foi juntada cópia da publicação da comissão de


monitoramento e avaliação10, sendo possível verificar a repetição
do nome de uma servidora que já compôs a comissão de seleção (fl.
271).

Neste toar, vale destacar o princípio da segregação de


funções que decorre do princípio da moralidade (art. 37, da CF/88), e
consiste na necessidade de a Administração repartir funções entre
10
XI - comissão de monitoramento e avaliação: órgão colegiado destinado a monitorar e avaliar
as parcerias celebradas com organizações da sociedade civil mediante termo de colaboração
ou termo de fomento, constituído por ato publicado em meio oficial de comunicação,
assegurada a participação de pelo menos um servidor ocupante de cargo efetivo ou emprego
permanente do quadro de pessoal da administração pública;

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os agentes públicos cuidando para que esses indivíduos não


exerçam atividades incompatíveis umas com as outras,
especialmente aquelas que envolvam a prática de atos e,
posteriormente, a fiscalização desses mesmos atos.

A aplicação desse princípio aos processos de contratação,


visualizados a partir de suas três fases (planejamento, licitação e
contrato), pode ser mais complexa do que se imagina, visto que
determinados atos praticados na fase inicial (planejamento), são
fiscalizados direta ou indiretamente nas fases seguintes (licitação e
contrato). Note-se que o mesmo raciocínio poderá ser empregado
no âmbito da Lei 13.019/2014, tendo em vista que em muito ela se
aproximou do regramento contido na Lei 8.666/93, não obstante todas
as críticas que tal feito legislativo mereça.

Voltando, isso, é claro, demanda cuidado na delegação de


atribuições aos diversos agentes envolvidos nos processos de
contratação, visto que os atos praticados por um sujeito não
podem ser incompatíveis entre si, o que ocorre, por exemplo,
quando ele pratica atos na fase interna do processo de
contratação, e os fiscaliza na fase externa ou contratual,
especialmente.

Daí porque um componente da assessoria jurídica ou do


controle interno não pode, por exemplo, ser nomeado membro da
comissão de licitação que processará o certame de cujo planejamento
ele participou, e/ou cujo resultado final será passível de sua
fiscalização.

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Aliás, outra não foi a inteligência do Tribunal de Contas da União


(Acórdão nº 686/2011 - Plenário) ao determinar a um órgão que não
designasse "... para compor comissão de licitação o servidor
ocupante de cargo com atuação na fase interna do
procedimento licitatório, em atenção ao princípio da
segregação de funções;". Vejamos outro julgado:

As boas práticas administrativas impõem que as atividades de


fiscalização e de supervisão de contrato devem ser realizadas
por agentes administrativos distintos (princípio da
segregação das funções), o que favorece o controle e a
segurança do procedimento de liquidação de despesa.

Pedidos de Reexame interpostos por gestores da Superintendência


Regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
no Estado do Paraná (Dnit/MT) requereram a reforma de deliberação
do TCU pela qual os responsáveis foram condenados ao pagamento
de multa em razão, dentre outras irregularidades, da "emissão
fraudulenta dos Boletins de Desempenho Parciais, a partir da inclusão
de dados falsos no Sistema de Acompanhamento de Contratos
(SIAC)". Ao analisar o ponto, o relator, reiterando o exame realizado
pelo relator a quo, consignou que houve "irregularidades nos
procedimentos de aprovação das medições, no tocante à
identificação dos verdadeiros responsáveis pela fiscalização dos
contratos e à segregação de funções no que tange a essa atividade".
Destacou que a fiscalização empreendida pelo Dnit nos contratos
envolvidos "não cumpriu os normativos internos do próprio órgão nem
as portarias de designação de fiscalização". Nesse sentido, ressaltou
o relator que quem atestou a execução dos serviços não foi o fiscal
designado pelo órgão, mas o Chefe do Serviço de Engenharia, "que,

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além de não comparecer a campo para verificar a real execução das


obras, deixou de exercer o trabalho de supervisão do fiscal, conforme
impõe o Regimento Interno e o princípio da segregação de funções".
Em relação a alegação dos recorrentes de que "a superintendência do
DNIT participou apenas da fase de liquidação, sendo as demais fases
da despesa (empenho e pagamento) realizadas por outras áreas",
ressaltou o relator que a segregação das etapas de liquidação e
pagamento "não elimina a necessidade, inclusive por
imposição regimental, de separação das atividades de
fiscalização e atesto dos serviços realizados e, em seguida,
de supervisão dos trabalhos anteriores". Por fim, concluiu pela
improcedência das alegações recursais quanto ao ponto, consignando
que "as boas práticas administrativas, impõem que as atividades de
fiscalização, descritas na Norma Dnit 097/2007 - PRO, e de
supervisão, conforme o Regimento Interno do Dnit, devem
necessariamente ser realizadas por agentes administrativos distintos,
o que favorece o controle e, portanto, a segurança do procedimento
de liquidação de despesa". Seguindo o voto da relatoria, o Plenário do
Tribunal manteve a sanção imposta aos recorrentes. Acórdão
2296/2014-Plenário, TC 001.359/2009-2, relator Ministro Benjamin
Zymler, 3.9.2014."

Com efeito, a Administração Pública encontra-se jungida não


apenas ao princípio da legalidade administrativa, como ao princípio da
moralidade, dentre outros princípios reitores.

No caso ora em comento temos a situação da mesma servidora


estar sendo designada para fiscalizar a instituição que ela própria
atuou no processo de seleção, ou seja, ela será responsável por aferir
se de fato ao longo da execução do objeto do projeto aquela escolha se

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mostrou acertada. Ainda que não caiba falar em presunção de má-fé,


longe disso, decerto, não será exigível ou esperado a necessária
imparcialidade na condução de tão cara rotina, tendo em vista que
toda dinâmica do novo marco regulatório do terceiro setor mira na
busca dos resultados e ganhos de eficiência.

Desta forma, é recomendável, a fim de evitar futuros


questionamentos dos órgãos de controle, bem como para uma melhor
execução do programa, que a Administração pondere e reveja esta
duplicidade de designação, procedendo a substituição da servidora na
comissão de monitoramento e avaliação.

II.d. Da ausência de homologação e publicação do


resultado

Outrossim, compulsando os autos do presente processo não foi


possível identificar o ato de homologação do certame previsto no item
7.9 do edital que encerra a fase de seleção e antecede a fase de
celebração. Trata-se de providência igualmente prevista no art. 27, § 4º
da Lei:

§ 4o A administração pública homologará e divulgará o resultado


do julgamento em página do sítio previsto no art. 26.

Apesar do procedimento já se encontrar em fase em muito


adiantada, trata-se de vício formal passível de ser sanado,
especialmente quando se verifica à fl. 1981, parecer técnico, que teria
ocorrido sua publicação em 06.12.2017 por meio da portaria 035/2017,
ou seja, seria tão somente uma questão de instrução do processo.

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II.d. Da ausência de reserva orçamentária

De maneira objetiva, o art. 35, II, elenca como uma das


medidas a serem adotadas pela Administração antes da celebração a
“indicação expressa da existência de prévia dotação orçamentária
para execução da parceria”, o que não foi possível verificar nos autos.

É necessário que ocorra a reserva de recursos suficientes para


todas aquelas despesas que estão previstas para ocorrerem ao longo
do exercício financeiro em curso, ou seja, eventuais parcelas
correspondentes ao exercício financeiro posterior irão ser suportar
pelas receitas lá originadas, bastando a simples afirmação nos autos.

Trata-se de garantia a ser prestada ao futuro parceiro de que


haverá recursos suficientes disponíveis para arcar com tudo aquilo que
foi avençado sem risco de inadimplemento entre as partes e entre o
parceiro privado e seus fornecedores.

Caso o exercício financeiro de 2018 ainda não tenha sido


inaugurado, o ordenado de despesa deverá declarar nos autos do
processo que, com base no setor técnico orçamentários, existe a
expectativa de orçamento suficiente.

Tratando do tema, na verdade de situação bem mais grave –


ausência de lei de orçamentária aprovada – é neste sentido a lição de
Jessé Torres11:

Para enfrentá-la, o administrador não poderá esperar. Deve indicar,


nos autos de cada processo licitatório, o elemento que responderia

11
Comentários. 8ª ed. p. 139.

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pela eventual futura despesa de acordo com a dotação estimada na


proposta orçamentária remetida ao Legislativo. E determinar que o
valor estimado do objeto em licitação seja anotado a título de
compromissamento ou pré-empenho, deflagrando o torneio. Se,
encerrado este, de orçamento aprovado ainda não dispuser a
Administração, ou se o orçamento aprovado excluiu ou reduziu os
recursos propostos de modo a inviabilizar a contratação, a alternativa
será solicitar a abertura de crédito especial ou suplementar, ou
revogar a licitação com base no art. 49 da Lei nº 8.666/93.

Não é outra a solução apontada pelo TCU 12, inclusive fazendo


menção à doutrina supracitada:

2.15 No caso em questão, durante a fase interna do procedimento


licitatório, o orçamento de 2006 ainda não havia sido aprovado.
Dessa forma, conforme verifica-se às fls. 163 e 164, há confirmação,
no processo, da previsão orçamentária na proposta encaminhada à
Lei Orçamentária Anual de 2006 - LOA/2006, sendo que as despesas
de contratação correrão por conta de diversos programas de
trabalho, natureza de despesa 33.90.39, segundo a Sra. Elza Batista
dos Santos, Chefe da Divisão de Suprimento de Materiais e Serviços.

2.16 É fato que não há, nos presentes autos, informações suficientes
para verificar a indicação da classificação funcional programática da
despesa. No entanto, necessário se faz registrar o ensinamento de
Jessé Torres Pereira Júnior, em seu livro Comentários à Lei de
Licitações e Contratações da Administração Pública:

‘Ainda que se considere uma anomalia que a Administração quede-se

12
Acórdão TCU 1405/2006 - PLENÁRIO

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sem orçamento nos primeiros meses de cada exercício anual, o fato é


que esta se tem repetido, quase que se constituindo em regra geral.
Para enfrentá-la o administrador não poderá esperar. Deve indicar,
nos autos de cada processo licitatório, o elemento que responderia
pela eventual futura despesa de acordo com a dotação estimada na
proposta orçamentária remetida ao legislativo. E determinar que o
valor estimado do objeto em licitação seja anotado a título de
compromissamento ou pré-empenho, deflagrando o torneio. Se,
encerrado este, de orçamento aprovado ainda não dispuser a
Administração, ou se o orçamento aprovado excluiu ou reduziu os
recursos propostos de modo a inviabilizar a contratação, a alternativa
será solicitar a abertura de crédito especial ou suplementar (CF/88,
art. 166, §8º), ou revogar a licitação com base no art. 49 da Lei nº
8.666/1993.’ (grifo nosso)

2.17 Como a fase interna do pregão em exame ocorreu no exercício


de 2005, mais distante ainda estava da aprovação do orçamento de
2006, fato que só ocorreu em 18.04.2006. No entanto deveria a CGRL
ter explicitado, no processo, os programas de trabalhos previstos na
LOA/2006 em que correrão as despesas, ao invés de apenas
mencionar que são vários programas de trabalho, como verifica-se à
fl. 164. A indicação da classificação funcional programática e da
categoria econômica são indispensáveis para a validade do contrato
a ser celebrado, já que o art. 55, inciso V, da Lei nº 8.666/1993 define
como cláusula essencial do contrato o crédito pelo qual correrá a
despesa, com a indicação da classificação funcional programática e
da categoria econômica.

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2.18 A indicação das rubricas dos créditos orçamentários exigida


pelos Decretos nºs 3.555/2000 e 5.540/2005 tem a finalidade de
tornar público, antes da celebração do contrato com a licitante
vencedora, a existência de recursos orçamentários e os programas
de trabalho vinculados às futuras despesas do contrato.

2.19 Nesse sentido, o TCU tem diversos acórdãos que ressaltam a


importância da previsão de recursos orçamentários antes da
realização da licitação, a exemplo dos Acórdãos nºs 471/2003-
Plenário; 399/2003-Plenário; 1748/2004-Plenário; 1746/2003-Plenário.
Já no Acórdão nº 1.605/2003-Primeira Câmara, os Ministros
entenderam como irregularidade formal, sem configurar hipótese de
aplicação de multa do art. 58 da Lei nº 8.443/1992, a instauração de
tomada de preços sem previsão orçamentária.

2.20 Dessa forma, em que pese a falta de indicação de rubricas dos


recursos orçamentários no processo do Pregão Eletrônico nº
147/2005, o certame não necessita ser anulado em virtude desta
falha. Considerando que o Orçamento de 2006 já foi aprovado,
propõe-se determinar à CGRL que, antes de dar prosseguimento ao
Pregão nº 147/2005, documente em seu processo, a previsão dos
recursos orçamentários, indicando inclusive suas respectivas
rubricas, em observância ao que dispõe o art. 7º, §2, inciso III, da Lei
nº 8.666/1993; art. 30 do Decreto nº 5.450/2005; e art. 21 do Decreto
nº 3.555/2000.

III- CONCLUSÃO

Por todo o exposto, ratificando os estreitos termos da presente


manifestação jurídica temos que:

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(i) Nos termos do art. 35, VI, da Lei 13.019/2014, não cabe ao
órgão jurídico adentrar no mérito administrativo, não
cabendo ao parecer jurídico abranger a análise de
conteúdo técnico de documentos do processo, isto porque,
os documentos produzidos por agentes públicos possuem
presunção de legitimidade, respondendo os seus atores
pelo conteúdo produzido.

(ii) A comissão de seleção às fls. 896/9911 analisou a


adequação da proposta apresentada com base nos critérios
previstos no item 7.5.4 do edital de chamamento,
encerrando a fase de seleção, e à fl. 1978 atestou a
presença de todos os documentos exigidos no edital, sendo
necessário, tão somente, atualizar a certidão de
regularidade junto ao FGTS que se encontra vencida.

(iii) O plano de trabalho apresentado pela futura parceira foi


aprovado pelo parecer técnico de fls. 1981/1895, que,
ainda que de forma sucinta, procurou abordar todos os
pontos contidos no art. 35, V, da Lei 13.019/2014, restando
a recomendação de identificar o segundo servidor que
participou do ato.

(iv) É recomendável e salutar que a Administração reveja a


duplicidade de designação acima destacada, procedendo a
substituição da servidora na comissão de monitoramento e
avaliação, tendo em vista que ela participou da comissão
de seleção.

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(v) Deve ser providenciada a homologação e publicação do


resultado do chamamento e caso este tenha ocorrido, o
processo administrativo deverá ser instruído neste sentido.

(vi) Apensar de existir manifestação favorável da CPFGF, não


foi encontrada a devida reserva orçamentária13 suficiente
para suportar as despesas oriundas do termo de coloração
a serem realizadas ao longo do exercício financeiro em
curso.

(vii) Por fim, opino pelo prosseguimento do presente feito,


em sentido favorável à celebração do termo de
colaboração desde que observadas as considerações
acima aduzidas, ressalvando o disposto no §2º, art. 35 da
Lei 13,019/201414, que ressalta a natureza de ato opinativo,
não vinculante, do parecer jurídico.

Niterói, 16 de janeiro de 2018.

13
Art. 35. A celebração e a formalização do termo de colaboração e do termo de fomento
dependerão da adoção das seguintes providências pela administração pública:
(...)
II - indicação expressa da existência de prévia dotação orçamentária para execução da
parceria;
14
§ 2º Caso o parecer técnico ou o parecer jurídico de que tratam, respectivamente, os incisos
V e VI concluam pela possibilidade de celebração da parceria com ressalvas, deverá o
administrador público sanar os aspectos ressalvados ou, mediante ato formal, justificar a
preservação desses aspectos ou sua exclusão.

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MARCOS VINICIUS SOUZA DO CARMO


Procurador – Chefe
Núcleo de Licitações e Contratos

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