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TEXTO I:​ QUILOMBOS: MEMÓRIA SOCIAL E METÁFORAS DOS CONFLITOS -

COMUNIDADE DO SAPÊ DO NORTE, ESPÍRITO SANTO (Página 62)

Sobre o autor (retirado do currículo lattes dele) Osvaldo


Martins de Oliveira: Possui mestrado em Antropologia pela
Universidade Federal Fluminense (1999) e doutorado em
Antropologia Social pela Universidade Federal de Santa
Catarina (2005). Atualmente é professor da área de
antropologia no Departamento e na Pós-Graduação em Ciências
Sociais da Universidade Federal do Espírito Santo. Tem
experiência didática e de pesquisa nas áreas de antropologia e
sociologia, atuando principalmente nos seguintes temas:
identidade, memória, territórios negros (rurais e urbanos),
quilombos, comunidades religiosas de matriz africana e
patrimônio cultural

➔ Patrimônio Cultural das comunidades locais


Pouco significado para os detentores do capital
(fazendeiros, empresários…)

Comentário Daniel: Pensando em um fio condutor para os dois


textos creio que o Estado Brasileiro enquanto uma “entidade”
que tem o dever e o poder de prezar pelos seus cidadãos,
utiliza seus instrumentos para “selecionar” quem pode ter
“cidadania” e direitos e coibir aquilo que não se encaixa no
padrão “civilizatório” da nação.

Nos dois textos e em outras situações veremos que os


instrumentos legais são uma faca de “dois gumes”. É possível
criminalizar práticas simples.

O “legalismo” implica em jogar com “cartas marcadas”, basta


ver a atuação dos cartórios, outros representantes do estado
são justamente representantes dos grupos que causam danos as
comunidades tradicionais.

A pergunta que fica é: “Como é feita a escolha de quem pode


ser um cidadão?”

➔ Perspectiva de Criminalização do Negro


Exemplos de histórias onde negros foram hostilizados pela
força do Estado para atender aos interesses mercantis e
capitalistas de fazendeiros e empresários que conflitavam
com comunidades por território e livre exploração dos
mesmos.

➔ “A criminalização dos quilombos tem história no Brasil


desde que os primeiros africanos e seus descendentes
ousaram questionar a ordem colonial estabelecida”
Pois eram definidos enquanto mercadoria

➔ Madeira como a “materialização” dos crimes quilombolas


para a iniciativa privada e para o estado
A lenha extraída de forma sustentável nos territórios
quilombolas do norte do Espírito Santo, conforme venho
verificando em pesquisas ali realizadas desde 1997, é uma
prática tradicional de séculos nessas comunidades. O seu
modo de preparar os alimentos, os derivados da mandioca
(farinha, biscoitos de goma e beiju), o azeite de dendê,
a construção dos quitungos, a fabricação de tambores e
pandeiros usados em suas festas e nos rituais das
religiões de matriz africana dependem da madeira. A
floresta é também local de cultos religiosos e de
oferendas para os seguidores da Mesa de Santa Maria(um
ritual advindo da Cabula). Como seus territórios foram
expropriados pelo uso da força e das artimanhas
cartoriais, e suas florestas destruídas para o cultivo
dos eucaliptos, essas comunidades perderam parte do
patrimônio natural de seus territórios, cabendo-lhes
realizar seus rituais nas minúsculas faixas de matas que
sobraram nas margens dos rios (como pude participar, numa
oferenda realizada em uma matinha à margem do rio São
Domingos, em 2008) e coletar as migalhas dos eucaliptos
para reproduzir seu patrimônio cultural. Depois de
exterminarem quase que por completo todo tipo de vida em
meio à vegetação nativa (florestas, animais e água), o
saldo mais perverso da ação expropriadora dos territórios
dessas comunidades tradicionais pelos grandes
empreendimentos econômicos transnacionais, mesclado com o
capital do Estado Nacional Brasileiro, é a humilhação, a
criminalização e o extermínio de vidas humanas.
Comentário Daniel:

É interessante conhecer um pouco sobre as empresas que trabalham com a monocultura


de eucalipto e o que elas representam, como a luta dos quilombolas e indígenas nos toca
indiretamente a partir do consumo “irresponsável”: Sobre a Aracruz, depois Fibria e agora
Suzano, pretendo montar algo relacionado.

Primeiro: Quais as conexões são possíveis de fazer? O consumo de nossos produtos em


casa, inclusive os mais inofensivos, estão conectados ao desmatamento, expropriação de
terras e ao fenômeno do “deserto verde” em diversos lugares do brasil.

Segundo: as conexões em nível “nacional” dessas empresas, por exemplo com o novo
ministro do meio ambiente.

O Fundo de investimento do BNDES. BNDESPar por exemplo detém cerca de 11 por cento
das ações da Suzano

➔ Baile de Congo de São Benedito: Ticumbi (+ de 200 anos)


No ritual, os brincantes ressemantizam a rivalidade entre
dois reinos, pois o reino de Congo representa os
quilombolas e o de Bamba representa os expropriadores de
seus territórios.

Crítica à monocultura por parte dos quilombolas:


“Secretário do Rei de Bamba
O culpado são vocês
Que a grande floresta plantou
De cana-de-açúcar e eucalipto
Os quilombolas da terra expulsou
E vocês vão morrer de fome
Ou comer erva daninha
Por que raiz de cana-de-açúcar e nem de eucalipto
Não serve pra fazer farinha
E tampouco criar gado,
porco e nem muito menos galinha”.

➔ Memória Social de conflitos nas comunidades quilombolas


Rede de simbologias é tecida e revitalizada na memória e
nos rituais, ao mesmo tempo em que é revitalizadora de
lembranças, de ritos e condições sociais dos atores
envolvidos.

“A reconstrução da memória nas comunidades quilombolas é


um processo que não objetiva retornar ao passado e nele
permanecer, mas reconstruir alternativas de autonomia
produtiva e de liberdade em seus territórios para o
futuro das novas gerações, em um contexto social e
político que possa encantar a vida e os sonhos daqueles
que ainda acreditam que é possível recomeçar.”

Comentário:

Esse ponto é interessante porque mostra que essas comunidades


não são “estáticas” no tempo, elas dialogam com a atualidade
sem perder as raízes.

Vou fazer um fichamento separado, depois diálogo melhor com


essas anotações daqui.
TEXTO II:​ A CRIMINALIZAÇÃO DE NEGROS DO NORTE DE MINAS: PRETOS
“BANDIDOS” E QUILOMBOLAS “LADRÕES DE TERRA E DE GADO”(Página
49)

Sobre o autor(não achei currículo lattes, fonte: escavador e o


texto) João Batista de A. Costa: Possui graduação em Ciências
Sociais pela Universidade Federal de Minas Gerais (1983),
mestrado em Antropologia pela Universidade de Brasília (1999)
e doutorado em Antropologia pela Universidade de Brasília
(2003). Atua como professor-pesquisador com estudo e pesquisas
sobre temáticas culturais vinculadas às populações
tradicionais, Sertão, Identidade Regional e diversas temáticas
necessárias à formação dos estudantes na área disciplinar da
Antropologia Social na graduação da Universidade Estadual de
Montes Claros. No Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento
Social estou vinculado à linha de pesquisa Movimentos sociais,
identidade territorialidade, além de ofertar disciplinas
obrigatórias e disciplinas optativa. Atualmente sou membro da
Comissão de Pós-Graduação que assessora o Colegiado e à
Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento
Social, além de realizar orientações e co-orientações de
mestrandos e doutorandos. Membro da Comissão Verdade e Memória
do Grande Sertão, instalada em 2016, para apurar as repressões
a camponeses norte mineiros durante a vigência da ditadura
militar.

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