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Papiloscopia:

É a ciência que trata da identificação humana através das


papilas dérmicas existentes na palma das mãos e na sola dos
pés, mais conhecida pelo estudo das Impressões Digitais.

Papiloscopista:
É o nome dado ao profissional da Papiloscopia.

História da identificação e seus personagens

Figura 1: Desenho pré-histórico.


Fonte: < www.morpho.com>,12/12/01.
Há várias evidências que o interesse humano em impressões digitais data da pré-história.
Em uma face de precipício na Nova Escócia há um desenho (fig. 1) que mostra uma mão
com uma digital em espiral presumivelmente feito por nativos pré-históricos.
Há registro de placas de cerâmica antiga retiradas de uma cidade soterrada no Turquestão,
com os seguintes dizeres: "Ambas as partes concordam com estes termos que são justos e
claros e afixam as impressões dos dedos que são marcas inconfundíveis".
Na China do século VII, nos casos de divórcio, o marido tinha que dar um documento para
a divorciada, autenticado com suas impressões digitais.
No século IX na Índia, os analfabetos tinham seus documentos legalizados com as suas
impressões digitais.
Apesar da difusão do emprego da impressão digital como ferramenta individuadora, não
havia até então uma aplicação científica do seu uso para identificação humana.

Marcello Malphighi

Figura 2 : Marcello Malphighi.


Fonte: < www.rc.kyushu-u.ac.jp >,10/11/01.

Em 1.686, Marcello Malphighi (fig. 2), professor de anatomia na Universidade de Bolonha


- Itália, com o auxílio de um microscópio (recém inventado), estudou a superfície da pele e
notou os cumes elevados na região dos dedos e os descreveu como " da laçada a espirala "
mas não fez nenhum comentário no possível uso das mesmas como ferramentas de
identificação.
Muito antes dos cientistas forenses se interessarem por impressões digitais para
identificação humana, a sociedade de todas as eras tinham reconhecido a necessidade de
estigmatizar os criminosos.
Métodos antigos de identificação biométrica consistiam em infligir cicatrizes, marcas, ou
tatuagens nos criminosos. A mutilação era (e em alguns países, ainda é) uma atitude
extrema, mas efetivo modo de marcar um ladrão.
Mas este tipo de mutilação, bem como marcar com ferro em brasa (ferrete - França),
desapareceu na maioria dos países na primeira metade do século XVIII quando a
civilização desenvolveu um sistema de lei criminal e uma maior importância do indivíduo
na sociedade.
No caso da reincidência o castigo a ser aplicado ao transgressor era mais severo, o
delinqüente buscava esconder suas ofensas passadas assumindo uma falsa identidade, e
como nesse período não havia nenhum método eficaz de identificação, esta era uma tarefa
relativamente fácil para o criminoso. Com o passar dos anos ficou óbvio que muitos
criminosos reincidentes estavam sendo tratados como primários, o que martirizava a polícia
e juizes da época. A comunidade de execução da lei virou sua atenção para este sério
problema, e um novo método de identificação, fazia-se necessário.

Johannes Evangelista Purkinji

Figura 3: Johannes Evangelista Purkinji.


Fonte: <www.eneate.freeserve.co.uk>,10/11/01.

Em 1823, o tcheco Johannes Evangelista Purkinji (fig. 3), professor de anatomia na


Universidade de Breslau, publicou sua tese onde citava nove padrões de impressões
digitais.
Apesar de, assim como Marcello Malphighi, também não ter feito nenhuma menção de seu
valor como ferramenta de identificação, deixou o caminho aberto para descobertas que
estavam por vir.

A Antropometria de Alphonse Bertillon


O primeiro método científico de identificação amplamente aceito foi desenvolvido pelo
francês Alphonse Bertillon (fig. 4) em 1879. A antropometria, também chamada de
Bertillonage em homenagem a seu criador, confiava em uma combinação de medidas
físicas coletadas por procedimentos cuidadosamente prescritos. É um sistema complexo e
completo de identificação humana, além dos assinalamentos antropométrico, descritivo e
dos sinais particulares, apresenta a fotografia do identificado de frente e de perfil,
reproduzida a um sétimo e as impressões digitais que foram introduzidas por Bertillon em
1894, obedecendo uma classificação original.

Figura 4: Alphonse Bertillon.


Fonte:< www.morpho.com>,12/12/01.
Na Bertillonage, as impressões digitais representam um mero elemento de identificação a
mais, visto que a chave do sistema é baseada na antropometria. No sistema havia três fichas
para classificação que formavam 9 grupos subdivididos em 3 subgrupos resultando 27
categorias.
Inicialmente, se formavam dois grandes grupos, segundo o sexo e a idade das pessoas. O
terceiro grupo formado pela dimensão média da cabeça, oscilando entre 185 mm a 190 mm,
que foram classificados em pequenas, médias e grandes.
A classificação das fichas faz-se mediante as medidas obtidas no assinalamento
antropométrico e finalmente repartidas em armários adequados, de modo que, qualquer que
seja o número de fichas, o reconhecimento de um reincidente se faz facilmente pela
situação ordenada de sua ficha e pela eliminação das demais.
As medidas são representadas por símbolos que são registrados em fichas de cartolina
medindo 161 mm de comprimento por 142 mm de largura. Na mesma é colocada uma
fotografia de frente e as impressões dos dedos polegar, indicador, médio e anular direito e
nesta ficha também se anotavam a filiação, os antecedentes, os dados pessoais e indicativos
bem como as marcas e anomalias, caso existentes.
Quando da apreensão, o criminoso era medido, descrito e fotografado (fig. 5 ) e o cartão
completo era indexado na categoria apropriada. Um arquivo de 5.000 registros por
exemplo, conteria apenas uns 20 cartões em cada uma das categorias primárias não sendo
difícil comparar o registro novo com cada um dos outros cartões da mesma categoria.
O sistema de Bertillon foi adotado oficialmente pela Polícia de Paris em 1882 e em seguida
por toda a França, Europa e o resto do mundo ( no Brasil em 1894 ).

Figura 5: Sistemas de coleta das medidas estipuladas por Bertillon.


Fonte:< www.morpho.com>, 12/12/01.
Ironicamente, o entusiasmo inicial para o sistema de Bertillon mostrou uma de suas
desvantagens. Como as agências de execução de lei começaram a arquivar mais e mais
cartões, a quantidade em cada categoria cresceu continuamente, e embora 243 categorias
eram mais que suficiente para uma agência de 5.000 cartões, para uma instituição grande
como o Departamento de Prisão Estadual de Nova Iorque, o tempo exigido na procura de
cartões duplicados aumentou de minutos para horas. Como resultado, as agências
começaram a usar sub-classificações para ajudar no processo de escolha, dificultando ainda
mais a tomada das medidas.
As dificuldades na classificação não foram os únicos problemas enfrentados pelo sistema. A
antropometria apresentou uma falha que a conduziu ao abandono como ferramenta de
identificação. Medidas de Bertillon não eram de fato sem igual.
Vários casos de identidade enganada provaram que havia certas características físicas
comuns que pareciam ser idênticas dentro dos limites de precisão do sistema.

O caso Will e Willian West


Figura 6: Fotos Will e Willian West Penitenciária Federal, Leavenworth EUA.
Fonte:< www.morpho.com>,12/12/01
Um dos casos mais proeminentes de identidade enganada que envolve o sistema de
Bertillon foi o de Will West. Ao chegar na Penitenciária Federal a Leavenworth- EUA em
1903, West negou qualquer encarceramento anterior, no entanto, ao emparelhar suas
medidas com as existentes no arquivo daquela instituição, o agente descobriu um cartão
com as mesmas medidas com o nome de William West. As fotografias de William West
pareciam idênticas comparadas com as do novo prisioneiro (fig. 6 ).
Além da semelhança visual, os dois homens se pareciam no nome também. As fórmulas
derivadas das medidas de Bertillon também eram quase idênticas, bem dentro do alcance
que poderia ser atribuído a variações individuais. Porém, quando as impressões digitais de
ambos foram comparadas, não havia nenhuma semelhança. O caso desacreditou três
métodos usados na identificação humana, o nome pessoal , a fotografia, e as medidas de
Bertillon, sendo todos sobrepujados em precisão e confiabilidade pelas impressões digitais.
Embora algumas agências continuaram a usar o sistema de Bertillon até os anos trinta, a
impressão digital era obviamente o sistema de identificação do futuro.

William James Herschel - o primeiro banco de dados


Em julho de 1858, o britânico William James Herschel (fig. 7), Magistrado Principal do
distrito de Hooghly em Jungipoor - Índia, estava tendo problemas no cumprimento dos
contratos feitos com os nativos e decidiu usar uma técnica antiga daquele local. Em uma
tentativa, e sem pensamento de identificação pessoal, Herschel fez com que Rajyadhar
Konai, um homem de negócios local, colocasse a impressão da mão dele no verso do seu
contrato. A idéia inicial era de somente "assustar" , longe de todo pensamento o de repudiar
a assinatura dele. O nativo ficou impressionado e cumpriu o contrato.
Figura 7: William James Herschel.
Fonte: <www.spsmvbr.cz>, 10/11/01.
Diante do resultado positivo, Herschel fez disso um hábito, requerendo a impressão da
palma da mão, e posteriormente apenas a impressão do dedo médio em todos os contratos
daquela data em diante.
Com o uso contínuo desta prática, a coleção de impressão digital foi crescendo, e Herschel
começou a notar que as impressões podiam realmente provar ou contestar a identidade das
pessoas.
Apesar de suas experiências com impressões digitais serem limitadas, Herschel estava
convicto elas eram de fato sem igual, como também permanente ao longo da vida do
indivíduo, o que o inspirou a ampliar o uso.

Henry Faulds - primeiro método de classificação


Figura 8: Henry Faulds.
Fonte: <http://criminaljustice.state.ny.us/ops/history/ph_fauld.htm>,07/11/01.
Sem terem notícias um do outro, por volta de 1870 Henry Faulds (fig. 8), Cirurgião
britânico superintendente do Hospital de Tsukiji em Tóquio no Japão, começou seus
estudos depois de notar marcas de impressões digitais em cerâmicas pré-históricas. Faulds
não só reconheceu a importância das impressões digitais como um meio de identificação,
mas também inventou um método de classificação para as mesmas.
Em 1880, Faulds publicou um artigo no Diário Científico, "Nature" (natureza) onde
discutia sobre impressões digitais como meio de identificação pessoal, e o uso de tinta de
impressora como um método para obter tais impressões. Um mês depois Herschel também
publicou um artigo na mesma revista falando de suas experiências.
Ainda em 1880, Faulds remeteu uma explicação do seu sistema de classificação e uma
amostra das formas que tinha projetado para registrar impressões digitais a Charles Darwin
que em idade avançada e doente, informou a Faulds que não poderia ajudá-lo, mas que
passaria todo o material de estudo para seu primo, Francis Galton.

Francis Galton - aplicação científica para a dactiloscopia


Francis Galton (fig. 9), antropólogo britânico , começou seu trabalho com impressões
digitais em 1880, embasado nos trabalhos de Herschel e Faulds. Em 1892, publicou seu
livro " Impressões digitais ", estabelecendo sua individualidade e permanência. O livro
incluiu o primeiro sistema de classificação das impressões digitais, onde três padrões
básicos de impressões digitais - laçada, arqueada e Whorl(verticilo)- eram classificados
alfabeticamente e distribuídos por entre os dez dedos das mãos, por exemplo: LLAWL
LWWLL .

Figura 9: Francis Galton.


Fonte:<www.nceas.ucsb.edu/~alroy/ lefa/Galton.html>, 10/11/01.)
O interesse de Galton em impressões digitais era inicialmente como ajuda para determinar a
hereditariedade e fundo racial das pessoas, mas logo descobriu que impressões digitais não
oferecem nenhuma pista firme à história genética do indivíduo. Ele provou cientificamente
o que Herschel e Faulds já suspeitavam: impressões digitais não mudam no curso da vida
de um indivíduo, e nenhuma impressão digital é exatamente igual a outra.
Galton identificou também as características pelas quais podem ser identificadas as
impressões digitais. Estas características são as mesmas usadas hoje, e freqüentemente
chamadas de detalhes de Galton.

Juan Vucetich Kovacevich - sistema adotado pelo Brasil


Juan Vucetich Kovacevich (fig. 10), nascido aos 20 de Julho de 1858 na cidade de
Dalmácia Império " Austro-húngaro " (atual Iugoslávia), naturalizou-se argentino, e aos 24
anos de idade ingressou na polícia de La Plata - Buenos Aires. Vucetich foi incumbido de
trabalhar no setor de identificação de La Plata, ainda com o sistema de Bertillonage.
Após tomar conhecimento dos trabalhos de Galton, inventou o seu próprio sistema de
arquivamento e identificação através das impressões digitais dando-lhe o nome de
ICNOFALANGOMETRIA.
Em 1º de setembro de 1891, seu sistema foi implantado na chefatura de polícia de La Plata,
onde foram identificados 23 presos.

Primeira identificação criminal

Figura 10: Juan Vucetich Kovacevich.


Fonte: <http://www.gregandsheila.com/consult/vucet.htm>,10/11/01.
A ele deve-se também o primeiro caso autêntico de identificação de um autor de crime
através das impressões digitais, ocorrido 1892 , quando uma mulher chamada Francisca
Roja mata dois filhos, corta a própria garganta e acusa um seu vizinho como sendo o
criminoso. A Polícia encontra na porta da casa a marca de vários dedos molhados de
sangue. As impressões encontradas coincidiam exatamente com as de Francisca, que é tida
como verdadeira culpada.

Francisco Latzina - a origem do nome dactiloscopia


No ano de 1894, o argentino Francisco Latzina publicou no jornal "La Nacion", de Buenos
Aires, um artigo no qual critica favoravelmente o sistema de Vucetich, sugerindo
entretanto, que o nome ICNOFALANGOMETRIA, fosse substituído por dactiloscopia.

Edward Richard Henry - o sistema inglês


Durante a mesma década, na Índia, o funcionário britânico Edward Richard Henry (fig. 11)
encontrava em Bengala os mesmos problemas que tinha incitado Herschel a usar
impressões digitais no Distrito de Hooghly.

Figura 11: Edward Richard Henry.


Fonte: <http://criminaljustice.state.ny.us/ops/history/ph_henry.htm>, 10/11/01.
Acreditando que um sistema de impressões digitais seria a resposta aos seus problemas,
Henry começou a se corresponder com Galton e depois o visitou na Inglaterra. Ao retornar
à Bengala, Henry ordenou que impressões digitais e medidas de Bertillon seriam tiradas de
todos os prisioneiros da sua jurisdição.
O seu problema de classificação de impressão digital ainda seria solucionado, como Henry
expõe em um relatório datado de julho de 1896. Brevemente depois disso, Henry alcançou
a solução. Desenvolveu um sistema próprio de classificação baseado em valores numéricos
para cada dedo e na presença ou ausência de "verticilos". Seu sistema produziu 1.024
classificações primárias, e foi instituído em Bengala em 1897.
O sistema foi tão bem aceito em Bengala que Henry pediu formalmente para que o
Governo da Índia considerasse a possibilidade de substituir Bertillonage por impressões
digitais como meio primário de identificação.
O pedido de Henry foi concedido. Um comitê independente se encontrou em março de
1897 e concluiu que impressões digitais são superiores à Bertillonage e em junho daquele
ano, o Governador Geral assinou uma resolução, determinando que daquela data em diante
o método oficial de identificar os criminosos na Índia britânica seria o de impressões
digitais.
Uma vez que o Sistema de Classificação de Impressão digital de Henry tinha demonstrado
boa desenvoltura na Índia, outro comitê foi nomeado para revisar o método de identificação
de Jarda da Escócia. Este comitê também recomendou que Bertillonage fosse abandonado
em favor das impressões digitais, o que logo em seguida aconteceu.
Em 1900, Henry, publicou na Inglaterra seu livro "Classification and uses of finger prints"
(Classificação e uso de impressões digitais), expondo seu sistema dactiloscópico, adotando
quatro tipos fundamentais: arcos, presilhas, Whorl (verticilos) e compostos. Em 1901 foi
adotado oficialmente na Inglaterra pela Scotland Yard e em poucos anos o sistema estava
implantado na maioria dos países de língua inglesa.

José Félix Alves Pacheco - a identificação dactiloscópica no Brasil.


Em 1891 começa em São Paulo, a identificação por meio da fotografia (Decreto 09, de 31
de dezembro), empregado como método exclusivo de identificação.
A partir de 1901, o Gabinete Antropométrico do Distrito Federal (RJ), passou a ser dirigida
por José Félix Alves Pacheco (fig. 12), que ali permaneceu até o ano de 1906.

Figura 12: José Félix Alves Pacheco.


Fonte: (APPOLRJ).
Em 1902, é instituída em São Paulo, a identificação Antropométrica, com a inauguração,
em 17 de julho, do Gabinete de Identificação Antropométrica.
O Decreto 4.764, de 05 de fevereiro de 1903, Governo do então Presidente Rodrigues
Alves, por insistência de Félix Pacheco, dá novo regulamento à Secretaria de Polícia do
Distrito Federal, e introduz no Brasil a identificação datiloscópica. Diz o Decreto no seu
Artigo 57:
"Art. 57 - A identificação dos Delinqüentes será feita pela combinação de todos os
processos atualmente em uso nos países mais adiantados, constando do seguinte, conforme
o modelo do Livro de Registro Geral, anexo a este Regulamento: Exame descritivo
(Retrato Falado); notas cromáticas; observações antropométricas; sinais particulares,
cicatrizes e tatuagens; impressões digitais; fotografia de frente e de perfil.
Parágrafo Único - Estes dados serão na sua totalidade subordinados à classificação
datiloscópica, de acordo com o método instituído por D. Juan Vucetich, considerando-se,
para todos os efeitos, a impressão digital como prova mais concludente e positiva da
identidade do indivíduo, dando-se-lhe a primazia no conjunto das outras observações, que
servirão para corroborá-la."
Em 1905 ano da realização, no Rio de Janeiro, do 3º Congresso Científico Latino
Americano; Vucetich, que veio ao Brasil, apresentou um trabalho intitulado "Evolución de
La Dactiloscopia";
Em 1907 é instituída em São Paulo, por força do Decreto 1533-A, de 30 de novembro, a
identificação datiloscópica.
Em 1935 sob a direção do Dr. Ricardo Gunbleton Daunt, no Serviço de Identificação
de São Paulo, é criado o arquivo dactiloscópico monodactilar e o laboratório de locais
de crime.
Em 1941, o decreto-lei 3.689, de 03 de outubro, promulga o Código de Processo Penal, que
estabelece, em seu artigo 6º, inciso VIII, a obrigatoriedade de identificação criminal no
País.
Em 1968 foi elaborado o Manual Técnico dactiloscópico do I.N.I.- Instituto Nacional de
Identificação -, introduzindo inovações na classificação e arquivamento das individuais
datiloscópicas.
Em 1988 a Constituição Brasileira determina em seu Artigo 5º Inciso LVIII, que "O
civilmente identificado não será submetido a Identificação Criminal, salvo nas hipóteses
previstas em lei".
Em 1997 a Lei 9.454 de 07 de abril instituiu o número único de Registro de Identidade
Civil.
Em 2000 a Lei no 10.054, de 7 de dezembro:
Art. 3o O civilmente identificado por documento original não será submetido à identificação
criminal, exceto quando:
I – estiver indiciado ou acusado pela prática de homicídio doloso, crimes contra o
patrimônio praticados mediante violência ou grave ameaça, crime de receptação
qualificada, crimes contra a liberdade sexual ou crime de falsificação de documento
público;
II – houver fundada suspeita de falsificação ou adulteração do documento de identidade;
III – o estado de conservação ou a distância temporal da expedição de documento
apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais;
IV – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações;
V – houver registro de extravio do documento de identidade;
VI – o indiciado ou acusado não comprovar, em quarenta e oito horas, sua identificação
civil.

ESTUDO DA PELE
A pele (fig. 13) é o maior órgão de nosso corpo. Sua espessura varia de 0,5 a 6 mm e
funciona como uma capa que protege os órgãos internos.
É composta por:
Epiderme: camada visível formada por células mortas ou prestes a morrer.
Derme: fica logo abaixo da epiderme e contém a raiz dos pêlos, terminações nervosas e
vasos sangüíneos, além do colágeno, que dá elasticidade à pele.
Figura 13: Desenho representando a pele humana e suas divisões.
Fonte: <http://orbita.starmedia.com/~vitiello1/pele.html>,16/08/01.
Hipoderme: onde ficam as gorduras, as veias e os músculos.
O local em que a derme e a epiderme se encontram é irregular pois elas se interpenetram
formando ondulações denominadas papilas dérmicas. Onde a pele é mais espessa, como a
palma das mãos e a sola dos pés, elas se tornam visíveis e possuem configurações distintas,
peculiar a cada indivíduo.

Figura 14: Desenho representando as cristas e sulcos das papilas.


Fonte: <http://orbita.starmedia.com/~vitiello1/pele.html>,16/08/01.
As papilas dérmicas são formadas por cristas papilares e sulcos interpapilares (fig. 14),
e se formam entre seis e oito semanas antes do nascimento do indivíduo permanecendo
imutáveis - ao olhos do perito papiloscópico - por toda a vida, até a putrefação.
As cristas papilares estão separadas umas das outras pelos sulcos interpapilares, numa
distância de dois a sete décimos de milímetro.

Papilogramas
Às impressões formadas pelas papilas dérmicas dá-se o nome de papilogramas, onde as
linhas negras são formadas pelas cristas papilares e os espaços em branco formados pelos
sulcos interpapilares.

Figura 15: Papilograma com seus pontos característicos em destaque.


Fonte: (DelPol).
Em uma impressão papilar há particularidades anatômicas de caráter congênito que variam
na sua apresentação, formato, dimensão, localização e direção. Esses caracteres são
chamados pontos característicos (fig. 15), que diferenciam e individualizam cada
impressão. São a base sólida na afirmativa da identidade entre dois papilogramas.
Todos esses detalhes anatômicos, as marcas e cicatrizes são sinais imutáveis presentes nas
cristas papilares e permitem ao perito que analisa os papilogramas, afirmar com precisão
absoluta a identidade de um ser humano.

papiloscopia
No começo do século XX, Alphonse Bertillon (pai da ciência forense) afirmou e
demonstrou que não só as impressões digitais, mas também as impressões palmares (palma
da mão) e plantares (sola do pé), são elementos de identificação incontestáveis e que
mesmo uma pequena parte destas impressões é suficiente para determinar a identidade do
indivíduo, basta que ela apresente certo número de particularidades coincidentes.

O estudo dos poros


Em 1912, Edmond Locard observou que da mesma forma que os detalhes de Galton, os
poros são permanentes, imutáveis e individuais, podendo estabelecer a identidade do
indivíduo quando a impressão papilar não fornecer características suficientes para a
identificação.
Ao estudo das papilas dérmicas é dado o nome de Papiloscopia (Papilas + Skopën =
examinar ): ciência que trata da identificação humana através das papilas dérmicas.

Ramos da papiloscopia
A Papiloscopia é dividida em quatro partes:
Quiroscopia: processo de identificação por meio das impressões palmares;
Podoscopia: processo de identificação por meio das impressões plantares;
Poroscopia: processo de identificação por meio dos poros das papilas dérmicas; e
Datiloscopia: processo de identificação humana por meio das impressões digitais.

Requisitos exigidos para uma ferramenta de identificação


Toda ferramenta de identificação possui alguns requisitos fundamentais, qual sejam:
Unicidade: todos os indivíduos de todas as raças possuem impressões papilares;
Perenidade: surgem no 6º mês de vida fetal e só desaparecerem com a putrefação da pele;
Imutabilidade: o desenho não se altera durante a existência do indivíduo;
Variabilidade: o desenho papilar varia de pessoa para pessoa.

Quiroscopia
Quiroscopia (quiros =mão + Skopën =examinar): ciência que trata da identificação
humana através das papilas dérmicas palmares (impressões palmares).
O desenho quiroscópico é formado por cristas papilares e sulcos interpapilares,
apresentando deltas, pontos característicos e poros, possuindo os requisitos unicidade,
perenidade, imutabilidade e variabilidade.
Figura 16: Mão humana e suas regiões.
Fonte: (DelPol).
Podemos classificar a palma da mão em três regiões (fig. 16):
Tenar : É a região situada na base do dedo polegar.
Hipotenar: É a região que se encontra do lado externo da palma da mão, ou seja, do
prolongamento do dedo mínimo, ocupando uma posição oposta à região tenar.
Superior ou Infra-Digital : É a região situada imediatamente abaixo dos dedos
indicadores, médio, anular e mínimo.

Podoscopia
Podoscopia (podo =pé + Skopën =examinar): ciência que trata da identificação humana
através das papilas dérmicas plantares (impressões plantares).
O desenho podoscópico é formado por cristas e sulcos interpapilares, apresentando deltas,
pontos característicos e poros, possuindo os requisitos unicidade, perenidade, imutabilidade
e variabilidade.
A podoscopia é utilizada com maior freqüência pelas maternidades, na identificação dos
recém-nascidos, e ainda no confronto de impressões podoscópicas encontradas em locais de
crime.

Figura 17: Pé humano e suas regiões.


Fonte: (DelPol).
Com a finalidade de identificação a coleta de impressões plantares, podemos dividir a
planta dos pés em cinco regiões, a saber (fig. 17):
1- região do grande artelho (dedão);
2- região do segundo ao quinto artelho;
3- região fibular (fíbula), lado externo do pé;
4- região tibial, lado interno (arco do pé);
5- região do calcanhar.

Poroscopia
Poroscopia (poro + Skopën =examinar): ciência que trata da identificação humana através
dos poros encontrados nas cristas papilares.
Em papiloscopia, os desenhos formados pelos poros nos papilogramas (fig.18), servem
como meio complementar e seguro para estabelecer a identidade, quando o número de
pontos característicos encontrados em uma impressão ou fragmento de impressão papilar
for insuficiente, pois também possuem as mesmas propriedades que as papilas dérmicas –
perenidade, imutabilidade e variabilidade.
Na poroscopia, estuda-se:
O número – varia segundo a distância de um para outro orifício (poro), de 9 a 18 por mm2.
Posição – localiza-se na parte central e periférica das cristas papilares.
Dimensões – variam em regra de 80 a 250 micromilímetros.

Figura 18: Foto de impressões ampliada, permitindo observar os desenhos dos poros.
Fonte:<http://orbita.starmedia.com/~vitiello1/pele.htmlwww.scafo.org >, 2001.

Forma – os poros apresentam as seguintes configurações: circular, oval, estrelário e


triangular.
O exame de confronto consiste na tomada das mensurações com a ajuda de um compasso, a
fim de obter-se todas as medidas necessárias além do levantamento da forma e localização
do poro nas peças negativas das fotografias ampliadas 45 vezes. As cristas aumentam 10 a
15 mm de largura e os orifícios sudoríparos surgem nítidos, discerníveis nas suas
minudências, no diâmetro de seis a oito milímetros.

Dactiloscopia
Dactiloscopia : ciência que trata da identificação humana através das papilas dérmicas
digitais (impressões digitais).
Um ser humano normal possui cinco dedos em cada mão, dispostos em fileira, na ordem
convencional de polegar, indicador, médio, anular e mínimo, formados pelos ossos da
falange, falanginha, falangeta,(fig. 19) a contar da base onde se articulam com os ossos
metacarpianos correspondentes, que os sustentam e dão articulação. O polegar possui
apenas falange e falangeta e se destaca dos demais por ser o mais grosso e curto da mão.
Figura 19: Impressão de um dedo indicador apresentando sua divisões.
Fonte: (DelPol).

Os dedos apresentam duas faces; palmar e dorsal além dos bordos externo, interno e
distal.
A dactiloscopia estuda as papilas localizadas na falangeta ou falange distal, as quais
formam desenhos distintos que permite sua classificação e arquivamento.

Vantagens da dactiloscopia sobre os demais ramos da papiloscopia


A dactiloscopia, além dos requisitos fundamentais da identificação humana - perenidade,
imutabilidade e variabilidade - possui também:
Classificabilidade: permite que os desenhos digitais sejam facilmente classificados para o
arquivamento.
Praticidade: a obtenção das impressões digitais é simples, rápida e de baixo custo.

Elementos da impressão digital


Figura 20: Desenhos de uma mesma impressão e seus elementos principais.
Fonte: (DelPol).
A impressão digital é dividida em três regiões ou grupos de linhas (fig. 20):
Região basal ou linhas basilares: Localiza-se entre a prega interfalangeana e o ramo
inferior das linhas diretrizes, e suas linhas seguem de um lado ao outro do dedo mais ou
menos paralelas.
Região do núcleo ou linhas nucleares: localiza-se entre os ramos inferior e superior das
linhas diretrizes e a performance de suas linhas, juntamente com a posição em que se
encontra o delta, determina o tipo e o sub-tipo da impressão digital.
Região marginal ou linhas marginais: localiza-se acima do ramo superior das linhas
diretrizes até a base da unha e suas linhas segue de um lado ao outro do dedo mais ou
menos paralelas tomando uma forma abalada.
Delta é a figura em forma de triângulo ou trirrádio (fig. 21), formada no encontro das três
regiões, marginal, nuclear e basal, e o prolongamento imaginário de seus "braços" forma as
linhas diretrizes que define a divisão de cada uma das regiões ou grupo de linhas. Ele
localiza-se no quadrante inferior da impressão digital e pode aparecer de várias formas
diferentes. Sua principal função no sistema de Vucetich é definir o tipo fundamental da
impressão digital dando também referência para contagem das linhas, onde uma linha
imaginária (linha de Galton) é apoiada no primeiro ponto característico logo a frente do
delta, caso não o tenha será apoiada no próprio delta e estendida até o ápice da laçada mais
central no núcleo, contando-se as linhas por ela cortada.
Figura 21: Desenho que mostra algumas formas de Delta ou Trirrádios.
Fonte: (DelPol).

Sistema de classificação de Vucetich


Tipos fundamentais
O sistema de classificação idealizado por Juan Vucetich consiste em quatro tipos
fundamentais a saber:

Arco (fig. 22): é o datilograma, geralmente adéltico, formado por linhas que atravessam o
campo digital, apresentando em sua trajetória formas mais ou menos paralelas e abauladas
ou alterações características. É representado pela letra A para os polegares e número 1 para
os demais dedos.
Presilha interna (fig. 23): é o datilograma com um delta à direita do observador,
apresentando linhas que, partindo da esquerda, curvam-se e voltam ou tendem a voltar ao
lado de origem, formando laçadas. É representado pela letra I para os polegares e o número
2 para os demais dedos.

Presilha externa ( fig. 24): é o datilograma com um delta à esquerda do observador,


apresentando linhas que, partido da direita, curvam-se e voltam ou tendem a voltar ao lado
de origem, formando laçadas. É representado pela letra E para os polegares e o número 3
para os demais dedos.
Verticilo ( fig. 25): é o datilograma com um delta à direita e outro à esquerda do
observador, tendo pelo menos uma linha livre e curva à frente de cada delta. É representado
pela letra V para os polegares e o número 4 para os demais dedos.

Arquivamento
No sistema de Vucetich, o arquivamento é do tipo decadactilar, ou seja, são utilizadas as
impressões dos dez dedos das mãos do indivíduo para a classificação e arquivamento.
Essas impressões são coletadas e dispostas em uma ficha específica (fig. 26) que contém
em um dos lados dez campos na seqüência polegar, indicador, médio, anular e mínimo,
sendo os cinco da mão direita em cima e os cinco da mão esquerda em baixo tendo para
cada um dos dedos três campos na parte superior onde é registrado o tipo fundamental, o
sub-tipo e a contagem das linhas de cada dedo respectivamente.
No verso da ficha, é colocado a qualificação do identificado, ou seja, nome, filiação, data
de nascimento etc., e a seqüência dos dedos indicador, médio, anular e mínimo de cada uma
das mãos, unidos em uma única impressão, bem como a impressão de cada um dos
polegares nos locais determinados. Esse procedimento serve para conferir a seqüência das
impressões dos dedos coletada no anverso da ficha.
Figura 26: Ficha dactiloscópica em frente e verso.
A disposição das impressões digitais na ficha forma a ID, (individual dactiloscópica) que
baseada nos tipos forma uma fração alfanumérica sendo letras para os polegares e números
para os demais dedos. Exemplo: V1343 / V2122 (fig.. 27).
O arquivamento das fichas é baseado na fórmula dactiloscópica da ID (individual
dactiloscópica) sendo sua distribuição feita da seguinte forma:
Primeira divisão: forma-se 4 grupos independentes de fichas com base no tipo
fundamental encontrado no polegar direito. Exemplo: grupo A, grupo I, grupo E , grupo V.
Segunda divisão: dentro de cada grupo, forma-se sub-grupos com base no tipo
fundamental do polegar esquerdo. Exemplo:
1º Grupo A - A/A, A/I, A/E, A/V;
2º Grupo I - I/A, I/I, I/E, I/V;
3º Grupo E - E/A, E/I, E/E, E/V e
4º Grupo V - V/A, V/I, V/E, V/V.
Terceira divisão: dentro de cada subgrupo segue-se a ordem crescente da fração numérica
formada pelos tipos dos dedos, indicador, médio, anular e mínimo. Exemplo:
1º- 1111/1111, 2º-1111/1112 , 3º-1111/1113, 4º-1111/1114, 5º-1111/1121, 6º-
1111/1122, ... .....256º- 1111 / 4444, 257º- 1112 / 1111, 258º- 1112 / 1112, ..............65.536º-
4444 / 4444.
Por exemplo, uma ficha dactiloscópica com a seguinte fórmula V3321 / I4233:
Coloca-se a ficha no grupo V (arquivo destinado às fichas que possuem impressão digital
do tipo verticilo no polegar direito);
Dentro deste grupo V, coloca-se a ficha no sub-grupo I (posição destinada às fichas que
possuem impressão digital do tipo presilha interna no polegar esquerdo) e;

Figura 28: Desenho representando um arquivo decadactilar e a localização de uma


ficha.
Finalmente, dentro do sub-grupo I, coloca-se a ficha na posição correspondente à fração
numérica 3321/4233 que estará entre os extremos 1111/1111 e 4444/4444 (fig. 28).
Com este sistema de arquivamento, formamos 4 grupos com os polegares direito, contendo
4 subgrupos de polegares esquerdos em cada grupo e 65.536 combinações numéricas
formadas pelos demais dedos para cada subgrupo, perfazendo um total de 1.048.576
combinações possíveis.

Subtipos
Como vimos, os quatro tipos fundamentais idealizados por Vucetich possibilita-nos um
grande número de combinações "imaginárias" para o arquivamento, mas a natureza não foi
avisada disso pois ela não segue a mesma distribuição prevista pela matemática. Enquanto
algumas combinações se repetem muito, outras se quer existem. Admite-se que nos grandes
arquivos, o número de combinações catalogadas chega a pouco mais de 0,1% das 1.048.576
combinações possíveis. Isto ocorre porque alguns tipos fundamentais são mais freqüentes
que outros, além dos desenhos digitais sofrerem uma simetria bilateral, ou seja, o tipo
encontrado em um dos dedos de uma das mãos tende a se repetir no dedo correspondente da
outra mão, só que invertendo a imagem como o efeito de um espelho.
Essa simetria entretanto não é uniforme entre os dedos. Alguns tipos são mais sensíveis que
outros à seu efeito, seguindo a ordem: presilha, verticilo e arco.
Estudos indicam que a freqüência dos tipos nos dedos ocorrem da seguinte forma:
Presilhas: incidem em 60% dos casos, sendo que as externas tendem a ocorrer somente nos
dedos da mão direita e as internas nos dedos da mão esquerda, com exceção dos
indicadores que tendem a sofrer uma maior alternância desses tipos. As presilhas têm
preferência de ocorrerem nos dedos mínimo e médio.
Verticilos: incidem em 35% dos casos, distribuindo-se igualmente nas mãos direita e
esquerda, sendo o responsável pela maior variedade das fórmulas. Sua aparição ocorre com
maior freqüência nos dedos polegar, indicador e anular, sendo o efeito da simetria bilateral
maior no dedo polegar.
Arcos: incidem em 5% dos casos, sendo sua ocorrência maior nos dedos indicadores, e seu
efeito bilateral é fraco combinando mais freqüentemente com as presilhas do que com os
verticilos(Clemil José de Araújo, Associação Brasiliense de Peritos Papiloscopistas
2001).
Este fenômeno impôs a necessidade do desdobramento das fórmulas sendo necessário a
criação de subtipos para os tipos fundamentais, elevando a capacidade do arquivo, dando
maior desenvoltura e segurança ao arquivamento.
Os subtipos estão baseados na disposição das linhas nucleares de cada tipo:

Figura 29: Arco Plano.


Arco Plano (fig. 29): símbolo PL, as linhas atravessam o campo da impressão digital,
assumindo configuração mais ou menos abalada, confundindo-se com as linhas basilares e
marginais.

Figura 30: Arco Angular.


Arco Angular (fig. 30): símbolo AG, as linhas se elevam mais ou menos na parte central
da impressão, assumindo a forma de um ângulo agudo ou forma de uma tenda.

Figura 31: Arco Bifurcado à Direita.


Arco Bifurcado à direita (fig. 31): símbolo BD, no âmbito do arco plano, algumas linhas
se desviam à direita, afastando-se da configuração geral daquelas que formam o arco plano,
formando uma espécie de pente ou garfo apontado para a direita.

Figura 32: Arco Bifurcado à Esquerda.


Arco Bifurcado à esquerda (fig. 32): símbolo BE, no âmbito do arco plano, algumas
linhas se desviam à esquerda, afastando-se da configuração geral daquelas que formam o
arco plano, formando uma espécie de pente ou garfo apontado para a esquerda.
Figura 33: Arco Destro Apresilhado.
Arco Destro apresilhado (fig. 33): símbolo DA, a característica é uma única laçada que
ocorre a direita do observador, assumindo certa semelhança com a presilha externa,
apresentando um delta a esquerda do observador, não existindo porém nenhuma linha
entreposta entre este delta e a laçada.

Figura 34: Arco Sinistro Apresilhado.


Arco sinistro apresilhado (fig. 34): símbolo SA, a característica é uma única laçada que
ocorre a esquerda do observador, assumindo certa semelhança com a presilha interna,
apresentando um delta a direita do observador, não existindo porém nenhuma linha
entreposta entre este delta e a laçada.
Figura 35: Presilha Interna Normal.
Presilha interna normal (fig. 35): símbolo NR, apresenta um delta a direita do
observador, e suas linhas nucleares formam laçadas que nascem na extremidade esquerda
retornando ao lado de origem sendo mais ou menos regulares em todo o seu trajeto.

Figura 36: Presilha Interna Invadida.


Presilha interna invadida (fig. 36): símbolo VD, apresenta um delta a direita do
observador, e suas linhas nucleares formam laçadas que nascem na extremidade esquerda
formando o ápice das laçadas, e ao retornarem para o lado de origem desviam de sua
trajetória normal, " invadindo " seu ramo ascendente.
Os subtipos da presilha externa são os mesmos :
1º Presilha externa normal: símbolo NR;
2º Presilha externa invadida: símbolo VD;
porém o delta encontra-se a esquerda do observador.
Figura 37: Verticilo Circular .
Verticilo circular(fig. 37): símbolo CR, além de possuir um delta a esquerda e outro a
direita do observador apresenta no centro do núcleo um ou mais círculos completamente
fechados.

Figura 38:Verticilo Espiral.


Verticilo espiral (fig. 38): símbolo SP, além de possuir um delta a esquerda e outro a
direita do observador apresenta no centro do núcleo uma única linha espiral,
desenvolvendo-se do centro para a periferia.
Figura 39: Verticilo Ovoidal.
Verticilo ovoidal (fig. 39): símbolo OV, além de possuir um delta a esquerda e outro a
direita do observador apresenta no centro do núcleo uma ou mais linhas ovais fechadas, ou
por uma linha que se desenvolve do centro para a periferia descrevendo uma curvatura oval
também fechada.

Figura 40 Verticilo Sinuoso.


Verticilo sinuoso (fig. 40): símbolo SN, além de possuir um delta a esquerda e outro a
direita do observador apresenta no centro da impressão um núcleo duplo com
prolongamento das linhas entre si, assumindo a forma de "S" , "N" ou "Z", considerando-se
como centro do núcleo para efeito de contagem de linhas, o ápice da laçada central mais
próxima do delta da esquerda.
Figura 41: Verticilo Duvidoso.
Verticilo duvidoso (fig. 41): símbolo DV, além de possuir um delta a esquerda e outro a
direita do observador apresenta um núcleo que não pode ser definido como os demais,
tomando-se para contagem de linha o ponto mais central dentro do núcleo.

Tipos especiais
Presilha interna dupla (fig. 42): apresenta um delta a direita do observador, com dois
núcleos dominados pelo mesmo delta, e o núcleo superior geralmente assume a
configuração de uma presilha interna ganchosa.
Presilha externa dupla: reflexo da interna dupla.

Figura 42: Presilha Interna Dupla.


Presilha interna ganchosa (fig. 43): apresenta um delta a direita do observador e o núcleo
forma uma curvatura acentuada, voltada para o lado do delta, ou seja as linhas nucleares
processam uma espécie de invasão pela parte inferior do núcleo.
Figura 43: Presilha Interna Ganchosa.
Presilha externa ganchosa: reflexo da interna ganchosa.

Figura 44: Verticilo Ganchoso.


Verticilo ganchoso (fig. 44): apresenta dois deltas, a direita e a esquerda do observador e as
linhas nas proximidades do centro do núcleo, formam uma entrada, dando ao centro deste
núcleo a configuração de um grão de feijão. Outras vezes, encontra-se um delta ou pseudo
delta onde ocorre a entrada das linhas nucleares nas imediações do centro do núcleo.

Anomalias
Desenhos Anômalos (fig. 45): tipos que não podem ser determinado devido a deformidade
de seu desenho e sua freqüência é muito rara não sendo necessário seu desdobramento
classificados para efeito de arquivamento como 6º tipo.

Figura 45: Desenhos Anômalos.


Anomalias congênitas: são classificadas como 7º tipo sendo divididas em:
1º Polidactilia: caracteriza-se pela incidência de mais de 5 dedos na mão.
2º Ectrodactilia: caracteriza-se pela falta congênita de um ou mais dedos na mão.
3º Sindactilia: caracteriza-se pela união de dois ou mais dedos na mão.
Cicatriz: símbolo X, classifica-se como 8º tipo quando não for possível determinar o tipo
fundamental da impressão devido a deformidade causada.
Amputação: símbolo 0, classifica-se como zero ou 10º tipo na classificação, caracterizada
pela falta da falange distal, salvo nos casos de anomalias congênitas.

Contagem de linhas
Caso os subtipos das impressões de uma ficha não forneçam sub-classificações suficientes
para distinção das fichas, poder-se-á usar a contagem de linhas como uma sub-
subcalssificação, feita como já vimos no capítulo 3.8 Deltas ....contagem das linhas, onde
uma linha imaginária (linha de Galton) é apoiada no primeiro ponto característico logo a
frente do delta, caso não o tenha será apoiada no próprio delta, e estendida até o ápice da
laçada mais central no núcleo, contando-se as linhas por ela cortada (fig. 46).
No caso dos verticilos, a linha de Galton será apoiada no Delta a esquerda do observador, e
no ápice mais próximo deste delta, da laçada mais central.
Figura 46: Exemplo da colocação da "Linha de Galton" em uma presilha interna, para
contagem de linhas, apoiada no delta até o ápice da laçada mais central.
Após a contagem, o número de linhas deve ser aposto no terceiro campo localizado acima
de cada um dos campos de cada dedo da ficha dactiloscópica, sendo que para os polegares
deve-se colocar o número exato de linhas e para os demais dedos apenas a letra
correspondentes ao número de linhas contadas : 1 a 5 letra A, de 6 à 10 letra B, de 11 à 15
letra C, de 16 à 20 letra D de 21 à 25 letra E e de 26 em diante letra F.
Este tipo de classificação da contagem de linhas é o adotado pelo Instituto de Identificação
de São Paulo, podendo no entanto, ser encontrada de forma diferente nos outros Estados da
Federação.

Albotadiloscopia
É um termo criado por Luiz Reyna Almandos, palavra híbrida, composta de:
ALBUS - ALVO, BRANCO
DAKTYLOS - DEDOS
SKOPEIN - EXAMINAR.
O estudo publicado por Reyna Almandos, na Revista de Identificação Y Ciências Penales,
descreve as linhas brancas como sendo falhas do sistema de linhas papilares.
Elas formam traços alheios ao sistema de linhas papilares que aparecem nas impressões
com relativa freqüência (fig. 47).
Elas tem origem em rugosidades existentes nos tecidos da ponta dos dedos, na palma das
mãos e na planta dos pés. É bem diferente do sulco provocado por cicatriz de corte; esse
apresenta uma reentrância ou um vertente na crista papilar motivada pela ação cortante.
Essas linhas brancas não são perenes e nem imutáveis. Aparecem em um ou mais dedos,
muitas vezes, em todos os dedos no formato de retas, levemente curvas, quebradas, mistas,
ligeiramente sinuosas; mas distantes umas das outras. Longas, curtas, medianas, largas,
estreitas. Em relação à prega interfalangeana são transversais, verticais e oblíquas e em
vários sentidos.

Figura 47: Impressão digital com as linhas albodactiloscópicas. Fonte: (DelPol ).


Não está bem definida a origem das linhas brancas. Alguns autores atribuem como um sinal
de senilidade; há aqueles que acreditam na interferência da temperatura úmida ambiental e
o seu relacionamento com determinadas profissões no manuseio constante de produtos
químicos.
Sob o ponto de vista técnico papiloscópico é bastante relativa a presença de linhas brancas
no papilograma; não podemos lhes atribuir um valor absoluto; eis que lhe faltam dois
elementos essenciais da crista papilar que são perenidade e a imutabilidade. Sem esses
atributos, não se pode confiar na sua imagem. Entretanto, pelo seu formato, pela sua
dimensão e espessura, pela sua posição no papilograma, podemos atribuir um valor
puramente indicativo, meramente subsidiário e relativo, condicionando a outros elementos
imutáveis e congênitos de uma peça e outra quando do assinalamento e confronto dos
pontos característicos, pois, as linhas brancas, não são generalidades das pessoas e nem de
todos os dedos do mesmo indivíduo.
Também verificou-se que as linhas brancas aparecem em crianças, jovens, adultos e velhos
e é comum nos portadores de doenças alérgicas, radiodermite, hanseníase bem como nas
mãos de lavadeiras, professoras, feirantes de legumes, pedreiro, copeiro ou em
conseqüência das doenças renais. Porém, essas linhas não coçam, não infeccionam, não
doem e aparecem como um sulco largo e isolado, formam imagens quadriculadas, cruzadas
ou reticuladas combinadas entre si, constituindo uma figura estranha e superposta ao
desenho existente. As linhas brancas não se originam da solução de continuidade das
saliências papilares e algumas desaparecem com os anos, sem deixar nenhum vestígio, e em
outras a persistência é duradoura.
As linhas brancas são de valor indicativo no conjunto de sinais. É mais um dado, mais um
fator que distingue e diferencia as cristas. Esse valor é meramente subsidiário e relativo, é
mais um reforço visual. É certo que essas linhas brancas surgem, aumentam, diminuem,
modificam-se e desaparecem em qualquer tempo. Sua presença no papilograma é
prejudicial ao desenho papilar. Na maioria das vezes, não oferece condições de
classificação, tornando-se um empecilho na subclassificação. As linhas brancas não servem
como elemento condutor da pesquisa visual papiloscópica e não podemos considerá-las
como ponto de realce. São altamente prejudiciais pela interferência de seus traços sobre os
desenhos, dificultando a leitura e a classificação dos mesmos. identificação definitiva.
Ao observar as linhas papilares, vê-se que existem elementos anatômicos que se
sobressaem nas cristas papilares. Esses acidentes anatômicos são chamados de Pontos
Característicos e diferenciam, individualizando cada dedo do ser humano.
Francis Galton os denominou de "minutae", e Juan Vucetich os chamou de Pontos
Característicos, definindo-os como sinais individualizadores que se apresentam nas linhas
papilares e que podem ser encontrados nas pontas dos dedos, nas palmas das mãos e na
planta dos pés, sendo imutáveis em tipo, localização e número, no decorrer do tempo (fig.
48).
Os Pontos Característicos são a base sólida da identidade do datilograma, quando
encontrados em campo papilar com o mínimo de doze pontos característicos, ou três raros e
agrupados de idêntica forma e localização, sem que haja entre eles outro ponto discrepante.
É aceito mundialmente o critério de assinalamento dos pontos característicos porque
distingue um datilograma de outro de forma absoluta. Entretanto, para se saber a quem
pertence , é preciso que uma delas esteja identificada com uma letra, código, ou a própria
qualificação do indivíduo resultando, por exemplo impressão A = impressão B.
Figura 48: Impressões digitais de um mesmo dedo, com 25 anos de intervalo entre as
coletas, apresentando seus pontos característicos na mesma ordem e posições, indicados
por setas e numerados para identifica-los.
Alguns pontos característicos ocorrem com maior freqüência e outros são mais raros. No
Brasil para estabelecer a identidade, é necessário a marcação de no mínimo 12 pontos
idênticos e coincidentes no confronto de dois datilogramas. Este número de pontos foi
sugerido por Alphonse Bertillon. Para Edmond Locard, três pontos raros e agrupados, têm
mais valor que 15 ou 20 extremidades de linhas que são mais freqüentes.

impressões em locais de crime


As impressões em locais de crimes podem ser encontradas de três formas básicas:
Moldadas: quando as impressões são encontradas em materiais que permitem a
modelagem em baixo relevo (massa de fixar vidro por exemplo), tendo o perito que
fotografá-la aplicando à mesma uma luz oblíqua para produzir sombra nos sulcos do molde,
revelando assim o desenho formado pelas cristas papilares e ou poderá moldar tal
impressão com material apropriado como silicone ou gesso, por exemplo.
Visíveis ou entintadas : quando as impressões são deixadas visíveis no local por ter o
agente manuseado substâncias como tinta, sangue, graxa, sujeira etc. sendo fácil sua
localização tendo no entanto o perito que fotografá-las para o estudo que se fizer
necessário.
Latentes: São as impressões mais comuns por serem produzidas por substâncias
segregadas pelo próprio corpo do agente como suor e gorduras.
A reprodução do desenho papilar no local de crime por meio da impressão latente, nem
sempre é perfeita. Muitas vezes são fragmentos papilares deixados ocasionalmente sobre
qualquer suporte pelo toque dos dedos, mãos e pés descalços que provam a presença da
pessoa no local. Ela é produzida por gotas de suor e ou gordura, que são expelidas pelos
poros sendo facilmente localizada por foco de luz oblíqua projetado sobre ela.
Sabe-se que uma impressão latente, estando resguardada de sujeira, sol, chuva e qualquer
outra coisa que possa danificá-la, poderá permanecer por longo tempo fixada no suporte e o
seu aproveitamento poderá ser feito através de reações químicas sobre a mancha, fazendo
aparecer a imagem oculta. Por isso, é necessário preservar o local de crime, para se resgatar
as impressões papilares que por muitas vezes podem identificar o autor.

Agentes reveladores
Para revelar impressões latentes, é necessário o emprego de agentes químicos e técnicas
especiais para manuseá-los.
Negro de Fumo : é um termo genérico usado para identificar uma ampla variedade de
materiais carbonáceos finamente divididos. É um dos materiais mais utilizados na revelação
de impressões latentes encontradas em suportes de fundo claro, sendo aplicado por
pulverização ou por meio de um pincel. Suas micro partículas aderem na mancha deixada
pelas cristas papilares banhadas de suor e ou óleo revelando o desenho das papilas
dérmicas.
Carbonato de chumbo: é um pó branco extremamente fino. É um dos materiais mais
utilizados na revelação de impressões latentes encontradas em suportes de fundo escuro e
transparentes, sendo aplicado por pulverização ou por meio de um pincel. Suas micro
partículas aderem na mancha deixada pelas cristas papilares banhadas de suor e ou óleo
revelando o desenho das papilas dérmicas.
Nitrato de prata : material altamente corrosivo. Causa queimaduras a qualquer área de
contato. Pode ser fatal se engolido. Danoso se for inalado. É utilizado na revelação de
impressões latentes deixadas em papel. Em contato com o cloreto de sódio (suor), produz
cloreto de prata e nitrato de sódio, sendo que o cloreto de prata é indissolúvel permitindo
assim que após a lavagem do papel, todo o material seja removido, exceto o desenho
deixado pela mancha de suor, sendo este revelado com a exposição à luz, revelando assim o
desenho deixado pelas cristas papilares.
Vapor de iodo: material altamente corrosivo. Causa queimaduras a qualquer área de
contato. Pode ser fatal se engolido. Danoso se for inalado. É utilizado na revelação de
impressões latentes deixadas em papel. O vapor de iodo reage com os ácidos graxos
deixados no contato das cristas papilares com o papel revelando assim o desenho papilar.
Vapor de super-cola : um dos mais recentes métodos de detecção de impressões digitais é
o vapor de cola (ou vapor de cianocrilato – Super Bonder). O material é exposta ao vapor
de cianocrilato por alguns minutos. A digital aparece em leves contornos brancos visíveis a
olho nu.
O grafite, o talco, a poeira e outros tantos pós extremamente finos, mais uma série de
substâncias, podem ser utilizados para revelar impressões latentes, dependendo porém, da
capacidade e conhecimento do perito na arte.

Arquivo monodactilar
Uma vez encontrada a impressão no local do crime, resta ao perito a tarefa de confrontá-la
com a de um suspeito. E se não houver um suspeito?
Como já foi visto, encontrar uma ficha com dez impressões em um arquivo decadactilar é
relativamente fácil, no entanto, procurar uma única impressão sem muitas vezes sequer
saber a qual dedo ela pertence, é algo que pode ser considerado como impossível em se
tratando de um grande arquivo decadactilar.
Diante da real necessidade de se encontrar uma única impressão digital em um arquivo sem
a necessidade de um suspeito, surgiu o arquivo monodactilar. Este tipo de arquivo é
embasado em uma maior quantidade de sub-classificações para uma impressão digital,
permitindo assim a exclusão de um número maior de impressões digitais na procura da
impressão em uma ficha padrão (fig. 49).
A classificação e sub-classificação neste tipo de arquivo, dá-se de maneira exclusivamente
numérica sendo os tipos fundamentais representados por seus respectivos números: 1 arco,
2 presilha interna, 3 presilha externa e 4 verticilo sem que haja a distinção dos polegares
para os demais dedos. Após a classificação numérica do tipo, acrescenta-se na seqüência o
sub-tipo também de forma numérica, respeitando-se a ordem da subclassificação de cada
um, por exemplo:
Subtipos do Arco : Plano = 1, Angular = 2
Exemplo: Arco Plano, é representado pelo número 11 no arquivo monodactilar.
Subtipos da Presilha Interna e Externa: Normal = 1, invadida = 2
Exemplo: Presilha Interna Invadida, é representada pelo número 22 no arquivo
monodactilar.
Subtipos do Verticilo: Circular =1, Espiral =2, Ovoidal =3, Sinuoso =4 e Duvidoso =5.
Exemplo: Verticilo Ovoidal, é representado pelo número 43 no arquivo monodactilar.
No tipo Arco existe uma única subdivisão, porém nas presilhas e no Verticilo, temos a
contagem de linhas que no caso do arquivo monodactilar é colocado o número exato de
linhas para cada dedo. Por exemplo:
Presilha Externa invadida, contendo 23 linhas entre o delta e a laçada mais central, será
representada pelo número 32-23.

Figura 49: Modelo da ficha utilizada no arquivo monodactilar de São Paulo.


No caso do verticilo, a divisão torna-se ainda mais complexa. Além da contagem normal
procedida no delta da esquerda, temos para este tipo de arquivamento a contagem de linhas
feitas à partir do delta da direita. Por exemplo, um verticilo sinuoso com 10 linhas no lado
esquerdo e 14 linhas do lado direito, seria representado no arquivo pelo número 441014.
Esse capítulo foi apresentado para dar uma idéia da existência desse tipo de arquivo que por
vários anos (São Paulo, 1935 - Dr. Ricardo Gunbleton Daunt), foi de grande valia na
identificação dos autores de delitos, através de impressões latentes encontradas nos locais
de crimes, tendo sido abandonado com o advento do sistema informatizado de
identificação.

Pontos Característicos

São "acidentes" presentes entre as cristas papilares utilizados para


identificar as impressões papilares através de suas coincidências.

A legislação brasileira , pelo uso e costume, exige a coincidência de, no mínimo, 12


(doze) pontos idênticos, na mesma localização, com a mesma "nomenclatura" e sem
nenhum ponto discrepante, para atestar uma identidade.
Para que a figura identificadora seja considerada um Ponto Característico, terá de ter no
mínimo a espessura de uma crista papilar.

Nomenclatura dos Pontos Característicos


Estipulou-se em número de 9 (nove) os pontos característicos, que podem ser encontrados
em até 150 em uma única impressão digital completa sendo identificados com a seguinte
nomenclatura e forma:

1- Ponto - Como o próprio nome sugere, é como um ponto final de uma frase escrita
que se encontra entre duas linhas.

2- Ilha ou Ilhota - É pouco maior que um ponto e se caracteriza por ser o menor
pedaço de linha da impressão digital, medindo aproximadamente de dois à quatro pontos de
comprimento.

3- Cortada - É um pedaço pequeno de linha de duas à quatro vezes maior que uma
"ilha"
4- Extremidade de linha - É todo final de linha seguida pelo estreitamento
das duas linhas paralelas que a ladeiam. Esse estreitamento deve ser considerado para que
não seja confundido com uma interrupção do desenho da linha, causado por agentes
externos à formação natural da mesma. É o ponto característico mais comum em uma
impressão digital.

5- Bifurcação - Quando se analisa uma impressão, faz-se observando-a


circularmente no sentido horário tomando-se como base do raio (ou ponteiro) a parte mais
central do desenho. Feito isso, conclui-se que, as linhas que se seguem nesse sentido e
abrem-se em duas outras formam uma Bifurcação.

6- Confluência - Da mesma forma que a bifurcação porém, em sentido contrário,


ou seja, quando duas linhas seguem no sentido horário e, em dado momento, juntam-se em
uma única linha, formando assim uma confluência.

7- Haste ou Arpão - Dá-se o nome de Aste ou Arpão ao ponto quando um


segmento de linha forma um apêndice na linha, semelhante a uma aste ou uma "fisga de
arpão" de pesca podendo ser confundida com uma pequena confluência ou bifurcação.

8- Ponte ou Anastomose - Ocorre quando duas linhas são ligadas por um


seguimento curto formando entre elas uma ponte de ligação, semelhante a anastomose das
folhas das plantas.

9- Lago ou Encerro - Esse ponto é formado por uma abertura da linha e seu
fechamento logo em seguida, formando com isso uma espécie de "bolha" na linha.
Existe "n" variações de pontos a serem estudados em uma impressão digital e
todos carregam alguma característica dos pontos citados sofrendo pouca ou nenhuma
modificação. O importante é o ponto ser igual e estar na mesma posição em ambas as
impressões confrontadas e sem haver nenhum ponto discrepante entre as mesmas.

Sistema Informatizado de identificação


O sistema de identificação vigente prestou grande contribuição para a Polícia quando as
cidades eram menores e os criminosos conhecidos, o que possibilitava o confronto das
impressões colhidas nos locais de crime com as de um suspeito ou até mesmo podiam ser
encontradas nos arquivos monodactilares. Hoje a situação demográfica urbana é outra, as
cidades cresceram sendo necessário um processo de identificação criminal mais dinâmico e
com maior eficiência, que venha a substituir o método manual de pesquisa.
Com o advento da informática foi possível adquirir uma resposta mais eficiente e
satisfatória na elucidação de crimes. Sabe-se que a identificação através das impressões
digitais é extremamente eficiente e com o emprego de recursos oferecidos pela informática,
sua eficácia torna-se ainda maior.
Nos países mais avançados, a informatização no reconhecimento de impressões digitais é
uma realidade. Esta tecnologia é chamada de AFIS (Automated Fingerprint Identification
System ) Sistema de Identificação Automatizada de Impressões Digitais).
O AFIS é usado para comparar uma impressão digital com impressões previamente
arquivadas no banco de dados do sistema. Esta tecnologia melhorou muito no final do
século XX quando os processadores e as memórias dos computadores tornaram-se mais
eficientes e acessíveis. Nos países que já possuem este sistema, vários crimes do passado
estão sendo solucionados com a identificação das impressões digitais arquivadas por falta
de suspeitos com os quais pudessem ser confrontadas.

História do AFIS
A idéia de automação na procura de impressões digitais em grandes bancos de dados data
dos anos 60, mas somente nos anos 70 com os esforços realizados pelo F.B.I. (Federal
Bureau Investigation) é que começou a aparecer algum resultado. Devido aos dispositivos
de informática existentes na época e da tecnologia na exploração óptica, pode-se imaginar o
esforço monumental exigido, além de muito dinheiro é claro, para realização deste projeto.
Considere-se o preço, a qualidade, o tamanho e o desempenho de uma calculadora daquela,
o sistema de memória disponível para armazenar dados que de uma impressão digital.
Diversas foram as companhias que empregaram enorme quantidade de pesquisas e dinheiro
para este fim.
Em 1969, a fim de partilhar conhecimentos e evitar esforços duplicados, o F.B.I, procurou
os países que possuiam projetos de automatização do processo dactiloscópico. Na França, o
projeto foi apresentado na Polícia da Prefeitura de Paris, pelo Senhor M. R. Thiebault. No
Reino Unido, as pesquisas estavam sendo conduzidas pelo Home Office, do Departamento
de Assessoramento Científico. O Home Office estava mais interessado em manter segredo a
fim de resguardar uma futura exploração comercial do produto. Por esse motivo
praticamente nada se aproveitou dessa visita. O Senhor Thiebault entretanto mostrou o
projeto francês em detalhes.
Ao contrário dos Estados Unidos, estes países estavam mais interessados na questão das
impressões latentes encontradas em locais de crimes, e os seus projetos eram dirigidos para
este fim e suas atenções eram voltadas para as impressões fragmentadas e de baixa
qualidade. Entretanto, as dificuldades pareciam ser as mesmas e praticamente todos
estavam no mesmo patamar tecnológico, com grandes desafios a enfrentar.
O FBI gastou milhões de dólares no desenvolvimento de um dispositivo de leitura de
impressão digital que em 1970 ficou a encargo da CORNELL AERONALTICS
LABORATORY, entregue em 1972 com o nome de FINDER ( Fingerprint Reader - Leitor
de impressão digital).
Em 1974, a empresa ROCKWELL, foi contratada para fabricar cinco diferentes modelos de
leitores FINDER que foram entregues em 1975. Já em 1977, iniciou-se o processo de
conversão de cerca de 15 milhões de individuais datiloscópicas do FBI que foi concluído
somente no início dos anos 80.
O FBI foi o primeiro a utilizar esta inovadora tecnologia, que hoje é adotada em centenas
de instituições públicas de segurança de vários países, como a Polícia Montada, do Canadá
e a Scotland Yard, da Inglaterra sendo apontado como o principal responsável pela
identificação de milhares de criminosos e solução de inúmeros crimes.

Base de Dados do AFIS


Para funcionar, um AFIS necessita de uma base de dados estabelecida. Esta base de dados
consiste nas impressões digitais de todos os criminosos que são presos.
Nos Estados Unidos, na Carolina do Norte por exemplo, todos os departamentos municipais
das polícias submetem os cartões de impressões digitais dos criminosos que prendem, ao
departamento de investigações do estado. Os cartões da apreensão são chamados cartões
ten-print (impressões dos dez dedos - semelhante ao nosso aqui do Brasil). Os cartões ten-
print então são digitalizados por dispositivo óptico especifico e arquivados na base de
dados do sistema. Quando uma agência de polícia implanta um AFIS, todos os cartões de
impressões digitais existentes no arquivo manual da agência devem ser digitalizados e
transferidos para o computador. Esta é uma tarefa árdua mas necessária, que pode levar
anos para ser concluída. O processo pode envolver milhares ou até mesmo milhões de
impressões digitais. Nos arquivos, cada cartão tem dez impressões digitais que devem ser
codificadas uma a uma. Uma cópia de cada cartão deve ser remetida ao F.B.I. para ser
incorporada ao banco de dados criminal nacional.
A conversão dos sistemas é provavelmente a parte a mais crucial do AFIS. A base de dados
contem dois tipos de registros a serem estabelecidos. O primeiro tipo são os milhares de
cartões que durante anos foram arquivados no sistema convencional. O segundo tipo são as
novas aquisições feitas diariamente. A conversão envolve agrupar todas as impressões
digitais em uma única base de dados e uma vez que todas as impressões digitais estão
incorporadas na mesma base de dados, duas funções poderão ser executadas.
A primeira função que pode ser executada pelo AFIS é a pesquisa do registro de prisão de
uma pessoa. Como exemplo, vamos supor que uma pessoa é presa e se recusa fornecer seu
nome ou, o que é mais provável, fornece um nome falso. As impressões digitais dessa
pessoa são inseridas no sistema e o AFIS codifica uma cópia e busca entre todas as
impressões existentes em seu banco de dados. Estas impressões representam cada pessoa
que foi presa no estado, incluindo aquelas de anos atrás que estavam nos arquivos do
sistema manual. Em segundos o computador seleciona algumas impressões digitais
similares às cópias fornecidas e então o perito poderá determinar qual delas combina
exatamente, identificando essa pessoa de maneira precisa e incontestável.
Caso a pessoa não tenha nenhum registro anterior, suas cópias serão incorporadas na base
de dados e estarão lá para consulta quando for preso novamente.
A segunda função que pode ser executada pelo AFIS é a habilidade que ele tem de procurar
em seu banco de dados, impressões similares as cópias latentes encontradas em locais de
crime. Por exemplo: uma impressão digital é coletada de uma arma utilizada em um crime.
A cópia é trazida ao laboratório para ser confrontada com a base de dados do AFIS. O
computador seleciona as impressões que são similares para serem examinadas pelo perito,
isso tudo em questão de segundos e caso a identificação seja confirmada, o crime poderá
ser esclarecido em menos de um minuto.
O FBI tem uma potencialidade maior do AFIS, no entanto, os melhor resultados estão
vindo em nível de estado. O FBI está construindo um AFIS incrível, que lá pelo ano 2010
poderá estar em funcionamento, mas por enquanto, os melhores resultados ainda são
encontrados nos AFIS estaduais (http://www.forensicpress.com/AFIS.html 16/03/2.002).

Funcionamento do AFIS
Um AFIS trabalha tanto com as impressões digitais completas quanto com fragmentos
encontrados em locais de crime. Através de algoritmos poderosos, um AFIS compara uma
impressão digital, ou até mesmo um fragmento de impressão, com milhões de outras
impressões de um banco de dados, detectando uma ou mais impressões similares para
serem confrontadas pelo perito.
Quando diz-se que uma impressão digital está arquivada em um banco de dados de um
AFIS, não necessariamente a imagem da impressão está arquivada. Na aquisição de uma
impressão, o AFIS faz a varredura da imagem da impressão digital e cria uma template
(modelo), que é uma coleção de informações obtidas através dos pontos característicos
encontradas na impressão, em sua maioria bifurcações e extremidades de linhas, que
permitem classifica-las como únicas, separando-as por indivíduo.
As informações contidas em um template podem ser tão simples quanto somente as
coordenadas de onde ocorrem as bifurcações e extremidades de linhas ou mais ricas
englobando informações como, qual o tipo de minúcia, sua direção, probabilidade de
ocorrência, etc.
A etapa de aquisição envolve os elementos sensores que podem ser sensores fotográficos
(fig. 50) ou sensores próprios para aquisição de imagens de impressões digitais (digital,
capacitivo, elétricos, ultra-som e etc.).

Figura 50 Sistema de aquisição direta através de câmara digital.


A fonte pode ser uma imagem impressa em papel ou mesmo a aquisição direta a partir do
dedo do usuário, como é o caso de sistemas online.
O bloco de extração de minúcias é responsável por recuperar as informações dos pontos
característicos na imagem da impressão digital. É uma etapa crucial onde existe a influência
de diversos fatores como ruído de aquisição, deslocamentos devidos à plasticidade da pele,
anomalias devido à ferimentos, cicatrizes, sujeira, etc. São as informações de saída deste
bloco que alimentarão o restante da máquina de identificação, normalmente utiliza-se
algoritmos extras para extrair com mais cuidado as minúcias para evitar que elementos
falsos apareçam no arquivo.
Na etapa de comparação as informações na saída do detector de minúcias são comparadas
com as informações do banco de dados. Daí a importância e a maior justificativa para o uso
de templates, pois o volume de informações tratado é muito menor do que seria se fossem
comparadas imagens diretamente. Uma imagem de impressão digital adquirida a 600 DPIs,
por exemplo, resulta em cerca de 400 mil pontos enquanto as minúcias são, em geral, em
número de 100. Existe também a justificativa de espaço de armazenamento necessário. Em
um sistema nem sempre é necessário armazenar a imagem da impressão mas apenas os
templates resultantes, o que possibilita o uso de um PC na realização da tarefa.
Figura 51 Diagrama simplificado do funcionamento de um AFIS.
No diagrama (fig. 51) é possível ver as partes principais que constituem o sistema: interface
com o usuário, unidade de aquisição, extração de minúcias, cadastro de um template no
sistema, comparação de um template com os armazenados no banco de dados, e análise de
resultados

AFIS no Brasil
O Sistema AFIS introduzido no Brasil no final de 1979 - o Printrak, da Thomas de La Rue,
nos institutos de identificação da Bahia e de São Paulo, cada um tinha a capacidade para 4
milhões de registros decadactilares e 500 mil registros de impressões monodactilares.
Segundo o Senhor Alberto Velho (1987) o sistema deixou de funcionar, na Bahia, por falta
de manutenção. A Thomas de La Rua, que prestava serviços de manutenção técnica
rescindiu, em 1987 o contrato por falta de pagamento do governo do Estado. Havia
problemas como a falta de manutenção do ar condicionado na sala do AFIS, que não
podendo ficar na temperatura ambiente, de cerca de 28º C, tinha que ser desligado. Também
houve problemas com a estabilização de energia elétrica pelas freqüentes queimas de fontes
de alimentação. Em São Paulo o Setor de Informática, instalado na própria Secretaria de
Segurança Pública, estava sendo mantido por pessoal não treinado para o gerenciamento de
sistemas que seria necessário para a manutenção do AFIS.
Em ambos os Institutos de Identificação eram altos os índice de rejeição de individuais
datiloscópicas pelo Sistema AFIS. As impressões eram consideradas de baixa qualidade, o
que resultava em: 1 - Erros no arquivamento, impossibilidade de uma classificação correta
pelo AFIS; 2 - Detecção de poucos pontos característicos; e 3 - queda na velocidade de
conversão do arquivo de papel para o digital, devido a constante necessidade de edição
manual das impressões deficientes (sem delta, manchadas, etc.).
O índice de aproveitamento das impressões latentes obtidas locais de crime são
extremamente baixos, o que acaba deixando o sistema AFIS subaproveitado quanto ao seu
enorme potencial.
Devido a baixa produtividade do sistema, a Thomas chegou a sugerir algumas medidas
como emitir folhetos, com o auxílio do Instituto Nacional de Identificação, explicando
como melhor colher impressões digitais. Também sugeriu-se a criação de cadastro de
empregadas domésticas e registros de desaparecidos. Mas os resultados não foram
animadores.
Concluindo, ao contrário dos sistemas instalados nas polícias norte americanas e
canadenses, nos anos de 1978/1979, no Brasil o AFIS não logrou êxito. E a causa, segundo
o relatório da Thomas de La Rue, se deve ao baixo nível de qualidade das nossa impressões
digitais, tanto entintadas como as latentes, somada a pouca utilização das impressões
digitais nos casos policiais.
Quanto ao sistema AFIS a nível nacional, trata-se de um projeto a ser implantado na Polícia
Federal, que visa ao melhoramento técnico do aparelho policial. O projeto PROMOTEC -
Projeto de Modernização Técnica da Polícia Federal -, tem como prioridade a instalação do
AFIS na Polícia Federal.
A lei 9.454 instituiu o CANRIC - Cadastro Nacional de Registro de Identidade Civil, que
também está em andamento. Não há como este projeto funcionar como deve, se não houver
um sistema informatizado de impressões digitais. Caso contrário ficaríamos na mesma
situação que estamos hoje, com documentos sem nenhuma segurança na sua expedição por
falta do controle datiloscópico.

CENTRALIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES


CRIMINAIS
Nas primeiras décadas do século XX ocorreu a implantação da identificação criminal no
Brasil, com base no sistema datiloscópico. Neste período praticamente todos os estados
tinham o seu instituto de identificação.
Nos anos 30, iniciaram-se encontros com objetivo de padronização dos procedimentos e
uniformização de documentos expedidos por esses institutos.
Nas décadas seguintes começou a preocupar as autoridades federais o fato de que infratores
cometiam crimes em um estado, deslocavam-se para outros estados e estavam sendo
julgados como réus primários. O juiz conhecia somente os antecedentes pertinentes a sua
jurisdição, não tendo como saber sobre as ações dos malfeitores em outros estados.
Os órgãos estaduais de identificação não possuíam interligação uns com os outros que
possibilitasse uma comunicação rápida dos antecedentes penais. Para se obter qualquer
informação era necessário encaminhar expedientes para cada unidade da federação e, ao
final, a informação mostrava-se ineficaz, devido ao longo tempo de espera de resposta.
Esta preocupação era ainda mais justificada pela relativa facilidade de falsificação de
documentos de identidade e pela grande extensão do nosso território.
A solução encontrada foi a mesma da polícia federal dos Estados Unidos da América -
"Federal Bureal of Investigation": A criação de um órgão que centralizasse essas
informações e, entre outras tarefas ligadas à identificação, teria a incumbência de orientar a
política de identificação criminal no país. Então foi criado o INI - Instituto Nacional de
Identificação -, órgão sediado em Brasília, na estrutura do Departamento de Polícia Federal.
O Governo Federal autorizou a celebração de convênios (Decreto 52.114, de 17 de junho de
1963) para o intercâmbio de informações criminais do Departamento de Polícia Federal
com as Secretarias de Segurança Pública de todo o país.
O Instituto Nacional de Identificação conta hoje com as seguintes atribuições:
Planejar, coordenar, dirigir, orientar, controlar e executar as atividades de identificação
humana, relevantes para os procedimentos pré-processuais e judiciários, quando solicitado
por autoridade competente;
Centralizar informações e impressões digitais de pessoas indiciadas em inquéritos policiais
ou acusadas em processos criminais no território nacional e de estrangeiros sujeitos a
registros no Brasil;
Coordenar e promover o intercâmbio dos serviços de identificação civil e criminal no
âmbito nacional;
Analisar os resultados das atividades de identificação, propondo, quando necessário,
medidas para o seu aperfeiçoamento;
Colaborar com os institutos de identificação dos estados e do Distrito Federal, no sentido de
aprimorar e uniformizar as atividades de identificação no País;
Desenvolver projetos e programas de estudos e pesquisas no campo da identificação;
Emitir passaportes de conformidade com a normatização específica da Coordenação
Central Policial.

Funcionamento do AFIS centralizado


Considerando-se o tamanho do Brasil e sua expansão demográfica, podemos afirmar que
sem um AFIS a centralização da identificação civil e ou criminal através das impressões
digitais é impraticável, mas com o PROMOTEC este problema será solucionado.
A necessidade de centralizar as informações em um só banco de dados é incontestável,
porém, em se tratando de identificação de impressões digitais encontradas em locais de
crimes (arquivos monodactilares), a centralização torna-se, a princípio, desnecessária e
dispendiosa. O diagrama (fig. 52), mostra de maneira clara e resumida, como se processa o
arquivamento das fichas no sistema de identificação criminal centralizado.
As fichas dactiloscópicas são colhidas nas delegacias ou postos de identificação, em
seguida remetidas ao instituto de identificação estadual, e este por sua vez, remete uma
cópia da ficha ao arquivo central da união.

Figura 52 Arquivamento centralizado de fichas dactiloscópicas.

Figura 53: Consulta de fichas dactiloscópicas no sistema centralizado.


Para consultar o arquivo, o requerente acessa o instituto de identificação estadual, e caso
não logre êxito na identificação, o arquivo central será consultado (fig. 53).
No caso de consultas no arquivo monodactilar, ou seja, consultar impressões digitais únicas
e ou encontradas em locais de crimes em um AFIS, o processo pode ser realizado de
maneira mais fácil e proveitosa.
Ao invés de centralizar o banco de dados em um arquivo único federal, forma-se arquivos
primários nos postos de identificação.
Formar um arquivo monodactilar central com todas as fichas de criminosos é possível,
porém, ao consultar o arquivo, o trabalho realizado pelo computador será dispendioso,
podendo provocar um colapso no sistema se consultado por várias delegacias ao mesmo
tempo, isso considerando ser um sistema de consulta on-line e multi-usuário, caso contrário
o acúmulo de consultas tornará a pesquisa impraticável devido a dinâmica na coleta de
impressões digitais em locais de crimes e o previsível aumento no uso do sistema.
Para evitar esse tipo de problema e otimizar o sistema, o arquivamento e a consulta poderão
ser feitos de maneira inversa ao do sistema de fichas decadactilares.
Considere o posto de identificação de cada cidade como sendo também um posto de
pesquisa monodactilar primário, onde um AFIS de menor potencial, e consequentemente de
menor custo, trabalhe com um arquivamento próprio em banco de dados compatível ao do
sistema central, sendo utilizado de maneira independente, realizando consultas para as
delegacias locais.
As vantagens da descentralização do arquivo nas pesquisas monodactilares são:
Preço: a implantação de um AFIS com arquivamento em banco de dados compatível com
um AFIS de grande porte (central federal) que trabalhe em um micro computador, pode ser
adquirido por um preço que varia entre 45 até 1.000 dólares.
A rapidez da implantação: entre treinamento e implantação, um arquivo pode estar pronto
para a consulta em menos de 1 mês.
Correção de problemas: sendo o sistema implantado em várias cidades, os problemas e
melhorias descobertos em um determinado posto, poderá ser facilmente adotado nos demais
com segurança e rapidez.
A independência das delegacias nas consultas: a autonomia das delegacias nas consultas.
Menor taxa de erros : o AFIS apresentam dois problemas, falsa rejeição: quando a
impressão existe no arquivo mas não é localizada e falsa aceitação: quando localiza uma
impressão errada, ambos provocados pelo número excessivo de impressões.
Pesquisar nas impressões certas: a grande maioria dos crimes são cometidos por
delinqüentes da própria cidade ou região (pesquisa de campo), sendo desnecessário na
maioria dos casos realizar uma procura entre milhões de impressões de um arquivo central
nacional, antes de faze-la em arquivos locais, como já foi visto no capitulo 7.2 parágrafo 7 :
"O FBI tem uma potencialidade maior do AFIS, no entanto, os melhor resultados estão
vindo em nível de estado."
Figura 54: Consulta em sistema descentralizado.

No diagrama (fig.54) pode-se observar a maneira como se daria as consultas em um sistema


descentralizado de impressão digital.

Quanto custa implantar um AFIS ?


Perguntar quanto custa a implantação de um AFIS é o mesmo que perguntar quanto custa
um carro ou uma casa. O preço pode variar de 45 até 10.000 dólares somente o software,
variando o preço pela capacidade e confiabilidade exigida.
É importante observar quando da aquisição de um software de AFIS, se ele oferece
segurança e rapidez nas respostas de pesquisas e se ele está de acordo com os padrões da
Interpol, para que no futuro possa ser integrado a outro sistema, possibilitando a migração
de dados.
Deve-se considerar também custo de implantação, o treinamento do pessoal que ira
trabalhar com o equipamento, levando-se em conta que no Estado de São Paulo, somente
no final dos anos 90, começou a ser exigido conhecimento basico de informática nos
concursos de ingresso a carreira policial.

Situação atual da identificação no Brasil


O Brasil tem 26 estados e 1 distrito federal. Há um Instituto de Identificação em cada uma
das 27 unidades da federação, que são responsáveis não somente para armazenar as
impressões digitais de pessoas identificadas, mas também pela a expedição de carteiras de
identidades. No distrito federal, além do II, há o INI, que é por sua vez responsável pelas
fichas dactiloscópicas criminal nacionais. O status atual das instituições acima mencionadas
da identificação é:
13 estados têm arquivos dactiloscópicos operacionais;
6 estados têm arquivos dactiloscópicos na fase organizar;
1 estado tem um arquivo dactiloscópico inoperante;
4 estados incapacitaram seus arquivos dactiloscópicos;
3 estados não têm arquivo dactiloscópico algum.
Baseado no cenário da identificação acima retratado, pode-se supor que uma busca em um
arquivo dactiloscópico geralmente não precede a expedição da carteira de identidade
emitida pelo II, sendo em muito deficiente em mais de 50% dos institutos de identificação
do Brasil (Grupo de Perito Da Interpol AFIS - Brasília, 6 à 9 de novembro de 2000).

CONCLUSÃO
O uso da dactiloscopia como ferramenta de identificação continua sendo o mais prático e
seguro que existe, e com o advento do computador, sua aplicação ganhou nova dimensão e
a informatização do sistema no Brasil tornou-se algo imprescindível.
Em um país como o nosso, devido a crescente expansão demográfica, a identificação das
pessoas da maneira convencional tornar-se-á muito em breve insatisfatória.
Com a implantação do AFIS através do PROMOTEC, as necessidades forenses no que
tange a identificação de pessoas será suprida. Porém, deve-se ater para os problemas que
hão de surgir na identificação de impressões encontradas em locais de crimes.
A implantação de AFIS nos postos de identificação pode ser a solução para este tipo de
problema, podendo o mesmo ser implantado em conjunto ou mesmo independente do AFIS
central federal implantado pelo PROMOTEC.
Hoje em dia, o baixo custo de um AFIS e a potencialidade dos PCs, possibilitam as
delegacias, implantarem seus próprios sistemas de identificação, e seguindo um padrão,
poderão em pouco tempo serem interligadas compartilhando informações, possibilitando
uma abrangência maior facilitando o combate ao crime.
Muito se espera da segurança pública a nível de governos Federal e Estadual, porém,
muitas vezes os melhores resultados podem vir dos municípios. O País é formado de
estados e municípios, e se cada um conseguir resolver seus próprios problemas, estarão
resolvendo os problemas de todo o País, sendo que e para isso basta apenas organização e
força de vontade.

BIBLIOGRAFIA
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