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Papiloscopista:
É o nome dado ao profissional da Papiloscopia.
Marcello Malphighi
ESTUDO DA PELE
A pele (fig. 13) é o maior órgão de nosso corpo. Sua espessura varia de 0,5 a 6 mm e
funciona como uma capa que protege os órgãos internos.
É composta por:
Epiderme: camada visível formada por células mortas ou prestes a morrer.
Derme: fica logo abaixo da epiderme e contém a raiz dos pêlos, terminações nervosas e
vasos sangüíneos, além do colágeno, que dá elasticidade à pele.
Figura 13: Desenho representando a pele humana e suas divisões.
Fonte: <http://orbita.starmedia.com/~vitiello1/pele.html>,16/08/01.
Hipoderme: onde ficam as gorduras, as veias e os músculos.
O local em que a derme e a epiderme se encontram é irregular pois elas se interpenetram
formando ondulações denominadas papilas dérmicas. Onde a pele é mais espessa, como a
palma das mãos e a sola dos pés, elas se tornam visíveis e possuem configurações distintas,
peculiar a cada indivíduo.
Papilogramas
Às impressões formadas pelas papilas dérmicas dá-se o nome de papilogramas, onde as
linhas negras são formadas pelas cristas papilares e os espaços em branco formados pelos
sulcos interpapilares.
papiloscopia
No começo do século XX, Alphonse Bertillon (pai da ciência forense) afirmou e
demonstrou que não só as impressões digitais, mas também as impressões palmares (palma
da mão) e plantares (sola do pé), são elementos de identificação incontestáveis e que
mesmo uma pequena parte destas impressões é suficiente para determinar a identidade do
indivíduo, basta que ela apresente certo número de particularidades coincidentes.
Ramos da papiloscopia
A Papiloscopia é dividida em quatro partes:
Quiroscopia: processo de identificação por meio das impressões palmares;
Podoscopia: processo de identificação por meio das impressões plantares;
Poroscopia: processo de identificação por meio dos poros das papilas dérmicas; e
Datiloscopia: processo de identificação humana por meio das impressões digitais.
Quiroscopia
Quiroscopia (quiros =mão + Skopën =examinar): ciência que trata da identificação
humana através das papilas dérmicas palmares (impressões palmares).
O desenho quiroscópico é formado por cristas papilares e sulcos interpapilares,
apresentando deltas, pontos característicos e poros, possuindo os requisitos unicidade,
perenidade, imutabilidade e variabilidade.
Figura 16: Mão humana e suas regiões.
Fonte: (DelPol).
Podemos classificar a palma da mão em três regiões (fig. 16):
Tenar : É a região situada na base do dedo polegar.
Hipotenar: É a região que se encontra do lado externo da palma da mão, ou seja, do
prolongamento do dedo mínimo, ocupando uma posição oposta à região tenar.
Superior ou Infra-Digital : É a região situada imediatamente abaixo dos dedos
indicadores, médio, anular e mínimo.
Podoscopia
Podoscopia (podo =pé + Skopën =examinar): ciência que trata da identificação humana
através das papilas dérmicas plantares (impressões plantares).
O desenho podoscópico é formado por cristas e sulcos interpapilares, apresentando deltas,
pontos característicos e poros, possuindo os requisitos unicidade, perenidade, imutabilidade
e variabilidade.
A podoscopia é utilizada com maior freqüência pelas maternidades, na identificação dos
recém-nascidos, e ainda no confronto de impressões podoscópicas encontradas em locais de
crime.
Poroscopia
Poroscopia (poro + Skopën =examinar): ciência que trata da identificação humana através
dos poros encontrados nas cristas papilares.
Em papiloscopia, os desenhos formados pelos poros nos papilogramas (fig.18), servem
como meio complementar e seguro para estabelecer a identidade, quando o número de
pontos característicos encontrados em uma impressão ou fragmento de impressão papilar
for insuficiente, pois também possuem as mesmas propriedades que as papilas dérmicas –
perenidade, imutabilidade e variabilidade.
Na poroscopia, estuda-se:
O número – varia segundo a distância de um para outro orifício (poro), de 9 a 18 por mm2.
Posição – localiza-se na parte central e periférica das cristas papilares.
Dimensões – variam em regra de 80 a 250 micromilímetros.
Figura 18: Foto de impressões ampliada, permitindo observar os desenhos dos poros.
Fonte:<http://orbita.starmedia.com/~vitiello1/pele.htmlwww.scafo.org >, 2001.
Dactiloscopia
Dactiloscopia : ciência que trata da identificação humana através das papilas dérmicas
digitais (impressões digitais).
Um ser humano normal possui cinco dedos em cada mão, dispostos em fileira, na ordem
convencional de polegar, indicador, médio, anular e mínimo, formados pelos ossos da
falange, falanginha, falangeta,(fig. 19) a contar da base onde se articulam com os ossos
metacarpianos correspondentes, que os sustentam e dão articulação. O polegar possui
apenas falange e falangeta e se destaca dos demais por ser o mais grosso e curto da mão.
Figura 19: Impressão de um dedo indicador apresentando sua divisões.
Fonte: (DelPol).
Os dedos apresentam duas faces; palmar e dorsal além dos bordos externo, interno e
distal.
A dactiloscopia estuda as papilas localizadas na falangeta ou falange distal, as quais
formam desenhos distintos que permite sua classificação e arquivamento.
Arco (fig. 22): é o datilograma, geralmente adéltico, formado por linhas que atravessam o
campo digital, apresentando em sua trajetória formas mais ou menos paralelas e abauladas
ou alterações características. É representado pela letra A para os polegares e número 1 para
os demais dedos.
Presilha interna (fig. 23): é o datilograma com um delta à direita do observador,
apresentando linhas que, partindo da esquerda, curvam-se e voltam ou tendem a voltar ao
lado de origem, formando laçadas. É representado pela letra I para os polegares e o número
2 para os demais dedos.
Arquivamento
No sistema de Vucetich, o arquivamento é do tipo decadactilar, ou seja, são utilizadas as
impressões dos dez dedos das mãos do indivíduo para a classificação e arquivamento.
Essas impressões são coletadas e dispostas em uma ficha específica (fig. 26) que contém
em um dos lados dez campos na seqüência polegar, indicador, médio, anular e mínimo,
sendo os cinco da mão direita em cima e os cinco da mão esquerda em baixo tendo para
cada um dos dedos três campos na parte superior onde é registrado o tipo fundamental, o
sub-tipo e a contagem das linhas de cada dedo respectivamente.
No verso da ficha, é colocado a qualificação do identificado, ou seja, nome, filiação, data
de nascimento etc., e a seqüência dos dedos indicador, médio, anular e mínimo de cada uma
das mãos, unidos em uma única impressão, bem como a impressão de cada um dos
polegares nos locais determinados. Esse procedimento serve para conferir a seqüência das
impressões dos dedos coletada no anverso da ficha.
Figura 26: Ficha dactiloscópica em frente e verso.
A disposição das impressões digitais na ficha forma a ID, (individual dactiloscópica) que
baseada nos tipos forma uma fração alfanumérica sendo letras para os polegares e números
para os demais dedos. Exemplo: V1343 / V2122 (fig.. 27).
O arquivamento das fichas é baseado na fórmula dactiloscópica da ID (individual
dactiloscópica) sendo sua distribuição feita da seguinte forma:
Primeira divisão: forma-se 4 grupos independentes de fichas com base no tipo
fundamental encontrado no polegar direito. Exemplo: grupo A, grupo I, grupo E , grupo V.
Segunda divisão: dentro de cada grupo, forma-se sub-grupos com base no tipo
fundamental do polegar esquerdo. Exemplo:
1º Grupo A - A/A, A/I, A/E, A/V;
2º Grupo I - I/A, I/I, I/E, I/V;
3º Grupo E - E/A, E/I, E/E, E/V e
4º Grupo V - V/A, V/I, V/E, V/V.
Terceira divisão: dentro de cada subgrupo segue-se a ordem crescente da fração numérica
formada pelos tipos dos dedos, indicador, médio, anular e mínimo. Exemplo:
1º- 1111/1111, 2º-1111/1112 , 3º-1111/1113, 4º-1111/1114, 5º-1111/1121, 6º-
1111/1122, ... .....256º- 1111 / 4444, 257º- 1112 / 1111, 258º- 1112 / 1112, ..............65.536º-
4444 / 4444.
Por exemplo, uma ficha dactiloscópica com a seguinte fórmula V3321 / I4233:
Coloca-se a ficha no grupo V (arquivo destinado às fichas que possuem impressão digital
do tipo verticilo no polegar direito);
Dentro deste grupo V, coloca-se a ficha no sub-grupo I (posição destinada às fichas que
possuem impressão digital do tipo presilha interna no polegar esquerdo) e;
Subtipos
Como vimos, os quatro tipos fundamentais idealizados por Vucetich possibilita-nos um
grande número de combinações "imaginárias" para o arquivamento, mas a natureza não foi
avisada disso pois ela não segue a mesma distribuição prevista pela matemática. Enquanto
algumas combinações se repetem muito, outras se quer existem. Admite-se que nos grandes
arquivos, o número de combinações catalogadas chega a pouco mais de 0,1% das 1.048.576
combinações possíveis. Isto ocorre porque alguns tipos fundamentais são mais freqüentes
que outros, além dos desenhos digitais sofrerem uma simetria bilateral, ou seja, o tipo
encontrado em um dos dedos de uma das mãos tende a se repetir no dedo correspondente da
outra mão, só que invertendo a imagem como o efeito de um espelho.
Essa simetria entretanto não é uniforme entre os dedos. Alguns tipos são mais sensíveis que
outros à seu efeito, seguindo a ordem: presilha, verticilo e arco.
Estudos indicam que a freqüência dos tipos nos dedos ocorrem da seguinte forma:
Presilhas: incidem em 60% dos casos, sendo que as externas tendem a ocorrer somente nos
dedos da mão direita e as internas nos dedos da mão esquerda, com exceção dos
indicadores que tendem a sofrer uma maior alternância desses tipos. As presilhas têm
preferência de ocorrerem nos dedos mínimo e médio.
Verticilos: incidem em 35% dos casos, distribuindo-se igualmente nas mãos direita e
esquerda, sendo o responsável pela maior variedade das fórmulas. Sua aparição ocorre com
maior freqüência nos dedos polegar, indicador e anular, sendo o efeito da simetria bilateral
maior no dedo polegar.
Arcos: incidem em 5% dos casos, sendo sua ocorrência maior nos dedos indicadores, e seu
efeito bilateral é fraco combinando mais freqüentemente com as presilhas do que com os
verticilos(Clemil José de Araújo, Associação Brasiliense de Peritos Papiloscopistas
2001).
Este fenômeno impôs a necessidade do desdobramento das fórmulas sendo necessário a
criação de subtipos para os tipos fundamentais, elevando a capacidade do arquivo, dando
maior desenvoltura e segurança ao arquivamento.
Os subtipos estão baseados na disposição das linhas nucleares de cada tipo:
Tipos especiais
Presilha interna dupla (fig. 42): apresenta um delta a direita do observador, com dois
núcleos dominados pelo mesmo delta, e o núcleo superior geralmente assume a
configuração de uma presilha interna ganchosa.
Presilha externa dupla: reflexo da interna dupla.
Anomalias
Desenhos Anômalos (fig. 45): tipos que não podem ser determinado devido a deformidade
de seu desenho e sua freqüência é muito rara não sendo necessário seu desdobramento
classificados para efeito de arquivamento como 6º tipo.
Contagem de linhas
Caso os subtipos das impressões de uma ficha não forneçam sub-classificações suficientes
para distinção das fichas, poder-se-á usar a contagem de linhas como uma sub-
subcalssificação, feita como já vimos no capítulo 3.8 Deltas ....contagem das linhas, onde
uma linha imaginária (linha de Galton) é apoiada no primeiro ponto característico logo a
frente do delta, caso não o tenha será apoiada no próprio delta, e estendida até o ápice da
laçada mais central no núcleo, contando-se as linhas por ela cortada (fig. 46).
No caso dos verticilos, a linha de Galton será apoiada no Delta a esquerda do observador, e
no ápice mais próximo deste delta, da laçada mais central.
Figura 46: Exemplo da colocação da "Linha de Galton" em uma presilha interna, para
contagem de linhas, apoiada no delta até o ápice da laçada mais central.
Após a contagem, o número de linhas deve ser aposto no terceiro campo localizado acima
de cada um dos campos de cada dedo da ficha dactiloscópica, sendo que para os polegares
deve-se colocar o número exato de linhas e para os demais dedos apenas a letra
correspondentes ao número de linhas contadas : 1 a 5 letra A, de 6 à 10 letra B, de 11 à 15
letra C, de 16 à 20 letra D de 21 à 25 letra E e de 26 em diante letra F.
Este tipo de classificação da contagem de linhas é o adotado pelo Instituto de Identificação
de São Paulo, podendo no entanto, ser encontrada de forma diferente nos outros Estados da
Federação.
Albotadiloscopia
É um termo criado por Luiz Reyna Almandos, palavra híbrida, composta de:
ALBUS - ALVO, BRANCO
DAKTYLOS - DEDOS
SKOPEIN - EXAMINAR.
O estudo publicado por Reyna Almandos, na Revista de Identificação Y Ciências Penales,
descreve as linhas brancas como sendo falhas do sistema de linhas papilares.
Elas formam traços alheios ao sistema de linhas papilares que aparecem nas impressões
com relativa freqüência (fig. 47).
Elas tem origem em rugosidades existentes nos tecidos da ponta dos dedos, na palma das
mãos e na planta dos pés. É bem diferente do sulco provocado por cicatriz de corte; esse
apresenta uma reentrância ou um vertente na crista papilar motivada pela ação cortante.
Essas linhas brancas não são perenes e nem imutáveis. Aparecem em um ou mais dedos,
muitas vezes, em todos os dedos no formato de retas, levemente curvas, quebradas, mistas,
ligeiramente sinuosas; mas distantes umas das outras. Longas, curtas, medianas, largas,
estreitas. Em relação à prega interfalangeana são transversais, verticais e oblíquas e em
vários sentidos.
Agentes reveladores
Para revelar impressões latentes, é necessário o emprego de agentes químicos e técnicas
especiais para manuseá-los.
Negro de Fumo : é um termo genérico usado para identificar uma ampla variedade de
materiais carbonáceos finamente divididos. É um dos materiais mais utilizados na revelação
de impressões latentes encontradas em suportes de fundo claro, sendo aplicado por
pulverização ou por meio de um pincel. Suas micro partículas aderem na mancha deixada
pelas cristas papilares banhadas de suor e ou óleo revelando o desenho das papilas
dérmicas.
Carbonato de chumbo: é um pó branco extremamente fino. É um dos materiais mais
utilizados na revelação de impressões latentes encontradas em suportes de fundo escuro e
transparentes, sendo aplicado por pulverização ou por meio de um pincel. Suas micro
partículas aderem na mancha deixada pelas cristas papilares banhadas de suor e ou óleo
revelando o desenho das papilas dérmicas.
Nitrato de prata : material altamente corrosivo. Causa queimaduras a qualquer área de
contato. Pode ser fatal se engolido. Danoso se for inalado. É utilizado na revelação de
impressões latentes deixadas em papel. Em contato com o cloreto de sódio (suor), produz
cloreto de prata e nitrato de sódio, sendo que o cloreto de prata é indissolúvel permitindo
assim que após a lavagem do papel, todo o material seja removido, exceto o desenho
deixado pela mancha de suor, sendo este revelado com a exposição à luz, revelando assim o
desenho deixado pelas cristas papilares.
Vapor de iodo: material altamente corrosivo. Causa queimaduras a qualquer área de
contato. Pode ser fatal se engolido. Danoso se for inalado. É utilizado na revelação de
impressões latentes deixadas em papel. O vapor de iodo reage com os ácidos graxos
deixados no contato das cristas papilares com o papel revelando assim o desenho papilar.
Vapor de super-cola : um dos mais recentes métodos de detecção de impressões digitais é
o vapor de cola (ou vapor de cianocrilato – Super Bonder). O material é exposta ao vapor
de cianocrilato por alguns minutos. A digital aparece em leves contornos brancos visíveis a
olho nu.
O grafite, o talco, a poeira e outros tantos pós extremamente finos, mais uma série de
substâncias, podem ser utilizados para revelar impressões latentes, dependendo porém, da
capacidade e conhecimento do perito na arte.
Arquivo monodactilar
Uma vez encontrada a impressão no local do crime, resta ao perito a tarefa de confrontá-la
com a de um suspeito. E se não houver um suspeito?
Como já foi visto, encontrar uma ficha com dez impressões em um arquivo decadactilar é
relativamente fácil, no entanto, procurar uma única impressão sem muitas vezes sequer
saber a qual dedo ela pertence, é algo que pode ser considerado como impossível em se
tratando de um grande arquivo decadactilar.
Diante da real necessidade de se encontrar uma única impressão digital em um arquivo sem
a necessidade de um suspeito, surgiu o arquivo monodactilar. Este tipo de arquivo é
embasado em uma maior quantidade de sub-classificações para uma impressão digital,
permitindo assim a exclusão de um número maior de impressões digitais na procura da
impressão em uma ficha padrão (fig. 49).
A classificação e sub-classificação neste tipo de arquivo, dá-se de maneira exclusivamente
numérica sendo os tipos fundamentais representados por seus respectivos números: 1 arco,
2 presilha interna, 3 presilha externa e 4 verticilo sem que haja a distinção dos polegares
para os demais dedos. Após a classificação numérica do tipo, acrescenta-se na seqüência o
sub-tipo também de forma numérica, respeitando-se a ordem da subclassificação de cada
um, por exemplo:
Subtipos do Arco : Plano = 1, Angular = 2
Exemplo: Arco Plano, é representado pelo número 11 no arquivo monodactilar.
Subtipos da Presilha Interna e Externa: Normal = 1, invadida = 2
Exemplo: Presilha Interna Invadida, é representada pelo número 22 no arquivo
monodactilar.
Subtipos do Verticilo: Circular =1, Espiral =2, Ovoidal =3, Sinuoso =4 e Duvidoso =5.
Exemplo: Verticilo Ovoidal, é representado pelo número 43 no arquivo monodactilar.
No tipo Arco existe uma única subdivisão, porém nas presilhas e no Verticilo, temos a
contagem de linhas que no caso do arquivo monodactilar é colocado o número exato de
linhas para cada dedo. Por exemplo:
Presilha Externa invadida, contendo 23 linhas entre o delta e a laçada mais central, será
representada pelo número 32-23.
Pontos Característicos
1- Ponto - Como o próprio nome sugere, é como um ponto final de uma frase escrita
que se encontra entre duas linhas.
2- Ilha ou Ilhota - É pouco maior que um ponto e se caracteriza por ser o menor
pedaço de linha da impressão digital, medindo aproximadamente de dois à quatro pontos de
comprimento.
3- Cortada - É um pedaço pequeno de linha de duas à quatro vezes maior que uma
"ilha"
4- Extremidade de linha - É todo final de linha seguida pelo estreitamento
das duas linhas paralelas que a ladeiam. Esse estreitamento deve ser considerado para que
não seja confundido com uma interrupção do desenho da linha, causado por agentes
externos à formação natural da mesma. É o ponto característico mais comum em uma
impressão digital.
9- Lago ou Encerro - Esse ponto é formado por uma abertura da linha e seu
fechamento logo em seguida, formando com isso uma espécie de "bolha" na linha.
Existe "n" variações de pontos a serem estudados em uma impressão digital e
todos carregam alguma característica dos pontos citados sofrendo pouca ou nenhuma
modificação. O importante é o ponto ser igual e estar na mesma posição em ambas as
impressões confrontadas e sem haver nenhum ponto discrepante entre as mesmas.
História do AFIS
A idéia de automação na procura de impressões digitais em grandes bancos de dados data
dos anos 60, mas somente nos anos 70 com os esforços realizados pelo F.B.I. (Federal
Bureau Investigation) é que começou a aparecer algum resultado. Devido aos dispositivos
de informática existentes na época e da tecnologia na exploração óptica, pode-se imaginar o
esforço monumental exigido, além de muito dinheiro é claro, para realização deste projeto.
Considere-se o preço, a qualidade, o tamanho e o desempenho de uma calculadora daquela,
o sistema de memória disponível para armazenar dados que de uma impressão digital.
Diversas foram as companhias que empregaram enorme quantidade de pesquisas e dinheiro
para este fim.
Em 1969, a fim de partilhar conhecimentos e evitar esforços duplicados, o F.B.I, procurou
os países que possuiam projetos de automatização do processo dactiloscópico. Na França, o
projeto foi apresentado na Polícia da Prefeitura de Paris, pelo Senhor M. R. Thiebault. No
Reino Unido, as pesquisas estavam sendo conduzidas pelo Home Office, do Departamento
de Assessoramento Científico. O Home Office estava mais interessado em manter segredo a
fim de resguardar uma futura exploração comercial do produto. Por esse motivo
praticamente nada se aproveitou dessa visita. O Senhor Thiebault entretanto mostrou o
projeto francês em detalhes.
Ao contrário dos Estados Unidos, estes países estavam mais interessados na questão das
impressões latentes encontradas em locais de crimes, e os seus projetos eram dirigidos para
este fim e suas atenções eram voltadas para as impressões fragmentadas e de baixa
qualidade. Entretanto, as dificuldades pareciam ser as mesmas e praticamente todos
estavam no mesmo patamar tecnológico, com grandes desafios a enfrentar.
O FBI gastou milhões de dólares no desenvolvimento de um dispositivo de leitura de
impressão digital que em 1970 ficou a encargo da CORNELL AERONALTICS
LABORATORY, entregue em 1972 com o nome de FINDER ( Fingerprint Reader - Leitor
de impressão digital).
Em 1974, a empresa ROCKWELL, foi contratada para fabricar cinco diferentes modelos de
leitores FINDER que foram entregues em 1975. Já em 1977, iniciou-se o processo de
conversão de cerca de 15 milhões de individuais datiloscópicas do FBI que foi concluído
somente no início dos anos 80.
O FBI foi o primeiro a utilizar esta inovadora tecnologia, que hoje é adotada em centenas
de instituições públicas de segurança de vários países, como a Polícia Montada, do Canadá
e a Scotland Yard, da Inglaterra sendo apontado como o principal responsável pela
identificação de milhares de criminosos e solução de inúmeros crimes.
Funcionamento do AFIS
Um AFIS trabalha tanto com as impressões digitais completas quanto com fragmentos
encontrados em locais de crime. Através de algoritmos poderosos, um AFIS compara uma
impressão digital, ou até mesmo um fragmento de impressão, com milhões de outras
impressões de um banco de dados, detectando uma ou mais impressões similares para
serem confrontadas pelo perito.
Quando diz-se que uma impressão digital está arquivada em um banco de dados de um
AFIS, não necessariamente a imagem da impressão está arquivada. Na aquisição de uma
impressão, o AFIS faz a varredura da imagem da impressão digital e cria uma template
(modelo), que é uma coleção de informações obtidas através dos pontos característicos
encontradas na impressão, em sua maioria bifurcações e extremidades de linhas, que
permitem classifica-las como únicas, separando-as por indivíduo.
As informações contidas em um template podem ser tão simples quanto somente as
coordenadas de onde ocorrem as bifurcações e extremidades de linhas ou mais ricas
englobando informações como, qual o tipo de minúcia, sua direção, probabilidade de
ocorrência, etc.
A etapa de aquisição envolve os elementos sensores que podem ser sensores fotográficos
(fig. 50) ou sensores próprios para aquisição de imagens de impressões digitais (digital,
capacitivo, elétricos, ultra-som e etc.).
AFIS no Brasil
O Sistema AFIS introduzido no Brasil no final de 1979 - o Printrak, da Thomas de La Rue,
nos institutos de identificação da Bahia e de São Paulo, cada um tinha a capacidade para 4
milhões de registros decadactilares e 500 mil registros de impressões monodactilares.
Segundo o Senhor Alberto Velho (1987) o sistema deixou de funcionar, na Bahia, por falta
de manutenção. A Thomas de La Rua, que prestava serviços de manutenção técnica
rescindiu, em 1987 o contrato por falta de pagamento do governo do Estado. Havia
problemas como a falta de manutenção do ar condicionado na sala do AFIS, que não
podendo ficar na temperatura ambiente, de cerca de 28º C, tinha que ser desligado. Também
houve problemas com a estabilização de energia elétrica pelas freqüentes queimas de fontes
de alimentação. Em São Paulo o Setor de Informática, instalado na própria Secretaria de
Segurança Pública, estava sendo mantido por pessoal não treinado para o gerenciamento de
sistemas que seria necessário para a manutenção do AFIS.
Em ambos os Institutos de Identificação eram altos os índice de rejeição de individuais
datiloscópicas pelo Sistema AFIS. As impressões eram consideradas de baixa qualidade, o
que resultava em: 1 - Erros no arquivamento, impossibilidade de uma classificação correta
pelo AFIS; 2 - Detecção de poucos pontos característicos; e 3 - queda na velocidade de
conversão do arquivo de papel para o digital, devido a constante necessidade de edição
manual das impressões deficientes (sem delta, manchadas, etc.).
O índice de aproveitamento das impressões latentes obtidas locais de crime são
extremamente baixos, o que acaba deixando o sistema AFIS subaproveitado quanto ao seu
enorme potencial.
Devido a baixa produtividade do sistema, a Thomas chegou a sugerir algumas medidas
como emitir folhetos, com o auxílio do Instituto Nacional de Identificação, explicando
como melhor colher impressões digitais. Também sugeriu-se a criação de cadastro de
empregadas domésticas e registros de desaparecidos. Mas os resultados não foram
animadores.
Concluindo, ao contrário dos sistemas instalados nas polícias norte americanas e
canadenses, nos anos de 1978/1979, no Brasil o AFIS não logrou êxito. E a causa, segundo
o relatório da Thomas de La Rue, se deve ao baixo nível de qualidade das nossa impressões
digitais, tanto entintadas como as latentes, somada a pouca utilização das impressões
digitais nos casos policiais.
Quanto ao sistema AFIS a nível nacional, trata-se de um projeto a ser implantado na Polícia
Federal, que visa ao melhoramento técnico do aparelho policial. O projeto PROMOTEC -
Projeto de Modernização Técnica da Polícia Federal -, tem como prioridade a instalação do
AFIS na Polícia Federal.
A lei 9.454 instituiu o CANRIC - Cadastro Nacional de Registro de Identidade Civil, que
também está em andamento. Não há como este projeto funcionar como deve, se não houver
um sistema informatizado de impressões digitais. Caso contrário ficaríamos na mesma
situação que estamos hoje, com documentos sem nenhuma segurança na sua expedição por
falta do controle datiloscópico.
CONCLUSÃO
O uso da dactiloscopia como ferramenta de identificação continua sendo o mais prático e
seguro que existe, e com o advento do computador, sua aplicação ganhou nova dimensão e
a informatização do sistema no Brasil tornou-se algo imprescindível.
Em um país como o nosso, devido a crescente expansão demográfica, a identificação das
pessoas da maneira convencional tornar-se-á muito em breve insatisfatória.
Com a implantação do AFIS através do PROMOTEC, as necessidades forenses no que
tange a identificação de pessoas será suprida. Porém, deve-se ater para os problemas que
hão de surgir na identificação de impressões encontradas em locais de crimes.
A implantação de AFIS nos postos de identificação pode ser a solução para este tipo de
problema, podendo o mesmo ser implantado em conjunto ou mesmo independente do AFIS
central federal implantado pelo PROMOTEC.
Hoje em dia, o baixo custo de um AFIS e a potencialidade dos PCs, possibilitam as
delegacias, implantarem seus próprios sistemas de identificação, e seguindo um padrão,
poderão em pouco tempo serem interligadas compartilhando informações, possibilitando
uma abrangência maior facilitando o combate ao crime.
Muito se espera da segurança pública a nível de governos Federal e Estadual, porém,
muitas vezes os melhores resultados podem vir dos municípios. O País é formado de
estados e municípios, e se cada um conseguir resolver seus próprios problemas, estarão
resolvendo os problemas de todo o País, sendo que e para isso basta apenas organização e
força de vontade.
BIBLIOGRAFIA
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