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O art. 3º, CTN, define como tributo “toda prestação pecuniária compulsória (...)
que não constitua sanção de ato ilícito (...) e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada”.
O art. 4º, CTN, determina que a natureza do tributo é dada por seu fator
gerador. A doutrina acrescenta que é determinada pelo fator gerador e pela
base de cálculo, sendo irrelevante a denominação ou destinação legal da
arrecadação.
Impostos
Taxas
Contribuições de melhoria
Empréstimos compulsórios
Contribuições especiais.
Impostos
Imposto tem como fato gerador qualquer situação que não esteja ligada a
uma atividade estatal específica, voltada ao contribuinte (art. 16, CTN). Por
esse motivo, é chamado de tributo não vinculado.
Por sua vez, a taxa de serviço incide apenas nos caso de serviços
específicos e divisíveis (art. 145, II, CF), ou seja, quando é possível identificar
quanto cada pessoa se utilizou dele. No caso de serviços de utilização
compulsória, como a coleta de lixo domiciliar, é permitida a cobrança de taxa
pela utilização potencial. No caso de serviços de utilização não compulsória,
como serviços judiciais ou de emissão de passaporte, a taxa somente pode ser
cobrada no caso de utilização efetiva do serviço.
Serviços uti universi, que não permitem a identificação do uso por cada
um dos cidadãos.
Serviços de utilização totalmente facultativa, por exemplo, cópia simples
de autos judiciais.
Uso de espaços públicos.
Serviços prestados por concessionárias de serviços públicos.
Contribuição de Melhoria
Contribuição de melhora é o tributo cujo fato gerador é a valorização
imobiliária decorrente de obra pública (art. 81, CTN), como construção de
praças, escolas, entre outros.
O Fisco não pode cobrar além de um limite total (valor da despesa realizada
com a obra) e de um limite individual (acréscimo de valor resultante da obra
para cada imóvel beneficiado).
É necessária a publicação prévia de edital, com informações detalhadas acerca
da obra e da valorização esperada (art. 82, CTN).
Empréstimo compulsório
O empréstimo compulsório não é definido pelo fato gerador, mas sim pelas
hipóteses que permitem sua instituição, definidas no art. 148, CF:
Contribuições especiais
As contribuições especiais são caracterizadas por sua finalidade e não pelo
fato geral. São denominadas como contribuições parafiscais. As contribuições
especiais existentes são:
Sociais;
Intervenção no domínio econômico (CIDE);
Interesse das categorias profissionais ou econômicas;
Custeio de regimes próprios dos servidores;
Custeio do serviço de iluminação pública.
Contribuições sociais
Tributos de competência da União cuja finalidade é o custeio da seguridade
social. Estão previstas expressamente pelo art. 195, CF e são veiculadas por
lei ordinária:
A União pode criar outras, mas estas não poderão ser cumulativas nem repetir
base de cálculo ou fato gerador de outra já existente.
A pessoa em débito com a seguridade social não pode contratar com o Poder
Público, nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais. São isentas as
entidades beneficentes de assistência social.
Competência Tributária
Competência tributária refere-se à possibilidade de instituir, modificar e
extinguir tributos. Só tem competência tributária quem tem competência
legislativa. A competência tributária não se confunde com sujeição ativa
(ocupação do polo ativo da obrigação tributária).
Privativa;
Indelegável;
Incaducável e irrenunciável;
Inalterável;
o A legislação não pode alterar os conceitos, institutos e formas
utilizados pela Constituição Federal.
Facultativa.
Cada ente político exerce sua competência tributária por meio de lei ordinária.
Alguns tributos federais, contudo, exigem lei complementar.
Imunidade recíproca
o Decorre do princípio federativo
o Impede entes federativos de cobrar impostos uns dos outros, o
que agrediria as respectivas autonomias financeiras.
o Imunidade estendia às autarquias e fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público.
o Em regra, a imunidade não abrange entidades de direito privado
da administração indireta (empresas públicas e de economia
pública). Excepcionalmente, o STF estende a imunidade à ECT e
à Infraero.
Imunidade dos templos de qualquer culto
o Vista proteger e garantir a liberdade de culto.
o Abrange toda a atividade e o espaço necessário para o culto.
o Abrange a venda de bens relacionados ao culto, mas não a
exploração de atividade econômica efetiva.
Imunidade dos partidos, entidades sindicais, educacionais e de
assistência social
o Prestigia entidades essências para a democracia representativa e
as que colaboram com Estado em áreas sensíveis.
o Somente são beneficiadas as entidades educacionais e de
assistência social sem fins lucrativos.
Devem atender, ainda, os requisitos do art. 14, CTN, quais
sejam:
Não distribuir seu patrimônio ou suas rendas.
Aplicar integralmente seus recursos na manutenção
de seus objetivos.
Manter escrituração de suas receitas e despesas.
Reter tributos na fonte.
Imunidade dos livros, jornais e periódicos
o É objetiva e restrita aos impostos incidentes sobre livros, jornais,
periódicos e o papel para impressão.
o Não há imunidade aos tributos que incidem sobre a atividade ou
outros bens.
o Pretende-se prestigiar o acesso à informação, à educação e à
cultura.
o Em princípio, abrange o conteúdo do livro eletrônico, mas não o
próprio equipamento.
Imunidade dos fonogramas e videofonogramas, suportes materiais
e arquivos digitais
o O intuito é proteger relevante aspecto cultural, afastando a
incidência de impostos sobre a produção musical de artistas
nacionais.
Princípios
Legalidade
Expressamente previsto no art. 150, I, CF. Não há tributação sem previsão
legal. Assim, os elementos essenciais da tributação devem ser estabelecidos
por lei (tipicidade fechada – art. 97, CTN):
No caso de benefícios fiscais, exige-se não apenas lei, mas também que ela
seja específica, regulando apenas o benefício ou o próprio tributo.
Isonomia
O princípio é previsto no art. 150, II, CF, determinando que a tributação deve
ser a mesma para todos.
Irretroatividade
Prevista no art. 150, III, a, CF.
Anterioridade
O princípio da anterioridade protege o contribuinte contra a exigibilidade
imediata de tributo instituído ou majorado. Assim, ele será exigível apenas após
determinado período.
Exceções à anterioridade
Exceções à anterioridade anual
nonagesimal
Empréstimo compulsório em caso de Empréstimo compulsório em caso de
despesa extraordinária despesa extraordinária
Impostos de importação e exportação Impostos de importação e exportação
IPI Imposto de Renda
IOF IOF
Imposto extraordinário Imposto extraordinário
Restabelecimento da alíquota do
Fixação da base de cálculo do IPVA e
ICMS e da CIDE sobre combustíveis
do IPTU
e lubrificantes
Contribuições sociais
Vedação de confisco
O tributo não pode significar supressão da propriedade, pois o confisco é
vedado. Decorre do princípio da capacidade contributiva e do direito à
propriedade.
Não diferenciação
O art. 152 veda a diferença tributária entre bens e serviços em razão de sua
procedência ou destino. Aplicável especificamente aos Estados, ao DF e aos
Municípios, vedando a cobrança de ICMS ou ISS de maneira discriminatória.
Legislação Tributária
Para o CTN (art. 96), legislação não é apenas o conjunto de leis. Abrange
tratados, decretos e normas complementares (atos normativos, decisões
administrativas, práticas reiteradas das autoridades administrativas)
Constituição
Federal
Normas Nacionais
(CTN, leis
complementares,
outras)
Normas Fedeais
(incluindo leis Normas Estaduais
Normas Municipais
ordinárias e e do DF
complementares)
No topo do sistema, temos a CF, que fixa as competências, as imunidades e os
princípios. Na base, temos as normas produzidas pela União, Estados e
Municípios, no exercício de suas competências. Há uma categoria
intermediária, de normas nacionais, que, embora produzidas pelo Congresso
Nacional, aplicam-se a todos os entes federados.
Os arts. 146 e 146-A, CF, indicam as matérias que devem ser veiculadas por
lei complementar federal, de natureza nacional:
Conflitos de competência.
Regulamentação das limitações constitucionais ao poder de tributar.
Normas gerais em matéria de legislação tributária.
Critérios espaciais de tributação para prevenir desequilíbrios da
concorrência.
O Congresso Nacional pode delegar poder de produzir leis, nos termos do art.
68, CF, com exceção de matéria reservada à lei complementar.
Analogia
Princípios gerais de Direito Tributário
Princípios gerais de Direito Público
Equidade
A norma tributária deve, ainda, analisar conceitos a luz do direito privado, mas
não seus efeitos tributários.
Lançamento Tributário
Sujeição Passiva
Impostos em Espécie
Competência
Critério material
o Transmissão
de bens imóveis (i) por natureza ou (ii) por acessão física.
de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia
de cessão de direitos
Exceção: O STF não tem reconhecido a incidência
do ITBI no compromisso de compra e venda
o Através de ato oneroso
o Inter vivos
o Imunidade
Realização de capital ou fusão, incorporação, cisão ou
extinção de pessoa jurídica (art. 156, §2º, inc. I, CF).
Exceção: atividade preponderante do adquirente é a
compra e venda desses bens ou direitos (art. 37,
CTN).
Desapropriação para reformas agrárias (art. 184, §5º, CF).
Critério temporal: registro imobiliário, conforme a legislação civil.
Critério especial: compete ao Município da situação do bem.
Critério pessoal: o sujeito passivo é determinado pelo art. 42, CTN:
qualquer das partes na operação tributada.
o Normalmente, o legislador escolhe o adquirente.
Critério quantitativo: as alíquotas são fixadas por lei municipal e não
podem ser progressivas e a base de cálculo é o valor venal do imóvel.