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Tributos

A principal fonte de receitas à disposição do Estado é a tributação. O direito


tributário regula a relação jurídica estabelecida por lei entre o Fisco e os
contribuintes. Compete à lei complementar federal definir o que é tributo,
conforme art. 146, III, a, CF.

A norma nacional que define tributo é o Código Tributário Nacional (CTN).


Apesar de ser formalmente lei ordinária, foi recepcionada pela Constituição
Federal como lei complementar.

Os tributos podem ter três funções:

 Função fiscal: arrecadatória, receitas para o funcionamento do Estado


 Função extrafiscal: intervenção no mercado, interferências nas relações
privadas.
 Função parafiscal: arrecadação em favor de entidades paraestatais, que
cobram e ficam com os recursos.

O art. 3º, CTN, define como tributo “toda prestação pecuniária compulsória (...)
que não constitua sanção de ato ilícito (...) e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada”.

Assim, o tributo é definido como prestação, que é o objeto de relação


obrigacional. No Direito Tributário, o devedor é conhecido como sujeito
passivo e o credor é o sujeito ativo.

O tributo refere-se à entrega de dinheiro, ou seja, corresponde a uma quantia


em moeda. Não há tributo in labore ou in natura.

O tributo tem natureza compulsória, ou seja, independe da vontade do


devedor, pois decorre da vontade da lei ao determinar o fato gerador. O fato
gerador, por sua vez, é sempre lícito, não cabendo tributação sobre atos
ilícitos.
A cobrança deve ser feita sem margem para juízo de conveniência ou
oportunidade. Não cabe discricionariedade. O lançamento é atividade
vinculada, sob pena de responsabilidade funcional.

O art. 4º, CTN, determina que a natureza do tributo é dada por seu fator
gerador. A doutrina acrescenta que é determinada pelo fator gerador e pela
base de cálculo, sendo irrelevante a denominação ou destinação legal da
arrecadação.

Segundo a teoria clássica tripartida, são espécies de tributo:

 Impostos
 Taxas
 Contribuições de melhoria

Modernamente, a teoria pentapartida reconhece ainda:

 Empréstimos compulsórios
 Contribuições especiais.

Impostos
Imposto tem como fato gerador qualquer situação que não esteja ligada a
uma atividade estatal específica, voltada ao contribuinte (art. 16, CTN). Por
esse motivo, é chamado de tributo não vinculado.

O art. 145, §1º, CF determina que devem seguir a pessoalidade e a gradação


segundo a capacidade econômica do contribuinte. Embora a legislação
tributária deva ser genérica, é possível que o legislador adote determinadas
características pessoas como critérios. A progressividade das alíquotas é
instrumento pelo qual se dá a gradação segundo a capacidade econômica.
Taxas
A Constituição prevê taxas pelo exercício do poder de polícia ou pela
prestação de determinados serviços públicos (art. 145, II, CF). A taxa é
vinculada à determinada atividade estatal voltada ao contribuinte.

O art. 78, CTN, define poder de polícia como atividade da administração


pública que regula a prática de ato ou abstenção de fato. São as taxas de
fiscalização.

Por sua vez, a taxa de serviço incide apenas nos caso de serviços
específicos e divisíveis (art. 145, II, CF), ou seja, quando é possível identificar
quanto cada pessoa se utilizou dele. No caso de serviços de utilização
compulsória, como a coleta de lixo domiciliar, é permitida a cobrança de taxa
pela utilização potencial. No caso de serviços de utilização não compulsória,
como serviços judiciais ou de emissão de passaporte, a taxa somente pode ser
cobrada no caso de utilização efetiva do serviço.

Há casos excluídos da cobrança de taxa, quais sejam:

 Serviços uti universi, que não permitem a identificação do uso por cada
um dos cidadãos.
 Serviços de utilização totalmente facultativa, por exemplo, cópia simples
de autos judiciais.
 Uso de espaços públicos.
 Serviços prestados por concessionárias de serviços públicos.

Contribuição de Melhoria
Contribuição de melhora é o tributo cujo fato gerador é a valorização
imobiliária decorrente de obra pública (art. 81, CTN), como construção de
praças, escolas, entre outros.

O Fisco não pode cobrar além de um limite total (valor da despesa realizada
com a obra) e de um limite individual (acréscimo de valor resultante da obra
para cada imóvel beneficiado).
É necessária a publicação prévia de edital, com informações detalhadas acerca
da obra e da valorização esperada (art. 82, CTN).

Empréstimo compulsório
O empréstimo compulsório não é definido pelo fato gerador, mas sim pelas
hipóteses que permitem sua instituição, definidas no art. 148, CF:

 Atendar despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública,


de guerra externa ou sua iminência;
 Investimento público de caráter urgente e de relevante interesse
nacional.

Apenas a União tem competência para o empréstimo compulsório. Sua


instituição, modificação ou extinção exige lei complementar. A aplicação dos
recursos será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição (art. 148,
parágrafo único, CF).

A lei deve fixar o prazo e as condições de resgate, pois se trata de um


empréstimo.

Contribuições especiais
As contribuições especiais são caracterizadas por sua finalidade e não pelo
fato geral. São denominadas como contribuições parafiscais. As contribuições
especiais existentes são:

 Sociais;
 Intervenção no domínio econômico (CIDE);
 Interesse das categorias profissionais ou econômicas;
 Custeio de regimes próprios dos servidores;
 Custeio do serviço de iluminação pública.
Contribuições sociais
Tributos de competência da União cuja finalidade é o custeio da seguridade
social. Estão previstas expressamente pelo art. 195, CF e são veiculadas por
lei ordinária:

 Dos empregadores, das empresas e equiparados.


 Dos trabalhadores e equiparados
 Sobre concursos de prognósticos
 Dos importadores

A União pode criar outras, mas estas não poderão ser cumulativas nem repetir
base de cálculo ou fato gerador de outra já existente.

A pessoa em débito com a seguridade social não pode contratar com o Poder
Público, nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais. São isentas as
entidades beneficentes de assistência social.

Contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE)


Tributos da União cuja finalidade é extrafiscal de intervenção no mercado.
Temos CIDE sobre:

 Combustíveis – art. 177, §4º, CF.


 Remessas ao exterior
 Contribuição ao Sistema S

Vale ressaltar que as CIDEs e as contribuições sociais:

 Não incidem sobre receitas decorrentes de exportação;


 Incidem sobre importações;
 Suas alíquotas podem ser ad valorem ou específicas.

Contribuições de interesse de categorias profissionais ou


econômicas
Tributos da União, mas cobrados por entidades de classe, que ficam com os
recursos arrecadados para que possam realizar suas atividades.
Contribuições dos servidores
Tributos dos entes políticos cuja finalidade é o custeio de regimes próprios de
previdência dos servidores. Nesse caso, a contribuição não é exclusiva da
União.

Contribuição para custeio do serviço de iluminação pública


Tributo municipal e do DF cuja finalidade é custear a iluminação pública (art.
149-A, CF). Pode ser cobrada na fatura de consumo de energia elétrica.

Competência Tributária
Competência tributária refere-se à possibilidade de instituir, modificar e
extinguir tributos. Só tem competência tributária quem tem competência
legislativa. A competência tributária não se confunde com sujeição ativa
(ocupação do polo ativo da obrigação tributária).

A Constituição Federal não institui tributos, apenas fixa as competências. As


competências são divididas em:

 Privativa: refere-se aos impostos.


o A Constituição lista os impostos federais, estudais e municipais.
Daí a privatividade a que se refere essa classificação.
 Comum: tributos que podem ser instituídos e cobrados por qualquer
ente político.
o Todos os entes podem criar taxas e contribuições de melhoria.
 Residual: competência da União, que pode instituir outros impostos
além daqueles previstos expressamente (art. 154, I, CF).
o A listagem dos impostos federais não é taxativa.
o A União e somente ela pode criar outros impostos além dos
listados através de Lei Complementar.
 Este não pode ser cumulativo e não pode ter mesmo fato
gerador ou base de cálculo de imposto já existente.
 Extraordinária: competência da União para instituir imposto por simples
lei ordinária em caso de guerra externa ou sua iminência (art. 154, II,
CF).
o O imposto extraordinário deve ser suprimido, cessadas as causas
de sua criação, no prazo máximo de cinco anos.

A competência tributária é ainda:

 Privativa;
 Indelegável;
 Incaducável e irrenunciável;
 Inalterável;
o A legislação não pode alterar os conceitos, institutos e formas
utilizados pela Constituição Federal.
 Facultativa.

Cada ente político exerce sua competência tributária por meio de lei ordinária.
Alguns tributos federais, contudo, exigem lei complementar.

Há bitributação quando dois entes políticos pretendem tributar a mesma


situação, o que não é permitido. Há bis in idem quando o mesmo ente político
pretende tributar duas vezes a mesma situação, o que tampouco se admite.

Sujeito ativo é o credor da obrigação tributária. Refere-se à capacidade


tributária ativa, ou seja, a aptidão para cobra o crédito tributário. Em regra, o
sujeito ativo é o próprio ente competente, mas o legislador pode indicar outra
pessoa (normalmente autarquia).

Há parafiscalidade quando o sujeito ativo delegado fica com os recursos


arreados para realizar suas atividades essenciais.

Se houver desmembramento de Estado ou de Município, o novo ente político


criado sub-roga-se dos direitos do ente originário.
Imunidades
A Constituição também delimita negativamente a competência tributária, que é
denominada imunidade. Sempre que a Constituição Federal afastar a
competência, há imunidade, que nada mais é que uma limitação do poder de
tributar.

A imunidade se difere da isenção, pois a primeira é norma constitucional e


afasta a competência, enquanto a segunda é norma legal produzida pelo ente
competente e pressupõe a competência.

Quando há isenção, ocorre o fato gerador e surge a obrigação, mas o


pagamento do crédito é dispensado.

A não incidência refere-se genericamente a situações fora do alcance da


norma de incidência.

A Constituição lista as imunidades no art. 150, VI, a-e. Essas imunidades


referem-se somente aos impostos, mas não afasta obrigações relativas à
responsabilidade tributária, nem o dever de cumprimento de obrigações
acessórias.

As imunidades previstas são:

 Imunidade recíproca
o Decorre do princípio federativo
o Impede entes federativos de cobrar impostos uns dos outros, o
que agrediria as respectivas autonomias financeiras.
o Imunidade estendia às autarquias e fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público.
o Em regra, a imunidade não abrange entidades de direito privado
da administração indireta (empresas públicas e de economia
pública). Excepcionalmente, o STF estende a imunidade à ECT e
à Infraero.
 Imunidade dos templos de qualquer culto
o Vista proteger e garantir a liberdade de culto.
o Abrange toda a atividade e o espaço necessário para o culto.
o Abrange a venda de bens relacionados ao culto, mas não a
exploração de atividade econômica efetiva.
 Imunidade dos partidos, entidades sindicais, educacionais e de
assistência social
o Prestigia entidades essências para a democracia representativa e
as que colaboram com Estado em áreas sensíveis.
o Somente são beneficiadas as entidades educacionais e de
assistência social sem fins lucrativos.
 Devem atender, ainda, os requisitos do art. 14, CTN, quais
sejam:
 Não distribuir seu patrimônio ou suas rendas.
 Aplicar integralmente seus recursos na manutenção
de seus objetivos.
 Manter escrituração de suas receitas e despesas.
 Reter tributos na fonte.
 Imunidade dos livros, jornais e periódicos
o É objetiva e restrita aos impostos incidentes sobre livros, jornais,
periódicos e o papel para impressão.
o Não há imunidade aos tributos que incidem sobre a atividade ou
outros bens.
o Pretende-se prestigiar o acesso à informação, à educação e à
cultura.
o Em princípio, abrange o conteúdo do livro eletrônico, mas não o
próprio equipamento.
 Imunidade dos fonogramas e videofonogramas, suportes materiais
e arquivos digitais
o O intuito é proteger relevante aspecto cultural, afastando a
incidência de impostos sobre a produção musical de artistas
nacionais.
Princípios

Legalidade
Expressamente previsto no art. 150, I, CF. Não há tributação sem previsão
legal. Assim, os elementos essenciais da tributação devem ser estabelecidos
por lei (tipicidade fechada – art. 97, CTN):

 Instituição, majoração, redução, dispensa e extinção de tributos e de


penalidades.
 Fato gerador da obrigação principal.
 Alíquotas e base de cálculo.
 Cominação de penalidades, sua dispensa ou redução.
 Hipóteses de suspensão, extinção e exclusão do crédito tributário.

Não se exige lei, em sentido estrito em relação à alteração de determinadas


alíquotas de tributos federais e a elementos instrumentais da tributação,
podem ser alteradas por normas infralegais, no caso de tributos de carga
extrafiscal, que visam à intervenção no mercado e não a arrecadação.

No caso da obrigação acessória, o CTN sempre se refere à legislação e não


lei. O Judiciário tem aceitado obrigações acessórias previstas genericamente
me lei e detalhadas em norma infralegal.

No caso de benefícios fiscais, exige-se não apenas lei, mas também que ela
seja específica, regulando apenas o benefício ou o próprio tributo.

Isonomia
O princípio é previsto no art. 150, II, CF, determinando que a tributação deve
ser a mesma para todos.

Isonomia é tratar igualmente os contribuintes na mesma situação e


desigualmente aqueles em situações distintas, conforme a desigualdade. O
critério de comparação é a capacidade contributiva ou capacidade econômica.

Tem-se como instrumentos da isonomia:


 Progressividade, seletividade, diferenciação de alíquotas.
 Isenções e outros benefícios.

Irretroatividade
Prevista no art. 150, III, a, CF.

Tem-se que a legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores


futuros e aos pendentes (art. 105, CTN), não cabendo, contudo, a aplicação a
fatos passados, excetuando-se:

 Lei expressamente interpretativa.


 Norma sancionadora mais benéfica ao infrator (somente a multa, a
alíquota sempre será aquela vigente à época do fato gerador)
 Novas regras para a fiscalização ou aumento das garantias e privilégios
do crédito.

Anterioridade
O princípio da anterioridade protege o contribuinte contra a exigibilidade
imediata de tributo instituído ou majorado. Assim, ele será exigível apenas após
determinado período.

O art. 150, III, b e c, CF, determina duas formas de anterioridade:

 Nonagesimal: 90 (noventa) dias da publicação.


 Anual: 1º de janeiro do ano seguinte.

Diante das duas regras de anterioridade, vale sempre a data posterior. As


regras de anterioridade são entendidas como cláusula pétrea, segundo o STF.

A anterioridade refere-se somente aos casos de instituição ou majoração, não


aos de redução ou extinção, pois é uma proteção ao contribuinte, de modo que
norma mais benéfica pode ter eficácia imediata.

Vale dizer que no caso de medida provisória, esta só produzirá efeito no


exercício seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia do ano em
que foi editada (art. 62, §2º, CF) e a anterioridade nonagesimal é contada da
edição da MP, não de sua conversão. Essa regra, contudo, só vale para os
impostos.

Há diversas exceções ao princípio da anterioridade anual e nonagesimal:

Exceções à anterioridade
Exceções à anterioridade anual
nonagesimal
Empréstimo compulsório em caso de Empréstimo compulsório em caso de
despesa extraordinária despesa extraordinária
Impostos de importação e exportação Impostos de importação e exportação
IPI Imposto de Renda
IOF IOF
Imposto extraordinário Imposto extraordinário
Restabelecimento da alíquota do
Fixação da base de cálculo do IPVA e
ICMS e da CIDE sobre combustíveis
do IPTU
e lubrificantes
Contribuições sociais

Vedação de confisco
O tributo não pode significar supressão da propriedade, pois o confisco é
vedado. Decorre do princípio da capacidade contributiva e do direito à
propriedade.

O caráter confiscatório é fácil de ser identificado no caso dos impostos sobre


propriedade e renda, bem como das taxas e das contribuições de melhora. Por
exemplo, um IPTU de 50% é claramente confiscatório.

Vedação de limitação ao tráfego de pessoas ou bens


O tributo não pode ser usado para interferir no direito de ir e vir (art. 150, V,
CF). Assim, a existência tributo interestadual ou intermunicipal que possa
embaraçar o tráfego será inconstitucional.

O pedágio, a rigor, costuma ser classificado como preço público ou tarifa.


Uniformidade territorial
Os tributos federais devem ser uniformes em todo o Brasil, com uma única
exceção:

 Concessão de incentivos fiscais para promover o equilíbrio do


desenvolvimento socioeconômico.

O princípio é aplicável especificamente à União, permitindo, contudo, a


diferenciação em relação às realidades locais.

Não diferenciação
O art. 152 veda a diferença tributária entre bens e serviços em razão de sua
procedência ou destino. Aplicável especificamente aos Estados, ao DF e aos
Municípios, vedando a cobrança de ICMS ou ISS de maneira discriminatória.

O incentivo à produção e à economia local não pode se dar em detrimento da


unidade da federação.

Legislação Tributária
Para o CTN (art. 96), legislação não é apenas o conjunto de leis. Abrange
tratados, decretos e normas complementares (atos normativos, decisões
administrativas, práticas reiteradas das autoridades administrativas)

Constituição
Federal

Normas Nacionais
(CTN, leis
complementares,
outras)

Normas Fedeais
(incluindo leis Normas Estaduais
Normas Municipais
ordinárias e e do DF
complementares)
No topo do sistema, temos a CF, que fixa as competências, as imunidades e os
princípios. Na base, temos as normas produzidas pela União, Estados e
Municípios, no exercício de suas competências. Há uma categoria
intermediária, de normas nacionais, que, embora produzidas pelo Congresso
Nacional, aplicam-se a todos os entes federados.

Quando a Constituição Federal refere-se simplesmente à lei, entende-se que é


lei ordinária, por meio da qual os elementos essenciais da tributação devem ser
veiculados.

A Medida Provisória substitui a lei ordinária, jamais a lei complementar.

Os arts. 146 e 146-A, CF, indicam as matérias que devem ser veiculadas por
lei complementar federal, de natureza nacional:

 Conflitos de competência.
 Regulamentação das limitações constitucionais ao poder de tributar.
 Normas gerais em matéria de legislação tributária.
 Critérios espaciais de tributação para prevenir desequilíbrios da
concorrência.

O Congresso Nacional pode delegar poder de produzir leis, nos termos do art.
68, CF, com exceção de matéria reservada à lei complementar.

Além de veicular normas nacionais, a lei complementar federal também veicula


normas federais, ou seja, normas relativas à competência tributária da União.

Vigência, Aplicação, Interpretação e Integração


Validade é a pertinência da norma ao sistema jurídico.

Vigência é a delimitação temporal e espacial.

Eficácia é a possibilidade de produzir efeitos concretos.


Em conformidade com o princípio da territorialidade, as normas têm vigência
nos limites do território do ente tributante. A vigência no tempo é regulada pelas
normas gerais do direito brasileiro (vacatio legis).

Quanto à integração da lei tributária, em caso de ausência de disposição


expressa, utiliza-se de (nesta ordem):

 Analogia
 Princípios gerais de Direito Tributário
 Princípios gerais de Direito Público
 Equidade

A norma tributária deve, ainda, analisar conceitos a luz do direito privado, mas
não seus efeitos tributários.

A intepretação de benefícios deve ser literal, ao passo que a intepretação de


sanções deve ser do modo mais benéfico ao acusado.

Obrigação Tributária, Fato Gerador e Crédito


Obrigação tributária refere-se à relação entre o sujeito passivo e o sujeito
ativo e à prestação correspondente. Esta surge com o fato gerador, mas a
constituição do crédito depende de lançamento.

Há duas espécies de obrigação tributária:

 Principal – prestação pecuniária.


 Acessória – prestação não pecuniária.
o Apesar do nome, pode existe independentemente de obrigação
principal,
o Em caso de descumprimento, surge penalidade pecuniária.

Fato gerador é expressão utilizada em dois sentidos:

 Previsão legal da situação


 Efetiva ocorrência do fato da vida previsto na lei.

Fato gerador é a situação prevista em lei, necessária e suficiente para a


ocorrência da obrigação tributária (principal ou acessória).
Se for situação de fato, dá-se por ocorrido no momento em que se verificam as
circunstâncias materiais. Se for situação jurídica, desde o momento em que
esteja definitivamente constituída. Se houver condição suspensiva, desde o
momento de seu implemento. A condição resolutiva, a rigor, é irrelevante para
o fato gerador.

O fato gerador independe de:

 Validade jurídica dos atos efetivamente praticados e da natureza de seu


objeto.
 Efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.

Em caso de dissimulação para evasão fiscal, desconsideram-se os atos


praticados e cobra-se o tributo devido.

A obrigação tributária é inexigível antes do lançamento. A partir daí, com o


vencimento, a obrigação torna-se exigível.

Lançamento Tributário

Sujeição Passiva

Suspensão, Extinção e Exclusão do Crédito Tributário

Impostos em Espécie
Competência

Os artigos 153 e 154, CF, determinam os impostos de competência da União.


Por sua vez, art. 155 CF determina os impostos de competência do Estado,
quais sejam: ITCMD, ICMS e IPVA. Por fim, o art. 156 determina os impostos
de competência dos Municípios (ITBI, IPTU, ISS).
Impostos de competência MUNICIPAL

ISS – Imposto sobre Serviços de qualquer natureza

 Critério material: prestação de serviços listados na LC 116/2003,


alterada pela LC 157/16. A lista é taxativa.
o Serviços com mercadoria: o critério preponderante é a listagem
na LC 116/2003.
 Serviço na lista da LC 116/2003: ISS sobre tudo [ex:
serviços gráficos (Súmula 156, STJ) e assistência médica
(S. 274, STJ).
 Serviço na lista, com ressalva em relação à mercadoria:
ISS sobre o serviço e ICMS sobre a mercadoria.
 Serviço não constante na lista: ICMS sobre tudo (ex: bares
e restaurantes – S. 163, STJ).
 Critério temporal: momento em que o serviço é disponibilizado ao
tomador.
 Critério espacial: território do Município tributante.
o O serviço considera-se prestado, em regra, no local do
estabelecimento do prestador ou de seu domicílio.
 Exceção: art. 3º, LC 116/2003: local da efetiva prestação é
facilmente localizável.
 Critério pessoal: o contribuinte é o prestador do serviço.
 Critério quantitativo
o As alíquotas são fixadas pela lei local, observado o piso de 2% e
o teto de 5%.
 Não se admitem benefícios que reduzam a tributação
abaixo dos 2% sobre o preço.
o A base de cálculo é o preço do serviço.

IPTU – Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana


 Critério material: propriedade, domínio útil ou posse de imóvel por
natureza ou por acessão física (terreno e construções) – art. 32, CTN;
o O IPTU, diferentemente do ITR não incide apenas sobre a
propriedade do terreno, mas também sobre as construções.
 Critério temporal: é definido pela lei de cada município, sendo comum
1º de janeiro de cada ano.
o Há municípios que preveem incidência proporcional no caso de
construção realizada durante o ano.
 Critério espacial: o IPTU incide sobre imóveis localizados na zona
urbana do Município, determinada pela lei local (art. 32, §1º e 2º, CTN).
 Critério pessoal
o Sujeito passivo: proprietário, titular do domínio útil ou possuidor
(animus domini ou ad usucapionem).
 STJ tem entendido que o promitente-comprador do imóvel
é solidariamente responsável com o proprietário.
 Critério quantitativo
o As alíquotas do IPTI devem ser fixadas pela lei municipal
podendo ser:
 Progressivas em razão do valor do imóvel.
 Diferenciadas conforme a localização e o uso.
 Progressivas no tempo, para promover o adequado
aproveitamento do imóvel (art. 182, §4º, II, da CF).
o A base de cálculo é o valor venal do terreno e das construções,
que significa dizer o valor de mercado do bem.
 A incidência de ITR em virtude de exploração extrativista ou
agropecuária na área urbana impede a incidência do IPTU.

ITBI – Imposto sobre Transmissão e Bens Imóveis

 Critério material
o Transmissão
 de bens imóveis (i) por natureza ou (ii) por acessão física.
 de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia
 de cessão de direitos
 Exceção: O STF não tem reconhecido a incidência
do ITBI no compromisso de compra e venda
o Através de ato oneroso
o Inter vivos
o Imunidade
 Realização de capital ou fusão, incorporação, cisão ou
extinção de pessoa jurídica (art. 156, §2º, inc. I, CF).
 Exceção: atividade preponderante do adquirente é a
compra e venda desses bens ou direitos (art. 37,
CTN).
 Desapropriação para reformas agrárias (art. 184, §5º, CF).
 Critério temporal: registro imobiliário, conforme a legislação civil.
 Critério especial: compete ao Município da situação do bem.
 Critério pessoal: o sujeito passivo é determinado pelo art. 42, CTN:
qualquer das partes na operação tributada.
o Normalmente, o legislador escolhe o adquirente.
 Critério quantitativo: as alíquotas são fixadas por lei municipal e não
podem ser progressivas e a base de cálculo é o valor venal do imóvel.

Impostos de competência ESTADUAL

IPVA – Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores

 Critério material: propriedade de veículos automotores terrestres


(carros, caminhões, motocicletas).
o O STF entende que o imposto não incide sobe a propriedade de
embarcações e aeronaves.
 Critério temporal: o momento de incidência é fixado pela legislação de
cada Estado e do DF, sendo comuns os seguintes critérios:
o 1º de janeiro de cada ano;
o Aquisição do veículo novo pelo 1º proprietário;
o Desembaraço aduaneiro.
 Critério espacial: território de cada Estado e do DF, cujo local seja o do
registro, que deve corresponder ao do domicílio ou residência do
proprietário.
 Critério pessoal: o proprietário é o sujeito passivo, enquanto o sujeito
ativo é o Estado ou Distrito Federal onde está registrado o veículo.
 Critério quantitativo
o As alíquotas são fixadas pela lei de cada Estado;
o O Senado fixa alíquotas mínimas, para evitar “guerra fiscal” e
fraude (art. 155, §5º, I);
o As alíquotas podem ser diferencias em função do tipo e da
utilização do veículo (art. 155, §5º, II);
o A base de cálculo é o valor venal do veículo (valor de mercado).

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