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A Origem da Filosofia e
Introdução à Filosofia
Pré-Socrática
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Apresentação
Como nasceu e foi concebida a Filosofia?
Esta questão será nosso ponto de partida nesta disciplina. Você verá que tudo se inicia com
uma abordagem cosmológica sobre o princípio das coisas, para daí seguir para uma análise
das essências das coisas. Da análise das essências surgirão uma série de desdobramentos
éticos e morais decorrentes de preocupações antropológicas acerca do Ser do homem.
Veja o que Aniceto Molinaro, importante comentador da filosofia, fala sobre a questão do
Ser que vai surgindo:
Ou, ainda, o que fala Álvaro Penedos acerca da relação entre o desvelamento do Ser e a
verdade:
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A palavra grega que usualmente se traduz por verdade é alétheia. Tal tradução
não é efetivamente correta. O grego, sobretudo o filósofo, tinha de pensar a
verdade dentro de determinados quadrantes conceituais. No seu sentido rigoroso,
a palavra alétheia descreve o ato de desvelar, ou seja, o gesto pelo qual
descobrimos determinada coisa. Ora, se é uma descoberta, é porque aquilo que se
descobre já existia independentemente do homem. Assim, se a verdade não está na
independência do homem (no sentido em que este a constrói) é também difícil de
alcançar, daí a tarefa de desvelar pertencer essencialmente ao filósofo.
(PENEDOS, 1984, p. 88)
1. Por que falar do Ser? Como esta questão entra e se fixa na investigação
filosófica?
2. Qual a sua abrangência, origem e possíveis desdobramentos?
3. Como estas questões vão culminar no desenvolvimento até mesmo do saber
das coisas físicas, materiais, não nos esquecendo de que o estudo da Física é o
estudo da Natureza?
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Desafio
Leia o texto a seguir e faça o que se pede:
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Conteúdo
A Questão da Relação entre o Mito e o Lógos
De acordo com grande parte dos historiadores, quando a filosofia surgiu na Grécia, no
século VI a.C., aconteceu uma modificação na forma de explicar a realidade, embora os
seus criadores não tivessem consciência da revolução que iniciaram e que levaria a uma
nova maneira de compreender o mundo. Apareceu uma forma lógica de explicar os eventos,
uma forma racional que, segundo a tradição historiográfica, representou a passagem do
mito para o lógos. Essa passagem implicou no deslocamento das cosmogonias míticas
(que apresentavam o surgimento do universo relacionado com o surgimento dos deuses)
para a cosmologia, que passou a apresentar uma compreensão do mundo baseada nas
tentativas de justificação racional, na observação e na crítica.
Para os gregos, havia dois tipos de história: uma história profana e uma história
sagrada ou o tempo profano e o tempo sagrado.
No sentido etimológico, a palavra “mito” significa narrativa. Há várias teorias sobre o mito e,
segundo Mircea Eliade (1994, p. 7-23), os mitos narram a história do surgimento do
mundo, dos deuses e do homem, em um tempo originário. O mito conta como uma
determinada realidade que veio à existência, seja o universo, o homem, uma sociedade, a
cidade, ou ainda, uma instituição social ou religiosa. Há mitos a respeito da criação do
cosmos, do nascimento de um deus, das ações de um herói e da fundação da cidade. O
mito de forma alguma é uma fantasia, mas uma forma de explicar o mundo e de conferir
sentido à vida. O mito fornecia aos antigos uma inteligibilidade para tudo o que o cercava.
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A diferença fundamental entre elas reside no método utilizado para explicar a origem de
todas as coisas:
A mitologia, apesar de se preocupar com a origem, não soube perguntar pelo princípio
( arché ) primeiro, ingênito, de todos os seres.
Na filosofia há a presença de um “método de explicação racional” e da universalidade
do conceito, permanecendo assim, com as representações concretas da realidade
mediante o uso da imaginação.
Além disso, o mito não procede por meio de tentativas de demonstração e não faz parte da
tradição mítica a utilização da crítica, já presente com os primeiros filósofos. Por isso, as
mitologias tendem a persistir intocadas, já a filosofia é dinâmica.
A comparação entre filosofia e mitologia pode revelar-se um grande problema, pois são
duas maneiras distintas de ler o que se apresenta ao homem e cujas relações, no momento
do surgimento da filosofia na Grécia e durante o seu desenvolvimento, são extremamente
complexas. O mito permaneceu presente nas teorias de muitos pré-socráticos e também na
obra de Platão. Muitos filósofos tardios, como Plotino, Porfírio e Proclo, realizaram uma
exegese dos mitos gregos e, em alguma medida, os consideraram como uma sabedoria
originária que deveria ser elucidada pela razão.
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O tipo de relação que foi estabelecida entre a religião e a filosofia acabou por tornar propício
o desenvolvimento de uma atividade filosófica extremamente variada. Outras condições
também favoreceram o nascimento da filosofia na Grécia. Reale (1993, p. 25-27) cita o
avanço da democracia e a consequente liberdade de exercício da atividade política como
um fator importante e original que contrapôs a Grécia a todas as culturas do mediterrâneo e
do Oriente. Outro fator apontado foi a riqueza das colônias gregas situadas na Ásia Menor,
cuja pujança comercial e econômica permitiu o desenvolvimento da cultura.
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Resumo Bibliográfico
De acordo com a historiografia, a pergunta feita por Tales de Mileto, que inaugurou a
investigação filosófica, foi a seguinte: qual é a origem de todos os seres? A resposta dada
por ele, que deve ser considerada igualmente como filosófica, teria sido: a água é a origem
de tudo.
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Conforme Reale (1993, p. 47-48), duas outras afirmações de Tales podem ser consideradas
como filosóficas:
O que haveria de tão especial nessas perguntas e respostas a ponto de tornar Tales o
primeiro filósofo? Devemos considerar a resposta de Aristóteles, que é uma das fontes mais
importantes para a reconstrução do pensamento dos pré-socráticos.
Segundo Aristóteles (Metafísica, A 3, 983 b 6), Tales teria sido o primeiro a perguntar pelo
princípio (arché) originário de todas as coisas ou ainda pela physis originária que teria
possibilitado o surgimento de todos os seres. Partindo da percepção de que todas as coisas
surgem e perecem, o filósofo procurou encontrar algum elemento ingênito e imperecível que
seria anterior a tudo e que originaria, a partir de si, todos os outros seres. Ao ter observado
que a umidade está presente em todos os seres vivos e que sem ela não haveria vida, Tales
concluiu que a água era o princípio primeiro de todas as coisas. Para Aristóteles, o primeiro
filósofo procedeu por indução , ou seja, observou uma série de casos particulares e
generalizou as suas conclusões ao adotar a água como princípio.
É importante que se tenha em mente que quando Tales afirma que a água é o princípio, ele
não está se referindo apenas ao surgimento dos seres vivos, mas ao surgimento de todos
os seres, conforme o testemunho de Aristóteles:
Tales, iniciador desse tipo de filosofia, diz que o princípio é a água (por isso,
afirma também que a terra flutua sobre a água), certamente tirando essa
convicção da constatação de que o alimento de todas as coisas é úmido e da
constatação de que até o calor se gera do úmido e vive no úmido. Ora, aquilo de
que todas as coisas se geram é o princípio de tudo. Ele tirou, pois, esta convicção
desse fato e também do fato de que as sementes de todas as coisas têm uma
natureza úmida, sendo a água o princípio da natureza das coisas úmidas.
(Metafísica, A 3, 983 b 20-27).
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Resumo Bibliográfico
Anaximandro, assim como Tales, estava interessado na pergunta mais radical que o
pensamento filosófico elaborou em todas as épocas: qual é o princípio primeiro de todos os
seres? Contudo rejeitou a água como sendo o elemento primordial de todas as coisas, em
virtude de ela ser algo determinado e por ter observado que tudo o que é determinado está
sujeito ao nascimento e ao perecimento e que, portanto, não pode ser um princípio primeiro.
Para Anaximandro, a physis originária é o ápeiron, termo que pode ser traduzido como o
indeterminado ou ilimitado. A natureza primeira é eterna, imperecível por isso, está em
constante movimento - e não originada, justamente por não possuir nenhuma característica
determinada.
O ápeiron é uma substância abstrata, indefinida, que não está fixada em nenhum elemento
palpável da natureza. É uma espécie de massa ou elemento informe, anterior às distinções
entre os contrários, como o frio e o quente, e os elementos determinados, como a terra e a
água. Sendo ilimitado, o princípio é inesgotável e gera infinitos mundos que existem
concomitantemente e que um dia perecerão e serão substituídos por outros, em um
processo cíclico que não terá fim. Em função do movimento que está presente nele, uma
espécie de turbilhão, o ápeiron gera todas as coisas por um processo de separação dos
contrários. Primeiro surgem os pares de contrários primordiais e determinados - o frio, o
quente, o úmido e o seco - esses não são apenas qualidades, mas substâncias que,
combinando-se, dão origem aos quatro elementos de que são formadas todas as coisas: o
fogo, o ar, a água e a terra.
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Resumo Bibliográfico
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Dica do Professor
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Na Prática
"Prezado(a) estudante,
Bom Trabalho!
Atividade
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Saiba Mais
Para ampliar seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo a(s)
sugestão(ões) do professor:
Para saber mais sobre o orfismo, consulte os autores elencados a seguir, que
fazem importantes abordagens do tema:
Reale (1993, pp. 23-25 e pp. 371-386)
Fraile (1997, pp. 120-126)
Mondolfo, (1971, pp. 18-3)
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Referências
É ( “
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______. Ética a Nicômaco. São Paulo: Abril Cultural, 1973. 191 p. (Coleção “Os
pensadores”)
MONDOLFO, R. O pensamento antigo. 3. ed. São Paulo: Mestre Jou, 1971. v.
1. 314 p.
________. 3. ed. São Paulo: Mestre Jou, 1973. v. 2. 373 p.
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REALE, G. História da filosofia antiga. São Paulo: Loyola, 1993. vol. 1: Das
origens a Sócrates. 419 p.
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