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Excelentíssima Senhora Instrutora

Respondendo à nota de culpa deduzida no

processo disciplinar que contra ela foi

instaurado, vem …., deduzir a sua defesa nos

seguintes termos:

I- QUESTÂO PRÉVIA

A arguida desde já impugna expressamente a utilização de um email pessoal para uso da

entidade patronal, pelo que a sua utilização e divulgação através do presente processo

disciplinar deveria ter sido anteriormente solicitada à arguida. Não tendo a respectiva

autorização solicita-se a imediata destruição do mesmo.

Pese embora ter sido enviado a uma colega de trabalho, o seu conteúdo contém informações

pessoais, do foro íntimo da arguida pelo que a sua utilização no presente constitui uma violação

grosseira dos deveres de protecção de dados pessoais da arguida, sendo evidente que a sua

utilização apenas visa um objectivo difamatório pois que a arguida cumpriu escrupulosamente

os seus deveres como trabalhadora do HOSPITAL.

Senão vejamos:

II – DOS FACTOS

1.Segundo a própria nota de culpa, a arguida não tem qualquer falta injustificada. Aliás, sob o

ponto 13 da mesma, vêm especificados todos os períodos em que a arguida esteve ausente do

trabalho. Deste modo, e para o que interessa, pois que a arguida apenas esteve ausente por
incapacidade temporária para o trabalho por doença natural a partir de 14 de Novembro, foram

entregues com as seguintes datas:

14 de Novembro de 20… a 25 de Novembro; 26 de Novembro a 25 de Dezembro de 20..;

26 de Dezembro de 20.. a 24 de Janeiro de 20.. e de 25 de Janeiro a 23 de Fevereiro de 20...

2. Ora, salta à evidência que a arguida não tem uma única falta injustificada, pois que, desde o

dia 14 de Novembro até ao seu regresso ao trabalho, a arguida sempre apresentou certificado

de incapacidade para o trabalho por doença natural.

3. Vem referido na nota de culpa que no dia 18 de Dezembro de 20…, os serviços do Centro

Distrital da Segurança Social de … informaram que, no dia anterior, tinha sido deliberado “não

subsistir a incapacidade temporária para o trabalho” da arguida.

4. Ora, a arguida foi realmente submetida a exame médico no dia anterior no Centro Distrital da

Segurança Social, tendo sido informada que o seu caso seria avaliado, que não tinha que

regressar ao trabalho pois que posteriormente a decisão teria efeitos retroactivos.

5. Razão pela qual a arguida não compareceu ao serviço, por não estar em condições de

trabalhar e por ter sido informada naqueles serviços da desnecessidade do mesmo.

6. E assim foi, sendo que, posteriormente, a arguida recebeu da Segurança Social o valor

correspondente aos retroactivos não pagos naquele período.

7. Deverá pois ser oficiado o Centro Distrital da Segurança Social para vir informar e esclarecer,

dos períodos de incapacidade da arguida.

8. Ainda assim, a arguida junta como documento n.º 2, cujo conteúdo aqui se dá por

integralmente reproduzido, o ofício enviado pela Comissão de Reavaliação, com a deliberação:

“ X Subsiste a incapacidade temporária para o trabalho do beneficiário acima indicado, no

período de 20..-12-18 a 20…-02-06”


9. Apesar de ser normal e costumeiro acontecer o supra explicado, não foi sequer colocada a

hipótese em sede de instrução de verificar a informação veiculada pela Segurança Social em

sede de Inquérito.

10. Revelando insuficiência da instrução que se limitou a repetir o inquérito. Pois que se assim

tivesse diligenciado, nomeadamente junto da arguida, tudo estaria esclarecido ao invés de

sujeitar uma trabalhadora cumpridora dos seus deveres à humilhação de responder perante um

processo disciplinar.

Acresce,

11. A razão da arguida pretender esclarecer junto da Vogal do Conselho de Administração o

motivo da sua ausência deve-se tão só ao facto da arguida ser uma pessoa educada com

elevados padrões morais, de respeito pelos superiores, por princípios humanistas, pretendendo

esclarecer junto da mesma o que não estava evidenciado no certificado para incapacidade

temporária, o real motivo da doença natural, pois não tem que estar, por imposição legal, como

certamente será do conhecimento de todos pois é de conhecimento comum. Não há, por

motivos evidentes, campos explicativos de doença no certificado de doença, apenas lugar para

colocação de uma cruz, por um médico, não pelos doentes.

12. Deste modo, e ao contrário do enunciado no ponto 36. Da Nota de Culpa, “ a confissão da

trabalhadora “ NÃO “ contradiz a justificação apresentada colocando em causa as declarações

de justificação de faltas da trabalhadora”

13. Pelo que não prestou “ falsas declarações relativas às justificações de faltas”.

14. Junta para tanto relatório médico sob Documento 1, cujo conteúdo aqui se deve dar por

integralmente reproduzido, mas do qual se destaca a história clínica:


“ P……, médico psiquiatra com a cédula profissional n.º…., declara para os devidos efeitos que ….

é por mim acompanhada em consultas de psiquiatria desde há 5 meses por sintomatologia

depressiva mas essencialmente ansiosa.

Quadro fobico de longa data que tem interferido de forma progressiva na sua qualidade de vida.

Durante algum tempo a envolver essencialmente a condução mas com a recente maternidade

a agravar com importantes obsessões” (sublinhado e destacado nosso).

15. Ao contrário do interpretado pela senhora relatora na Nota de Culpa enviada à arguida sob

o n.º 34, quando diz que “ o verdadeiro motivo para faltar se devia a razões pessoais de ter

dificuldade em conciliar a vida familiar com a vida familiar”, a arguida tem uma verdadeira

causa médica para se ter ausentado do trabalho, e que sim é uma razão pessoal e por esse

motivo não vem explicitada no certificado de incapacidade.

16. O email pessoal enviado à Sra. Vogal não é uma justificação de falta, mas uma explicação da

justificação de falta apresentada, neste caso, um certificado de incapacidade. E concluir de outro

modo é apenas uma tentativa de difamar a arguida, a sua honra e honestidade, que, como se

vê, se revela falhada, pois como se pode concluir, o motivo explicado à Sra. Vogal é coincidente

ao subjacente no certificado de incapacidade, explicado no relatório médico que se junta.

17. Não só a arguida não prestou falsas declarações, como supra ressalta à evidência, como não

tem faltas injustificadas, juntando o comprovativo dos pagamentos referentes aos períodos de

incapacidade temporária pela Segurança Social.

18. Demonstrando que, tal como supra referiu, a decisão da junta médica foi posterior,

produzindo efeitos retroactivos uma vez que subsistiam os motivos enunciados no certificado

de incapacidade temporária e no certificado imediato apresentado.


Nestes termos, deve o presente processo disciplinar

ser arquivado, por não se mostrar provado que a arguida

tenha, com a sua conduta, praticado qualquer acto susceptível

de ser considerado como infracção disciplinar.

Prova Documental:

1- Relatório médico – Doc.1

2- Oficio enviado pela Comissão de Reavaliação. – Doc.2

3- Comprovativos pagamentos Segurança Social – Doc. 3

Mais requer,

4- que a entidade patronal renove junto da segurança social o pedido de informação

anteriormente efectuado conforme o ponto 24 da nota de culpa para obtenção de

informação actualizada.

A Arguida,

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