Em um regime politico patriarcal, onde as mulheres eram consideradas
pessoas sem inteligência e incapazes de tomar decisões próprias, e eram pouco mais que escravas, surge um movimento chamado sufragista que luta pelo direito de voto das mulheres, para que seja o mesmo que o dos homens, isto ocorreu em torno do ano 1912 na Inglaterra.
De acordo com Weber, a ética do Estado de direito exige do servidor
público “neutralidade” e “responsabilidade” no cumprimento das funções delegadas pelos representantes escolhidos pelo povo. As democracias liberais têm dois requisitos quanto ao funcionamento da burocracia:
1) “autorização” para os servidores agirem em nome da sociedade.
2) “Accountability” – informação para que a sociedade possa cobrar
resultados da ação governamental.
Portanto, a questão da ética do servidor público não se refere somente à
esfera moral da sua consciência, mas à esfera da eficácia dos valores que sustentam o sistema democrático.
No contexto do filme “As Sufragistas”, o comportamento opressivo e
muitas vezes abusivo, do poder público, principalmente contra as mulheres contradiz totalmente o próprio significado de Democracia. O então regime parlamentar de época, na Inglaterra era comandado por homens, e somente estes poderiam legislar sobre qualquer estado ou direito.
No Brasil, a presença da ideologia nas votações e na disciplina partidária
é um motivo a ser questionado, haja vista que os parlamentares votam conforme os interesses da classe à qual se identificam, como se não houvessem partidos. Gary Cox e McCubbins pesquisaram sobre esse assunto nos Estados Unidos, eles afirmam que a filiação partidária do deputado prediz- lhe o voto nas votações nominais e que a homogeneidade da base eleitoral do partido determinam os níveis dessa coesão. No filme em questão, existe um exemplo claro de favoritismo político, no caso do julgamento e votação pelos parlamentares do direito ao voto feminino, ocorreu que lhes era muito mais favorável vetar o pedido, do que aprovar e sofrer sanções por parte da Monarquia, mesmo por que a aprovação do mesmo iria contra ao costume e pensamento da época, de patriarcalismo.
Com relação às políticas públicas sociais, a autora Célia Lessa
Kerstenetzky, em contexto de Estado, explica que se a introdução de políticas públicas nacionais no Brasil, não se deu durante regimes democráticos (como atestam os países da Europa central), a introdução de políticas públicas universalistas ocorreu nestes, com grande participação dos sindicatos.
No filme, a União Social e Política das Mulheres foi uma organização
militante que lutou pelo sufrágio feminino no Reino Unido entre 1903 e 1917. O acesso à organização e a sua política eram controlados de forma severa por Emmeline Pankhurst e por suas filhas.
A organização ficou conhecida pelas ações militantes dos seus membros
que faziam greves de fome, vandalizavam edifícios importantes e ateavam fogo a casas e igrejas desocupadas durante a noite, dando assim um bom exemplo de como eram as lutas pelos direitos sociais e dos trabalhadores em um contexto internacional.
O movimento pelo sufrágio feminino é um movimento social, político e
econômico de reforma, com o objetivo de estender o sufrágio (o direito de votar) às mulheres.
O presidente Getúlio Vargas, em 24 de Fevereiro de 1932 assinou a lei
que garantia o direito de voto para as mulheres. O Decreto foi sancionado depois de muita luta e apelo político, mas veio dividido por partes. O voto permitido no decreto de 1932 restringia-se às mulheres casadas, com autorização dos maridos, e às viúvas e solteiras com renda própria. As barreiras foram totalmente eliminadas somente em 1934. Em 1946, uma nova lei passou a prever a obrigatoriedade do voto também para as mulheres, que até então era um direito, mas não um dever.