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INSTITUTO TEOLÓGICO SUPERIOR DE MISSÕES – PICUÍ/PB

Pentateuco – Prof. Davi Porto

Livre arbítrio: antes e depois da Queda

Definindo o livre arbítrio: a palavra "arbítrio" refere-se à razão, que é quem discerne o
bem e o mal; já o termo "livre" refere-se à vontade, que pode ser inclinada para uma ou outra
parte1. Desse modo, o livre arbítrio é entendido como a liberdade humana de fazer escolhas,
sejam elas boas ou más, que torna o homem responsável pelos resultados dessas escolhas2.
O termo, em si, não é bíblico, é uma tradução latina (liberum arbitrium) originada no
estoicismo, sendo trazido para a igreja por Tertuliano no séc. II3.

O livre arbítrio antes da Queda: antes da Queda o homem desfrutava de livre arbítrio
pleno4. A maioria dos teólogos, remonstrantes (arminianos) e reformados (calvinistas),
pensam dessa forma (ver CALVINO5 e FERREIRA & MYATT6). Porém, segundo Armínio,
em sua "condição primitiva", a capacidade de desejar e fazer o bem da qual o homem foi
dotado, só se mantinha pela graça divina7. Agostinho pensava de modo semelhante, onde,
para ele, a escolha do bem era feita pela assistência da graça de Deus, e a escolha do mal,
era feita sem essa assistência8.

O livre arbítrio depois da Queda: após a Queda a plenitude desse livre arbítrio foi perdida
(em contraposição os reformados afirmam que, não só a plenitude, mas toda a liberdade foi

1
CALVINO, J. As institutas. Vol. 1. São Paulo: Cultura Cristã, 2002. p. 97.
2
BRUNELLI, W. Teologia para pentecostais: uma teologia sistemática expandida. Vol. 3. Rio de Janeiro:
CPAD, 2016. p. 293.
3
MCGRATH, A. E. Teologia sistemática, histórica e filosófica: uma introdução à teologia cristã. São Paulo:
Shedd Publicações, 2010. p. 507.
4
BRUNELLI, op. cit. p. 77.
5
CALVINO, J. op. cit. p. 131.
6
FERREIRA, F.; MYATT, D. Teologia sistemática: uma análise histórica, bíblica, e apologética para o contexto
atual. São Paulo: Vida Nova, 2007. p. 458.
7
ARMÍNIO, J. As obras de Armínio. Vol. 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2015. p. 284.
8
CALVINO, J. op. cit. p. 97.
perdida9). Agora, não somos mais livres para decidirmos segundo nossa vontade10. Em nosso
"estado de descuido e pecado", não somos capazes de desejar ou fazer o bem por nós mesmos
(Rm 3.10; 8.8), sendo-nos necessário sermos regenerados e ter nosso ser (intelecto, afeições
e desejos) renovados por Deus, em Cristo, através do Espírito Santo. Uma vez participantes
dessa renovação tornamo-nos capazes de desejar e fazer o que é bom, mas ainda não sem a
"ajuda continuada da graça divina"11.

O livre arbítrio no que diz respeito à salvação: de acordo com a teologia arminiana o livre
arbítrio humano age sobre qualquer assunto da vida, exceto a salvação. O homem está
inabilitado para, volitivamente, buscar a Deus e exercer o bem (Rm 3.10-12)12. Algo que é
acordado entre arminianos e reformados1314. Segundo Siqueira, o homem é livre apenas para
rejeitar o Senhor15. Neste caso, o homem participa no ato de conversão, porém, de forma
"não independente". Ele depende da ação do Espírito Santo (Jo 15.5b), como também da
graça (favor de Deus), da pregação do evangelho (busca de Deus pelo pecador) e da fé, que
partem de iniciativas divinas16. Para Calvino o principal problema dessa doutrina era o nome.
Argumentou ser um "título soberbo" para a simples verdade de que o homem é livre para
escolher o que quer, sem constrangimento, sendo sua vontade sempre servir ao pecado, em
uma servidão voluntária. Segundo Calvino, esse vocabulário deveria ser dispensado, pois
levaria a um entendimento errado que resultaria em jactância humana17.

REFERÊNCIAS

ARMÍNIO, J. As obras de Armínio. Vol. 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2015.

BRUNELLI, W. Teologia para pentecostais: uma teologia sistemática expandida. Vol. 3.


Rio de Janeiro: CPAD, 2016.

9
FERREIRA, F.; MYATT, D. op. cit. p. 458.
10
BRUNELLI, op. cit. p. 77.
11
ARMÍNIO, op. cit. p. 284-285.
12
BRUNELLI, op. cit. p. 296.
13
FERREIRA, F.; MYATT, D. op. cit. p. 459.
14
CALVINO, J. op. cit. p. 98.
15
SIQUEIRA, G. F. Como nós, arminianos, entendemos o livre-arbítrio? YouTube (website), 2019. 5min28s.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=jsxRBaNNj48>. Acesso em: 03 mai. 2019.
16
BRUNELLI, op. cit. p. 297.
17
CALVINO, J. op. cit. p. 100-101.
CALVINO, J. As institutas. Vol. 1. São Paulo: Cultura Cristã, 2002.

FERREIRA, F.; MYATT, D. Teologia sistemática: uma análise histórica, bíblica, e


apologética para o contexto atual. São Paulo: Vida Nova, 2007.

MCGRATH, A. E. Teologia sistemática, histórica e filosófica: uma introdução à teologia


cristã. São Paulo: Shedd Publicações, 2010.

SIQUEIRA, G. F. Como nós, arminianos, entendemos o livre-arbítrio? YouTube


(website), 2019. 5min28s. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=jsxRBaNNj
48>. Acesso em: 03 mai. 2019.

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