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FUNDAMENTOS DE CLIMATOLOGIA – UNIDADE 01

1.Introdução

A climatologia é um dos ramos da geografia física que estuda o clima e o tempo.

Antes do período renascentista os eventos atmosféricos eram tidos como obra de Deus embora tenham sido
publicados dois trabalhos a respeito: um por Hipócrates em 400 a.C. e outro por Aristóteles em 450 a.C.,
respectivamente “Ares, Águas e Lugares” e “Meteorológica e Escrita”. Com a invenção do termômetro, em
1593, por Galileu e do barômetro de mercúrio, em, por Torricelli, finalmente os eventos da atmosfera puderam
ser medidos e estudados. Mais tarde o estudo dos fenômenos atmosféricos se dividiria em dois ramos: a
climatologia e a meteorologia, cada qual com uma abordagem diferente para os mesmos fenômenos.

Mas, para saber exatamente do que se trata a climatologia é necessário antes compreender a diferença entre
“tempo” e “clima”: “tempo” é a característica, ou o comportamento da atmosfera num dado momento (período
curto, como um dia, uma semana…) com relação à umidade, temperatura, nebulosidade, precipitação, e outros
fatores; já “clima” reflete o comportamento geral da atmosfera, para os mesmos fatores, de determinada região
só que em um período longo de tempo, geralmente de 30 a 35 anos (é necessário um período longo de estudos
sobre determinada região para determinar qual o clima). Por esse motivo, o estudo do clima é bastante
complexo, envolvendo diversos fatores e, até mesmo, a influência humana.

Assim a Climatologia tenta entender o funcionamento do clima, tal qual a Meteorologia o faz com os
fenômenos da atmosfera (estado físico, químico e dinâmico da atmosfera). Mas o climatólogo também se ocupa
do estudo do tempo, dependendo da área específica. Veja a seguir:

- Climatologia sinótica: nesta área específica, o objetivo é estudar o tempo e o clima de determinada área com
relação ao padrão circulatório predominante da atmosfera;

- Climatologia regional: tem como objetivo estudar apenas o clima em determinadas regiões;

- Climatologia física: tem como objetivo investigar o comportamento dos processos atmosféricos através de
princípios físicos que englobam o regime de balanço hídrico da terra e da atmosfera e a energia global;

- Climatologia dinâmica: estuda o clima e o tempo com destaque para os movimentos atmosféricos;

- Climatologia histórica: é o estudo do clima através do tempo (aqui, no sentido histórico). Sua evolução,
variações, padrões e interações;

- Climatologia aplicada: é a utilização dos conhecimentos climatológicos para a solução de problemas diários,
ou práticos, da sociedade.

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A climatologia é uma ciência muito importante, pois diversas atividades humanas (agricultura, economia,
comércio, etc) dependem de dados do clima para tomar atitudes. Um fazendeiro, por exemplo, necessita de
informações do clima para saber quando, quanto e como poderá plantar e colher determinado gênero agrícola.

Com o uso da tecnologia moderna, principalmente dos satélites, a climatologia atual vem oferecendo dados e
informações cada vez mais precisas sobre chuvas, secas, temporais, furacões, geadas, etc. As informações de
médio e longo prazo, que antes eram inexatas, agora são geradas com alto grau de acerto pela climatologia.

Com as mudanças climáticas que temos verificado nas últimas décadas, principalmente o aquecimento global,
a climatologia tornou-se ainda mais importante. Esta ciência oferece dados capazes de sinalizar para o aumento
ou diminuição das temperaturas em nosso planeta.

2. Escalas de Estudo em Climatologia

A escala de estudo de todo e qualquer objeto que se quer investigar conduz à delimitação da sua dimensão. O
ponto de vista geográfico relaciona a escala à dimensão espaço temporal dos componentes terrestres, sendo o
clima um deles. A definição da escala do clima impõe-se a todo estudo ligado a esse ramo do conhecimento,
uma vez que ele se manifesta em todos os locais do Planeta.

A escala climática diz respeito à dimensão, ou ordem de grandeza espacial (extensão) e temporal (duração),
segundo a qual os fenômenos climáticos são estudados. Há mecanismos atmosféricos que determinam os
climas de toda uma zona planetária, como é o caso da intensa radiação solar (insolação) nas baixas latitudes da
zona intertropical. As ilhas de calor urbanas e o clima das áreas agrícolas, por outro lado, não são diretamente
determinados por esses mesmos mecanismos, ainda que eles tenham importante influência na sua configuração.

O clima pode ser estudado por meio de sua dimensão espacial e de sua dimensão temporal, sendo as duas
dimensões, de forma geral, empregadas conjuntamente nos mais variados estudos. As escalas espaciais ganham
maior destaque na abordagem geográfica do clima, sendo as mais conhecidas as escalas macroclimáticas,
mesoclimáticas e microclimáticas; as escalas temporais mais utilizadas são as escalas geológica, histórica e
contemporânea. (Quadro1.1)

A noção de escala em climatologia implica uma ordem hierárquica das grandezas climáticas, tanto espaciais
quanto temporais. Dessa maneira, o microclima esta inserido no mesoclima, que, por sua vez, está inserido no
macroclima; este somente existe com base nas grandezas inferiores. Sendo assim, na dimensão cronológica, a
escala contemporânea esta imbricada na histórica, que esta na geológica e vice-versa.

A síntese do Quadro 1.1 ressalta os temos e dimensões espaciais e temporais de maior aceitação no meio
climático-meteorológico, e esta embasada em uma flexibilidade entre as diversas grandezas; os climas
regionais e o topoclima constituem-se nas escalas transitórias entre a média, a superior e a inferior.
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Quadro 1.1 Organização das escalas espacial e temporal do clima

Ordem de Subdivisões Escala Escala Temporalidade das Exemplificação Espacial


Grandeza Horizontal Vertical Variações mais
Representativas
Macroclima Clima Zonal > 2.000 Km 3 a 12 Km Algumas semanas a O globo, um hemisfério,
vários decêncios oceano, continente, mares
Clima Regional etc.
Mesoclima Clima Regional 2.000 Km a 12 km a Várias horas a alguns Região natural, montanha,
10 Km 100 m dias região metropolitana, cidade,
Clima Local etc.

Topoclima
Microclima 10 Km a Abaixo de De minutos ao dia Bosque, uma rua, uma
alguns 100 m edificação/casa etc.
metros

2.1 Escalas Espaciais do Clima

a) Macroclima: é a maior das unidades climáticas que faz o compartimento do clima no globo e compreende
áreas muito extensas da superfície da terra. Sua abrangência vai desde o Planeta (clima global), passando por
faixas ou zonas (clima zonal), até extensas regiões (clima regional). As zonas da terra, definidas desde os
gregos (tórrida, tropical, temperada, frígida e polar), são unidades mais conhecidas desta dimensão, mas alguns
espaços regionais de grande amplitude também ai se enquadram como é o caso do clima os oceanos, dos
continentes, de um grande país etc.

A extensão espacial dos climas desta unidade escalar é, genericamente, superior a ordem de milhões de Km²,
sendo sua definição subordinada à circulação geral da atmosfera (notadamente as células de altas e baixas
pressões), a fatores astronômicos e fatores geográficos maiores (grandes divisões do relevo, oceano, continente
etc.) e à variação da distribuição da radiação no planeta (baixas e altas latitudes).

b) Mesoclima: é uma unidade intermediária entre as de grandeza superior e inferior do clima. As regiões
naturais interiores aos continentes, inferiores àquelas da categoria superior, como grandes florestas, extensos
desertos ou pradarias etc., são bons exemplos desta subunidade, pois a região por si só não possui delimitações
espaciais precisas, a não ser por um ou outro elemento de destaque da paisagem. O clima regional, por essa
característica, é uma subunidade de transição entre a ordem superior e esta.

O clima local e o topoclima também se configuram em subunidades do mesoclima. O primeiro é definido por
aspectos específicos de determinados locais, como uma grande cidade, um litoral, uma área agrícola, uma
floresta etc.; o segundo é definido pelo relevo; ambos, entretanto estão inseridos no clima regional.

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A extensão espacial do mesoclima é bastante variável sendo mais definidas as subunidades clima local e
topoclima, que se enquadram de Km², enquanto o clima regional situa-se em dimensões superiores a esta. Mas
é o dinamismo do movimento da atmosfera por meio dos sistemas atmosféricos, notadamente a circulação
secundaria ou regional que irá definir as dimensões das subunidades do mesoclima. O Fluxo energético,
estabelecido pelas diferentes superfícies locais e a configuração topográfica definem a ordem de grandeza do
clima local e do topoclima.

c) Microclima: é a menor e a mais imprecisa unidade escalar climática; sua extensão pode ir de alguns
centímetros a até algumas dezenas de m², tendo autores que consideram até a centenas de m². Os fatores que
definem essa unidade dizem respeito ao movimento turbulento do ar na superfície (circulação terciária), a
determinados obstáculos à circulação do ar, a detalhes do uso e da ocupação do solo, entre outros. Quando se
fala em microclima, geralmente, fala-se de áreas com extensão espacial muito pequena; podem ser citados
como exemplos o clima de construções (uma sala de aula, um apartamento), o clima de uma rua, a beira de um
lago etc.

2.2 Escalas temporais do clima

a) Escala geológica: nesta escala de abordagem são estudados os fenômenos climáticos que ocorreram no
Planeta desde sua formação. É nesta escala que são desenvolvidos os estudos ligados a Paleoclimatologia, ou
seja o estudo dos climas do passado, elaborados a partir de alguns indicadores biológicos (fósseis, polens e
anéis de árvores), litológicos (sedimentos, camadas de aluviões, depósitos de sal, etc) e morfológicos (terraços
fluviais, dunas, formas residuais do relevo, inselbergs etc). O exame desses indicadores permite a identificação
dos ambientes terrestres anteriores ao aparecimento do homem. É dentro desta escala que se observam as
variações e mudanças climáticas ocorridas no Planeta de algumas centenas a várias dezenas de milhões de anos
passados.

b) Escala Histórica: Trata-se também do estudo do clima do passado; porém somente do período da historia
registrada pelo homem. Vários documentos são utilizados para a elaboração deste tipo de análise climática,
desde a descrição escrita dos diferentes ambientes (relatos de viagens, por exemplo), os desenhos em paredes
de cavernas, os utensílios utilizados na lavoura etc., aos registros dos elementos atmosféricos mensurados nos
primeiros instrumentos meteorológicos.

c) Escala Contemporânea: é dentro desta escala que trabalha a maioria dos climatólogos da atualidade. Para a
elaboração de estudos dentro dela, é preciso que haja uma série de dados meteorológicos produzidos por uma
ou mais estações meteorológicas, de preferência superior a 30 anos. Como a consolidação da Organização
Meteorológica Mundial (OMM) ocorreu somente na década de 1950, a produção contínua e regular de dados
meteorológicos passou a ser feita a partir de então, mas não da mesma maneira em todos os países. Assim,
somente os países desenvolvidos contam com séries de dados longas e confiáveis.

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A análise dos tipos de tempos, a variabilidade climática de curta duração, as tendências climáticas e o
estabelecimento de médias são abordagens da climatologia em escala contemporânea.

As escalas espacial e temporal dos fenômenos ou tipos climáticos não são excludentes nos estudos da
atmosfera. Elas são, ao contrario complementares, e o seu discernimento logo nas etapas iniciais do estudo ou
pesquisa é um dos fatores relevantes para o bom desenvolvimento dos trabalhos.

2.A Atmosfera e sua Composição

Desde épocas muito remotas, os homens se dão conta da presença do ar. Inicialmente, nele residiam figuras de
divindades, como os deuses dos ventos, das tempestades, dos relâmpagos, etc. Com o progresso do
conhecimento científico, as características reais desse oceano invisível, foram se tornando mais claras. Sabe-se
hoje que o ar é uma mistura de diversos gases e que circunda nosso planeta como uma camada que atinge
algumas centenas de quilômetros de espessura, ficando retida por causa da força da gravidade e do campo
magnético que envolve a Terra.

Essa camada, mais densa nas proximidades do solo e mais rarefeita à medida que se ganha altura, é conhecida
com o nome de atmosfera. Sem a atmosfera, certamente a Terra seria um planeta privado de vida como a
conhecemos apresentando o mesmo aspecto desolado da Lua. A atmosfera desempenha várias e importantes
funções: protege o planeta das radiações nocivas dos raios solares e de outros vindos do espaço, absorve e
detém parte do calor irradiado pelo Sol, provoca a desintegração de alguns meteoritos que atingem a Terra,
redistribui, através da chuva, a água evaporada dos mares, além de conter o oxigênio e outros gases
indispensáveis à vida.

Dentre os gases que compõe a atmosfera se destacam o oxigênio e o hidrogênio, que juntos somam cerca de
99% dos gases que compõem a atmosfera terrestre. O oxigênio é consumido pelo seres vivos através do
processo de respiração e transformado em dióxido de carbono e vapor de água que serão depois reabsorvidos
pelos organismos. O dióxido de carbono será consumido no processo de fotossíntese, e o vapor de água,
responsável, por redistribuir a energia na terra através da troca de energia de calor latente, produzir o efeito
estufa e causar as chuvas, será novamente consumido pelos organismos vivos na sua forma líquida.

Os demais gases apenas 1% do volume do ar atmosférico, denominam-se gases raros. Além dele, aparecem
naturalmente na atmosfera microorganismos e partículas sólidas em suspensão, como as cinzas vulcânicas,
poeiras, etc.

3.Formação da Atmosfera

Considerando todo o histórico do planeta Terra, a paleoclimatologia estuda as variações climáticas do decorrer
das eras. Investiga vestígios encontrados na natureza como forma de determinar que tipo e intensidade de clima
havia em determinada época e lugar.
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A paleoclimatologia já definiu ciclos climáticos que remontam até 2 bilhões de anos, destacando os períodos
glaciais (frios) e períodos interglaciais (quentes). Cada ciclo considera fatores como oscilação de temperatura,
perturbação na órbita da Terra, força dos raios solares, atividades vulcânicas, queda de meteoro e atividades
antrópicas.

Estima-se que a Terra tenha cerca de 4,5 bilhões de anos, que o planeta já passou por ciclos de resfriamentos e
aquecimentos, referidos respectivamente como “icehouse” e “hothouse”. Apesar do aumento das temperaturas e
do alarme do aquecimento global a partir dos anos 2000 d.C, a Terra encontra-se num ciclo frio e estável.

Muitos desses vestígios são retirados do solo do Ártico e da Antártida, na qual cientistas especializados
analisam a composição isotópica do oxigênio encontrado no interior do gelo. Acredita-se que os ciclos mais
frios ocorrem a cada 34 milhões de anos, período em que o sistema solar passa pelo plano médio da galáxia.

Em recentes pesquisas efetuadas em cilindros de gelo antártico , na estação Vostok, foi possível avaliar o
comportamento climático dos últimos 420.000 anos.

Sobre a formação da atmosfera terrestre acredita-se que em um primeiro estágio de resfriamento da superfície
da Terra, originou-se uma crosta sólida cheia de rachaduras, por onde eram expelidos materiais incandescentes.
A intensa atividade vulcânica resultante fez aumentar a quantidade de gases (como hidrogênio, amônia,
metano) e vapor d'água nessa atmosfera recém-formada. Com o surgimento de organismos vivos e, sobretudo,
com a realização da fotossíntese (processo pelo qual certas células vegetais produzem oxigênio), houve uma
transformação da atmosfera, que aos poucos foi se enriquecendo de oxigênio, até atingir o teor atual. Há alguns
milhões de anos, ela entrou em equilíbrio, que se mantém, embora exista a possibilidade de ocorrerem
fenômenos capazes de alterá-lo. A atividade vulcânica hoje é reduzida, se comparada a épocas anteriores, o que
não significa que esses gigantes poderosos não possam despertar. Em 1980, o vulcão Saint-Helens , inativo
desde 1858, entrou em erupção e descarregou na atmosfera, a grandes altitudes, uma nuvem de gás e cinzas que
alcançou a Europa. Acontecimentos como esse podem romper o complexo e delicado equilíbrio químico da
atmosfera, produzindo variações na temperatura e modificando a quantidade e distribuição de chuvas.

Além disso, a ação do homem contribui para essas alterações. Indústrias consomem grande quantidade de combustíveis anualmente,
que, ao serem queimados, poluem o ar com fumaça e gases tóxicos. Calcula-se que o nível de dióxido de carbono aumentou em 15%
só no século passado, causando uma elevação (pequena, mas sensível) na temperatura média terrestre. Essas alterações podem
contribuir para intensificar as atividades elétricas naturais na atmosfera.

3.Camadas Atmosféricas

a) Exosfera

É a camada mais externa, começa após uns 500 km e continua até se confudir com o espaço interplanetário.
Nesta camada, a densidade gasosa é ínfima, não se registrando fenômenos assinaláveis, a não ser a existência de

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dois cinturões de partículas ( Cinturões de Van-Hallen ). O primeiro a 4000 km, e o segundo a 20000 km de
altitude.

b) Ionosfera

(íons + sfera ): fica acima de 80 km de altitude, composta por moléculas ionizadas, isto é, carregadas
elétricamente, é nesta camada que as ondas de rádio são refletidas de volta para a Terra. Na ionosfera ocorrem
alguns fenômenos, como por exemplo, a aurora polar , que é visível nas regiões polares e a desintegração dos
meteoros provenientes do espaço, é o que nós observamos como estrelas cadentes.

Sua tendência geral é o aumento de temperatura com a altitude, por causa da absorção da radiação solar pelas
partículas sólidas, resíduos cósmicos etc.

c) Mesosfera

É caracterizada pela redução de temperaturas conforme aumenta a altitude. Nesta camada são verificadas as
menores temperaturas da atmosfera terrestre. Esta camada intermediária estende-se até aproximadamente 85 km
de altura. O ar é mais rarefeito que na camada anterior, composto principalmente por ozônio e vapor de sódio.

d) Estratosfera

É a camada seguinte e tem uma espessura de cerca de 40 km. Nessa camada, o ar é muito rarefeito. A
temperatura oscila entre 60°C negativos e 5°C negativos É nesta camada que ocorre o fenômeno chamado lapse
rate, ou seja, inversão térmica, onde se verifica um crescimento da temperatura em relação à camada anterior.
Essa inversão térmica ou lapse rate ocorre em função da presença do gás Ozônio (O3), ( camada de ozônio )
que absorve e filtra a radiação ultravioleta emitida pelo sol. A presença do ozônio na atmosfera é essencial à
manutenção da vida, como se apresenta, no planeta. A sua eliminação ou diminuição em grande escala podem
modificar e modificam a fauna, a flora, enfim, todos os seres vivos da Terra; podem determinar efeitos
imprevisíveis aos ecossistemas terrestres e, especialmente aos seres humanos, mas que serão certamente,
catastróficos.

Também chegam até a estratosfera os balões meteorológicos, os aviões supersônicos e as nuvens geradas por
explosões atômicas. É também na estratosfera que ocorre o efeito estufa, que é um fenômeno que resulta no
aquecimento da atmosfera do Planeta, intensificado pela emissão de certos gases para a atmosfera, como o
dióxido de carbono (CO2), produzido na queima de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural) e por
queimadas. O assunto tem merecido atenção da comunidade científica mundial pelos reflexos e conseqüências
resultantes na vida de todos nós.

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e) Troposfera

É a camada que esta mais diretamente relacionada com o homem, esta camada tem início no solo, até
aproximadamente 16 km de altitude. É na troposfera que ocorrem os fenômenos atmosféricos, o calor, os
ventos e as chuvas. A temperatura média que varia de 20°C na parte inferior a 60°C negativos na parte superior.
É nessa camada que se concentram os poluentes, acontecem os fenômenos de precipitação - como a chuva,
neve, ventos, calor - onde circulam os balões tripulados e aviões a jato.

Assim é nessa camada que a distribuição das superfícies oceânicas e continentais, as paisagens naturais e
aquelas marcadas pelas concentrações urbano-industriais, e os sistemas de exploração do solo irão influenciar, a
partir da interação com a dinâmica própria da atmosfera, os fluxos de energia e matéria que se realizam no
Sistema Terra-Atmosfera.

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4. A interação dos Elementos do Clima com os Fatores da Atmosfera Geográfica

Para melhor entender os tipos de tempo e os climas dos diferentes pontos da Terra, os conteúdos de
climatologia são comumente abordados a partir dos elementos climáticos e dos fatores do clima (ou fatores
geográficos do clima) que os condicionam, de modo a subsidiar a compreensão das características e da
dinâmica da atmosfera sobre os diferentes lugares em sua permanente interação com a superfície.

A grande variação espacial e temporal da manifestação dos elementos climáticos deve-se a ação de controles
climáticos, também conhecidos como fatores do clima. A estes juntam-se os aspectos dinâmicos do meio
oceânico e atmosférico, como correntes oceânicas, massas de ar e frentes, que, atuando integradamente, irão
qualificar os distintos climas da Terra.

Embora seja habitual considerar os elementos à parte dos fatores climáticos, não se deve tomar com rigidez essa
divisão, uma vez que os primeiros agem entre si de forma significativa, podendo, eventualmente, um elemento
ser ativo no controle de outro, como, por exemplo, a temperatura condicionando a variação da umidade relativa
e influenciando os campos barométricos.

4.1 Elementos Climáticos

Os elementos climáticos são definidos pelos atributos físicos que representam as propriedades da atmosfera
geográfica de um dado local. Os mais comumente utilizados para caracterizar a atmosfera geográfica são a
temperatura, a umidade e a pressão, que, influenciados pela diversidade geográfica, manifestam-se por meio de
precipitação, vento, nebulosidade, ondas de calor e frio, entre outros.

a) Temperatura

A temperatura do ar é a medida do calor sensível nele armazenado, sendo comumente dada em graus Celsius
(C= 5/9 (F-32)) ou Fahrenheit ( F = 9/5 C +32) e medida por termômetros.

Em termos temporais, trabalha-se com valores de temperatura do ar em tempo instantâneo, real, valores médios,
máximos, mínimos ou ainda valores normais. O primeiro refere-se à temperatura medida em determinado
momento e reflete o calor presente naquele momento; o tempo real refere-se à temperatura instantânea no
presente momento. O terceiro termo trata de médias estatísticas da série temporal considerada.

As temperaturas máximas (Tmax) e mínima (Tmín) correspondem, respectivamente, ao maior e menor valor
registrado no período considerado; ou seja,, máxima/mínim pode ser diária, semanal, mensal, sazonal, anual ou
decenal; a diferença entre elas, isto é, entre a máxima e a mínima é definida como amplitude térmica.

Os valores normais de temperatura referem-se às médias de 30 anos e são habitualmente utilizados como umas
das referências para a caracterização térmica dos climas.
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Variação Vertical da Temperatura do ar

O gradiente vertical médio da troposfera é de 0,6ºc/100 m, o que significa que o ar nessa camada apresenta uma
relação de resfriamento com a altitude na ordem de 0,6ºc a cada 100 m de elevação. Existem situações
entretanto que provocam uma inversão desse comportamento gerando o fenômeno inversão térmica isto é ao
invés de resfriar-se com a altitude, o ar passa a se aquecer invertendo o perfil da curva da temperatura.

Uma das características das inversões térmicas de temperatura é que elas dificultam a mistura vertical do ar,
uma vez que o ar frio mais pesado encontra-se abaixo do ar quente mais leve. Dessa foram elas tornam-se
especialmente prejudiciais quando ocorrem em áreas urbano-industriais, porque tendem a dificultar a dispersão
de poluentes gerados pelas atividades que nelas se desenvolvem e também, intensificar a magnitude de ilhas de
calor.

As inversões podem ser de superfície, quando são produzidas próximas do solo, ou de altitude quando ocorrem
em níveis mais afastados do solo. Seus nomes são comumente relacionados às situações que as originam:

Inversão de Superfície por Radiação

Ocorrem preferencialmente no inverno, nas chamadas noites radiantes, quando os ventos não existem ou são
muito fracos e não há nebulosidade. Sob essas condições o solo perde rapidamente energia por radiação e
condução para a camada de ar sobrejacente que da mesma forma transmite essa energia para as camadas acima,
resfriando-se próxima ao solo enquanto o ar acima mantém-se mais aquecido.

Inversão de Superfície por Advecção

Também se dá preferencialmente em noites claras de inverno quando há advecção (movimento horizontal) do


ar quente sobre uma superfície fria que por contanto passa a resfria-lo pela base.

Inversão de Fundo de Vale

Ocorrem por drenagem do ar frio do topo de morros e montanhas que mais pesado escoa pelas vertentes em
direção aos fundos de vales mantendo-se abaixo do ar mais quente.

Inversão de Subsidência

Quando em níveis mais elevados da troposfera se produz um movimento de descenso do ar em larga escala
chamado de subsidência. Assim por compressão o ar tende a apresentar uma isotermia (ausência de variação de
temperatura com a altitude) ou mesmo uma inversão de temperatura.

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Inversão Frontal

É produzida ao longo da área de atuação da frente (zona de interação entre duas massas de ar distintas).

b) Umidade do Ar

A presença do vapor de água na atmosfera é tratada como umidade. Os termos pressão de vapor, umidade
absoluta, umidade específica, razão de mistura e umidade relativa são variações na forma de abordar a presença
do vapor. Abaixo segue a descrição de alguns termos.

Umidade Absoluta

Expressa o peso do vapor de água em um dado volume de ar, representando em gramas por metro cúbico.

Umidade Específica

É dada pela razão entre o peso do vapor de água (portanto seu peso) e o peso do ar, isto é, quantas gramas de
vapor existem em cada quilograma de ar úmido.

Umidade Relativa

É certamente o termo mais conhecido ara representar a presença do vapor no ar. Ela expressa em porcentagem
o quanto de vapor está presente no ar em relação a quantidade máxima possível de vapor que nele poderia
haver, sob a temperatura em que se encontra.

c) Pressão Atmosférica

Fisicamente, pressão é a grandeza que mede a força exercida sobre a unidade de área de uma superfície. Na
medida da pressão atmosférica, considera-se o peso exercido por uma coluna de ar que existe sobre um corpo
considerado, levando em conta as condições locais de altura, temperatura, umidade e outros parâmetros.
Fisicamente a pressão atmosférica representa então o peso que a atmosfera exerce por unidade de área.
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Para fins de previsão de tempo é muito importante o acompanhamento destas variações da pressão atmosférica
local. Por exemplo, se a pressão cai acentuadamente, pode-se esperar mudanças de tempo e provavelmente
tempestades locais.

No verão as temperaturas elevadas contrastam-se com as baixas pressões, ocorrendo o oposto no inverno.

A partir dos valores de pressão atmosférica plotados em uma carta geográfica, podem ser traçadas linhas que
unam pontos de mesmo valor de pressão. Tais linhas são chamadas isóbaras. As isóbaras caracterizam a
distribuição espacial da pressão, a qual fornece informações preciosas aos meteorologistas.

Observando-se uma carta contendo a representação do campo da pressão à superfície do globo, constata-se,
muitas vezes, a presença de uma ou mais isóbaras fechadas, concêntricas ou não, delimitando uma área, onde a
pressão é maior que em qualquer outro ponto à sua volta. Tais núcleos de pressão mais elevadas são
denominados centros de alta pressão, centros anticiclônicos ou simplesmente anticiclone.

Os campos onde são encontradas isóbaras fechadas que delimitam uma área onde a pressão atmosférica é
menor que em qualquer ponto circundante são chamados de centros de baixa pressão, centros ciclônicos ou
ciclones.

4.2 Fatores Geográficos do Clima

Os fatores climáticos correspondem àquelas características geográficas estáticas diversificadoras da paisagem,


como latitude, altitude, relevo, vegetação, continentalidade / maritimidade e atividades humanas.

a) Latitude

A latitude é um importante fator climático, pois retrata a ação de alguns condicionantes astronômicos na
quantidade de energia que entra no Sistema Superfície-Atmosfera, como:

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Rotação da Terra sobre seu eixo:

A definição da noite e do dia implica uma diferenciação na entrada de energia, considerando os hemisférios
diurno/noturno da Terra em decorrência da maior ou menor duração do dia e da noite associada ao aumento da
latitude.

Inclinação do eixo da Terra:

A inclinação do eixo da Terra sobre o plano que a Terra descreve em seu movimento ao redor do sol (eclíptica),
limitando a máxima intensidade de energia a uma restrita faixa compreendida entre o trópico de capricórnio
(23º23’ S) e o trópico de câncer (23º23’ N).

Movimento de Translação:

O movimento de translação promove uma distribuição sazonal da energia solar sobre a terra, de modo a ter
simultaneamente maior recepção de energia em um hemisfério do que outro.

Distância dos astros:

A diferença de tamanho entre os astros Sol e Terra e a forma esférica aparente da Terra, que fazem com que os
raios solares atinjam o Planeta paralelamente de forma que a entrada de energia do topo do Sistema Superfície
Atmosfera seja a mesma em qualquer ponto.

b) Altitude

As variações de altitude é outro fator que diversifica os padrões climáticos do globo. Considerando dois lugares
de mesma latitude porém com altitudes diferentes, aquele que estiver mais elevado terá sua temperatura
diminuída na razão média de 0,6ºC para cada 100 m de diferença do local mais baixo. As cidades paranaenses
de Curitiba (900 m de altitude média) e Paranaguá (6m de altitude média), por exemplo, apresentam,
respectivamente, temperaturas médias de 16,5ºc e 19,6ºc, retratando um gradiente médio de 0,3ºc / 100m.

c) Relevo

O relevo apresenta três atributos importantes na definição dos climas: posição, orientação das vertentes e
declividade. A posição do relevo favorece ou dificulta os fluxos de calor e umidade entre áreas contíguas. Um
sistema orográfico que se diponha latitudinalmente em uma região, como o himalaia, por exemplo, irá dificultar
as trocas de calor e umidade entre as áreas frias do interior da China e aquelas mais quentes da Índia. Já a
Cordilheira dos Andes, por se dispor no sentido dos meridianos, não impede que as massas polares atinjam o
norte da América do Sul e nem que as equatoriais cheguem ao sul do Brasil. Entretanto inibem a penetração da
umidade proveniente do pacífico para o interior do continente.

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A orientação do relevo em relação ao sol irá definir as vertentes mais aquecidas e mais secas, e aquelas mais
frias e mais úmidas.

As regiões que possuem sua superfície ondulada terão o fator declividade modificando a relação
superfície/radiação incidente.

c) Vegetação

A vegetação desempenha um papel regulador de umidade e de temperatura extremamente importante.


Tomando-se as áreas florestadas como exemplo, observa-se que suas temperaturas serão inferiores às das áreas
vizinhas com outro tipo de cobertura – como campo, por exemplo, uma vez que as copas, os troncos e os galhos
das árvores atuam como barreira à radiação solar direta, diminuindo a disponibilidade de energia para aquecer o
ar. O ar das superfícies florestadas, são mais úmidos e mais frios, devido ter a sua disposição mais água contida
no solo.

c) Continentalidade / Maritimidade

Os mares e oceanos (maritimidade) são fundamentais na ação reguladora da temperatura e da umidade dos
climas. Além de servirem como os principais fornecedores de água da troposfera, controlam a distribuição de
energia entre oceanos e continentes. Ao contribuírem para a troca de energia entre pontos distantes da Terra, a
correntes oceânicas interagem com a dinâmica das massas de ar, definindo áreas secas e áreas chuvosas. Isso
porque as águas frias superficiais induzem o ar a se resfriar, inibindo a formação de nuvens e consequentemente
a ocorrência de chuvas. Assim, os locais costeiros banhados por correntes frias apresentam uma tendência a
possuírem climas secos. Já as águas quentes e superficiais ao aquecerem o ar possibilitam a ocorrência de
correntes ascendentes de ar, permitindo a formação de nuvens e chuvas, o que leva a áreas banhadas por
correntes marinhas quentes a apresentarem climas úmidos.

Da mesma forma que a maritimidade, o efeito da continentalidade sobre os climas se manifesta especialmente
na temperatura e na umidade relativa. A continentalidade de um lugar é dada pelo seu distanciamento dos
oceanos e mares, que deixam de exercer de forma direta as ações apresentadas anteriormente. Na ausência dos
efeitos amenizadores dos oceanos sobre as temperaturas, o aquecimento/resfriamento das superfícies
continentais ocorre de forma mais rápida e com menor participação da umidade do ar de modo que alem de
serem mais secos tais locais apresentam amplitudes térmicas diárias acentuadas.

4.3 Manifestações Climáticas

a) Orvalho

O orvalho forma-se quase ao amanhecer, quando comumente o ar registra sua temperatura mínima, deixando as
superfícies frias recobertas por uma película de pequenas gotas d’água. Pode, entretanto, ocorrer ao anoitecer,
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em noites de acentuado resfriamento. Nos ambientes com baixos índices pluviométricos, o orvallho constitui-se
em importante fonte de água para a vegetação local.

b) Geada

Por ocasião de resfriamentos mais intensos do ar, quando as temperaturas mínimas alcançam 0ºc, ou mesmo
vão além dele (temperaturas negativas), notadamente nas noites de céu limpo, sob a atuação de massas de ar
frias, ocorre a sublimação do conteúdo de vapor em contato com as superfícies frias e/ou a solidificação do
orvalho, resultando na geada. A ocorrência das geadas, na maioria das vezes, traz sérios prejuízos para a
vegetação e a agricultura, pois danifica as plantas e os seus frutos.

c) Nevoeiro

O nevoeiro também conhecido como neblina e cerração, constitui-se em uma nuvem muito baixa e/ou em
contato com o solo, formada por gotículas d’água. Os principais processos geradores de nevoeiros são listados a
seguir:

Nevoeiro de Radiação:

Ocorre em noites de céu limpo, quando, ao se resfriar por radiação a umidade contida no ar se condensa
resultando em uma nuvem próxima ao solo.

Nevoeiro Frontal:

Ocorre ao longo das frentes frias, onde as condições de mistura do ar frio e quente podem conduzir à
condensação do vapor próximo à superfície.

Nevoeiro por advecção:

Ocorre quando há a advecção de ar frio sobre as superfícies líquidas de modo que o vapor incorporado pelo ar
frio o satura ( a umidade relativa atinge 100%) e, ao se condensar, gera o nevoeiro.

Nevoeiro de evaporação:

Ocorre quando a água evaporada de uma superfície líquida quente se condensa ao entrar em contato com a
camada de ar sobrejacente relativamente fria.

Nevoeiro Orográfico:

Ocorre nas vertentes de barlavento das montanhas, onde o ar úmido é forçado a ascender e por resfriamento
adiabático, há condensação do vapor.

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d) Nuvens

Nuvem é um conjunto visível de partículas minúsculas de água líquida ou de gelo, ou de ambas ao mesmo
tempo, em suspensão na atmosfera. Este conjunto pode também conter partículas de água líquida ou de gelo em
maiores dimensões, e partículas procedentes, por exemplo, de vapores industriais, de fumaças ou de poeiras.

O aspecto de uma nuvem depende essencialmente da natureza, dimensões, número e distribuição no espaço das
partículas que a constituem. Depende também da intensidade e da cor da luz que a nuvem recebe, bem como
das posições relativas do observador e da fonte de luz (sol e a lua) em relação à nuvem.

Os principais fatores que intervém na descrição do aspecto de uma nuvem são suas dimensões, sua forma sua
estrutura e sua textura, assim como sua luminância e cor.

Estes fatores serão levados em consideração na descrição de cada uma das formas características das nuvens.

As nuvens são, a umidade do ar condensada. São constituídas por gotículas d'água e/ou cristais de gelo. Quanto
ao seu aspecto podem ser:

Estratiformes - desenvolvimento horizontal, cobrindo grande área; de pouca espessura; precipitação de caráter
leve e contínuo.

Cumuliformes - desenvolvimento vertical, em grande extensão; surgem isoladas; precipitação forte, em


pancadas e localizadas.

Podem ser líquidas (constituídas por gotículas de água), sólidas (constituídas por cristais de gelo) e mistas
(constituídas por gotículas de água e cristais de gelo). De acordo com o Altas Internacional de Nuvens da OMM
(Organização Meteorológica Mundial) existem três estágios de nuvens:

Nuvens Altas: base acima de 6km de altura - sólidas.

Nuvens Médias: base entre 2 a 4 km de altura nos pólos, entre 2 a 7 km em latitudes médias, e entre 2 a 8 km no
equador - líquidas e mistas.

Nuvens Baixas: base até 2km de altura - líquidas.

Tipos de Nuvens

Cirrus(CI): aspecto delicado, sedoso ou fibroso, cor branca brilhante.

Cirrocumulus(CC): delgadas, compostas de elementos muito pequenos em forma de grânulos e rugas. Indicam
base de corrente de jato e turbulência.

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Cirrostratus(CS): véu transparente, fino e esbranquiçado, sem ocultar o sol ou a lua, apresentam o fenômeno de
halo (fotometeoro).

Altostratus (AS): camadas cinzentas ou azuladas, muitas vezes associadas a altocumulus; compostas de
gotículas superesfriadas e cristais de gelo; não formam halo, encbrem o sol; precipitação leve e contínua.

Altocumulus (AC): banco, lençol ou camada de nuvens brancas ou cinzentas, tendo geralmente sombras
próprias. Constituem o chamado "céu encarneirado".

Stratus (St): muito baixas, em camadas uniformes e suaves, cor cinza; coladas à superfície é o nevoeiro;
apresenta topo uniforme (ar estável) e produz chuvisco (garoa). Quando se apresentam fracionadas são
chamadas fractostratus (FS).

Stratocumulus (SC): lençol contínuo ou descontínuo, de cor cinza ou esbranquiçada, tendo sempre partes
escuras. Quando em vôo, há turbulência dentro da nuvem.

Nimbostratus (NS): aspecto amorfo, base difusa e baixa, muito espessa, escura ou cinzenta; produz precipitação
intermitente e mais ou menos intensa.

Cumulus (Cu): contornos bem definidos, assemelham-se a couve -flor; máxima freqüencia sobre a terra de dia e
sobre a água de noite. Podem ser orográficas ou térmicas (convectivas); apresentam precipitação em forma de
pancadas; correntes convectivas. Quando se apresentam fraccionadas são chamadas fractocumulus (FC). As
muito desenvolvidas são chamadas cumulus congestus.

Cumulonimbus (CB): nuvem de trovoada; base entre 700 e 1.500 m, com topos chegando a 24 e 35 km de
altura, sendo a média entre 9 e 12 km; são formadas por gotas d'água, cristais de gelo, gotas superesfriadas,
flocos de neve e granizo. Caracterizadas pela "bigorna": o topo apresenta expansão horizontal devido aos
ventos superiores, lembrando a forma de uma bigorna de ferreiro, e é formado por cristais de gelo, sendo
nuvens do tipo Cirrostratos (CS).

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e) Precipitação

A formação de nuvens não é suficiente para que ocorra a precipitação. A condensação e a sublimação que
geram as nuvens marcam apenas o início do processo de precipitação. Gotas d’água, cristais de gelo e gotas de
chuvas devem ainda ser produzidas.

A medida que as gotas de chuvas ou cristais de gelo que compõem as nuvens vão aumentando de tamanho, as
forças de sustentação são vencidas e elas começam a cair rapidamente, eventualmente atingindo o solo em
forma de precipitação, salvo quando retidas por correntes ascendentes ou evaporadas durante a queda. A
precipitação adquire diferentes formas, dependendo da temperatura no qual ocorre a condensação e das
condições encontradas durante a queda das partículas na direção do solo. Deste modo pode-se identificar, entre
outras as formas de precipitação a seguir:

Chuva

A palavra chuva de maneira geral pode incluir todas as formas de precipitação, porém a rigor chuva significa
especificamente umidade que cai na direção da terra em estado líquido.

Neve

A neve é formada pela cristalização (sublimação) do vapor d’água à temperatura abaixo de 0ºc. Os cristais ou
flocos de neve possuem variadas formas. A forma fundamental é a hexagonal. Os grandes flocos de neve são
formados pela combinação de cristais menores à temperatura não muito abaixo de 0ºc. A temperaturas muito
baixas existe pouca umidade no ar e portanto há condições mínimas para a precipitação porém como se diz
nunca é frio demais para nevar. A camada de neve tem grande valor para a agricultura nas regiões de inverno
rigoroso. Ela evita o congelamento do solo e protege as raízes das plantas.

Granizo

O granizo consiste em pelotas arredondadas e duras de gelo ou de gelo e neve compacto. Quando uma dessas
pelotas de gelo é cortada ao meio ela parece apresentar uma formação de camadas concêntricas de densidade e
transparências diferentes. Granizos grandes são comuns e às vezes podem ocorrer pedras maiores que bolas de
tênis. São as vezes encontrados grandes discos de gelo achatados compostos de diversas pedras formadas
independentemente e que se congelam juntas durante a queda. O efeito destrutivo do granizo especialmente
sobre as culturas jovens é bastante grande. (Blair, 1964)

As chuvas são classificadas de acordo com sua gênese, que é resultante do tipo de processo que controla os
movimentos ascensionais geradores das nuvens das quais se precipitam, sendo assim diferenciadas:

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Chuva de Origem Térmica ou Convectiva

As precipitações convectivas ocorrem tipicamente em regiões tropicais. Assim que, em tempos calmos, o ar
saturado ou não, nas vizinhanças do solo, é aquecido devido à radiações solares, o mesmo se dilata e se eleva
por intermédio de movimentos rápidos em direção ao centro de numerosas células de convecção que se formam
pouco a pouco. Ao mesmo tempo em que se realiza esta ascensão o ar se resfria e atinge seu ponto de
condensação a uma altitude denominada “nível de condensação”. A partir do alcance deste nível ocorre a
formação de nuvens e caso a corrente de convecção vertical seja intensa no início e prossiga por um tempo
suficientemente longo, ocorre a possibilidade de que o sistema de nuvens assim formado passa atingir uma zona
onde reine um temperatura muito baixa ou um grau de turbulência forte o suficiente para originar a
precipitação. Estas precipitações ditas de convecção são resultantes de tempos quentes e podem ser
acompanhadas de trovoadas, clarões e ventos locais. (Uehara, 1980)

São em geral de grande intensidade e curta duração e concentram-se em pequenas áreas sendo portanto
importantes nos projeto que envolvem pequenas bacias hidrográficas.

Chuvas de Origem Orográfica ou de Relevo

As precipitações orográficas resultam da ascensão orográfica das massas de ar, ocorrendo portanto em regiões
onde existem barreiras topográficas (tipicamente na Serra do Mar). O ar úmido e quente ao ascender próximo as
encostas resfria-se chegando à saturação do vapor, possibilitando a formação de nuvens estratiformes e
cumuliformes, que, com a continuidade do processo de ascensão, tendem a produzir chuvas. Dessa forma, as
vertentes a barlavento são comumente mais chuvosas do que aquelas a sotavento, onde o ar, além de estar
menos úmido é forçado a descer o que dificulta a formação de nuvens. Este tipo de precipitação possui
intensidade bastante elevada.

Chuvas de origem Frontal ou Ciclônicas

As precipitações frontais estão associadas à formação de nuvens que ocorrem pela ascensão de ar úmido ao
longo de suas rampas. A intensidade das chuvas nelas geradas, bem como sua duração, será influenciada pelo
tempo de permanência da frente no local, pelo teor de umidade contido nas massas de ar que a formam, pelos
contrastes de temperatura entre as massas de pela velocidade de deslocamento da frente.

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f) Ventos

O vento pode ser considerado como o ar em movimento. Resulta do deslocamento de massas de ar, derivado
dos efeitos das diferenças de pressão atmosférica entre duas regiões distintas e é influenciado por efeitos locais
como a orografia e a rugosidade do solo. A rugosidade do solo é um fator redutor da velocidade dos ventos em
superfície, uma vez que desempenha um efeito de fricção sobre os ventos. Assim, os oceanos favorecem a
formação de ventos velozes, suas superfícies (vegetação, presença de cidade) e às suas características
geomorfológicas, tendem a reduzi-la.

Além do efeito causado pela força de fricção da superfície sobre o vento, este também é modificado pela força
de coriolis, chamada de efeito coriolis, que resulta do movimento de rotação da Terra, desviando o vento de sua
trajetória original, manifestando-se em grande escala espacial.

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Grau Designação km/h Aspecto do mar Efeitos em terra

0 Calmaria <2 Espelhado Fumaça sobe na vertical

1 Bafagem 2a6 Pequenas rugas na superfície do mar Fumaça indica direcção do vento

As folhas das árvores movem; os moinhos


2 Aragem 7 a 11 Ligeira ondulação sem rebentação
começam a trabalhar

Ondulação até 60 cm, com alguns As folhas agitam-se e as bandeiras desfraldam


3 Fraco 13 a 19
carneiros ao vento

Ondulação até 1.5 m, carneiros Poeira e pequenos papéis levantados; movem-


4 Moderado 20 a 30
frequentes se os galhos das árvores

Movimentação de árvores pequenas;


5 Fresco 31 a 39 Ondulação até 2.5 m, muitos carneiros
superfície dos lagos ondula

Muito Movem-se os ramos das árvores; dificuldade


6 41 a 50 Ondas grandes até 3.5 m; borrifos
Fresco em manter um guarda chuva aberto

Mar revolto até 4.5 m com espuma e Movem-se as árvores grandes; dificuldade em
7 Forte 52 a 61
borrifos andar contra o vento

Mar revolto até 7.5 m com rebentação e Quebram-se galhos de árvores; circulação de
8 Muito Forte 63 a 74
faixas de espuma pessoas difícil

Mar revolto até 9 m; borrifos afectam Danos em árvores; impossível andar contra o
9 Duro 76 a 87
visibilidade vento

Mar revolto até 12 m; superfície do mar Árvores arrancadas; danos na estrutura de


10 Muito Duro 89 a 102
branca construções

104 a Mar revolto até 14 m; pequenos navios


11 Tempestade Estragos abundantes em telhados e árvores
117 sobem nas vagas

12 Furacão >119 Mar todo de espuma; visibilidade nula Grandes estragos

Classificação da velocidade dos ventos de acordo com Beaufort


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Tipos de movimentos Atmosféricos
Vento Geostrófico

Trata-se de um escoamento horizontal, uniforme, paralelo às isóbaras, que circulam em retas paralelas,
ocorrendo nos níveis superiores da atmosfera, onde os efeitos de fricção são desprezíveis. È uma boa
aproximação do que acontece nas camadas mais baixas da atmosfera, exceto nas regiões próximas ao Equador
e em locais onde o escoamento é muito curvo.

Vento Gradiente

Trata-se também de um escoamento horizontal, paralelo às isóbaras, que circulam em curvas e ocorre nos níveis
superiores da atmosfera sendo constante o módulo do vetor velocidade. Estes ventos, em oposição aos
geostróficos, ocorrem próximo ao Equador e em escoamentos curvos.

Vento Ciclostrófico

Trata-se de escoamento atomosférico curvo de escala horizontal pequena. Como nos tornados e redemoinhos,
em que a força de coriolis pode ser desprezada quando comparada com a força do gradiente de pressão. Ocorre
em torno de um cento de baixa pressão.

Ventos Sazonais e Locais

Monções

Os continentes no verão aquecem-se mais rapidamente que os oceanos, formando vários centros de baixas
pressões relativas que favorecem o deslocamento do ar marítimo para seu interior, gerando as monções de
verão. Estas caracterizam por serem quentes e promoverem intensas chuvas devido à umidade nelas contidas e
à instabilidade promovida pelo forte aquecimento da estação.

No período de inverno, quando os oceanos apresentam relativamente mais quentes que os continentes o
gradiente de pressão inverte-se e o ar passa a escoar do continente para o litoral caracterizando a monção de
inverno, que provoca rebaixamento da temperatura e estiagem. As monções asiáticas são as mais intensas e
ocorrem preferencialmente nas porções sudeste e este do continente. Não se verificam tais ventos sazonais na
América do Sul, devido à relativa redução territorial do continente em direção as latitudes médias, que não
favorece a ocorrência de grandes contrastes termobarométricos com o oceano. Todavia o movimento do ar
influenciado pela variação espacial continente oceano ao longo do ano é similar ao que ocorre no sudeste
asiático.

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Outros ventos originados pelos movimentos das massas de ar polares, especialmente no invernos e das massas
tropicais continentais, na primavera e no verão, geram ventos frios e quentes respectivamente que dadas suas
características e a freqüência com que atuam, recebem nomes locais como:

Mistral

Vento frio de origem polar que ocorre no inverno, no vale do Rone, na França, no norte da Itália e da Grécia.

Siroco

Corresponde ao vento quente que ocorre notadamente na primavera na Europa mediterrânea, proveniente da
massa tropical continental do Saara e do deserto da Arábia. Quando sua trajetória se da sobre o mar
Mediterrâneo ele se umidifica transformando-se em um vento quente e úmido. O sirocorecebe vários nomes
locais como: Leveche, Chili, Khamsin, Simoon.

Minuano ou Pampeiro

Vento frio oriundo das massas polares que ocorre no inverno na região dos pampas gaúchos (Argentina,
Uruguai e Rio Grande do Sul).

Os ventos locais decorrem de um gradiente de pressão local que se estabelece como resultado do aquecimento
diferencial da superfície com a alternância do dia e da noite. Esses ventos são classificados em brisa marítima e
oceânica, brisa terrestre e continental e brisas de vale e montanha.

Brisa Marítima

Como as massas de terra são aquecidas pelo sol mais rapidamente do que o oceano, o ar em cima delas ascende
e cria uma baixa pressão no solo que atrai o ar mais fresco do mar ao entardecer.

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Brisa Continental

No período da noite como o solo é mais eficiente em perder calor do que a água o gradiente de pressão inverte-
se formando uma alta pressão sobre a terra e uma baixa pressão sobre a água, logo o ar flui em direção à costa.

Brisa de Vale

Processo similar ocorre nas áreas montanhosas, quando no decorrer do dia as encostas dos vales ao absorverem
energia solar aquecem o ar com maior intensidade. Este ao expandir-se torna-se mais leve que o ar do vale,
ocasionando um movimento ascendente.

Brisa do Continente

A situação anterior inverte-se duramente a noite quando o rápido resfriamento do ar próximo às vertentes faz
com que por gravidade o ar escoe pelas encostas.

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