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6 de Maio de 2019

Contratos de Colaboração

1) Introdução
Contrato de colaboração é um dos instrumentos contratuais
desenvolvidos com o objetivo de racionalizar o otimizar o escoamento
de mercadorias. Segundo Fábio Ulhôa Coelho, são contratos nos quais
as empresas contratantes articulam seus esforços visando à criação ou
consolidação de mercados consumidores dos produtos fornecidos por
um deles.

É, portanto, um contrato em que o empresário colaborador se obriga a


criar, consolidar ou ampliar o mercado do produto do empresário
fornecedor.

2) Contratos de colaboração por


intermediação
Nestes, o colaborador compra a mercadoria do fornecedor para
revendê-la, ganhando o lucro gerado pela atividade de comercialização
dos produtos. Não há remuneração do fornecedor pela colaboração.

São duas as espécies de contratos de colaboração por intermediação: a


distribuição-intermediação e a concessão mercantil. Elas se
diferenciam pelo grau de subordinação da empresa do colaborador em
relação à do fornecedor. No contrato de concessão mercantil a empresa
do concessionário tem maior grau de subordinação à empresa do
concedente, sendo o contrato mais apropriado para os casos em que o
colaborador não só revende os produtos do fornecedor, como também
presta assistência técnica aos consumidores.

3) Distribuição-intermediação
É o contrato de colaboração em que o empresário colaborador
(distribuidor) obriga-se a comercializar os produtos do empresário
fornecedor (distribuído).

Trata-se de um contrato atípico, ou seja, não está disciplinado em lei,


de forma que as obrigações dos contratantes serão previstas
exclusivamente nas cláusulas do contrato firmado pelas empresas, que
poderão ser livremente pactuadas pelas partes.

São cláusulas comuns nesses tipos de contratos:

a) Exclusividade de distribuição: é a cláusula que veda a


comercialização, pelo distribuidor, de produtos concorrentes aos do
distribuído.

b) Exclusividade de zona ou territorialidade: veda ao distribuído


comercializar seu produto na área de atuação do distribuidor. Isto
porque o distribuidor realizou investimentos, ajudando a formar ou
desenvolver o mercado do produto objeto do contrato naquela área de
atuação. Logo, seria injusto se o distribuído comercializasse o produto
de outra maneira, que não através do distribuidor, em sua área de
atuação, uma vez que teria condições de comercializá-lo por preço mais
baixo, gerando forte concorrência ao colaborador. É, portanto, uma
cláusula restritiva de concorrência, que visa garantir a amortização dos
investimentos do distribuidor na criação e consolidação do mercado do
produto em questão. Esta cláusula inclui, ainda, a obrigação do
distribuído de contribuir de todas as formas que estiverem ao seu
alcance para sua eficácia.
c) Quota de fornecimento e aquisição: é a cláusula que determina que o
distribuidor deve adquirir, em um determinado período de tempo
livremente pactuado pelas partes, uma quantidade mínima do produto
(quota de aquisição), ao passo que o distribuído fica obrigado a atender
aos pedidos de compra do colaborador em quantidade igual ou
superior à quota de fornecimento.

d) Crédito: na maioria desses contratos, o distribuído estabelece prazos


mais extensos para o distribuidor pagar pelas mercadorias do que os
concedidos aos demais compradores, devido à colaboração.

e) Aparelhamento da empresa do distribuidor: por esta cláusula o


distribuidor obriga-se a aparelhar sua empresa de acordo com as
instruções do distribuído, por exemplo, treinando funcionários,
ostentando a marca do distribuído, etc.

f) Por ser um contrato atípico o distribuidor deve buscar a proteção de


seus interesses ao estabelecer as cláusulas contratuais. Assim, se o
contrato for ajustado por prazo determinado, o distribuidor só terá
direito à indenização se o contrato prever expressamente. Já se o
contrato for estipulado por prazo indeterminado e o distribuidor tiver
feito investimentos consideráveis para sua execução, a denúncia
unilateral pelo distribuído só produzirá efeitos depois de transcorrido
prazo suficiente para o colaborador recupere seus investimentos. É o
que estabelece o parágrafo único do artigo 473 do Código Civil.

4) Concessão mercantil
É o tipo de contrato de colaboração pelo qual o empresário colaborador
(concessionário) se obriga a comercializar os produtos fabricados pelo
empresário fornecedor (concedente). Porém, neste caso, há maior
interferência por parte do empresário fornecedor na empresa do
concessionário, porque há interesse de acompanhar mais de perto as
relações entre o colaborador e os consumidores.
Em regra, também se trata de um contrato atípico, ficando os direitos e
deveres estabelecidos exclusivamente pelas cláusulas contratuais. No
entanto, há um exceção à regra: o contrato de concessão mercantil em
que o objeto é a comercialização de veículos automotores terrestres.
Este é típico, regulado pela Lei 6.729 de 1979, apelidada de “Lei
Ferrari”. O objetivo da disciplina legal deste tipo específico de
concessão, de acordo com Fábio Ulhôa Coelho, é garantir meios para
que o concessionário recupere seu elevado investimento feito na
implantação e periódica modernização do estabelecimento de revenda.

Na hipótese regulada pela “Lei Ferrari” o contrato deverá ser, por força
da própria da própria lei, por prazo indeterminado, admitindo apenas
a exceção do primeiro contrato, celebrado por no máximo cinco anos.

5) Contratos de colaboração por


aproximação
É a forma de colaboração em que os contratantes não celebram
contrato de compra e venda mercantil, uma vez que o empresário
colaborador obriga-se a identificar e buscar empresários
potencialmente interessados em adquirir as mercadorias do
empresário fornecedor e motiva o ato de aquisição.

Nesta espécie, o colaborador é remunerado pelo fornecedor. A


remuneração é chamada de comissão.

São espécies de contrato de colaboração por aproximação:

5) Mandato
É o contrato de colaboração pelo qual o colaborador (mandatário) se
obriga a praticar atos em nome e por conta do fornecedor (mandante).
Assim, aquele que adquire os produtos realiza negócio com o próprio
fornecedor e tem direitos contra ele, uma vez que o mandatário foi
mero portador da vontade do mandante.

A responsabilidade pela entrega da coisa, pelos vícios e evicção correm


por conta do vendedor, ou seja, do mandante. Assim como responde
também pelo inadimplemento do consumidor.

6) Comissão mercantil
Este contrato assemelha-se ao mandato, no entanto, o colaborador
(comissário) se obriga a agir por conta do fornecedor (comitente) em
nome próprio. Neste caso, o adquirente contrata com o colaborador, e
não com o fornecedor e terá direitos em face do comissário.

Aqui a responsabilidade pela entrega da coisa, pelos riscos e evicção


também correm por conta do fornecedor, porém em regresso perante o
comissário.

Em regra, é o comitente que responde pelo inadimplemento do


adquirente, porém pode haver a cláusula “del credere” que transfere a
responsabilidade pelo risco de inadimplemento para o comissário, que
será obrigado a indenizar o comitente no caso de inadimplência ou
insolvência do adquirente.

7) Representação mercantil autônoma


É o contrato de colaboração pelo qual o empresário colaborador
(representante) obriga-se a obter pedidos de compra dos produtos
fabricados ou comercializados pelo empresário fornecedor
(representado).

É um contrato típico, disciplinado pela Lei 4.886 de 1965.


Neste contrato, o representante deve atender às instruções do
representado para organizar sua empresa. Trata-se de um contrato que
exige a forma escrita e deve ser detalhado em suas cláusulas,
estipulando as condições e requisitos da representação, a indicação dos
produtos objetos do contrato, o prazo (podendo ser determinado ou
indeterminado), a indicação da área de atuação, o prazo para o
representado comunicar a recusa das propostas ou pedidos obtidos
pelo representante, o valor, as condições e o praz de pagamento da
remuneração do representante, a indenização do representante na
resolução não causada por culpa dele, entre outras cláusulas.

A exclusividade de zona é implícita. A exclusividade de representação


também é admitida, no entanto, deverá ser expressa.

Na representação comercial autônoma, existem três condições para


que o representante tenha direito à comissão: 1) identificar
interessados e motivá-los a formular os pedidos; 2) aceitação do pedido
pelo representado e; 3) recebimento do preço pelo representado.

Contudo, o representante terá direito à remuneração de o negócio,


após a aceitação, for rescindido por culpa do próprio representado,
pois nessa hipótese caberá apenas ao representado a culpa pelo não-
recebimento do preço.

Quanto à indenização: quando o contrato é rescindido por acordo entre


as partes, não é devida qualquer indenização, tal como ocorre quando
há caso fortuito ou força maior. Já quando há resolução por culpa de
uma das partes, é devida indenização.

Se a resolução se der por culpa do representante, a lei também não


estabelece nenhuma indenização, e os ressarcimentos dos prejuízos do
representado serão feitos de acordo com as regras do Código Civil.
Porém, se a resolução se der por culpa do representado, a lei garante a
indenização do representante.
8) Agência
Trata-se do contrato de colaboração em que o colaborador (agente)
assume a obrigação, em caráter definitivo e sem dependência, de
promover a realização de certos negócios do interesse do fornecedor
(proponente), dentro de uma determinada área.

O agente é remunerado pelo proponente e não o representa, de forma


que seus atos não obrigam o fornecedor.

A exclusividade de zona e de agenciamento são implícitas no contrato.

Pode ter prazo determinado ou indeterminado, porém, enquanto o


agente não recuperar seus investimentos o contrato não poderá ser
rescindido. É o que determina o artigo 720 do Código Civil.

Disponível em: http:https://bsauricino.jusbrasil.com.br/artigos/229763907/contratos-de-


colaboracao

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