ELIOT Pele de rato, plumas de corvo, estacas cruzadas V
E comportar-me num campo "A penny for the Old Guy" Como o vento se comporta Aqui rondamos a figueira-brava (Um pêni para o Velho Guy) Nem mais um passo Figueira-brava figueira-brava Aqui rondamos a figueira-brava I - Não este encontro derradeiro Às cinco em ponto da madrugada No reino crepuscular Nós somos os homens ocos Entre a idéia Os homens empalhados III E a realidade Uns nos outros amparados Entre o movimento O elmo cheio de nada. Ai de nós! Esta é a terra morta E a ação Nossas vozes dessecadas, Esta é a terra do cacto Tomba a Sombra Quando juntos sussurramos, Aqui as imagens de pedra Porque Teu é o Reino São quietas e inexpressas Estão eretas, aqui recebem elas Como o vento na relva seca A súplica da mão de um morto Entre a concepção Ou pés de ratos sobre cacos Sob o lampejo de uma estrela agonizante. E a criação Em nossa adega evaporada Entre a emoção E a reação E nisto consiste Tomba a Sombra Fôrma sem forma, sombra sem cor O outro reino da morte: A vida é muito longa Força paralisada, gesto sem vigor; Despertando sozinhos À hora em que estamos Trêmulos de ternura Entre o desejo Aqueles que atravessaram Os lábios que beijariam E o espasmo De olhos retos, para o outro reino da morte Rezam as pedras quebradas. Entre a potência Nos recordam - se o fazem - não como violentas E a existência Almas danadas, mas apenas Entre a essência Como os homens ocos IV E a descendência Os homens empalhados. Tomba a Sombra Os olhos não estão aqui Porque Teu é o Reino II Aqui os olhos não brilham Neste vale de estrelas tíbias Os olhos que temo encontrar em sonhos Neste vale desvalido Porque Teu é No reino de sonho da morte Esta mandíbula em ruínas de nossos reinos perdidos A vida é Estes não aparecem: Porque Teu é o Lá, os olhos são como a lâmina Neste último sítio de encontros Do sol nos ossos de uma coluna Juntos tateamos Assim expira o mundo Lá, uma árvore brande os ramos Todos à fala esquivos Assim expira o mundo E as vozes estão no frêmito Reunidos na praia do túrgido rio Assim expira o mundo Do vento que está cantando Não com uma explosão, mas com um suspiro. Mais distantes e solenes Sem nada ver, a não ser Que uma estrela agonizante. Que os olhos reapareçam (tradução: Ivan Junqueira) Como a estrela perpétua Que eu demais não me aproxime Rosa multifoliada Do reino de sonho da morte Do reino em sombras da morte Que eu possa trajar ainda A única esperança Esses tácitos disfarces De homens vazios.