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VITÓRIA
2017
ADALGIZA GONÇALVES GOBBI
HISTÓRICO-CRÍTICA
Sendo homem um ser social que tem seu desenvolvimento pautado nas relações
sociais nas quais está inserido, é importante que entendamos o desenvolvimento do
psiquismo, para correlacionar com o processo de aprendizagem. Segundo Martins (2011,
p. 45), psiquismo é
Uma vez que todos os processos são, de certo modo, processos imaginativos,
a singularidade da imaginação reside em que nela, as imagens das experiências
prévias se alteram, produzindo outras e novas imagens. Trata-se de uma
atividade mental que modifica as conexões já estabelecidas entre imagem e
objeto, produzindo outra imagem figurativa.
Há também nesta divisão os momentos de crise, que, para Vigotski, são momentos
cruciais de passagem de um período para o outro, caracterizando-se por situações em que
a atividade principal já não supre intelectualmente a necessidade do indivíduo. As crises
são momentos em que
[...] surge uma contradição explícita entre o modo de vida da criança e suas
potencialidades, as quais já superam este modo de vida. De acordo com isso,
sua atividade é reorganizada e ela passa, assim, a um novo estágio no
desenvolvimento de sua vida psíquica (LEONTIEV apud LAZARETTI, 2008,
p. 131).
É importante ressaltar a relevância dada por Vigotski para o afeto. Este, para o
autor, é de extrema importância no processo do desenvolver-se, estando intimamente
ligado com o intelecto, o que o torna presente em todas as fases do desenvolvimento.
O primeiro ano de vida da criança é marcado, logo a partir de seu nascimento, pela
crise pós-natal, na qual o bebê precisa reorganizar sua existência fora da barriga da mãe.
Este, já possui há em si os reflexos incondicionados, que irão lhe fornecer suporte
necessário para uma adaptação em seu novo meio de vida.
Mesmo com estes reflexos agindo por si, o bebê precisa integralmente da atenção
de um adulto para sua sobrevivência. Este primeiro ano de vida é marcado pela
contradição que existe na relação de máxima sociabilização da criança, visto que a todo
tempo está se relacionando com um adulto, e sua mínima possibilidade de comunicação.
Esta comunicação com o adulto é a condição de maior importância para o
desenvolvimento da criança, que interage com o mundo, em todos os momentos, por
mediações.
Para a criança, neste momento os objetos têm uso inequívoco visto que cumprem
exatamente o papel que tem, não podendo ser usados para outras finalidades. Esta
compreensão do uso dos objetos pela mediação de um adulto começa a incutir na criança
algumas regras de comportamento perante a sociedade.
Na tentativa de agir cada vez mais como o adulto, a criança coloca em um jogo de
papéis sociais, que, ludicamente, traz para si, as relações que observa na vida real dos
adultos. Daí a caracterização da atividade-guia deste período como sendo o jogo de
papéis, no qual a brincadeira tem suas finalidades e seus resultados.
A atividade de estudo é social, visto que por meio dela a criança assimila a cultura,
também começando a fixar em si os moldes sociais e as regras a serem seguidas.
Nela, o jovem move-se da posição que ocupa nas relações sociais, passando a estar
mais próximo das ações dos adultos ou muitas vezes já inseridos nas mesmas posições e
atividades em que o adulto se encontra. Começa aqui uma maior necessidade de
autoafirmação deste jovem, a fim de ter seu lugar na sociedade, perante os fatos e
relações. Este reproduz com seus pares as relações sociais existentes entre os adultos.
Assim, o trabalho educativo é uma ação direta e intencional, que visa imprimir em
cada novo indivíduo (singular) o patrimônio cultural acumulado no decorrer da história
(universal), tornando o sujeito humano, humanizado. Para tanto, é necessário que o
trabalho educativo sistematize as melhores formas para que tais produções humanas
sejam apropriadas pelos sujeitos.
A educação escolar, por meio das mediações dos conteúdos de ensino, deve se
comprometer a desenvolver seres humanos críticos e criativos que construam
conhecimentos que partam da realidade e retornem a ela na forma de novas
ressignificações acerca desta mesma realidade.
REFERÊNCIAS