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Ducae Ibraimo
O matrimónio
Universidade Pedagógica
Montepuez
2019
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Ducae Ibraimo
O matrimónio
Universidade Pedagógica
Montepuez
2019
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Introdução
Objectivo
Para a realização do presente trabalho houve a consulta de algumas referências bibliográficas que
constam na página final.
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O matrimónio
Terminologia
O processo matrimonial
Os macuas devem casar-se fora da linhagem, pelo que o casamento é exogámico. É proibido
casar dentro do próprio grupo familiar, entre os que têm o mesmo apelido (NIHIMO). Por isso a
tradição aconselha muito cuidado em saber, desde o início, a que linhagem pertence cada um dos
futuros cônjuges, para não incorrerem na proibição do casamento entre pessoas da mesma
linhagem.
Tempo de prova;
O consentimento.
Aspecto vital
O casamento é um acontecimento que ocupa um lugar importante no ciclo vital. Pelo casamento,
o homem e a mulher, formando a célula elementar da sociedade, colocam-se ao serviço directo e
concreto da transmissão da vida e dos valores do seu povo. Desta maneira integram-se na
corrente vital, participando na função dos antepassados, intermediários entre a fonte original da
vida e os homens. O casamento tem o seu fundamento neles e a sua raiz está na fonte da vida. O
tal propósito, o pensamento macua é muito claro:
Por isso o casamento, no seu aspecto funcional, serve de fundamento às relações humanas, está o
serviço da família.
Othelana Omusi
Casar-se é construir a família
O acto conjugal é considerado como união vital profunda com o passado que se faz presente
(comunhão com os antepassados que continuam “viventes”), com o futuro (comunhão com os
descendentes que são chamados à vida, os filhos), e com os elementos do cosmos (comunhão
com a natureza), sendo, por isso, um sinal da união total que o indivíduo sente na vida. Nesta
união, os filhos são o elo de união sempre necessário.
Por isso não admira que determinados momentos do ritual macua, apareça a união sexual, como
elemento constituinte simbólico.
Aspecto comunitário
futuro. É esta a grandeza do matrimónio macua: o prolongamento dos membros das famílias se
une até aos antepassados. Por tudo isto, podemos dizer que o matrimónio está ao serviço da
comunhão vital dentro da própria família intercâmbio vital entre as famílias que integram a
sociedade. Sendo assim, a importância comunitária está em primeiro lugar:
Aspecto pessoal
A dimensão comunitária do matrimónio não destrói o factor pessoal e individual de quem se casa
na sociedade macua; isto, apesar de uma observação superficial ou uma análise realizada a partir
de padrões culturais ocidentais pode levar a uma conclusão de sinal contrário.
Todas estas considerações sobre o casamento macua estão presentes na sabedoria popular:
Liberdade no amor
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Othela Khonleliwa
Casar-se ninguém o faz porque lhe foi dito
Othelana Murima
Casar-se é seguir o coração
Otthunana onanvahaniwa si
Ikhata
Amar-se é ajudar-se como os dedos
Mulopwana murette wa
Muthiyana
O homem é remédio para a mulher
Desenvolvimento da personalidade
Othelana Olipe
Se te casaras serás forte
Othela wileva
Casar-se é dedicar-se
Mas para MAZULA (1973), diz que O sistema de linhagem macua é unilinear, martilinear,
uxorilocal e exogámico. Apresentamos os pontos específicos que abrangem a área da linhagem
na sociedade macua, tendo em consideração que as normas que configuram os ramos da
linhagem variam de cultura para cultura.
Funções
Forma
Monogamia;
Poligamia: admitida generalmente como factor e sinal de poder, grandeza e riqueza e
igualmente em caso de esterilidade ou doença grave permanente da esposa.
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Conclusão
Feito o trabalho conclui se que O matrimónio, no contexto cultural macua, não se deduz à
celebração de um acto ou ao facto isolado de um contrato entre os noivos. O matrimónio, no
nosso caso, é um processo que põe em evidência e eficácia da inserção progressiva dos cônjuges
na sociedade. É um processo harmónico em todas as suas partes, que, vivido durante vários
meses, deixa espaço suficiente para que os protagonistas do mesmo assumam conscientemente o
seu novo estado social. Nele se vive, progressivamente, os vários elementos da vida conjugal:
integração afectiva, relações sexuais, colaboração e solidariedade nas responsabilidades caseiras,
na transmissão da vida e dos valores culturais.
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Bibliografia
CISCATO, E., Mil Provérbios Lomwe, Apostolado pelo Livro e pela Liturgia, Quelimane, s.d. -
FOX, R., Kinship and Marriage, Penguin Books, Middlessex, 1967.
LINTON, R., The Study of Man: Na Introduction. New York, 1936, trad. Portuguesa, O
Homem: Uma Introdução à antropologia. Martins Fontes, São Paulo, 1987 (12ª ed.).
MAIR, L., Na Introduction to Social Anthopology. Oxford University Press, Oxford, 1965, trad.
Portuguesa. Introdução à Antropologia Social. Zahar Editores, Rio de Janeiro, 1984 (6ª Ed.).
Índice
Introdução ....................................................................................................................................... 3
Objectivo ......................................................................................................................................... 3
O matrimónio .................................................................................................................................. 4
Terminologia ................................................................................................................................... 4
Funções ......................................................................................................................................... 10
Forma ............................................................................................................................................ 10
Conclusão...................................................................................................................................... 11
Bibliografia ................................................................................................................................... 12