Sie sind auf Seite 1von 1

MEDICALIZAÇÃO NA ESCOLA

Para construir um pensamento que não se proponha naturalizar a temática da


medicalização no ambiente escolar, propomos uma análise sobre o tema a partir de uma
perspectiva que tenha como base o método histórico-genealógico.
Desta forma analisamos a temática por meio da produção histórico social situada na
modernidade e contemporaneidade a partir da relação entre saber-poder médico no
ambiente escolar. Pensaremos as forças produtoras de subjetividade presentes nesse
território.
Para uma definição sobre medicalização tomaremos o conceito de Irving Zola, que
entende a medicalização como a expansão da jurisdição da medicina para novos domínios.
Aqui a medicina não é vista apenas como a intervenção e regulação de corpos, mas, também
como produtora de um discurso criador de uma realidade com bases em um modo de
subjetivação que conferem um modo de existir, que atua diretamente no cotidiano das
pessoas.
A medicalização vem transformando sensações físicas e normais, tais como insônia e
tristeza em uma epidemia e dessa forma promovendo uma banalização de diagnósticos. Os
processos de tensão da vida são transformados em doença e sintomas, onde a subjetividade
é explicada através de processos orgânicos.
A medicalização se torna então o instrumento para intervenção de uma psiquiatria
biológica que relaciona o desempenho do aluno a problemas localizados no corpo biológico,
e dessa forma toda e qualquer conduta disruptiva pode e deve ser medicalizada.
Desta forma é institucionalizado a diferença e o desvio enquanto patologia, e a
medicalização se torna o processo pelo qual se intervém na relação entre doença e o não
aprender.
É preciso levar em conta de que o social interage com o biológico como advoga o
próprio Vigotski e consequentemente cria novos sistemas funcionais e novas formas
superiores de atividades conscientes.
Nesse processo é preciso capacitar ao professor para que o mesmo tenha um “olho
clínico”, saúde e educação se tornam instrumentos contra os anormais.
O fazer do professor e do especialista passa a ser naturalizado por meio de um discurso
que institucionaliza o fracasso escolar dentro de uma perspectiva universal e de verdade
inquestionável. Tal fenômeno surge tentando impedir o surgimento de modos diferentes de
ser no mundo.
O cotidiano escolar por meio de suas formas de subjetividade passam a ser
medicalizadas, cujo processo só poderá ser refreado abdicando-se de explicações
totalizadoras com bases estatísticas, validando a singularidade e o estranhamento dos
transtornos.

Das könnte Ihnen auch gefallen