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Discente: Flávio Barbosa

Grupo: Chrysthian Chrisley - 201520680511


Emanuelle da Silva Ávila - 201510411811
Luiz Felipe Lima - 201220578411
Rafael Mannarino - 201410298711
Rute Pereira - 201510411711

TRABALHO

DE

FILOLOGIA
1- Explicite os conceitos de Romania, Romania Vetus, Romania Nova e língua românica,
comentando os fatores históricos e linguísticos envolvidos nos mesmos.

A Romania é o conjunto de línguas românicas ou modernas derivadas do latim, Sendo


dividida em nacionais (espanhol, francês, italiano, português e romeno), regionais (catalão e
galego) e provençal( reto-românico e sardo). A Romania Vertus ou Antiga Romania é uma área
que compreende Portugal, Espanha, França, uma parte da Bélgica e da Suíça, a Itália e a
Romênia. Com a Renascença a expansão europeia levou o português, o françês e o espanhol
para outros continentes formando outra Romania, a Romania Nova se constrói com a sua língua
nacional e ocupa territórios consideráveis na América, na África, na Ásia e na Oceania. O
português, o francês e o espanhol são, numa grande parte dessa nova Romania, língua materna
de populações importantes. Essas línguas são protagonistas no processo de oficialização da
língua.

A língua nacional é a língua do povo de uma nação enquanto relacionada com um


Estado politicamente constituído. A língua nacional é por isso vista como a língua oficial de um
país. Ter uma língua como própria de um país funciona como um elemento de sua identidade
política e cultural. Mas não há correspondência direta entre uma língua nacional e um Estado.

A língua oficial é a língua à qual é conferido um estatuto jurídico especial em um


determinado país, estado ou outro território. Tipicamente, a língua oficial de uma nação será a
utilizada nos tribunais daquele país, no parlamento e na administração. No entanto, o status
oficial também pode ser usado para dar a uma língua (muitas vezes indígena) condição legal,
mesmo que ela não seja amplamente falada.

A língua crioula diz-se de cada uma das línguas mistas nascidas do contato de um
idioma europeu com línguas nativas, ou importadas, e que se tornaram línguas maternas de
certas comunidades. Crioulo vem do verbo criar é antônimo de nativo, a língua crioula se
produz quando alguém tem que aprender uma língua de forma improvisada, o que gera uma
interseção linguística da língua alvo mais a língua nativa, ela surge na tentativa de grupos
(escravos) tentando se comunicar com os seus senhores.
2 – Explique e fundamente com base em exemplos a seguinte afirmação do texto: “... o português, o
espanhol e o italiano têm muitas semelhanças, enquanto o francês apresenta particularidades que os
separam das outras três línguas. Por isso, o leitor lusófono deverá conhecer especialmente a
distância que separa sua língua do francês.”A resposta deverá contemplar os níveis ortográfico,
fonético, morfológico, sintático e lexical.

Enquanto português, o espanhol e o italiano acabam por ter muitas similaridades em


sua ortografia, o francês se distanciou enquanto manteve sua relação com o passado muito viva
e assim optando por ter suas próprias particularidades

Enquanto no italiano há uma relação rigorosa quanto suas letras e fonemas, o francês
possui quebras nesta relação devido sua construção arcaica e muitas vezes incoerente. A ligação
entre a escrita e a pronúncia no francês pode conter muitas surpresas devido sua
imprevisibilidade. Um grupo de palavras vindas do grego e que possuem ph, abrangem mais de
uma possibilidade de pronúncia, que podem ser; [f], th com som de [t] e ch com som de [k].
Mantendo a escrita influenciada do grego dentro da língua francesa podemos tomar como
exemplo as palavras cultas philosophe e mathématiques, que em outros idiomas foram
substituídas por f e t: filosofia em português e italiano, matemática em português e matematica
em italiano. O francês continua imprevisível quando tocamos na vogal nasal [ã] que pode ter
um grande número de grafias: an, am, en, em, ean ou aon. Apesar da variedade no som, palavras
como sang(sangue) ou tant(tanto) acabam por tornar possível perceber uma ligação entre as
outras línguas românicas, além de também ser possível notar semelhanças entre as línguas pela
grafia mesmo que sua pronúncia dissimule parte das semelhanças.

Foneticamente o francês também opta por se distanciar do espanhol, o italiano e o


português. Enquanto o acento tônico pode aparecer nas três últimas sílabas em português e
espanhol ou até mesmo na quarta em italiano; no Francês o acento tônico sempre estará situado
na última sílaba, destoando totalmente das outras línguas românicas citadas. Dentre as línguas
românicas, o francês é a única que possui somente três fonemas vocálicos, denominados de
vogais anteriores e que são pronunciadas ao se arredondar os lábios como em tour ou môle.

Morfologicamente, o latim é uma língua sintética, ou seja, possui um número menor


de palavras, enquanto as línguas românicas são analíticas e possuem um grande número de
vocábulos que se derivam e se distribuem com o uso dos seus falantes, porém o francês é a
língua mais analítica dentre as quatro. Devido a flexão das declinações no latim, era possível
usar menos palavras para montar uma frase ou contar algo, porém as línguas românicas não
herdaram as declinações. Para suprir a ausência das declinações do latim, as línguas românicas
usam preposições ou artigos.

Enquanto em português, italiano e espanhol não se variou muito a formação dos


verbos do latim como do de primeira pessoa, que se torna dou, doy e do; no francês as
desinências verbais se perderam na língua falada, visto que donne, donnes e donnent não se
distinguem, porém isto gerou a necessidade do uso de pronomes pessoais, uma similaridade
entre o francês e as outras línguas românicas.

Enquanto português, espanhol e italiano possuem suas próprias desinências para a


marcação de plural. A pronúncia das palavras em plural é a mesma das palavras no singular
(livre e livres não diferem a pronúncia), a marcação de plural vem dos artigos, possessivos e
demonstrativos.

O mesmo processo ocorreu nas marcações de aumentativo e diminutivo, enquanto as


outras línguas possuem seus sufixos; o francês após o século XVI passou a deixá-los de lado e
passou a expressar aumentativo e diminutivo usando adjetivos antes das palavras.

No léxico novamente há um distanciamento por parte da língua francesa. A palavra


danger possue o mesmo significado em francês e mesmo em inglês; tem como correspondente
perigo em português, peligro em espanhol e pericolo em italiano. Enquanto o vocábulo casa
possui a mesma grafia e significado em português, italiano e espanhol, porém em francês não
existe e é denominado de maison.

Ainda que por ligação pela mesma raiz seja possível apontar semelhanças entre
algumas palavras do francês e ao português, espanhol e italiano, como parte e muro que existem
nas três línguas e são part e mur em francês. Tendo em vista as variações vindas do uso dos
antigos falantes, todavia podem afastar um pouco as quatro línguas assim e tornar complicada a
percepção da origem latina, como em olho, ojo, occhio e oeil, palavras dadas como populares,
diferente das cultas que vieram do latim e foram retomadas por diversas vezes em diferentes
momentos na história e sem alterar suas raízes, como ocular que é comum em português e
espanhol, oculare em italiano e oculaire no francês, todas vindas do latim oculare.

Com estes fatos se torna possível perceber que o francês possui algumas semelhanças
lexicais com as outras línguas românicas, mas por um lado pode se aproximar da língua inglesa
em outros momentos.
3- Responda, sempre com justificativa que contemplem as quatro línguas em estudo, qual(is) dessas
mesmas línguas apresenta(m)

a) tendência à ditongação do E e do O breve e tônicos;

b) tendência à queda do N intervocálico;

c) tendência à passagem do F inicial a H;

d) afinidade entre si, no que diz respeito ao léxico;

e) Um sistema de consoantes geminadas, sendo que a duração desses fonemas tem valor distintivo.

a) Em alguns casos da comparação do latim com os idiomas neolatinos, percebe-se que o legado da
língua latina é grande na manutenção de uma identidade da palavra, como pode ser visto nas
semelhanças entre Pedem (latim), pé (português), pie (espanhol), piede (italiano) e pied (francês) A
questão da vogal, no entanto, acabou sendo modificada em alguns casos, sobretudo em uma criação
de tendência à ditongação do ‘’e’’ e do ‘’o’’. Pode ser visto, através do exemplo dado acima, que, no
português, o processo de ditongação não ocorre como nas outras línguas. Nos três idiomas restantes
(espanhol, italiano e francês), houve uma soma da vogal principal junto a uma semivogal aberta. O
‘’e’’ breve deu lugar a "ie". Em outro caso, agora de maneira distinta, o "o" breve adaptou-se a três
formas discrepantes. Se no latim a palavra "novum" não possui ditongo, no espanhol, italiano e
francês as duas vogais na mesma sílaba existem, embora estejam adaptadas diferentemente: "ue" em
"nuevo", em espanhol; "uo" em "nuovo", em italiano; "eu" em "neuf ”, em francês.

b) Na língua portuguesa, a presença do "n" intervocálico desapareceu, sendo observado em alguns


casos como na presença de dígrafos como na palavra "vinho", o qual vem acompanhado da
consoante "h". Na língua espanhola, na italiana e na francesa, o "n" intervocálico manteve-se, com
exceção de algumas execuções no idioma francês em alguns vocábulos, como "pleno", "main" e
"vin". Em outros casos, "couronne", ainda que tenha tido um acréscimo de um outro "n", e em
"laine", manteve-se a mesma formação intervocálico da consoante como nas palavras originais do
latim. O espanhol e o italiano, de acordo com o quadro apresentado no texto com as palavras em
latim "coronam", "plenum", "lanam", "manum" e "vinum", manteve a estrutura da palavra com o
"n" intervocálico. No espanhol, "corona", "lleno", "lana", "mano", "vino"; no italiano, "corona",
"pieno", "lana", "mano" e "vino". É interessante notar, ainda, que a semelhança entre os dois
últimos idiomas falados aqui é enorme, apenas com exceção das palavras "lleno" e "pieno".

c) Além de outras características, o espanhol possui a passagem do f inicial à h. Tal fenômeno é


somente observado na língua espanhola o que pode separá-la das outras línguas observadas neste
trabalho. Observamos que de fato, a passagem do f inicial a h não ocorre no português, italiano e
francês. Ex.:

LATIM ITALIANO PORTUGUÊS ESPANHOL FRANCÊS


Factum Fato Feito Hecho Fait
Farinam Farina Farinha Harina Farine
Furnum Forno Forno Horno Four

d) Em relação ao léxico, constata-se muitas vezes que o português, o espanhol e o italiano possuem
entre si semelhanças – podendo destacar uma semelhança muito maior em relação ao portugues e ao
espanhol - e opõem-se de modo claro ao francês: assim, no francês, danger corresponde à perigo
em português, a peligo em espanhol e pericolo em italiano. Outro exemplo é que em Francês
maison corresponde nas três línguas a casa. O espanhol e o português com frequência se
aproximam, constituindo um grupo a parte no conjunto românico. Assim o verbo matar, comum ao
português e ao espanhol, distingue-se do francês tuer e do italiano uccidere. Em outros casos, um
subgrupo franco-italiano defronta-se ao subgrupo hispanoportuguês. Como exemplo, temos a
palavra comer em português e espanhol, ao passo que é em francês é manger e em italiano,
mangiare. Considerando o léxico, o francês distingue-se frequentemente do espanhol, do italiano e
do português. Mas, em relação ao grande número de palavras, ainda é perceptível, a origem latina.
Palavras como: parte e muro, comuns ao português, espanhol e italiano, aproximam-se de part e
mur em francês. A semelhança na maioria das vezes, mesmo sendo línguas de origem latina não é
facilmente identificável, apesar de o ar familiar como é o caso de olho em português, ojo em
espanhol, occhio em italiano e oil em francês, mesmo sendo bastante usuais, houve “desgastes” na
transmissão de geração em geração. Designadas como “populares” estas palavras, opõem-se às
“cultas” , que procuram manter a forma latina por não terem sofrido um uso tão grande desses
vocábulos por parte de seus falantes, com algumas adaptações assim como ocular, comum ao
português e ao espanhol é praticamente idêntica ao italiano oculare e ao francês oculaire, derivando
todas do latim oculaire.
e) O italiano por sua vez, possui um sistema completo de consoantes geminadas, tendo assim a
duração valor distintivo: por exemplo cappello (“chapéu”) é diferente de capello (“cabelo”),
cammino (“caminho”) é diferente de caminho (“chaminé”), entre outros exemplos. Essa
característica da língua italiana, além de ajudar na diferenciação dos vocábulos, favorece a escrita,
pois as sílabas que possuem a duplicação da consoante tem uma pausa na sílaba anterior, logo, para
um estudante da língua italiana, essa característica ajuda na ortografia. Além da criatividade lexical,
outra forma de ampliar o acervo de uma língua é o recurso aos empréstimos. Isso aconteceu, por
exemplo, na época dos descobrimentos, quando os portugueses forneceram a toda a Europa grande
número de vocábulos exóticos, como mandarim, banana e coco (este último é um antigo vocábulo
português com sentido de “bicho papão”, que para os marinheiros de Vasco da Gama passou a
designar o fruto da palmeira em função da semelhança com uma cabeça). Já na época medieval, a
França, por sua vez, forneceu grande número de palavras às três outras línguas românicas (dama em
espanhol e português e mangiare em italiano são galicismos). A Itália se transformou, a partir do
séc. XV, numa forte exportadora de vocábulos. Desta forma, soldàto se transforma em soldado em
espanhol e em português e soldat em francês. Por sua vez, palavras italianas passam a designar as
novidades desenvolvidas pelos renascentistas no mundo das letras e das artes, dando origem ao
espanhol e português soneto e em francês sonet. No que diz respeito à música, o italiano reina até o
século XIX. O espanhol também influenciou os séculos XVI e XVII e invadiu o francês; onde é
possível observar como exemplo: bravoure (bravura), camarade, tabac – e o italiano – piccaro
(pícaro), disinvoltura. Marcadamente, o século das luzes inunda com palavras francesas todas as
línguas europeias.

4) Exponha os conceitos de patrimônio hereditário comum, formas divergentes, criatividade lexical


e empréstimo linguístico. Essa Exposição também deve dar conta das possíveis relações entre esses
conceitos e os processos que o levaram a disparidades, similaridades, intercâmbio e enriquecimento
do léxico dessas línguas.

De acordo com o texto, Patrimônio Hereditário comum é a ideia das palavras nas quais
dispõe uma origem linguística semelhante vinda do latim tendo um ponto de encontro entre as
quatro línguas. É como um acervo linguístico, em que muitas das vezes geram palavras parecidas
entre as línguas, como no exemplo do texto as palavras latinas partem, que gerou parte, no
português, parte, no espanhol, parte no italiano e part, no francês. A palavra murum; que no
Português ficou muro, no Espanhol, muro, no Italiano, muro e no Francês, mur e a palavra cymam;
no Português, cima, no Espanhol, Cuma, no Italiano, cima e no Francês, cime. Temos a percepção
de palavra na sua origem única, apesar de passar de geração em geração e todo o seu processo de
desgaste fonéticos através da história. Como por exemplo a palavra olho no português, é diferente
nas outras línguas, no espanhol, ojo, no Italiano, occhio, no Francês, oeil.

As formas divergentes aparecem no léxico das línguas como uma forma de revisitação das
pessoas que usavam da palavra escrita – sacerdotes, poetas, juristas, cientistas – usando de forma
original para criar novas perspectivas e como fonte de enriquecimento do texto. Ou seja, de uma
mesma origem conseguem tirar dois, três ou mais elementos lexicais. Dá-se como divergência por
causa da abertura e possibilidade de novas palavras. Esse processo se dá, por exemplo, nas palavras
cerchio e circolo,do italiano, ambas derivadas do latim circulus e com o mesmo sentido de círculo.
Temos o caso da palavra lindo e legítimo, que estão presente no português e no espanhol, com
sentidos diferentes, porém ambas derivados do latim legitimus.

A criatividade lexical veio para mostrar o além do que patrimônio hereditário deixou para
nossas línguas. Enriquecendo o acervo de vocabulários pelo processo de derivação das palavras, por
meio da derivação e prefixação, voltando para origem latina – gerando palavras eruditas – de
empréstimos ou até pelo contato com outras línguas as derivações morfológicas e recursos da
morfologia lexical que permitem a criação de várias palavras de uma mesma base. Como por
exemplo, a derivação de palavras por meio da palavra parte; partir, repartições, apartamento, etc.
Numa perspectiva românica, é importante destacar que essa criatividade toda acontece sempre a
partir de afixos românicos, afixos que vieram do latim e, portanto essas palavras formadas a partir
da mesma base costumam ter um paralelismo, pois são os mesmos sufixos e prefixos empregados
na mesma formação de recursos derivados, por consequência a criatividade lexical por recursos
morfológicos tem a importância românica também e o fato de usarem os mesmos afixos reforça
uma unidade românica para esses vocabulários.

O empréstimo linguístico é facilmente relacionável ao intercambio entre línguas, povos e


culturas, já que não acontecem empréstimos sem o intercambio, vários desses processos, tanto as
formas divergentes quanto empréstimo e a própria criatividade lexical são facilmente relacionáveis
ao enriquecimento vocabulário porque geralmente produzem palavras novas que podem enriquecem
esse vocabulário. As formas hereditárias, por exemplo, seriam relacionadas a similaridade entre as
línguas, pois são palavras que vem da mesma base latina e são de um vocabulário comum, então é
um vocabulário que tem sempre a mesma origem, sendo assim as formas hereditárias podem ser
associadas as similaridades. As relações das disparidades são as mesmas formas divergentes que
podem ser também associadas às disparidades, apesar de serem de base românica, essas palavras
por serem alteradas pelos metaplasmos, acabam ficando muito diferentes de uma língua para outra,
cada língua vai dar o seu destino para essas formas, ao mesmo tempo.

5- Comente a seguinte citação de Umberto Eco ( In La ricerca della língua perfetta, apud
Brito et al., 2010): “ Uma Europa de poliglotas não é uma Europa de pessoas que falam
corretamente muitas línguas, mas , na melhor das hipóteses, de pessoas que podem encontrar-se
falando cada uma a própria língua e compreendendo a do outro e que, apesar de não saberem falá-la
de forma fluente, a entendem mesmo com alguma dificuldade e compreendem o “gênio”, o universo
cultural que cada um exprime falando a língua dos seus antepassados e da sua tradição”.

Umberto Eco está falando sobre a intercompreensão, fenômeno que se verifica quando
pessoas comunicam entre si com sucesso falando cada uma na sua própria língua:

A intercompreensão de línguas aparentadas é uma prática muito antiga, da qual


encontramos depoimentos ao longo de toda a história dos povos. É encontrado, por exemplo, em
arquivos de intercâmbios comerciais e privados entre países do mediterrâneo. Nos países da
Escandinávia, a relativa proximidade entre o dinamarquês, o sueco e o norueguês incita à
intercompreensão e os alunos recebem - há quase um século - uma introdução às duas outras línguas
escandinavas durante as suas aulas de língua materna.

Trata-se, em primeiro lugar, de adquirir competências de leitura e de escuta nas línguas


próximas do idioma materno do aluno. Posteriormente, um aluno que fale uma língua românica,
após ter adquirido, num primeiro tempo, o método de compreensão das outras línguas românicas,
poderá passar à aprendizagem da compreensão escrita - e mais tarde oral - de novas famílias de
línguas, como as línguas germânicas (alemão, inglês e holandês).

Poder-se resumir da seguinte maneira esta intercompreensão: “Compreendo a língua dos


outros, sem a poder falar. Por isso, quando comunico com eles, falo na minha língua e compreendo
a deles.”.

Em sua busca por uma língua perfeita na cultura europeia, Umberto Eco questiona se já
houve algum dia uma língua originária, uma dúvida que existe há várias gerações. Questiona-se o
motivo dos homens terem criado outros idiomas se existisse uma precedente capaz de expressar
todas as coisas do universo. Para ele, a explicação é que não foram inventadas novas línguas na
Europa – e também no resto do mundo -, mas todas elas seriam resultado da fragmentação de uma
única língua que existia desde o inicio.
Portanto, é preciso parar de dizer aos europeus que eles devem se comunicar entre eles
somente em inglês. No seio da Comunidade Europeia há 174 milhões de interlocutores de línguas
romanas, contra menos de 70 milhões de locutores ingleses natos. Introduzir a intercompreensão
das línguas romanas desde o primário é dar as crianças o prazer de compreender duas ou três
línguas da Europa. Hoje, são oferecidos ao público, métodos pedagógicos que lhe permitirão ter
acesso rapidamente à compreensão da forma escrita de determinadas línguas europeias e
posteriormente a uma compreensão oral parcial dessas mesmas línguas.

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