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Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal

PJe - Processo Judicial Eletrônico

08/05/2019

Número: 0603024-56.2018.6.07.0000
Classe: AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL
Órgão julgador colegiado: Colegiado do Tribunal Regional Eleitoral
Órgão julgador: Corregedoria Regional Eleitoral Desembargador WALDIR LEÔNCIO JUNIOR
Última distribuição : 20/10/2018
Valor da causa: R$ 0,00
Assuntos: Impedimento ou Embaraço ao Exercício do Sufrágio, Abuso - De Poder Econômico
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
RODRIGO SOBRAL ROLLEMBERG (REPRESENTANTE) CASSIO THITO ALVARES DE CASTRO (ADVOGADO)
BARBARA DO NASCIMENTO PERTENCE (ADVOGADO)
CARLA LOUZADA MARQUES CARMO (ADVOGADO)
CAROLINA LOUZADA PETRARCA (ADVOGADO)
DANIEL LOUZADA PETRARCA (ADVOGADO)
GABRIELA ROLLEMBERG DE ALENCAR (ADVOGADO)
JANAINA ROLEMBERG FRAGA (ADVOGADO)
PEDRO IVO GONCALVES ROLLEMBERG (ADVOGADO)
RAFAEL SASSE LOBATO (ADVOGADO)
RAISSA ALVES ARAUJO (ADVOGADO)
RODRIGO DA SILVA PEDREIRA (ADVOGADO)
Coligação Brasília de Mãos Limpas (REPRESENTANTE) RODRIGO DA SILVA PEDREIRA (ADVOGADO)
RAISSA ALVES ARAUJO (ADVOGADO)
RAFAEL SASSE LOBATO (ADVOGADO)
PEDRO IVO GONCALVES ROLLEMBERG (ADVOGADO)
JANAINA ROLEMBERG FRAGA (ADVOGADO)
GABRIELA ROLLEMBERG DE ALENCAR (ADVOGADO)
CAROLINA LOUZADA PETRARCA (ADVOGADO)
BARBARA DO NASCIMENTO PERTENCE (ADVOGADO)
CASSIO THITO ALVARES DE CASTRO (ADVOGADO)
IBANEIS ROCHA BARROS JUNIOR (REPRESENTADO) WILLIAN GUIMARAES SANTOS DE CARVALHO
(ADVOGADO)
TAYNARA TIEMI ONO (ADVOGADO)
JOSE FERREIRA (ADVOGADO)
BRUNO RANGEL AVELINO DA SILVA (ADVOGADO)
MARCUS VINICIUS BRITTO DE ALBUQUERQUE DIAS WILLIAN GUIMARAES SANTOS DE CARVALHO
(REPRESENTADO) (ADVOGADO)
RODRIGO MELO MESQUITA (ADVOGADO)
EDWARD JOHNSON GONCALVES DE ABRANTES
(ADVOGADO)
BRUNO RANGEL AVELINO DA SILVA (ADVOGADO)
TAYNARA TIEMI ONO (ADVOGADO)
JUAN VITOR BALDUINO NOGUEIRA (ADVOGADO)
JOSE FERREIRA (ADVOGADO)
Ministério Público Eleitoral DF (FISCAL DA LEI)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
14737 07/05/2019 16:41 Parecer da Procuradoria Parecer da Procuradoria
34
Ministério Público Federal
Procuradoria Regional Eleitoral no Distrito Federal

Parecer Conjunto nº 105/2019/JJGP/PRE/DF


AIJE nº: 0602991-66.2018.6.07.0000
Autor(es) : Coligação Elas Por Nós: Sem Medo de Mudar o DF (PSOL/PCB)
: Maria Fátima de Sousa
AIJE nº: 0603024-56.2018.6.07.0000
Autor(es) : Rodrigo Sobral Rollemberg
: Coligação Brasília de Mãos Limpas (PSB/PDT/REDE/PV/PCdoB)
Réu(s) : Ibaneis Rocha Barros Júnior
: Marcus Vinícius Britto de Albuquerque Dias
Relator(a) : Corregedor Regional Eleitoral Waldir Leôncio Júnior

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Egrégio Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal
Ínclito Corregedor Regional Eleitoral
Eminentes Desembargadores Eleitorais

SÍNTESE DO PROCESSO

1. Trata-se de duas Ações de Investigação Judicial Eleitorais propostas por i)


Coligação Elas Por Nós: Sem Medo de Mudar o DF (PSOL/PCB) e Maria Fátima de
Sousa (n. 0602991-66.2018.6.07.0000) e ii) Rodrigo Sobral Rollemberg e Coligação

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Brasília de Mãos Limpas (PSB/PDT/REDE/PV/PCdoB) (n. 0603024-56.2018.6.07.0000),


em face de Ibaneis Rocha Barros Júnior e Marcus Vinícius Britto de Albuquerque Dias,
candidatos eleitos, respectivamente, aos cargos de governador e vice-governador do Distrito
Federal, por supostos atos de captação ilícita de sufrágio e abuso de poder econômico (Lei
Eleitoral, art. 41-A; LC n. 64/90, arts. 19 e 22), reunidas para instrução e julgamento
conjunto, ex vi do art. 96-B da Lei n. 9.504/97 (AIJE n. 0602991-66, id. 1112034; AIJE n.
0603024-56, id. 1.112134).
Em comum, as presentes AIJE’s sustentam que as alegadas práticas abusivas
teriam consistido na promessa feita por Ibaneis Rocha Barros Júnior de reconstruir, com
recursos próprios, casas demolidas pela Agência de Fiscalização do Distrito Federal

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(AGEFIS), durante comício na Colônia Agrícola 26 de Setembro realizada no dia
30/09/2018.
A esse fato, os autores Rodrigo Sobral Rollemberg e Coligação Brasília de Mãos
Limpas (PSB/PDT/REDE/PV/PCdoB) acrescentaram que Ibaneis Rocha Barros Júnior,
abusando do poder econômico, prometeu também empregar recursos próprios na reforma
de creches e escolas, na ordem de R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de reais), nas

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seguintes oportunidades: i) em debate promovido pela Rede Globo de Televisão, no dia
02/10/2018; ii) durante entrevista concedida ao programa DFTV 2 da Rede Globo de
Televisão, no dia 16/10/2018; iii) em sabatina realizada pelo portal G1, também no dia
16/10/2018; iv) em entrevista à emissora de rádio BandNews FM, no dia 11/10/2018; e v)
em entrevista ao CB Poder, em 09/10/2018.
A título de produção de prova, os autores Coligação Elas Por Nós: Sem Medo de
Mudar o DF (PSOL/PCB) e Maria Fátima de Sousa pediram a expedição de ofício à AGEFIS
identificando as pessoas que tiveram suas casas demolidas. Já Rodrigo Sobral Rollemberg
e Coligação Brasília de Mãos Limpas (PSB/PDT/REDE/PV/PCdoB) requestaram pedido de
informações i) também à AGEFIS para a mesma finalidade; ii) ao IBOPE, para informar a
audiência média dos programas jornalísticos referenciados; iii) às emissoras de rádio e
televisão mencionadas para fornecer as gravações completas de suas entrevistas e
debates.
Em idênticas contestações, carreadas às AIJE’s n. 0602991-66 (id. 416234) e n.
0603024 (id. 403384), Ibaneis Rocha Barros Júnior e Marcus Vinícius Britto de Albuquerque
Dias negaram a alegada prática abusiva, sustentando: i) se tratar de plataforma de
campanha e, pois, de promessa genérica a realização de política pública tendente a reparar
danos causados pela derrubada ilegal de casas pela AGEFIS; ii) que não dispendeu
recursos financeiros próprios durante a campanha eleitoral para afetar a liberdade de voto

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em favor de sua campanha; iii) que os fatos não se revestem de gravidade e potencialidade
lesiva. Argumentaram, ainda, com a fragilidade dos elementos que embasaram as peças de
ingresso, porquanto: i) a mídia com a manifestação da promessa foi editada e retirada de
contexto “única e exclusivamente para dar sentido à narrativa dos representantes”; ii) a ação
está fundada em notícias e comentários jornalísticos. Pugnaram ainda pela oitiva de
testemunha.
Em parecer prévio, esta Procuradoria Regional Eleitoral manifestou-se pelo
prosseguimento do feito, com a produção das provas oral e documental requestadas.
Instaurada a fase de instrução probatória (id. 1112134), promoveu-se apenas a
oitiva de Juliana Gonçalves Navarro, na qualidade de informante, em razão de exercer cargo

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comissionado na administração pública do Distrito Federal (id. 1155234).
Ao encerrar a instrução, a d. Corregedoria Regional Eleitoral indeferiu a
produção da prova documental, por considerá-la inútil, e reputou desnecessária a realização
de perícia no vídeo apresentado pelos autores, por considerar ausentes indícios de edição e
porquanto a fala ali registrada foi admitida e reiterada por Ibaneis Rocha Barros Júnior “nas
diversas entrevistas e debates concedidos após o ocorrido”. Determinou, por fim, a

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intimação das partes e do Ministério Público para apresentar alegações finais (AIJE n.
0602991-66, id. 1160734; AIJE n. 0603024-56, id. 1160784).
Contra essa decisão, a Coligação Elas Por Nós: Sem Medo de Mudar o DF
(PSOL/PCB) e Maria Fátima de Sousa opuseram Embargos de Declaração, argumentando
com a essencialidade da produção de prova documental que identificasse “todas as pessoas
que tiveram suas casas derrubadas” para o esclarecimento dos fatos e em contraposição à
possível tese defensiva de atipicidade da conduta por indeterminação dos eleitores
beneficiados pelo compromisso dos réus (AIJE n. 0602991-66, id. 1179784).
Por sua vez, Rodrigo Sobral Rollemberg e a Coligação Brasília de Mãos Limpas
(PSB/PDT/REDE/PV/PCdoB) apresentaram suas alegações finais (AIJE n. 0603024-56, id.
1184484) suscitando preliminar de cerceamento do direito de defesa ante o indeferimento da
produção de prova documental que, a seu juízo, seria “capaz de robustecer, de forma útil e
necessária, a questão da gravidade das reiteradas promessas do candidato promovido
durante o processo eleitoral, fundamental para a configuração da captação ilícita de sufrágio
e abuso de direito econômico vindicados”. No mérito, sustentaram: a ocorrência de
“promessa de benesse determinada, de modo a consubstanciar vantagem direta ao eleitor,
aliciando a sua vontade”, a configurar a conduta proscrita pelo art. 41-A da Lei Eleitoral; a
ruptura do equilíbrio e da igualdade de condições entre os disputantes do pleito e da
normalidade e legitimidade das eleições a partir da promessa de disposição de razoável

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soma em dinheiro para reconstruir casas demolidas e reformar creches e escolas.


Na mesma fase processual (AIJE n. 0602991-66, id. 1184734; AIJE n. 0603024-
56, id. 1184634), os réus Ibaneis Rocha Barros Júnior e Marcus Vinícius Britto de
Albuquerque Dias pugnam, em preliminar, pelo não conhecimento dos embargos de
declaração de Coligação Elas Por Nós: Sem Medo de Mudar o DF (PSOL/PCB) e Maria
Fátima de Sousa, porque opostos contra decisão interlocutória irrecorrível, e,
consequentemente, por que fosse declarada a preclusão da faculdade de verter suas
alegações finais. Atinente ao mérito das imputações, aduziram: i) a atipicidade da conduta
relativa à captação ilícita de sufrágio ante a generalidade e a impessoalidade da proposta
inquinada e a inexistência de prova que infirmasse essa conclusão; ii) a carência de

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elementos necessários à comprovação: da aventada prática abusiva; do benefício eleitoral
daí advindo; da gravidade ou da relevância dos atos imputados; do efetivo dispêndio de
recursos antes ou durante a campanha; da existência de “liame objetivo entre o fato e a
alegação de prejuízo à normalidade e legitimidade do pleito”.
Os Declaratórios da Coligação Elas Por Nós: Sem Medo de Mudar o DF
(PSOL/PCB) e Maria Fátima de Sousa foram acolhidos como pedido de reconsideração e,

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nessa qualidade, indeferidos pela d. Corregedoria Regional Eleitoral, aduzindo que é
“irrelevante para o deslinde do feito a quantidade de pessoas que tiveram suas casas
derrubadas, o que interessa, de fato, é se há gravidade no ilícito supostamente perpetrado”.
Determinou, por fim, a intimação das referidas partes autoras para colacionar aos autos
suas alegações finais (AIJE n. 0602991-66, id. 1189234).
Nesse passo, as aludidas partes arguiram preliminar de ausência material de
contestação aos fatos articulados em sua peça exordial, de sorte que os eventos ali
descritos deveriam ser presumidos verdadeiros. No mérito, advogaram a procedência dos
pedidos da AIJE, ante a contundência da prova da captação ilícita de sufrágio e a
demonstração da capacidade financeira de Ibaneis Rocha de cumprir sua promessa (AIJE n.
0602991-66, id. 1238184).
Os autos, então, foram encaminhados a esta Procuradoria Regional Eleitoral
para manifestação.
É o breve relatório.

QUESTÕES PRELIMINARES

2. A defesa de Rodrigo Sobral Rollemberg e Coligação Brasília de Mãos Limpas


(PSB/PDT/REDE/PV/PCdoB) suscitou preliminar de nulidade processual por cerceamento

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do direito de produzir prova documental consistente na expedição de ofícios i) à AGEFIS


para que informasse o quantitativo de pessoas que tiveram suas casas derrubadas; e ii) ao
IBOPE para que desse a conhecer a audiência dos programas, debates e entrevistas
mencionados em sua petição inicial.
Em sentido similar foram as razões dos embargos de declaração de Coligação
Elas Por Nós: Sem Medo de Mudar o DF (PSOL/PCB) e Maria Fátima de Sousa, que podem
ser reexaminadas igualmente como matéria preliminar à decisão de mérito, embora não haja
requerimento específico em suas alegações finais (Res.-TSE n. 23.478/2016, art. 19, § 1º).
Tem-se por oportuna a transcrição dos fundamentos da decisão impugnada para
o exame da questão (AIJE n. 0602991-66, id. 1160734; AIJE n. 0603024-56, id. 1160784), a

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ver:

“Nos termos do art. 22, VI, da LC nº 64/1990, após a inquirição da Sra.


Juliana Gonçalves Navarro como informante do juízo, abre-se o prazo para
a realização de outras diligências, de ofício ou a requerimento das partes.

Em que pese o Representado ter alegado, em sua contestação, que o vídeo


que dá suporte às AIJEs ajuizadas ter sido editado, não há pedido para a

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realização de perícia técnica visando à verificação da existência ou não de
edição. Ainda que houvesse tal pedido, cuida-se de vídeo de curta duração,
gravado por suposto participante da reunião em que o Representado afirma
que reconstruiria as casas demolidas pela AGEFIS com seus próprios
recursos. Inexistem indícios de edição do vídeo e a matéria merece análise
objetiva, haja vista que a fala do Representado foi por ele admitida e
reiterada nas diversas entrevistas e debates concedidos após o ocorrido.

Da mesma forma, sem necessidade de se oficiar às emissoras de rádio


e TV para que apresentem os conteúdos das entrevistas e debates
efetuados com o Representado, haja vista que os arquivos anexados
aos autos, bem como suas transcrições, demonstram regularidade e
legitimidade na produção probatória inicialmente colacionada.

O pedido de expedição de ofício ao IBOPE mostra-se desnecessário e


sem relevância, uma vez que o alcance das matérias jornalísticas, na
espécie, não exercem qualquer influência no julgamento da ação, nos
termos do art. 22, XVI da LC nº 64/1990.

Este último dispositivo também se mostra adequado para fundamentar


o indeferimento do pedido de ofício à AGEFIS para que apresente a
relação de pessoas que tiveram suas casas demolidas pela agência
fiscalizadora. Repita-se, na AIJE o que interessa é a gravidade das
circunstâncias que caracterizam o fato tido como ilícito e não a sua
potencialidade, assuntos que serão devidamente tratados quando da
análise do mérito da ação.” (original sem destaque)

É certo que a imposição das graves sanções de cassação de diploma e


decretação de inelegibilidade demandam a formação de contundente e robusto conjunto
probatório a demonstrar de maneira inequívoca as práticas abusivas, conforme sedimentada

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jurisprudência da eg. Corte Superior Eleitoral (por todos: AI nº 54618, Relator Min. Luiz Fux,
DJE de 31/08/2016).
Mas essa conclusão não autoriza dilação probatória inútil ou meramente
protelatória, consoante disposto no parágrafo único do art. 370 do CPC, com aplicação nos
processos jurisdicionais eleitorais ex vi do art. 15 da mesma Lei de Ritos (TSE, AI nº 1894,
Relator Min. Admar Gonzaga, DJE de 18/08/2017).
In casu, note-se que a defesa de Rodrigo Sobral Rollemberg e Coligação Brasília
de Mãos Limpas (PSB/PDT/REDE/PV/PCdoB) asseverou que esse acervo probatório, se
fosse constituído, seria suficiente apenas para delinear o alcance ou a repercussão do
discurso de campanha do réu Ibaneis Rocha Barros Júnior. Já os patronos da Coligação

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sustentaram que “tal prova pode ser essencial ao deslinde, eis que identifica os destinatários
do clientelismo praticado pelos candidatos, e auxiliam na retirada da alegação de tratar-se
de promessa indistinta”.
Vê-se, então, que a prova documental protestada é impertinente para a
apuração das circunstâncias dos fatos alegadamente abusivos, vez que deles não

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emergiriam elementos aptos à demonstração do direcionamento concreto e atual da
promessa de campanha inquinada, tampouco da abusividade do manejo do poderio
econômico em detrimento da higidez do ambiente democrático-eleitoral.
Por tais documentos, poderia ser apurada somente a eventual potencialidade da
conduta do réu de alterar o resultado das eleições. Mas tal circunstância é desimportante
“para a configuração do ato abusivo”, como preceitua o inciso XVI do art. 22 da Lei de
Inelegibilidades. Além disso, a coleta de numerosas informações seria inútil para esclarecer
se eventualmente houve dispêndio desproporcional de bens em prol de candidatura e em
manifesta quebra do equilíbrio, da legitimidade, da lisura, da normalidade do pleito eleitoral e
da igualdade de condições entre os disputantes a mandato público.
Por igual, essa prova seria inconcludente quanto à identificação plena e eficaz
de possíveis eleitores que estiveram presentes na reunião na Colônia Agrícola 26 de
Setembro e tenham sido abordadas diretamente com proposta de sufragar o réu nas urnas
em contrapartida deste de arcar a reedificação de imóveis demolidos, como exige o art. 41-
A, caput e § 1º, da Lei Eleitoral. E, mesmo que lograsse atingir essa finalidade, é assente
que a comprovação cabal da oferta com finalidade espúria faz despicienda a identificação
de possíveis eleitores destinatários da promessa. Nesse sentido é a vasta jurisprudência da
c. Corte Superior Eleitoral:

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RECURSO ESPECIAL. REPRESENTAÇÃO. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE


SUFRÁGIO. ART. 41-A DA LEI Nº 9.504/97. NÃO-CARACTERIZADO.
DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL. NÃO-CONFIGURADO.
DESPROVIMENTO.
O recurso especial tem natureza restrita, assim qualquer solução jurídica
que se pretenda dar ao recurso deverá ter como base a moldura fática
desenhada pelo acórdão regional.
Para aplicação do art. 41-A da Lei nº 9.504/97 deve ficar demonstrado, sem
sombra de dúvida, que houve o oferecimento de bem ou vantagem pessoal,
em troca do voto.
A jurisprudência desta Corte não exige a identificação do eleitor para
caracterizar a conduta do art. 41-A da Lei das Eleições. Todavia, nessa
hipótese, deve ter cautela redobrada. Ausência na decisão regional de
elementos que permitam inferir a captação ilícita de sufrágio.
Recurso especial desprovido.
(Recurso Especial Eleitoral nº 28441, Acórdão, Relator(a) Min. José

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Delgado, Publicação: DJ - Diário de justiça, Data 29/04/2008, Página 10)

RECURSO ORDINÁRIO. ELEIÇÃO 2002. REPRESENTAÇÃO.


CANDIDATO. DEPUTADO DISTRITAL. UTILIZAÇÃO. NOME.
COOPERATIVA. DISCURSO POLÍTICO. OFERTA. ELEITORES. LOTES.
PREÇOS IRRISÓRIOS. CAPTAÇÃO DE SUFRÁGIO. INCIDÊNCIA. ART.
41-A DA LEI Nº
9.504/97.
- Para a caracterização do ilícito do art. 41-A da Lei nº 9.504/97, “(...) não se

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torna necessário que o ato de compra de votos tenha sido praticado
diretamente pelo próprio candidato. É suficiente que, sendo evidente o
benefício, do ato haja participado de qualquer forma o candidato ou com ele
consentido”. Não é indispensável, outrossim, a identificação dos
eleitores que receberam os benefícios e vantagens.
- Hipótese em que as provas carreadas para os autos estão a corroborar a
tese de que o recorrido efetivamente foi o responsável pela iniciativa da
venda facilitada de lotes que era feita em prol de sua candidatura por
intermédio de entidade cooperativa.
- Recurso provido.
(Recurso Ordinário nº 787, Acórdão de , Relator(a) Min. Cesar Asfor Rocha,
Publicação: DJ - Diário de justiça, Data 10/02/2006, Página 132)

Representação. Candidatas a prefeito e vice-prefeito.


Art. 41-A da Lei nº 9.504/97. Constitucionalidade. Captação de sufrágio.
Hipótese. Inelegibilidade. Não-configuração. Princípio da não-culpabilidade.
Violação. Improcedência. Art. 22, VII, da Lei Complementar nº 64/90.
Produção.
Outras provas. Faculdade. Julgador. Condenação. Instâncias ordinárias.
Reexame. Fatos e provas. Impossibilidade.
[...]
6. Este Tribunal já pacificou entendimento de que, para a
caracterização do art. 41-A da Lei das Eleições, não se faz
indispensável a identificação do eleitor. Precedentes.
Recurso especial conhecido, mas improvido.
Medida cautelar julgada prejudicada, ficando sem efeito a liminar nela
concedida.
(Recurso Especial Eleitoral nº 25215, Acórdão de 04/08/2005, Relator(a)
Min. Caputo Bastos, Publicação: DJ - Diário de justiça, Volume 1, Página
171)

Investigação judicial - Representação - Art. 41-A da Lei nº 9.504/97 - Multa -


Inelegibilidade - Art. 22 da LC nº 64/90. Não identificação dos nomes dos
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eleitores corrompidos - Desnecessidade.


1. Estando comprovada a prática de captação ilegal de votos, não é
imprescindível que sejam identificados os eleitores que receberam
benesses em troca de voto.
2. Em representação para apurar captação vedada de sufrágio, não é
cabível a decretação de inelegibilidade, mas apenas multa e cassação de
registro ou de diploma, como previsto no art. 41-A da Lei nº 9.504/97.
(Recurso Especial Eleitoral nº 21022, Acórdão de , Relator(a) Min. Fernando
Neves, Publicação: DJ - Diário de justiça, Volume 1, Data 07/02/2003,
Página 144)

É força reconhecer, ainda, que as defesas de Rodrigo Sobral Rollemberg,


Coligação Brasília de Mãos Limpas (PSB/PDT/REDE/PV/PCdoB), Coligação Elas Por Nós:
Sem Medo de Mudar o DF (PSOL/PCB) e Maria Fátima de Sousa, ignorando a máxima pas

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de nullité sans grief (CE, art. 219), não evidenciaram os efetivos prejuízos à comprovação
das imputações fáticas narradas em suas peças exordiais decorrentes do indeferimento da
produção da prova suso especificada.
Bem ao contrário, a defesa de Rodrigo Sobral Rollemberg e Coligação Brasília
de Mãos Limpas (PSB/PDT/REDE/PV/PCdoB) destacou que os elementos de prova

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carreados à vertente AIJE eram suficientes para advogar a condenação das partes rés,
como se observa dos seguintes trechos de suas alegações finais (AIJE n. 0603024-56, id.
1184484):

“23. Muito embora cerceado o direito de produção de prova, há elementos


mais do que suficientes para a procedência da ação, face a
comprovação da captação ilícita de sufrágio e abuso de poder
econômico.
[…]
37. A prova dos autos é irrefutável: o investigado, candidato beneficiário,
efetivamente fez a promessa de dádiva de vultosos recursos (R$ 300
milhões de reais) em troca de votos, e condicionando à sua eleição, como
se depreende das inúmeras manifestações nos veículos de comunicação,
ocasião em que reiterou a conduta inúmeras vezes.
38. No caso, ficou comprovado o oferecimento de vantagem
patrimonial a eleitores determinados: sejam todas as pessoas que
tiveram suas moradias derrubadas na Colônia Agrícola 26 de Setembro,
sejam todos os demais eleitores que tiveram as suas casas derrubadas pela
Agência de Fiscalização do Distrito Federal (AGEFIS).
[…]
41. Ademais, em caso de pluralidade de eleitores corrompidos, como é a
presente hipótese, é possível reconhecer o ilícito sem a necessidade de
qualificação individual de cada um dos eleitores. [...]
107. O proveito eleitoral está claro, auferido por meio de prova robusta de
que o ato irregular foi praticado com abuso de poder econômico, de modo a
favorecer, de maneira inconteste, a imagem dos ora investigados e
impulsionar sua candidatura aos cargos de Governador e Vice-Governador
do Distrito Federal, maculando a soberania do voto.”

Igual arremate foi operado pelos nobres causídicos constituídos pela Coligação

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Elas Por Nós: Sem Medo de Mudar o DF (PSOL/PCB) e Maria Fátima de Sousa, a ver (AIJE
n. 0602991-66, id. 1238184):

“De tudo que consta nos autos, o provimento da ação é a única medida
possível. Talvez seja um dos raros casos no qual exista um vídeo em que
um candidato faz promessa e oferecimento de vantagem ao eleitor em troca
voto. Não é comum o caso de uma prova tão contundente. […]
A testemunha/informante confirma que a fala apresentada no vídeo juntado
aos autos foi feito em tom de seriedade, ou seja, com a intenção própria de
realização do que diz e que o então candidato, atual Governador, “honra
com sua palavra”, ou seja, cumpre com suas promessas.
Por isso se tem agravada a situação porque ficou demonstrada, pela
declaração de bens do candidato a capacidade econômica para
cumprimento da promessa, bem como que suas promessas são cumpridas

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e que o Representado fala de forma séria e verdadeira.”

Portanto, não ocorre a nulidade aventada pelos autores, porque injustificada sua
utilidade para o esclarecimento das circunstâncias do evento abusivo imputado e porquanto
inocorrente ou não demonstrado o prejuízo ao pleno exercício dos direitos de ampla defesa
e contraditório efetivo.

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De sorte que deve ser rejeitada a arguição genérica de nulidade processual.
3. A defesa da Coligação Elas Por Nós: Sem Medo de Mudar o DF (PSOL/PCB)
e de Maria Fátima de Sousa asseverou que os réus não apresentaram contestação à AIJE
por elas manejada, fazendo-o exclusivamente quanto à ação aviada pelos coautores.
Concluiu, assim, que os fatos articulados em sua peça de ingresso deveriam ser
presumidos verdadeiros ante a ausência de impugnação específica, forte no disposto no art.
341 do CPC.
A arguição, concessa venia, é de todo improcedente.
Basta ver que, ao encetar sua peça defensiva, Ibaneis Rocha Barros Júnior e
Marcus Vinícius Britto de Albuquerque Dias aduzem explicitamente que:

“o fato apontado nesta AIJE [a de nº 0602991-66] é idêntico ao da AIJE n.º


0603024-56 (Rodrigo Rollemberg e Mãos Limpas X Ibaneis Rocha e Marcus
Vinícius Britto de Albuquerque Dias) e, portanto, as mesmas razões de
defesa são aplicáveis a ambos os casos, os quais possuem acervo
probatório frágil.
[…]
A ação se sustenta em vídeo editado e não vai além disso, sendo as demais
‘provas’ cobertura da imprensa sobre o mesmo fato. A afirmação retirada de
contexto pelos representantes no vídeo editado foi ‘as casas que a Agefis
derrubou, eu vou reconstruir com o meu dinheiro’. A resposta audível das
pessoas sobre a promessa GENÉRICA foi em tom jocoso e não de troca de
votos, pois diziam: “- Vou mandar derrubar a minha. - Eu também! - Porque
ele é milionário.” (original sem destaque)

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Por esse excerto, observa-se que a atuação da defesa das partes rés foi
orientada pelo princípio da economia processual, ofertando a mesma contestação em ações
eleitorais fundadas em idêntico substrato fático e, por essa razão, posteriormente reunidas.
Mas mesmo que assim não fosse, cumpre consignar ser relativa a presunção de
veracidade dos fatos articulados na petição inicial quando as partes demandadas não
formulam resposta à acusação a tempo e modo, pois deve-se sempre cotejar a causa
petendi com os elementos de prova carreados aos autos do processo. Em outras palavras,
“[o] elemento de convicção, uma vez que revele o contraditório da presunção, há de ser
levado em conta no julgamento da causa, porque o compromisso maior do juiz, no
desenvolvimento do devido processo legal, é com a verdade real e com a justa composição

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do litígio” (THEODORO JÚNIOR, HUMBERTO. Curso de Direito Processual Civil – vol. I. 58ª
ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017, p. 816 – sem negrito no original).
Essa orientação assume maior importância na AIJE, em que a natureza
indisponível dos bens jurídicos objetos de tutela por esse instrumento jurídico-processual
torna irrelevante a confissão da parte. De sorte que a eventual ausência de impugnação
específica a todas as alegações de fato constantes na peça inicial atrairia a incidência do

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disposto no art. 341, inc. I, c.c. art. 15 da Lei de Ritos.
Esse é, mutatis mutandis, o consagrado – e acertado – entendimento dos
tribunais superiores, a ver:

RECURSO ORDINÁRIO. INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL.


DECRETAÇÃO DE REVELIA. IMPOSSIBILIDADE. ABUSO DO PODER
ECONÔMICO E POLÍTICO. PROVA INCONCUSSA. NECESSIDADE.
1. NA AÇÃO INVESTIGATÓRIA JUDICIAL, INSTAURADA PARA OS FINS
DO ARTIGO 22 DA LEI COMPLEMENTAR 64/90, DESCABE A
DECRETAÇÃO DE REVELIA E CONFISSÃO, POR DEPENDER A
PROCEDÊNCIA DA REPRESENTAÇÃO DE PROVA INCONCUSSA DOS
FATOS TIDOS COMO VIOLADORES DO TEXTO LEGAL, SENDO O
PROCEDIMENTO PROBATÓRIO INTEIRAMENTE INDEPENDENTE DA
FORMALIZAÇÃO TEMPESTIVA E ADEQUADA DA DEFESA DOS
REPRESENTADOS.
2. A CONFIGURAÇÃO DO ABUSO DO PODER ECONÔMICO EXIGE
PROVA INCONCUSSA. PRECEDENTES.
RECURSO ORDINÁRIO DESPROVIDO.
(TSE, Recurso Ordinário nº 382, Acórdão de , Relator(a) Min. Maurício
Corrêa, Publicação: DJ – Diário de justiça, Data 04/02/2000, Página 28 –
destacamos)

EMENTA: […] II. Investigação judicial eleitoral: defesa escrita (LC 64/90, art.
22; L. 9.504/97, art. 96).
1. Nem a disciplina legal da investigação judicial – objeto do art. 22 da LC
64/90, nem a da representação por infringência à L. 9.504/97 – objeto do
seu art.96 e, a rigor, a adequada à espécie – contêm previsão de
depoimento pessoal do investigado ou representado; limitam-se ambas a
facultar-lhe o oferecimento de defesa escrita.

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2. O silêncio da lei eleitoral a respeito não é casual, mas eloqüente: o


depoimento pessoal, no processo civil, é primacialmente um ensaio de
obter-se a confissão da parte, a qual, de regra, não tem relevo no
processo eleitoral, dada a indisponibilidade dos interesses de que nele
se cuidam.
[...]
(STF, HC 85029, Relator(a): Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Tribunal Pleno,
julgado em 09/12/2004, DJ 01-04-2005 PP-00006 EMENT VOL-02185-2
PP-00329 RTJ VOL-00195-02 PP-00538 LEXSTF v. 27, n. 318, 2005, p.
422-434 – original sem destaque)

Portanto, encontrando-se regular e tempestiva a defesa dos réus, impõe-se a


rejeição da presente preliminar.

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DO MÉRITO

4. No mérito, a Coligação Elas Por Nós: Sem Medo de Mudar o DF (PSOL/PCB),


Maria Fátima de Sousa, Rodrigo Sobral Rollemberg e a Coligação Brasília de Mãos Limpas
(PSB/PDT/REDE/PV/PCdoB) imputam a Ibaneis Rocha Barros Júnior a prática de atos de

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captação ilícita de sufrágio e de abuso de poder econômico, tipificados no art. 41-A da Lei n.
9.504/97 e no art. 22 da Lei de Inelegibilidades, em benefício da eleição da chapa
majoritária composta por ele e por Marcus Vinícius Britto de Albuquerque Dias para o cargo
de governador do Distrito Federal pela Coligação Pra Fazer a Diferença
(MDB/PP/AVANTE/PSL/PPL) nas eleições gerais de 2018.
As práticas ditas ilícitas consistiram em promessas feitas pelo réu Ibaneis Rocha
Barros Júnior de arcar com recursos próprios: i) a reconstrução de casas demolidas pela
AGEFIS e ii) a reforma de creches e escolas públicas.
Os aludidos comportamentos aconteceram, inicialmente, durante ato de
campanha eleitoral realizado no dia 30/09/2018 na Colônia Agrícola “26 de Setembro”,
registrado em mídia apresentada pelas partes autoras, que pode ser assim transcrita, in
verbis:

“… que busca sua moradia, que tem direito à moradia, e aqui no Distrito
Federal tem terra pra levantar muito tijolo e nós vamos manter a casa de
vocês de pé. E outra coisa que eu vou dizer: as casas que a AGEFIS
derrubou e vou construir com o meu dinheiro.”

Com o acréscimo de que os mesmos recursos próprios seriam destinados


também à reforma de creches e escolas do Distrito Federal, imputou-se a Ibaneis Rocha
Barros Júnior a reiteração daquela promessa perante os meios de comunicação social,
destacando-se i) o debate promovido pela Rede Globo de Televisão, no dia 02/10/2018; ii) a

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entrevista concedida ao programa DFTV 2 da Rede Globo de Televisão, no dia 16/10/2018;


iii) a sabatina realizada pelo portal G1, também no dia 16/10/2018; iv) a entrevista à
emissora de rádio BandNews FM, no dia 11/10/2018; e v) a entrevista ao CB Poder, em
09/10/2018.
Bem delimitadas, assim, as imputações fáticas e suas circunstâncias, insta
analisar-se seu possível enquadramento nos ilícitos de compra de votos e abuso de poder
econômico.

Da captação ilícita de sufrágio

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4.1. A captação ilícita de sufrágio, praticada sem o emprego de violência ou
grave ameaça, descrita no art. 41-A, caput e § 1º, da Lei n. 9.504/97, consiste na
realização, durante o processo eleitoral, de comportamentos tendentes a vulnerar a livre
vontade do cidadão, isto é, o exercício de seu direito fundamental ao voto de forma
consciente, informada e sincera.

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“Art. 41-A. Ressalvado o disposto no art. 26 e seus incisos, constitui
captação de sufrágio, vedada por esta Lei, o candidato doar, oferecer,
prometer, ou entregar, ao eleitor, com o fim de obter-lhe o voto, bem ou
vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego ou função
pública, desde o registro da candidatura até o dia da eleição, inclusive,
sob pena de multa de mil a cinqüenta mil Ufir, e cassação do registro ou do
diploma, observado o procedimento previsto no art. 22 da Lei Complementar
no 64, de 18 de maio de 1990. (Incluído pela Lei nº 9.840, de 1999)
§ 1º Para a caracterização da conduta ilícita, é desnecessário o pedido
explícito de votos, bastando a evidência do dolo, consistente no especial fim
de agir. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)”

A liberdade de voto constitui o bem jurídico tutelado pela norma em questão, de


sorte que é despiciendo averiguar a potencialidade da conduta afetar o ambiente
democrático-eleitoral. Por isso, pacificou-se o entendimento no sentido de que basta a
cooptação comprovada de apenas um voto para a caracterização do ilícito. Mas, para tanto,
há mister depreender das circunstâncias do fato imputado, corroboradas por provas
concludentes: i) ter o candidato ou terceiros com seu assentimento realizado quaisquer das
condutas previstas no tipo eleitoral; ii) ser eleitor determinado ou determinável o sujeito
passivo da cooptação; iii) ser individualmente fruível a dádiva prometida ou transferida, isto
é, que ostente natureza privada; e iv) estarem tais condutas voltadas ou condicionadas
direta e especificamente à obtenção do sufrágio – mesmo que não haja pedido explícito de
voto.

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Veja-se, a propósito, a vasta e consolidada compreensão da eg. Corte Superior


Eleitoral e desse c. TRE/DF acerca do tema, a ver:

Representação. Art. 41-A da Lei nº 9.504/97. Candidato. Deputado estadual.


[...]
3. A pacífica jurisprudência desta Corte Superior já assentou ser
desnecessário aferir potencialidade nas hipóteses do art. 41-A da Lei
das Eleições, porquanto essa norma busca proteger a vontade do
eleitor.
Recurso desprovido.
(TSE, Recurso Ordinário nº 2373, Acórdão, Relator(a) Min. Arnaldo Versiani,
Publicação: DJE – Diário de justiça eletrônico, Data 03/11/2009, Página 33 –
destacamos)

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AGRAVO REGIMENTAL. DECISÃO SINGULAR QUE CONSIDEROU
INTEMPESTIVO O RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. EMBARGOS
DECLARATÓRIOS APENAS SUSPENDERIAM O PRAZO PARA O
RECURSO SUBSEQUENTE.
[...]
4. O art. 41-A da Lei nº 9.504/1997 tutela a livre vontade do eleitor,
combatendo, com a razoável duração do processo, as condutas
ofensivas ao direito fundamental ao voto. Contudo, para afastar
legalmente determinado mandato eletivo obtido nas urnas, compete à

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Justiça Eleitoral verificar a existência de provas lícitas e seguras que
indiquem todos os requisitos previstos na norma (doar, oferecer,
prometer ou entregar alguma benesse, com a finalidade de obter o
voto de eleitor individualizado e a participação ou a anuência do
candidato), e a ausência de qualquer deles deve, obrigatoriamente,
levar à improcedência do pedido.
[...]
(TSE, Recurso Especial Eleitoral nº 24424, Acórdão, Relator(a) Min. Gilmar
Mendes, Publicação: DJE – Diário de justiça eletrônico, Tomo 24, Data
02/02/2017, Página 392-393 – destacamos)

RECURSOS ESPECIAIS. DIVULGAÇÃO DE PESQUISA ELEITORAL SEM


REGISTRO. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO. ELEIÇÕES 2012.
[...]
2. Na linha da jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral, a
caracterização do ilícito descrito no art. 41-A da Lei nº 9.504/97
demanda, entre outros requisitos, a oferta de benesse determinada, de
modo a consubstanciar vantagem direta ao eleitor, não sendo suficiente
a mera promessa genérica de vantagem.
[...]
(TSE, Recurso Especial Eleitoral nº 20289, Acórdão, Relator(a) Min. Maria
Thereza de Assis Moura, Publicação: DJE – Diário de justiça eletrônico,
Data 15/12/2015, Página 24-25 – sem destaques no original)

ELEIÇÕES 2012. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL.


MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL
ELEITORAL. ART. 41-A DA LEI Nº 9.507/97. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE
SUFRÁGIO. PROGRAMA HABITACIONAL MINHA CASA, MINHA VIDA.
EXCLUSÃO DE BENEFICIÁRIO. FINALIDADE ELEITORAL. NÃO
CARACTERIZAÇÃO. REEXAME. NÃO PROVIMENTO.
[...]
3. A caracterização do ilícito do art. 41-A da Lei nº 9.504/97 demanda a
existência de prova contundente de que a doação, o oferecimento, a
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promessa ou a entrega da vantagem tenha sido feita em troca de


votos, o que não se evidencia, com a segurança necessária, na espécie.
Precedentes.
Agravo regimental conhecido e não provido.
(TSE, Recurso Especial Eleitoral nº 77341, Acórdão, Relator(a) Min. Rosa
Weber, Publicação: DJE – Diário de justiça eletrônico, Tomo 181, Data
19/09/2017, Página 101 – original sem negrito)

ELEIÇÕES 2008. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO


JUDICIAL ELEITORAL. RITO DA LEI COMPLEMENTAR Nº 64/90. ABUSO
DO PODER. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO. ART. 41-A DA LEI Nº
9.504/97. NÃO INCIDÊNCIA. RECURSO ESPECIAL PROVIDO.
[...]
2. A promessa de vantagem pessoal em troca de voto é parte da
fattispecie integrante da norma, devendo se relacionar com o benefício a
ser obtido concreta e individualmente por eleitor determinado, para

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fazer incidir o art. 41-A da Lei das Eleições.
3. Recurso especial conhecido e provido.
(TSE, Recurso Especial Eleitoral nº 35770, Acórdão, Relator(a) Min.
Fernando Gonçalves, Publicação: DJE – Diário de justiça eletrônico, Data
30/04/2010, Página 15/16 – sem negrito no original)

AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL. PROMESSA DE


CAMPANHA. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO. ART. 41-A. LEI Nº
9.504/97. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DE VANTAGEM PESSOAL

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EM TROCA DO VOTO. IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO.
I – Promessa formulada em sede de campanha eleitoral, dirigida
indistintamente a eleitor, no horário reservado à propaganda dos
candidatos, sem que tenha havido oferta de vantagem pessoal em troca
do voto. Improcedência do pedido.
(TRE/DF, INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL n 330020, ACÓRDÃO n
4463 de 24/01/2011, Relator(a) MÁRIO MACHADO VIEIRA NETTO,
Publicação: DJE – Diário de Justiça Eletrônico do TRE-DF, Data 27/01/2011,
Página 02)

REPRESENTAÇÃO. VIOLAÇÃO AO ART. 41-A DA LEI Nº 9.504/97.


PRELIMINAR DE INÉPCIA DA INICIAL. REJEIÇÃO. INEXISTÊNCIA DE
PRÁTICA DE ATO POR CANDIDATO OU SUA EXPRESSA ANUÊNCIA.
DISCURSO POLÍTICO DIRIGIDO À COLETIVIDADE.
DESCARACTERIZAÇÃO DE CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO.
IMPROCEDÊNCIA DA REPRESENTAÇÃO.
[...]
II – O representado efetivamente participou de reuniões públicas
organizadas pela Cooperativa Rural de Trabalho e Habitação do DF e
Região Metropolitana - COOHAPRO, oportunidade em que, na qualidade de
candidato ao cargo eletivo de deputado distrital, discursava para os
participantes, declinando sua plataforma política voltada à luta pela moradia.
Entretanto, em nenhum momento restou comprovada a oferta ou promessa
de qualquer vantagem pessoal em troca de votos feita pelo candidato ou
mediante sua autorização.
III – As promessas, para a configuração da captação de sufrágio, não
podem ter conteúdo que venham a beneficiar toda a coletividade ou
um segmento dessa, pois, em assim ocorrendo, qualificar-se-ão de
compromissos assumidos pelo candidato diante de seu eleitorado, os
quais se incumbe ele, perante a população, de concretizar, em
efetivamente sendo eleito.
IV – Representação julgada improcedente.
(TRE/DF, REPRESENTAÇÃO LEI 9.504 n 1055, RESOLUÇÃO n 5267 de
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13/05/2003, Relator(a) NÍVIO GERALDO GONÇALVES, Publicação: DJ –


Diário de Justiça, Volume 3, Data 27/05/2003, Página 173)

4.1.1. No caso dos autos, a manifestação pública e declaradamente espontânea


do réu Ibaneis Rocha Barros Júnior não atende a todos os requisitos suso enumerados.
Embora se esteja diante de compromisso concretizado por candidato, durante
ato de campanha eleitoral, de reedificar casas demolidas pela AGEFIS com capital particular
– vocacionado, portanto, à obtenção de apoio político e recebimento de votos –, ressoa
incontroverso que o comportamento do investigado não colheu cidadão certo e
individualizado, tampouco grupo determinado de pessoas. Em outras palavras, urge

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reconhecer ter sido a comunicação eleitoral dirigida a público indistinto. Por si, tal
comunicação não se afigura apta a promover, de modo específico e individualizado, a
aderência psicológica de específicos eleitores à candidatura do réu.
Não se depreende do contexto fático delimitado pelas partes autoras a
possibilidade concreta e atual de determinação, pelo réu, dos beneficiários daquela oferta.
Tampouco a instrução processual formou evidência no sentido de que o evento político-

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eleitoral na Colônia Agrícola 26 de Setembro reunisse pelo menos majoritariamente
proprietários de imóveis destruídos, aos quais o investigado, ao discursar – quer dizer, ao
tempo em que praticava a conduta questionada – se dirigisse individualmente, negociando
diretamente o benefício anunciado, sob a condição de obter-lhes o voto. Nem sequer há
elemento de convicção cabal de que o réu tivesse sido instigado ou provocado por algum
cidadão que assumisse aquela posição (de proprietário de casa demolida) a verter esse
compromisso, em ordem a transmutá-lo em vantagem pessoal.
Bem ao contrário, ao pronunciar “nós vamos manter a casa de vocês de pé”,
percebe-se que o réu dialogava com cidadãos que já exerciam plenamente seu direito
à propriedade – que não buscavam, portanto, a recuperação de obra demolida por
ente administrativo – empenhando-lhes a palavra no sentido de modificar políticas públicas
de habitação e de regularização fundiária, eventualmente para preservar situações
consolidadas no plano fático por falha ou incúria dos serviços estatais de fiscalização e
combate ao parcelamento, uso e ocupação irregulares do solo.
Nada obstante, é de se esperar que a AGEFIS, ao conduzir ações de
fiscalização de vias e logradouros públicos, visando à higienização das áreas urbanas e
rurais e ao cumprimento das normas de uso e ocupação do solo do Distrito Federal (Lei
Distrital n. 4.150/2008, art. 3º, X; Lei Distrital n. 6.138/2018, art. 116 ss), instaure
procedimentos administrativos tendentes a identificar as pessoas responsáveis por erigir
edificações aparentemente irregulares em áreas públicas, em ordem a oportunizar-lhes

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exercer plenamente os direitos fundamentais inerentes devido processo legal, ao


contraditório e à ampla defesa, antes de decidir pela demolição dos imóveis e desobstrução
do espaço público, de modo a conferir legalidade e publicidade a seus atos (CF, arts. 5º, LIV
e LV, art. 37; Lei n. 9.784/1999, arts. 3º, 4º, 9º, II; Lei Distrital n. 4.150/2008, art. 9º; Lei
Distrital n. 6.138/2018, art. 133, caput, §§ 1º e 4º). Não é crível que o compromisso do réu
fosse no sentido de tolher a atividade legal, lícita, daquela agência.
Todavia, a possível determinação dos sujeitos submetidos diretamente à
intervenção da gizada autarquia não dispensa a produção de prova contundente e
perfeita no sentido de que o réu agia livre e conscientemente para conspurcar a
liberdade de consciência de eleitor ao prometer-lhes a reconstrução de casas

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derrubadas. Dolo específico esse que, de resto, nem sequer emerge das circunstâncias do
fato.
Esta conclusão fica patente quando cotejada com o depoimento da informante
Juliana Gonçalves Navarro perante a d. Corregedoria Regional Eleitoral. Vejamos in totum
(AIJE 0602991-66: id. 1155134; AIJE 0603024-56: id. 1155234):

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“[…] Às primeiras perguntas da parte ré, disse que: que tem conhecimento
dos vídeos veiculados na imprensa e, se forem os mesmos dos autos,
conhece de seus conteúdos; que estava no local do fato acompanhando
o então candidato; que acha que o vídeo está editado porque dificilmente
Ibaneis falaria apenas 22 segundos, que foi o tempo mencionado pelo
advogado na pergunta; que no evento na 26 de setembro, o
representado cumprimentou as pessoas, fez um discurso e depois se
retirou; que não presenciou negociação entre o candidato e os
presentes; que ninguém se identificou para o candidato com nome,
telefone ou endereço, nem houve tempo para isso; que ninguém dos
presentes informou ao então candidato que sua casa (da 3ª pessoa)
tinha sido derrubada. Dada a palavra ao advogado dos Representantes
(Coligação de Mãos Limpas), afirmou: que cuidava da agenda pessoal do
candidato e de alguns eventos de campanha; que não sabe quem definiu a
agenda na 26 de setembro; que não tem conhecimento de que era
apresentado um briefing ao então candidato sobre o perfil das pessoas
que estariam no evento, até porque o representado é uma pessoa
expansiva e não necessitaria de briefing; que não tem conhecimento de
promessa semelhante em outro evento; Dada a palavra ao advogado dos
Representantes (Coligação Elas Por Nós), disse não ter perguntas. Dada a
palavra ao representante do Ministério Público Eleitoral, às suas perguntas,
a testemunha respondeu: que é amiga do representado há mais de 10 anos,
motivo pelo qual foi convidada para organizar sua agenda durante a
campanha; que é servidora comissionada, tendo exercido função
comissionada tanto no governo Rollemberg quanto no atual governo; que
por ocasião do evento na 26 de setembro, a depoente estima um
público de aproximadamente 60 pessoas, entre homens, mulheres e
crianças; que não sabe dizer se o público era de moradores locais ou
de pessoas que vieram de outros lugares; que depois da repercussão
dos fatos, tomou conhecimento de que a área da 26 de setembro já foi
localidade de derrubada de casas pela AGEFIS; que no local do evento era

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um prédio com relativa boa estrutura, inclusive banheiros; que não havia
outras casas no entorno desse prédio; que se trata de uma localidade cujo
acesso se dá por uma BR, ingressando depois por uma estrada de chão;
que fica a poucos metros da BR; que a fala do então candidato foi
espontânea, ou seja, não decorreu de perguntas formuladas no local,
bem como foi dita no calor da emoção, como de costume; que suas
palavras foram em tom de seriedade, não em tom jocoso; que indagada se
o representado é uma pessoa que honra com sua palavra, a depoente
afirma que, ao menos em relação a ela própria, o representado honra seus
compromissos, daí a relação de confiança entre ambos; que não sabe dizer
se o representado possui lastro patrimonial para cumprir a promessa feita
no local. Arguida pelo Juiz presidente, respondeu que: acompanhou
algumas entrevistas na televisão; que acompanhou inclusive na Rede
Globo, quando então o candidato não aparentava estar tomado pela
emoção tal como estava na 26 de setembro, mas em tom de serenidade
[...]”

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É o que também emerge especialmente das degravações de entrevistas
concedidas ao noticiário DF2 da Rede Globo, no dia 16/10/2018, e à emissora de rádio
BandNews, no dia 11/10/2018, fornecidas pelos autores Rodrigo Sobral Rollemberg e
Coligação Brasília de Mãos Limpas (PSB/PDT/REDE/PV/PCdoB) (AIJE n. 0603024-56, id.
98194), a ver:

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“3. DA JUNTADA DO VÍDEO E DA DEGRAVAÇÃO COMPLETA DA
ENTREVISTA CONCEDIDA PELO CANDIDATO IBANEIS ROCHA AO
DFTV NO DIA 16.10.2018:
(Antônio) Boa noite! O DF2 está entrevistando os candidatos que disputam
o Palácio do Buriti questionamos assuntos polêmicos temas que marcam as
candidaturas e a viabilidade de propostas de governo. Pelo sorteio nós
começamos ontem com o candidato Rodrigo rollemberg, do PSB. E hoje
está comigo aqui no estúdio, o candidato Ibaneis Rocha, do MDB. Boa
noite, candidato.
(Ibaneis) Boa noite, Antonio.
(Antônio) Obrigado por ter vindo. Candidato, nós vamos ter quinze minutos
e dezesseis segundos, que ao mesmo tempo de ontem dado ao
Rollemberg. E nós vamos contar o tempo do senhor a partir de agora.
Candidato, o senhor afirmou em entrevista que se o senhor for eleito uma
da suas prioridades vai ser o pagamento de precatórios, o senhor deu até
um prazo para isso e prazo de de dois anos. Os seus adversários disseram
o que o senhor tem cerca de trezentos milhões de reais para receber em
precatório. Isso não é advogar o defender o interesse pessoal do senhor?
(Ibaneis) Eu acho que a pergunta ou a resposta deve ter sido mal entendida.
A Constituição Federal ela fixa o prazo para pagamento de precatórios de
todos os estados tá lá no artigo 100, da Emenda Constitucional que foi
aprovada e diz que todos os estados da federação têm até dois mil e vinte
quatro (2024) para quitar todos os precatórios. E para que a população fique
bem esclarecida, em relação a isso pagamento de precatórios, ele é feito
pelo Judiciário. Ele não é feito pelo Executivo. O Executivo repassa o
dinheiro ao poder Judiciário, está lá no artigo 100 da Constituição e o
Judiciário faz isso através de uma ordem cronológica
(Antônio) Mas o dinheiro sai do Governo né? É o Governo que libera o
recurso.
(Ibaneis) O dinheiro sai do orçamento da União, mas eu não tenho a

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capacidade de impedir esse pagamento. Esse pagamento ele é legal,


previsto na Constituição Federal e ele tem que ocorrer as pessoas. Agora o
que eu disse foi o seguinte, que ficou bem claro é que o que eu tiver
relacionado terceira parcela de precatórios para receber do Distrito Federal,
do GDF, eu vou repassar integralmente para que sejam reformadas escolas
e que sejam construídas creches no Distrito Federal.
(Antônio) Mas Candidato, a gente não terá situação de que o senhor
Governador vai liberar esse montante de dinheiro, trezentos milhões de
reais, que que ao que o senhor tem direito?
(Ibaneis) Mas eu te eu quero que vocês entendam bastante claro é, Antonio.
Esse dinheiro é repassado ao poder Judiciário ele não escolhe quem vai
pagar. Existe uma ordem cronológica, processos que foram julgados pela
justiça, transitaram em julgado tiveram uma tramitação toda. E eu já disse
que a minha parte nesse aí eu estou abrindo mão, então eu tô muito
tranquilo em relação a isso e eu quero deixar bem claro que a grande
maioria dos precatórios que eu tenho para receber, no meu Escritório, são

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precatórios da área federal eu tenho advocacia muito mais forte na área
federal, servidores do poder judiciário, do ministério público, que são
clientes do meu Escritório. Então a parcela que eu tenho hoje junto ao GDF
ela é pequena e eu já doei os meus honorários para a população do Distrito
Federal.
(Antônio) Candidato essa questão é muito importante diante da sua ação
financeira do GDF, que todos nós conhecemos. A dívida estimada do GDF
em precatório tá em torno de um bilhão de reais, desses trezentos milhões,
os adversários dizem que o senhor teria direito a trezentos milhões é um

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terço praticamente desse, desse volume todo.
(Ibaneis) É que fique bem claro que esse trezentos milhões é com os meus
clientes tem para receber. A minha parcela de honorários não corresponde a
tudo isso. Ela gira em torno de dez por cento desse valor, que foi valor
fixado na sucumbência. Então, eles confundem a população de modo a
tentar criar um ambiente que não existe. Esse valor, já falei, vai ser doado
isso não depende de mim, está descrito em legislação federal. Ele decorre
de uma legislação federal, baseada na constituição, não tem nada de ilegal.
Se eu quisesse receber, eu tô dizendo eu tô abrindo mão, porque eu quero.
Isso não tem interferência minha, são processos judiciais referentes a
terceira parcela, referentes a licença prêmio dos servidores, referente a
horas extras, que esses governos irresponsáveis, que estiveram por aí não
pagaram. Agora são processo que foram analisados pela justiça, tem
decisão judicial transitada em julgado e que o pagamento o Executivo,
independente, de quem esteja lá ele é obrigado a repassar ao Judiciário. O
judiciário faz o pagamento, não existe nada de ilegal. Não tem nada de
imoral, não tem nada nem ilegal nem imoral. Então fique bem claro, se eu
quisesse receber, eu, como governante, ninguém poderia dizer nada.
(Antônio) Candidato, é que a gente está questionando só a questão de
prioridades a e para onde vai o dinheiro público que é o que interessa
também muito ao eleitor né. Mas o o senhor condiciona.
(Ibaneis) Mas aí eu quero dizer uma coisa, Antônio. Pagar precatória é
prioridade são pessoas que entraram na justiça, isso é respeito ao judiciário.
(Antônio) Sim, é prioridade para o senhor por isso nós que estamos
colocando.
(Ibaneis) Não é prioridade para mim não, é prioridade para qualquer
governante, é irresponsabilidade do governante que não paga seus
precatórios.
(Antônio) Candidato, o senhor está condicionando essa doação ao fato de o
senhor ser eleito. Quer dizer que se o seu adversário vencer a eleição não
terá essa doação. Dizer isso, mas isso não é um toma lá dá-cá?
(Ibaneis) Não, tem toma lá dá-cá nenhum. Eu estou colocando uma
proposta minha, se eu vencer as eleições, eu vou doar para as escolas.
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Agora se não vencer, to aí.


(Antônio) Agora candidato, essa doação tá condicionada à sua eleição pode
ser enquadrada no artigo dois nove nove do código eleitoral, né candidato,
que diz o seguinte, vou ler o senhor: É crime dar, oferecer, prometer,
solicitar ou receber para si ou para outrem dinheiro, dádiva ou qualquer
outra vantagem para obter ou dar voto. E para conseguir ou prometer
abstenção ainda que a oferta não seja aceita. Isso tá muito claro na
legislação.
(Ibaneis) Cadê o eleitor que eu tô colocando isso? Eu tô fazendo de forma
genérica, tô me dirigindo a escolas e as creches. Se for dessa maneira,
quando o Governador vim aqui promete que vai dar reajuste, ele tamém tá
praticando crime. Essa é a diferença, Antônio, que todos estão tentando
confundir. Eu não me dirigi a um pai de aluno e tô dizendo olha se você
votar em mim, eu vou reformar escola de seu filho.
(Antônio) Mas a afirmação do senhor
(Ibaneis) Não, então vamos acabar com campanha, porque campanha você

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não pode prometer. Eu tô prometendo pra polícia civil a paridade, eu tô
comprando votos policial civil por isso?
(Antônio) Mas aí é recurso público para salário de servidor público, né
candidato, são situações diferentes.
(Ibaneis) Sim, mas o recurso lá é público e eu estou abrindo mão desse
recurso em favor do povo.
(Antônio) Mas é que.
(Ibaneis) Isso é um assunto da justiça, eu tô deixando bem claro, eu tenho
convicção. Eu conheço a legislação eleitoral e aí não tem crime e eu tô

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aguardando que o Ministério Público faça a representação ou algum
candidato, que aí fica esclarecido.
(Antônio) É assunto da justiça, mas cujo recurso vai sair do cofre público, né
candidato.
(Ibaneis) Cofre público, ele vai sair dos meus recursos. Não confunde o
eleitor, Antônio, você não tem esse direito. O recurso, a partir do momento
que for pago precatório, o recurso é meu.
(Antônio) Não, candidato.
(Ibaneis) O recurso é meu.
(Antônio) Não quero confundir de jeito nenhum, eu tô, eu tô entrevistando o
senhor, eu to entrevistando o senhor com essas questões
(Ibaneis) Você está confundindo dessa maneira, que ele passou a questão
tá tentando confundir o eleitor. O recurso a partir do momento que o
precatório é pago ele é meu e do meu escritório, eu faço dele o que eu
quiser.
(Antônio) Mas o que eu tô colocando, candidato, é que quem paga é o
Governo, quem libera o recurso é o Governo.
(Ibaneis) Mas ele repassa para o Judiciário que paga os precatórios, eu
quero que você, eu já falei isso pro colega seu. Acho que vocês precisam
entender um pouco de Direito.
(Antônio) Candidato, é por isso que nós estamos perguntando senhor para
compreender..
(Ibaneis) Eu estou tentando explicar, constituição artigo 100, as
condenações judiciais serão pagas através de precatório. O precatório, o
Governo, qualquer Governo, dos 27 estados da União repassa para o poder
Judiciário que efetiva o pagamento. Esse dinheiro a partir do momento que
ele entrar, ele deixa de ser recurso público e passa se recurso privado e
como meu recurso privado, eu vou reformar escolas e vou reformar creches.
Tá mais do que explicado.
(Antônio) Tá. Candidato, vamos vamos passar à frente, e falar sobre a
construção de casas que é uma outra promessa que o senhor fez. Eu
vou ler a frase que o senhor falou sobre a reconstrução de casas para
famílias em áreas invadidas, em áreas ilegais, abre aspas o senhor
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disse: Nós vamos manter a casa de vocês de pé e as casas que Agefiz


derrubou, eu vou construir com meu dinheiro.
(Ibaneis) Perfeito.
(Antônio) Isso não é compra de voto?
(Ibaneis) Também não. Eu não conheço nenhum morador teve a casa
derrubada, o local lá que é dito como ilegal era uma floresta nacional, que já
tá lá construída o erro foi de quem deixou construir. Porque construíram
mais de dez mil casas no assentamento vinte seis de setembro e agora
chegam lá e passam trator. Eu tenho imagens do Governador, no mesmo
local, dizendo que aquilo ali é uma área legal e que ele ia ao Congresso
Nacional para regularizar.
(Antônio) Mas, o candidato, as derrubadas geralmente ocorrem depois de
processos administrativos
(Ibaneis) Mas não houve processo.
(Antônio) Mas, candidato.
(Ibaneis) Ta aí o caso, isso aí foi mais uma perseguição do Governador a

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todos vocês moradores do vinte seis de setembro. Para depois ele chegar lá
e dizer que ia parar. É isso aí que é ilegal. Deixaram construir, as
demolições foram feitas de forma irregular sem processo administrativo.
(Antônio) Eu vou ainda dessa área, candidato, mas o que eu tô perguntando
pro senhor seguinte, os processos administrativos que foram feito nos
últimos anos por servidores públicos, o senhor não reconhece esses
processos.
(Ibaneis) Esses processos não existem, Antônio. A questão é essa! Se os
processo existissem, teriam que ser em relação as dez mil casas que tão lá

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e ter que passar o trator em cima de tudo. Por que não derrubaram as
outras casas? Por que não derrubaram as outras casas?
(Antônio) Porque são situações muito variadas, né.
(Ibaneis) São situações iguais. Todos estão no mesmo lugar. O Governador
escolheu as casas que ele queria derrubar pra depois ele ir lá e prometer
pousar de santo.
(Antônio) Candidato, existem muitas operações de derrubada, por exemplo,
que são determinadas pela justiça.
(Ibaneis) Todas ilegais.
(Antônio) Não, são várias que são
(Ibaneis) Da justiça não teve nenhuma. Todas foram feitas pela Bruna e pelo
Governador.
(Antônio) Não, candidato. Temos muitas operações que são feitas sob
ordem judicial.
(Ibaneis) As que foram feitas com ordem judicial tá tudo correta, as de lá
não foi.
(Antônio) Tá, mas aí o senhor, eu queria entender na prática eu tô
levantando essa questão com o senhor que, como é que o senhor,
candidato, deixa eu perguntar pro senhor
(Ibaneis) O senhor perguntou e eu vou responder. Que fique fique bem
claro, eu vou abrir um processo administrativo, vou analisar se aquilo
era irregular, porque agora até o Governador tá dizendo que lá é
passível de regularização. Se for passível de regularização, seu vê
possibilidade de legalização, vai ser feito.
(Antônio) Candidato, queria saber, como é que o senhor vai reconstruir a
casa dessas pessoas. O senhor vai chamar lá no Palácio do Buriti
(Ibaneis) Vai ser aberto processo administrativo.
(Antônio) Mas deixa eu concluir a pergunta. o senhor vai chamar as
pessoas.
(Ibaneis) Vai ser levantado que tinha lá e as pessoas vão receber os
recursos para reconstruir a sua casa.
(Antônio) Mas como vão receber, candidato? O senhor chamaria as famílias
lá no Palácio do Buriti, faria uma fila lá de milhares de famílias.
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(Ibaneis) Eu não vou fazer fila, pra isso que tem o servidor, pra isso que tem
o servidor para ir lá fazer o levantamento, abrir processo administrativo. Que
era o que os governantes deviam ter feito.
(Antônio) Candidato, mas o senhor tá confundindo tudo, o senhor tá dizendo
que vai fazer isso com seu recurso próprio, mas aí o senhor vai fazer,
colocar o servidor
(Ibaneis) Depois de levantado o processo administrativo, levantado o custo
da moradia, isso vai ser feito através de doação.
(Antônio) Mas, candidato,eu quero entender na prática como é que o senhor
vai fazer isso.
(Ibaneis) Eu já disse como é que vou fazer. Mas uma vez você tá tentando
confundir o eleitor..
(Antônio) Não, não
(Ibaneis) Você tá tentando confundir o eleitor, Antônio. Tá muito claro, eu já
disse, vou abrir o processo administrativo, se a derrubada foi ilegal isso vai
ser construído.

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(Antônio) Eu entendi essa parte, mas o como será feita a doação lá
finalmente, o senhor chamará as famílias.
(Ibaneis) Através do processo administrativo regular com acompanhamento
do do do do poder público, onde o servidor, aqueles que tiveram suas
casas, vão ter o direito de dizer, mostrar o local, fazer o levantamento dizer
o que tinha construído, fazer todo o levantamento do custo daquilo ali. Feito
isso tudo vai ser homologado, ao invés de botar o dinheiro público, eu vou
botar o meu.
(Antônio) Candidato, o senhor acha que essas questões que o senhor

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levanta é de tratar dessa maneira as invasões de terras no Distrito Federal,
isso não soa como música no ouvido de grileiros?
(Ibaneis) Grileiro é quem grilou a terra não quem tá lá. O que acontece aqui
no Distrito Federal, Antônio, é esse grande problema, o que que acontece,
agora tá acontecendo novamente lá no INCRA. O INCRA tá entregando as
terras para população, que eram pra ser assentamento. Sabe tá sendo feito
lá? Condomínios de casas. Pergunta se tem alguém fiscalizando lá? Não
tem ninguém. Aí depois que tiver pronto querem passar o trator em cima. O
que tá errado aqui no Distrito Federal é porque deixam construir. Esse
assentamento Vinte e Seis de Setembro eu me,é isso que aconteceu.
Deixaram construir dez mil casas. Quem deixou fui eu? Quem deixou foram
os políticos. Eles é que fizeram errado.
(Antônio) Como o senhor vai combater a invasão no seu Governo?
(Ibaneis) Combater com fiscalização preventiva. Hoje nós temos meios
eletrônicos que permitem que qualquer tijolo que se coloca nessa cidade,
você saiba onde ele tá sendo colocado. Então você vai lá de forma
preventiva e proíbe que isso exista. Fiscalizando, levando as
administrações, a fiscalização para as administrações, colocando mais
fiscais, aconselhando a comunidade, evitando que isso ocorra. Essa é a
diferença! Essa turma que passou aí quis viver da miséria dos outros. É isso
é que tem que acabar no Distrito Federal.
[...]

4. DA JUNTADA DO ÁUDIO E DA DEGRAVAÇÃO DO MINUTO 11’00” AO


17’00” DA ENTREVISTA REALIZADA COM O CANDIDATO IBANEIS
ROCHA NA BAND NEWS NO DIA 11.10.2018:
Resposta: Sem dúvida nenhuma isso será levado em conta, esses eleitores
eles tem uma força muito grande nessa decisão. Os eleitores do Distrito
Federal vão pesar muito nessa decisão e são eles que eu quero ouvir, mas
eu quero ouvir o que que os presidenciáveis tem pra eles. Então eu acho
que tem que ser feita uma reunião realmente com as equipes, eu sei que os
candidatos a presidente tão aí correndo o país todo, é muito mais difícil do
que pra mim que tô aqui no Distrito Federal, mas eu acho que as suas
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equipes podem sentar e eu preciso de um compromisso do Jair Bolsonaro,


que faz parte desse 70.8%, pra dizer o que ele quer para o Distrito Federal.
Tem uma coisa que ele colocou, uma frase que está no seu plano de
governo, que eu tenho certeza que não foi isso que ele quis colocar, mas ele
trata assim mais Brasil e menos Brasília, quer dizer como se a culpa dos
problemas desse País fosse da nossa cidade, então isso é uma coisa que é
a primeira coisa que eu vou dizer pra ele mais Brasil sim, mas Brasília
também, que nós somos escolhidos para acolher todos os Poderes da
Federação.
Pergunta: Candidato, uma declaração do senhor em ato de campanha
gerou uma controvérsia, foi alvo de ataques inclusive dos seus adversários,
inclusive com ação judicial dos adversários contra o senhor, estou me
referindo a sua afirmação que dizia o seguinte as casas que a AGEFIS
derrubou, eu vou construir com meu dinheiro, o que o senhor realmente quis
dizer nesse ato de campanha e o senhor não acredita que uma frase como
essa, numa campanha eleitoral, pode abrir brecha para uma interpretação

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de tentativa de compra de voto?
Resposta: Não, de maneira nenhuma. Eu vou fazer um comparativo e eu
conheço a legislação e isso aqui eu tenho tranquilidade em relação a isso.
Todos os candidatos dizem que as derrubadas foram feitas de forma ilegal,
tanto que foi feito um TAQ e o governador suspendeu as derrubadas, ele
não derrubou mais as 4000 casas que tem lá nessa localidade. Da mesma
maneira que eu fui ao cartório e assinei uma escritura dizendo que não ia
morar em Águas Claras, que eu ia receber o dinheiro e ia reformar escolas e
creches, nem por isso todos os professores ou pais de alunos estão votando

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em mim. O que eu quero dizer é o seguinte: diferente de eu pegar o meu
dinheiro e chegar lá e dizer tá aqui o dinheiro pra você construir a sua casa,
eu fiz uma afirmação genérica, é uma promessa de campanha e se for
assim ninguém pode prometer nada em campanha. O governador tá
prometendo que vai dar o mundo pra todos os servidores agora, basta que
você veja a propaganda que ele fez pra educação, isso quer dizer que ele tá
comprando os professores? Ele não comprou os professores, ele fez uma
proposta e essa proposta eu fiz e caso eleito eu vou cumprir, eu vou abrir os
processos administrativos, verificar se realmente aquela derrubada foi ilegal
e ela tendo sido ilegal, eu não conheço o nome de nenhum que teve a
casa derrubada, eu nunca visitei uma dessas pessoas e nem sei se
elas estavam naqueles eventos. Agora eu vou fazer e vou fazer da
maneira como que eu disse, agora eu não cheguei na casa de ninguém
oferecendo dinheiro, eu não meti a mão no bolso pra construir a casa
de ninguém, eu fiz uma proposta de campanha e todos os candidatos
prometeram, então tudo que você prometer, se eu prometer que eu vou
resolver o problema de saúde, será que todos os doentes do Distrito Federal
vão votar em mim, Cláudio? Se for assim tá fácil. É diferente isso, essa é a
diferença e eles conhecem de legislação, a filha do governador é uma das
melhores advogadas eleitorais desse País, eles conhecem de legislação,
eles sabem que não houve promessa de compra de voto, isso é diferente, a
diferença tá aí.
Pergunta: A compra de voto, o senhor poderia até esclarecer isso como
especialista que é. A compra de votos caracteriza no ato individual, ou seja,
se alguém, um eleitor recebeu, o seu José da Silva recebeu uma quantia,
enfim algum valor e tal para votar no candidato, isso, quer dizer, tem que ter
o nome do eleitor, da pessoa que foi ou não.
Resposta: E tem que ter o pedido do voto, eu não pedi o voto desse cidadão
que vai receber a casa, basta que vocês vejam o vídeo. Eu falei que iria
fazer, vendo que tá ilegal eu vou fazer, eu nem perguntei, eu nem sei quem
é o indivíduo e eu não pedi o voto dele, pode notar que na frase eu quero
dizer aqui pra todos vocês que vão ter suas casas construídas, eu quero
que vocês votem em mim, não existe essa frase, eu fiz uma proposta, eu
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não doei o meu salário pra reformar escola e pra reformar creche, eu não
falei assim eu vou doar o meu salário, mas eu quero o seu voto, não eu só
fiz uma proposta de campanha, tá aí a diferença, eles conhecem a diferença
e tão tentando jogar esse joguinho aí, como o governador falou que tô
incentivando a grilagem, não quem incentiva a grilagem é ele que deixa
construir, não fui eu que deixei construir as casas pra depois passar o trator.
Pergunta: Agora nesse quesito, candidato, qual é a sua proposta para
combater, por exemplo grilagem de terra? A gente viu durante a campanha
alguns candidatos dizendo inclusive que iriam acabar com a AGEFIS, no
seu governo qual papel a AGEFIS terá? E como será combatida a grilagem
de terra?
Resposta: Nós vamos devolver a fiscalização pras administrações regionais,
porque é lá que ocorre a grilagem, não é aqui no centro do Plano Piloto.
Quando eu digo que eu vou acabar com essa AGEFIS do mal, que tá
servindo ao governador pra perseguir algumas pessoas, nós tivemos casos
aqui, por exemplo, do deputado federal Joirvalho que teve aqui dentro da

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W3 uma ação política contra um prédio de sua família. Então essa AGEFIS
do mal ela vai acabar, nós vamos devolver a fiscalização pros locais, agora
nós temos que acabar com uma coisa, a hipocrisia, eles deixam construir
4000 casas como se não tivesse acontecendo nada, aí depois você chega e
escolhe uma parte delas e passa o trator em cima. Não é assim que se faz,
fiscalização tem que ser feita na hora, como é que eu não enxerguei que
essas 4000 casas estavam sendo construídas? Aí depois eu digo que tá
tudo ilegal e eu passo o trator? Eu deixo levantar um prédio, como você vê
vários aqui em Águas Claras, na Vicente Pires, em vários locais, tá lá um

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prédio enorme, Cláudio. São 10 andares, aquilo foi construído, aí eu chego
lá depois e digo vamô derrubar tudo e assim foi a vida toda no Distrito
Federal, nós temos aqui todos os condomínios que foram construídos com
os olhos dos governantes e agora o que que nós temos que fazer? Nós
temos que pegar a legislação e o governador tem que parar mais uma vez e
dizer assim eu sou o que mais entregou escrituras, não você a partir de uma
lei que ele foi contrário, que foi aprovada no passado, teve instrumentos pra
regularizar. Agora com os instrumentos legais nós vamos regularizar tudo
que é passível de regularização, tanto em área urbana, quanto em área
rural e nós vamos fiscalizar essa cidade pra acabar com essa ilegalidade
que domina o Distrito Federal desde a sua fundação, nós vamos legalizar
toda essa cidade, tanto na área urbana como na área rural, tudo que for
passível de regularização vai ser regularizado no prazo mais rápido e vamos
acabar com esse histórico de ilegalidade que beneficia governantes, como
tá beneficiando ele próprio, ele tá indo lá pra dentro do Sol Nascente, do Pôr
do Sol e prometendo mundos e fundos e as pessoas estão lá e ele tá
fechando os olhos, não tem fiscalização nenhuma lá lá porque ele tá
querendo voto, isso é que é errado. [...]

Por essas transcrições, fica evidente também que a mídia questionada pelos
réus, posto represente fragmento do discurso de Ibaneis Rocha Barros Júnior na Colônia
Agrícola 26 de Setembro, não foi adulterada (ou editada) para arquitetar frases por ele
não ditas. Até porque a defesa reconhece em suas alegações finais estar-se diante de uma
“fala improvisada” (AIJE n. 0602991-66, id. 1184734, p. 7; AIJE n. 0603024-56.2018, id.
1184634, p. 7) ou, como afirmou a informante Juliana Gonçalves Navarro, de fala
“espontânea”, “dita no calor da emoção, como de costume” (AIJE 0602991-66, id. 1155134;
AIJE 0603024-56, id. 1155234).

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Assim, bem examinadas todas as circunstâncias e elementos de prova


carreados aos autos do processo, pode-se dizer que o réu não atendia a interesses
particulares nem explorava vulnerabilidades socioeconômicas individuais ao comprometer-
se com a reconstrução de casas derrubadas pela AGEFIS durante o discurso questionado.
Sobreleva-se, assim, a generalidade da oferta ou promessa, qualificada pela
indeterminação, ao tempo da ação inquinada, dos eleitores a serem beneficiados por
eventuais ações ou programas de reparação dos danos causados pela administração
pública, ainda que custeadas por patrimônio privado.
De maneira que, no contexto considerado e à luz do art. 41-A da Lei 9.504/97,
reputa-se atípico o comportamento do réu, sendo inapto para ofender a liberdade de voto do

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cidadão.
4.1.2. Em reforço argumentativo, veja-se que, em caso análogo, o eg. TRE/SP e
a c. Corte Superior Eleitoral consideraram ter havido “apenas promessas genéricas dirigidas
ao público em geral, sem o oferecimento de vantagem a determinada pessoa em troca de
votos” o compromisso anunciado por proprietário do bem imóvel e reafirmado por candidato
à reeleição em comício de campanha de doar ao Município de São Sebastião/SP certa área

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invadida para regularizar a ocupação, desde que o então prefeito da cidade fosse
reconduzido ao cargo.
Com efeito, no Recurso Eleitoral e no Agravo Regimental no Recurso
Especial Eleitoral n. 1096-93.2012.6.26.0132, concluiu-se que o então gestor candidato à
reeleição, naquela feita, expunha em ato de campanha eleitoral mera proposta de
regularização fundiária, “sem ultrapassar o limite da exposição de plano de governo”.
É interessante trazer à colação a exposição da causa de pedir dessa AIJE.
Sobre esse ponto, ao apreciar o Recurso Eleitoral, a e. Juíza Eleitoral Relatora assim se
pronunciou:

“VOTO Nº 3375
RELATORA: JUÍZA CLARISSA CAMPOS BERNARDO
[…]
Trata-se de recursos eleitorais interpostos em face da r. sentença de
fls. 146/148, que julgou procedente representação, pela prática de captação
ilítica de sufrágio, nos termos do art. 41-A da Lei nº 9.504/97, e cassou o
diploma dos candidatos eleitos, sem prejuízo da multa solidária aos
representados no valor de R$53.205,00.
Consta da inicial que no dia 21/07/2012 durante a realização de um
comício em Maresias, o então prefeito e candidato à reeleição, Sr. Ernane
Primazzi, teria informado aos moradores da ‘Vila Bom Jesus’ um suposto
acordo com o representado, Sr. Carlo Canepa Dornelas, no qual este último
teria se comprometido a doar em favor da prefeitura local, terreno de sua
propriedade (objeto do litígio), na hipótese de reeleição do primeiro
representado (Sr. Ernane) e que isso caracterizaria a compra de votos.

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Para tanto, colacionaram aos autos um documento assinado pelo


Sr. Carlo Canepa Dornelas com a respectiva declaração de compromisso de
doação.
No mais, consta, que os cabos eleitorais dos candidatos entregaram
o documento de casa em casa, com pedido de votos, para que o acordo
fosse cumprido. [...]”

Ao prover o Recurso Eleitoral, a maioria dos membros do c. TRE/SP rejeitou a


tese de que o discurso tivesse alcançado cidadãos determinados, porquanto as
circunstâncias fáticas não faziam cogitar tivesse o candidato prévio conhecimento da
identidade dos sujeitos presentes ao evento – tal como no caso das AIJE’s em exame.
Confira-se, no que importa, os votos dos d. Juízes Eleitorais da c. Corte Regional

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paulista que formaram a maioria no aludido julgamento, in verbis:

“VOTO Nº 3375
RELATORA: JUÍZA CLARISSA CAMPOS BERNARDO
[…]
Assim, no caso em comento, a meu ver, não é possível falar-se em
doação, oferta, promessa ou entrega de bem ou vantagem pessoal a eleitor
não determinado ou não determinável com o fim de obter voto. Tal

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comportamento não tem o condão para caracterizar a hipótese descrita
no art. 41-A da Lei 9504/97, vez que não atinge pessoa determinada.
A promessa foi dirigida a um público em geral, de forma
genérica, não havendo prova de pedido individual de voto.
É cediço que as promessas genéricas ao eleitorado, sem o
objetivo de satisfazer interesses individuais e provados, afastam por si
a hipótese descrita no artigo acima citado, conforme jurisprudência
majoritária.
[…]
VOTO Nº 2327 [proferido pela r. Desembargadora Diva Malerbi]
RELATORA: JUÍZA CLARISSA CAMPOS BERNARDO
[…]
Pedi vista dos autos para melhor me apropriar da matéria deduzida
nos autos. A divergência cinge-se à configuração da captação ilícita de
sufrágio, supostamente ocorrida durante discurso proferido pelo candidato
recorrente em comício, em que houve a promessa de doação de terreno aos
moradores da “Vila Bom Jesus”, em São Sebastião, se fossem reeleitos.
Acompanho o voto proferido pela eminente Relatora Juíza Clarissa
Campos Bernardo, com as seguintes observações:
Do cotejo dos elementos probatórios acostados aos autos, não
restou devidamente comprovado o ilícito. [...]
Consigne-se, ainda, que o candidato em campanha não está
proibido de buscar apoio político para a implementação de pretensos
projetos de sua futura gestão, em caso de vitória nas urnas. Na
hipótese descrita nos autos, o acordo entre o Prefeito e o proprietário
da área litigiosa foi revelado durante a campanha sob a forma de
proposta de regularização fundiária, sem ultrapassar o limite da
exposição de plano de governo.
Em que pese a individualização da área a ser regularizada, tal
fato, por si só, não transforma a promessa de campanha em
concessão de vantagem pessoal, porquanto a proposta permanece
com contornos genéricos, no sentido de pôr fim à ocupação irregular, o

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que interessa, ainda que secundariamente, a toda coletividade.


[…]
VOTO Nº 34 [proferido pelo Desembargador L. G. Costa Wagner]
RELATORA: CLARISSA CAMPOS BERNARDO
[…]
O candidato quando se dirige a um público – repita-se – do
qual ele não sabe nomes, identidade, ou qualquer outro elemento que
os individualize, a não ser o fato de que são residentes de determinado
bairro, e noticia a sua intenção de regularizar a moradia dos mesmos,
ante acordo firmado com o proprietário do terreno ocupado, nada mais
faz do que antecipar aos eleitores em potencial, quais serão as suas
ações se eleito for.
Não vejo ilicitude no procedimento, ainda mais se observamos que
o discurso que gerou a polêmica tem quase 30 (trinta) minutos, sendo que
desse período, poucos mais de 2 (dois) minutos foram utilizados para o
assunto dos moradores do Bairro do Bom Jesus (tempo 23:59 minutos até o

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26:08 minutos – fls. 25).
Ora, me parece (e aqui renovo as vênias aos que discordam de
meu posicionamento), que um discurso de 2 minutos não pode ser elevado
ao status de alterar o resultado de uma eleição.
Ademais, a oitiva atenta do discurso do candidato nos mostra que
em momento algum se utilizou o mesmo de frases de impacto do tipo
“votem em mim que terão as suas propriedades”, ou mesmo qualquer outra
expressão que pudesse ser caracterizada como uma compra de votos.
Ao contrário, diz o candidato “ele (proprietário do terreno) tá doando

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o terreno pra Prefeitura e nós vamos mandar agora um projeto de lei para a
Câmara, repassando aos moradores da Vila Bom Jesus o seu terreno,
então aquela briga judicial acabou”.
Na verdade, da forma como a notícia fora contada, nem mesmo há
uma vinculação no sentido de que somente aqueles que votassem no
candidato é que teriam os seus terrenos regularizados. O discurso é
dirigido a todos, de forma genérica, eleitores ou não do candidato.
Ao dizer “então aquela briga judicial acabou”, dá a entender o
candidato que independentemente do que viesse a ocorrer na eleição, a
situação fundiária estaria resolvida, já que, repita-se, disse ele, a briga
acabou e não a briga vai acabar, dependendo do que acontecer na eleição.
Na verdade, se entendermos que é função do administrador
buscar melhorias para os munícipes, mais me parece que o candidato
teria querido mostrar aos potenciais eleitores que está atuando no
sentido de obter condições para, se eleito, resolver problema local que
aflige aquela população, do que propriamente subornar, ou comprar os
votos dos mesmos. [...]”

O acórdão foi assim ementado:

RECURSOS ELEITORAIS. REPRESENTAÇÃO. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE


SUFRÁGIO. DOAÇÃO DE TERRENO PARA REGULARIZAÇÃO DE
OCUPAÇÃO. PROCEDÊNCIA. CASSAÇÃO DOS DIPLOMAS. MULTA.
AFASTADA A PRELIMINAR DE CERCEAMENTO DE DEFESA.
PROMESSA GENÉRICA. PROVIMENTO AOS RECURSOS, PARA
JULGAR IMPROCEDENTE A REPRESENTAÇÃO. PREJUDICADO O
PEDIDO DE REVOGAÇÃO DO EFEITO SUSPENSIVO AO RECURSO.
(RECURSO nº 109693, Acórdão de 19/09/2013, Relator(a) CLARISSA
CAMPOS BERNARDO, Publicação: DJESP – Diário da Justiça Eletrônico
do TRE-SP, Data 26/09/2013)

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Decisão colegiada esta que foi confirmada pelo Plenário do. c. TSE, no
julgamento do Agravo Regimental no Recurso Especial Eleitoral de mesmo número, a ver:

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. ELEIÇÕES


2012. PREFEITO. REPRESENTAÇÃO. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE
SUFRÁGIO. ART. 41-A DA LEI 9.504/97. PROMESSA GENÉRICA.
DESPROVIMENTO.
1. É incabível a inovação de teses recursais em sede de agravo regimental.
Precedentes.
2. As matérias debatidas exclusivamente no voto vencido não atendem ao
requisito do prequestionamento, a teor da Súmula 320/STJ.
3. Consoante a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral,

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promessas genéricas de campanha dirigidas indistintamente a
eleitores não caracterizam o ilícito descrito no art. 41-A da Lei 9.504/97.
4. No caso dos autos, a partir da moldura fática contida no acórdão
regional, constata-se que houve apenas promessas genéricas dirigidas
ao público em geral, sem o oferecimento de vantagem a determinada
pessoa em troca de votos.
Conclusão em sentido diverso demandaria o reexame de fatos e provas,
providência inviável em sede extraordinária, a teor da Súmula 7/STJ.
5. Agravo regimental desprovido.
(Recurso Especial Eleitoral nº 109693, Acórdão, Relator(a) Min. João Otávio

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De Noronha, Publicação: DJE – Diário de justiça eletrônico, Tomo 189, Data
08/10/2014, Página 47 – destaquei)

Note-se que em ambos os casos os candidatos dirigiram-se a eleitores para


apresentar-lhes propostas de regularização de moradias, fosse para doar-lhes os lotes que
já ocupavam (objeto de julgamento dos Recursos Eleitoral e Especial Eleitoral mencionados)
ou para reconstruir moradias destruídas por ações supostamente irregulares da
administração pública (veiculado nas AIJE’s em epígrafe).
As condutas, porém, não caracterizaram captação ilícita de sufrágio
especialmente porque a manifestação não visava atingir cidadão específico nem
grupo determinado de pessoas, para satisfação de interesses privados, em situação
inconfundível de mercancia de sufrágio.
Ao revés, a descrição fática e o conjunto probatório conduzem à convicção de
que o proceder do réu não extrapolou a mera exposição de plataforma política e a
manifestação de promessa genérica de campanha, sem aptidão, portando para ofender o
bem jurídico tutelado pela norma insculpida no art. 41-A da Lei 9.504/97.
4.1.3. Assim, resultando inequívoca a atipicidade do comportamento vergastado
à luz do art. 41-A da Lei 9.504/97, cumpre, nesse ponto, denegar os pedidos autorais de
condenação dos réus pela prática de captação ilícita de sufrágio.

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Do abuso de poder econômico

4.2. Cumpre perquirir, agora, a idoneidade dos atos praticados por Ibaneis
Rocha Barros Júnior para macular a integridade do processo eleitoral.
Integridade, aqui, é tomada na mesma acepção desenvolvida pelo douto
FREDERICO FRANCO ALVIM, denotando “um conceito jurídico que coincide com a noção
de legitimidade, pressupondo a existência de eleições amplamente aceitas como válidas
porquanto honestas, livres, justas e acordes com o desenho legal”, sendo que a ausência de
integridade “conduz à presença de pleitos, fraudulentos ou viciados” (In Cobertura política e
integridade eleitoral: efeito da mídia sobre as eleições. Florianópolis: Habitus, 2018, p. 31-

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32).
Os atos que compõem a causa de pedir referem-se às promessas feitas nos
discursos proferidos pelo réu na Colônia Agrícola 26 de Setembro e posteriormente
replicados nos meios de comunicação social (já detidamente examinados no tópico
anterior), bem como na escritura pública por ele lavrada com o seguinte teor (AIJE n.
0602991-66, id. 418484; AIJE n. 0603024-56, id. 402234):

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“ESCRITURA PÚBLICA DECLARATÓRIA que faz, IBANEIS ROCHA
BARROS JÚNIOR na forma abaixo:
[…]
Declaro, em respeito a meus eleitores e toda sociedade do Distrito Federal,
que, quando eleito Governador do Distrito Federal nas próximas eleições,
não receberei o salário do cargo, destinando a verba para melhorias de
creches e escolas. Além disso, não farei uso da residência ou de carro
oficial, bem como qualquer outra regalia ou privilégios. Declaro, ainda, que
os honorários de sucumbência devidos ao escritório IBANEIS
ADVOCACIA E CONSULTORIA referentes ao pagamento da terceira
parcela do reajuste dos servidores públicos do Distrito Federal,
também serão revertidos para melhorias de creches e escolas [...]”

4.2.1. O art. 14, § 9º, da Constituição Federal consagra os valores fundamentais


atinentes à integridade, normalidade e legitimidade do processo eleitoral, de sorte a
assegurar a plena realização do pluralismo político, conferir máxima autenticidade ao regime
democrático-representativo e propiciar a fidedignidade à representação popular (CF, art. 1º,
caput, V, e § único). Resta cristalino que a concretização de tais valores dá-se quando a
vontade do corpo eleitoral se perfaz livre de distorções emanadas da influência abusiva do
poder, independentemente de sua natureza.
Deveras, o Estado Democrático de Direito deve propiciar à sociedade ambiente
político-eleitoral seguro e transparente, em que a escolha dos governantes se perfaça de
modo livre, consciente e responsável. Tal implica o prestígio da livre circulação de ideias e

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correntes ideológicas, formulação de discursos persuasivos de variados matizes (CF, arts.


5º, IV e IX, e 220). Só assim poderá a comunidade política decidir sem medo nem vícios ou
distorções acerca dos projetos de ações governamentais que entenda mais pertinentes.
No regime democrático, a presença na disputa eleitoral de candidatos milionários
não é, só por si, suficiente para macular o processo eleitoral. Afinal, a cidadania constitui
direito político fundamental titulado por todos os cidadãos, independentemente da riqueza
que se detenha.
Mas não se pode negar que a interferência ilícita do poder econômico pode
arruinar o ambiente democrático delineado no processo eleitoral quando, nas palavras
sempre oportunas de FÁVILA RIBEIRO, “[a]o invés de ser disputada a confiança do

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eleitorado, creditada por precedentes realizações na vida pública, pelo vigor da autêntica
liderança política, por um trabalho de persuasão por afinidades de convicções, por
solidariedades impregnadas, transformam-se em negócios com contraprestações
pecuniárias” (In Abuso de poder no direito eleitoral. 2ª. ed. rev., atual. e ampl. Rio de
Janeiro: Forense, 1993). A propósito, com percuciência ensina a ilustre Profª ALINE
OSORIO:

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“A relação entre dinheiro e eleições é bastante complexa. [...] De outro lado,
porém, o dinheiro tem a possibilidade de afetar negativamente o processo
eleitoral democrático. Isto pode se dar por diversas formas: pela compra de
votos; pelo acesso desigual a recursos pelos diferentes candidatos e
partidos, em violação à paridade de armas; pela influência indevida do
poder econômico sobre os resultados do pleito; pelo abuso de recursos
estatais por competidores que detenham cargos públicos; pelo fluxo de
fundos ilícitos (“caixa2”); entre muitas outras”. (In Direito eleitoral e liberdade
de expressão. Belo Horizonte: Fórum, 2017, p. 351).

4.2.2. É deveras censurável o fato de o então candidato Ibaneis Rocha Barros


Júnior – para captar votos – argumentar com sua capacidade econômica e disponibilidade
financeiras, como se a posse de bens e riquezas fosse atributo necessário para a
legitimação democrática, exercício da cidadania e boa condução dos negócios do Estado.
Faz lembrar o sistema platônico da oligarquia, “pela qual Platão quer dizer plutocracia, ou
governo dos ricos” (BLACKBURN, SIMON. A república de platão: uma biografia. RJ: Jorge
Zahar Ed., 2008, p; 141). Ou seja, uma sociedade em que a riqueza é o critério do mérito,
encontrando-se o poder sob o estrito controle de uma minoria rica.
Note-se que a promessa de doação de significativa soma pecuniária ao Poder
Público para “melhorias de creches e escolas” e a reconstrução de casas irregularmente
demolidas por esse mesmo ente estatal não configura ação governamental, no sentido
de política pública. Antes, trata-se de estratégia privada de atuação política.
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Consideradas as circunstâncias, é crível que a aludida promessa, quando feita e


reiterada por “pessoa que honra sua palavra ... e seus compromissos”, e, por isso, suscita a
“confiança” de seus interlocutores (como asseverou a informante Juliana Gonçalves Navarro
em seu depoimento de id. 1155234) tenha aptidão para produzir lamentável influência na
tomada de decisão de muitos cidadãos. Isso porque a promessa é revestida de aptidão para
ser levada a sério, gerando justa expectativa de realização.
Por conseguinte, muitos poderiam ser ludibriados com a sugestão de que a
reversão do quadro de deterioração dos serviços e equipamentos públicos já não depende
da boa gestão do orçamento do ente federado, mas da assunção de cargos políticos por
candidatos abastados que franciscanamente empenharão seu patrimônio em prol do bem

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comum, dos pobres e oprimidos.
É nítido, nesse ponto, que a campanha do réu encontrou apoio em seu
conhecido poderio econômico, transformado em instrumento de conquista da simpatia e dos
votos do eleitorado, recurso que seus oponentes não teriam condições de lançar mão e que
dificilmente seria contraposto por projetos de atuação política mais criativas ou elaboradas,
dado o quadro de notória restrição orçamentária por que passa a Administração Pública,

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inclusive o Distrito Federal.
4.2.3. Para a configuração do ilícito eleitoral em exame, o § 9º do art. 14 da
Constituição requer que haja “a influência do poder econômico”.
A regra constitucional requer apenas que haja influência. E este conceito é mais
sutil que abuso.
Ocorre, porém, que no Direito Eleitoral é comum o emprego dos termos
“influência” e “abuso” como sinônimos. Um bom exemplo disso é encontrado no art. 19 da
LC 64/90. No mesmo contexto, o caput desse dispositivo emprega o termo “abuso do poder
econômico”, enquanto o seu § único usa o termo “influência do poder econômico ”. Já o art.
22 daquele diploma legal emprega apenas o vocábulo “abuso”, sequer aludindo ao termo
“influência”.
De qualquer modo, a configuração do ilícito requer que a influência do poder na
integridade do processo eleitoral corresponda às formas de “uso indevido, desvio ou abuso
do poder econômico” descritas no art. 22, caput, da Lei de Inelegibilidades. E é assente o
entendimento no sentido de que a realização de tais formas pressupõe a concretização de
ações que denotem emprego nocivo de recursos patrimoniais geridos ou controlados pelo
agente com a finalidade de afetar processo eleitoral futuro ou em curso. A ver:

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AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. ELEIÇÕES 2016.


PREFEITO. VEREADOR. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL
ELEITORAL (AIJE). ART. 22 DA LC 64/90. ABUSO DE PODER
ECONÔMICO. NÃO CONFIGURADO. DESPROVIMENTO.
1. Abuso de poder econômico caracteriza-se pela utilização desmedida de
aporte patrimonial que, por sua vultosidade, é capaz de viciar a vontade do
eleitor, desequilibrando a lisura do pleito e seu desfecho. Precedentes.
[…]
(Recurso Especial Eleitoral nº 13163, Acórdão, Relator(a) Min. Jorge Mussi,
Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico, Data 11/12/2018)

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ORDINÁRIO. ELEIÇÕES 2014.


DEPUTADO FEDERAL E DEPUTADO ESTADUAL. AÇÃO DE
INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL. ABUSO DE PODER. ART. 22 DA
LC 64/90. DISTRIBUIÇÃO DE PROPAGANDA IMPRESSA EM IGREJA.
NÃO CONFIGURAÇÃO. DESPROVIMENTO.

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1. Abuso de poder econômico configura-se por emprego
desproporcional de recursos patrimoniais, públicos ou de fonte
privada, vindo a comprometer valores essenciais a eleições
democráticas e isentas, o que também pode ocorrer mediante
entrelaçamento com o instituto do abuso de poder religioso. Precedentes.
[...]
(Recurso Ordinário nº 804483, Acórdão, Relator(a) Min. Jorge Mussi,
Publicação: DJE – Diário de justiça eletrônico, Data 05/04/2018, Página 98)

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DIREITO ELEITORAL E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ORDINÁRIO EM
AIJE CONEXA COM REPRESENTAÇÃO POR CAPTAÇÃO OU USO
ILÍCITO DE RECURSOS. ELEIÇÕES 2014. ABUSO DE PODER
ECONÔMICO. JUNTADA DE INQUÉRITO APÓS ALEGAÇÕES FINAIS.
IMPOSSIBILIDADE. FRAGILIDADE DO CONJUNTO PROBATÓRIO.
RECURSO ORDINÁRIO DESPROVIDO.
[...]
5. Em sede de AIJE com fundamento em abuso de poder econômico, é
imprescindível a demonstração: (i) da gravidade das condutas reputadas
como ilegais, de modo a abalar a normalidade e a legitimidade das eleições;
e (ii) do efetivo benefício ao candidato (embora não se exija a comprovação
da participação direta ou indireta do candidato ou seu conhecimento).
Precedentes.
[...]
(Recurso Ordinário nº 180355, Acórdão, Relator(a) Min. Luís Roberto
Barroso, Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico, Tomo 247, Data
14/12/2018, Página 69/70)

RECURSO CONTRA EXPEDIÇÃO DE DIPLOMA. ELEIÇÕES 2010.


GOVERNADOR. COLIGAÇÃO. ILEGITIMIDADE PASSIVA. CABIMENTO.
ART. 262 DO CÓDIGO ELEITORAL. ROL TAXATIVO. ABUSO DE PODER
POLÍTICO E ECONÔMICO E USO INDEVIDO DOS MEIOS DE
COMUNICAÇÃO.
AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. DESPROVIMENTO.
1. A coligação não é parte legítima para figurar no polo passivo de RCED.
Precedentes.
2. O RCED é cabível apenas nas hipóteses taxativamente previstas no art.
262 do Código Eleitoral, dentre as quais não estão as matérias versadas no
art. 30-A da Lei 9.504/97 e as condutas vedadas a agentes públicos em
campanha (art.73 e seguintes da Lei 9.504/97), sem prejuízo da análise
dessas condutas sob a ótica do abuso de poder. Precedentes.
3. O abuso de poder configura-se no momento em que a normalidade e a
legitimidade das eleições são comprometidas por condutas de agentes
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públicos que, valendo-se de sua condição funcional, beneficiam


candidaturas, em manifesto desvio de finalidade. Já o abuso de poder
econômico ocorre quando determinada candidatura é impulsionada pelos
meios econômicos de forma a comprometer a igualdade da disputa eleitoral
e a própria legitimidade do pleito.
4. Na espécie, não houve comprovação da prática dos alegados ilícitos
eleitorais.
5. Recurso contra expedição de diploma desprovido.
(Recurso contra Expedição de Diploma nº 711647, Acórdão, Relator(a) Min.
Nancy Andrighi, Publicação: RJTSE - Revista de jurisprudência do TSE,
Volume 24, Tomo 1, Data 27/10/2011, Página 43).

Pode-se, pois, concluir que para a caracterização do ilícito de abuso de poder


econômico não é suficiente o só ato de fala ou o discurso, sendo mister o real emprego de

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recursos patrimoniais em prol de determinada candidatura, ainda que tais recursos sejam
usados para promover e ampliar as oportunidades de expressão.
4.2.4. Sob o aspecto exclusivamente linguístico, desde os estudos desenvolvidos
por J. L. AUSTIN reconhece-se que a linguagem, em si mesma, constitui prática social
concreta. De modo que o ato da fala ou discurso ostenta uma dimensão performativa, ou
seja, denota uma ação ou um modo de se fazer as coisas. A linguagem é constituinte de

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situações concretas, excedendo, portanto, o texto ou indo além dele. Nesse sentido,
consoante J. L. AUSTIN: “to utter the sentence (in, of course, the appropriate circumstances)
is not to describe my doing of what I should be said in so uttering to be doing or to state that I
am doing it: it is to do it.” E prossegue:

“Saying something will often, or even normally, produce certain


consequential effects upon the feelings, thoughts, or actions of the audience,
or of the speaker, or of other persons: and it may be done with the design,
intention, or purpose of producing them; and we may then say, thinking of
this, that the speaker has performed an act in the nomenclature of which
reference is made either (C. a), only obliquely, or even (C. b), not at all, to
the performance of the locutionary or illocutionary act.” (In How to do things
with words. UK: Oxford University Press, 1962, p. 6 e 107).

A esse tipo de ato, o eminente filósofo britânico denomina perlocutionary act, isto
é, ato perlocutório. Nesse, o discurso não é a mera descrição de um objeto; não é algo que
possa ser verdadeiro ou falso. Constitui, antes, a própria ação. Discurso e ação se
identificam, tendo como resultado a produção de efeitos no interlocutor. De maneira que
pelo ato da fala se realiza algo no mundo.
No presente caso, a questão que se coloca é a de saber se as falas ou os
discursos públicos proferidos pelo réu poderiam, só por si, caracterizar abuso de poder
econômico.

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Existem no sistema jurídico situações em que a só ação já implica a realização


do ilícito, independentemente da produção de qualquer resultado que lhe seja exterior.
Trata-se dos chamados delitos de mera atividade ou formais. Aqui, acentua JORGE DE
FIGUEIREDO DIAS, “o tipo incriminador se preenche através da mera execução de um
determinado comportamento” (In Direito Penal: parte geral. 1ª ed. brasileira, 2ª ed.
portuguesa. Brasil/SP: Editora RT; Portugal: Coimbra Editora, 2007. Tomo 1. p. 306). Como
exemplo, citem-se o crime de falso testemunho (CP, art. 342) e o crime de corrupção
eleitoral (CE, art. 299). Nesses dois delitos a consumação se perfaz com meros atos de fala
– respectivamente, “fazer afirmação falsa” e “oferecer, prometer, solicitar [...] dinheiro, dádiva
ou qualquer vantagem”. Os atos de fala encerram em si a própria ação ilícita, ostentando a

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potencialidade de lesar o bem jurídico protegido pela norma penal.
No caso em apreço, é de se indagar: poderia o ilícito realizar-se somente com a
ação-discursiva? Bastaria o ato da fala para caracterizá-lo, e, consequentemente, empenhar
a responsabilidade do agente?
Já foi dito que a configuração do ilícito eleitoral requer a correspondência da
conduta com as formas de “uso indevido, desvio ou abuso do poder econômico” descritas no

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art. 22, caput, da LC 64/90.
Não há dúvida de que prometer publicamente algo implica a intenção de se
realizar o que foi prometido. A promessa enfeixa uma ação intencional. A menos que haja
motivos para se duvidar de sua seriedade, como ocorreria, por exemplo, em um espetáculo
teatral ou quando a promessa tem caráter jocoso ou é feita por mentiroso contumaz. Mas
não é essa a hipótese em apreço, pois o réu é pessoa reconhecidamente séria e respeitada
na comunidade. Foi isso, aliás, o que asseverou Juliana Gonçalves Navarro em seu
depoimento (id. 1155234), ressaltando que o réu é “pessoa que honra sua palavra ... e seus
compromissos”, e, por isso, suscita a “confiança” de seus interlocutores.
Portanto, por ser pública sua honradez e também por se tratar de pessoa
milionária, não há qualquer motivo para se duvidar da seriedade da promessa feita pelo
então candidato Ibaneis Rocha Barros Júnior.
Induvidosa, ainda, se afigura a abusividade da promessa.
A abusividade está em acenar-se com o patrimônio privado para beneficiar
eleitores, ainda que de forma indiscriminada, em cenário em que são públicas e notórias as
dificuldades financeiras enfrentas pelos entes da federação brasileira.
Ao contrário do que pretende fazer crer em suas alegações finais, não se trata
de prometer a implementação de “política pública” voltada para os setores de habitação e
educação. Cuida-se, antes, de auxílio financeiro que indiretamente se pretende verter a

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eleitores, ainda que de forma indiscriminada. Isso para a satisfação da promessa lançada
pelo então candidato, ainda que à custa da instrumentalização do Distrito Federal como ente
político-administrativo.
Vê-se, portanto, que, no caso enfocada, discurso e ação se equivalem ou se
confundem, denotando o mal uso do poder econômico detido pelo réu. O resultado traduz-
se no efeito produzido nos interlocutores, no caso, o eleitorado do Distrito Federal. Muitos,
certamente, acreditaram na promessa lançada e contaram com a melhoria ou recuperação
de suas habitações.
Não obstante, no caso em exame, conquanto a fala ou o discurso do réu possa
ser enquadrado na categoria dos denominados atos perlocutórios por encerrar promessas

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aptas a produzir efeitos em seus destinatários (i.e., eleitores), é preciso considerá-lo à luz
dos demais requisitos exigidos pelo sistema jurídico para a configuração do ilícito eleitoral
atinente ao abuso de poder. É preciso, portanto, considerá-lo à luz da proporcionalidade e
do requisito atinente à gravidade das circunstâncias previsto no art. 22, XIV, da LC 64/90.
4.2.5. Além dos requisitos referidos, a teor do inc. XVI do art. 22 da LC 64/90, a
configuração do abuso de poder também requer a gravidade das circunstâncias no caso

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concreto. Assim, em juízo de proporcionalidade, é preciso aferir se houve comprometimento
da integridade das eleições e da igualdade de condições entre os candidatos. Não obstante,
é prescindível indagar a “potencialidade” dos eventos abusivos para alterar o resultado das
eleições:

DIREITO ELEITORAL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL


ELEITORAL. ELEIÇÕES 2016. VEREADOR. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE
SUFRÁGIO. ABUSO DE PODER ECONÔMICO. NÃO CARACTERIZADOS.
AUSÊNCIA DE PROVAS DA CONFIGURAÇÃO E DA GRAVIDADE DOS
ILÍCITOS. DESPROVIMENTO.
[...]
3. Ademais, não ficou comprovada a prática de abuso de poder econômico,
na medida em que, além de não ter sido suficientemente demonstrada a
captação de votos em troca de medicamentos pelos agravados, ausente a
gravidade da conduta, elemento indispensável para a caracterização
do ilícito, nos termos da jurisprudência deste TSE.
4. Agravo interno a que se nega provimento.
(Recurso Especial Eleitoral nº 55944, Acórdão, Relator(a) Min. Luís Roberto
Barroso, Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico, Tomo 159, Data
10/08/2018, Página 85-86)

E, como não poderia deixar de ser, indispensável é a existência de acervo


probatório seguro e substancial de vulneração da legitimidade e normalidade das eleições
para justificar a resposta sancionatória cominada no inciso XIV do art. 22 da Lei de
Inelegibilidades. Compreensão que se pode ver reiterada nos seguintes arestos:

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AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. ELEIÇÕES 2016.


PREFEITO. VICE-PREFEITO. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL
ELEITORAL (AIJE). ABUSO DE PODER ECONÔMICO. ART. 22 DA LC
64/90. AUSÊNCIA. PROVA ROBUSTA. CIRCUNSTÂNCIAS. CASO
CONCRETO. DESPROVIMENTO.
1. A teor da jurisprudência desta Corte, para a condenação por abuso de
poder econômico, é necessário existência de prova sólida e inconteste a
respeito da prática do ilícito.
[...]
(TSE, Recurso Especial Eleitoral nº 13418, Acórdão, Relator(a) Min. Jorge
Mussi, Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico, Data 13/12/2018,
Página 96)

ELEIÇÕES 2016. AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO. NEGATIVA DE

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SEGUIMENTO. FUNDAMENTOS. DECISÃO RECORRIDA. NÃO
IMPUGNAÇÃO. SÚMULA Nº 26/TSE. DEFICIÊNCIA RECURSAL. SÚMULA
Nº 27/TSE. AIJE. CANDIDATO A VEREADOR. ABUSO DE PODER
ECONÔMICO. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO. IMPROCEDÊNCIA.
PROVA ROBUSTA. AUSÊNCIA. REEXAME FÁTICO PROBATÓRIO.
IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA Nº 24/TSE. DESPROVIMENTO.
[...]
4. Para o reconhecimento do abuso de poder econômico, tipificado no art.
22, XVI, da LC nº 64/90, é obrigatória a robustez do conjunto probatório
que comprove ofensa à normalidade e à legitimidade do pleito.

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Precedentes.
[...]
(TSE, Agravo de Instrumento nº 80069, Acórdão, Relator(a) Min. Tarcisio
Vieira De Carvalho Neto, Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico,
Data 06/02/2019, Página 43-44)

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ORDINÁRIO. ELEIÇÕES 2014.


DEPUTADO ESTADUAL. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL
ELEITORAL. ABUSO DE PODER ECONÔMICO. ASSISTENCIALISMO
POR MEIO DE CENTRO SOCIAL PRESTADOR DE SERVIÇOS DE
FISIOTERAPIA. NÃO
CONFIGURAÇÃO. PRESUNÇÕES. DESPROVIMENTO.
[...]
4. Não se admite condenação por prática de abuso de poder
econômico com base em meras presunções quanto ao encadeamento
dos fatos e ao proveito eleitoreiro, em afronta à soberania popular.
Precedentes.
5. Agravo regimental desprovido.
(TSE, Recurso Ordinário nº 801193, Acórdão, Relator(a) Min. Herman
Benjamin, Publicação: DJE – Diário de justiça eletrônico, Tomo 217, Data
16/11/2016, Página 30)

No caso vertente, inexistem nos autos elementos de prova que demonstrem que
Ibaneis Rocha Barros Júnior tivesse empregado concretamente sua notória pujança
econômica para, partindo do discurso à ação, distribuir benesses a eleitores,
mercadejando suas consciências político-eleitorais, isto é, comprando apoio político para
exercer a chefia do Poder Executivo do Distrito Federal. Não há prova de que, para além do
discurso, tenham ocorrido outras ações concretas consistentes na efetiva transferência de

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recursos em prol dos eleitores.


Veja-se, ademais, que, em juízo de proporcionalidade, as circunstâncias dos
fatos imputados ao réu não possuem gravidade suficiente para impor o juízo de cassação
de diploma pleiteado pelos autores.
Com efeito, considerando-se o eleitorado do Distrito Federal, a reunião na
Colônia Agrícola 26 de Setembro não agregou número considerável de pessoas, somando
os presentes cerca “60 pessoas, entre homens, mulheres e crianças” (informação de Juliana
Gonçalves Navarro em seu depoimento de id. 1155234). Excluindo-se as crianças, nem
sequer se sabe se os adultos presentes àquele ato eram eleitores no Distrito Federal.
Por outro lado, não se tem notícia de que a presença do réu nos meios de

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comunicação social para debater a repercussão de seu discurso no comício mencionado e
os termos da escritura pública referida fosse resultado da aquisição onerosa de espaços
jornalísticos e publicitários ou, ao revés, mero exercício da liberdade de informação e
jornalismo por parte dos órgãos de imprensa.
Outrossim, verifica-se detidamente dos autos que as partes autoras nem sequer
pretenderam produzir provas que infirmassem a defesa do réu no sentido de que “após a

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fala improvisada que deu causa à presente ação, o candidato, sempre de forma reativa e
nunca por meio de propaganda, esclareceu que se trataria de política pública a ser
instaurada mediante processo administrativo impessoal [...]”. Tampouco de que se defendia
de “provocações negativas” por ser credor do Distrito Federal ao incluir “em sua plataforma
de campanha, escritura pública por meio da qual declarou que abriria mão dos valores que o
GDF deverá pagar a ele no futuro, visando a execução de seu programa de governo,
destacando, por exemplo, a construção de escolas” (AIJE n. 0602991-66, id. 1184734, p. 21;
AIJE n. 0603024-56, id. 1184634, p. 21).
Em suma, não emerge do acervo probatório carreado aos autos elementos
suficientes para configurar o inquinado abuso de poder econômico.
4.2.6. Nesse mesmo rumo, urge ainda ressaltar que, embora o resultado do
pleito não seja determinante para a aferição da gravidade da conduta e a configuração do
abuso (TSE, Recurso Ordinário nº 799627, Acórdão, DJE de 19/12/2018), não há evidência
de que o discurso de Ibaneis Rocha Barros Júnior, a escritura pública e as sucessivas
entrevistas e debates havidos antes das eleições em primeiro e segundo turno tiveram
potencialidade para alterar o desfecho eleitoral.
Com efeito, antes mesmo do comício da Colônia Agrícola 26 de Setembro,
ocorrida no dia 30/09/2018, os institutos de pesquisa de intenção de voto já divulgavam que
o réu contava com crescente aceitação perante o eleitorado. Senão, vejamos:

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DATAFOLHA: “Ibaneis assume liderança na disputa por governo do Distrito


Federal

ELEIÇÕES – 01/10/2018 12H03

DE SÃO PAULO

A nove dias do 1º turno, pesquisa Datafolha mostra mudança na liderança


da corrida eleitoral para o governo do Distrito Federal e disputa acirrada
pelo segundo lugar, com dois candidatos tecnicamente empatados. Ibaneis
(MDB) segue em trajetória ascendente e pela primeira vez aparece na
liderança isolada, com 24% das intenções de voto, no levantamento do
último dia 19, o emedebista tinha 13%.

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Na segunda colocação, em situação de empate técnico, estão Eliana
Pedrosa (PROS) e Rodrigo Rollemberg (PSB). Pedrosa, que até o
levantamento anterior liderava a corrida eleitoral, recuou de 20% para 16%
(mesmo patamar que tinha no fim de agosto) e Rollemberg se manteve em
12%. Alberto Fraga (DEM) recuou de 14% para 10% (mesmo patamar do
início do mês) e em relação à Pedrosa o democrata está no limite máximo
da margem de erro, por essa razão é baixa a probabilidade de estar
tecnicamente empatado com a candidata do PROS.

A seguir aparecem Rogerio Rosso (PSD) com 8% (tinha 11%), General

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Paulo Chagas (PRP), com 4% (tinha 5%), Júlio Miragaya (PT), com 3%
(mesmo índice anterior), Alexandre Guerra (NOVO), com 3% (tinha 2%),
Fátima Sousa (PSOL), com 2% (mesmo índice anterior). Renan Rosa (PCO)
e Guillen (PSTU) foram citados, mas não alcançaram 1%. Uma parcela de
18% dos eleitores do Distrito Federal ainda não tem candidato (mesmo
índice anterior), desses, 13% pretendem votar em branco ou anular o voto
(era 14%) e 5% estão indecisos (era 4%).

Nesse levantamento, entre os dias 26 a 28 de setembro de 2018, foram


realizadas 1.050 entrevistas presenciais com eleitores de todas as regiões
do Distrito Federal. A margem de erro máxima é de 3 pontos percentuais,
para mais ou para menos, para o total da amostra.” (Disponível em
<http://datafolha.folha.uol.com.br/eleicoes/2018/10/1982786-ibaneis-
assume-lideranca-na-disputa-por-governo-do-distrito-federal.shtml>.
Acessado em 29 abr 2019 – sem destaque no original)

IBOPE: “No Distrito Federal, Ibaneis cresce 11 pontos e divide a liderança


com Eliana Pedrosa

Novo levantamento do IBOPE Inteligência sobre as intenções de voto no


Distrito Federal, a pedido da Rede Globo, aponta crescimento de 11
pontos percentuais (p.p.) do candidato Ibaneis, do MDB, que passa de
9% para 20% das intenções de voto, e agora se encontra tecnicamente
empatado com Eliana Pedrosa, do PROS, considerando a margem de
erro da pesquisa que é de 3 p.p.. Eliana Pedrosa, que vinha liderando a
disputa desde 12 de setembro, oscila de 22% para 21%. Os candidatos
Alberto Fraga (DEM), Rodrigo Rollemberg (PSB) e Rogério Rosso (PSD),
que disputavam a segunda colocação nas duas últimas rodadas da
pesquisa agora têm 11% das menções cada (na última pesquisa tinham
14%, 11% e 10%, respectivamente). Os demais concorrentes ao cargo
registram, no máximo, 3% das intenções de voto para Governador, sem
oscilações significativas desde a pesquisa passada. Aqueles que têm

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intenção de votar em branco ou nulo totalizam 11% (eram 13% há dez dias),
enquanto os que não sabem ou não respondem somam 4% (eram 8%).
Nesta pergunta, um disco com o nome dos candidatos é apresentado ao
entrevistado.

Destaques por segmento


- As oscilações mais significativas de intenções de voto para Eliana Pedrosa
ocorrem na faixa de renda familiar de 2 a 5 salário mínimos mensais (cai de
27% para 21%) e entre os evangélicos (passa de 26% para 21%). Já a
variação mais positiva observa-se entre eleitores de 25 a 34 anos de idade
(cresce de 20% para 24%). Neste momento a candidata é mais citada entre
os eleitores mais jovens (25%, tinha 28% na rodada anterior) e entre
aqueles que têm renda familiar de mais de 1 até 2 salários mínimos
(mantém 26%).

- Ibaneis cresce de forma expressiva em praticamente todos os segmentos

Documento assinado via Token digitalmente por JOSE JAIRO GOMES, em 07/05/2019 15:51. Para verificar a assinatura acesse
analisados, com destaque para os eleitores evangélicos (vai de 7% para
22%), os de 35 a 44 anos de idade (de 10% para 24%), nas faixas de renda
de 1 até 2 salários mínimos (avança de 8% para 22%) e acima de 5 salários
mínimos (de 7% para 20% das menções).

- Fraga deixa de se destacar entre os mais velhos ao cair 7 p.p. neste


segmento (de 20% para 13% das intenções de voto). Seu desempenho cai
também entre eleitores que declaram ter outra religião que não a católica ou
a evangélica: de 15% para 6%; e entre os que possuem renda familiar de

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mais 1 a 2 SM: de 15% para 9%. Neste momento o melhor desempenho do
democrata ocorre na faixa etária de 45 a 54 anos, com 17% das citações
(tinha 14% na última pesquisa).

- Já o atual governador, Rollemberg, oscila dentro da margem de erro da


pesquisa em todos os segmentos analisados e não apresenta diferenças de
desempenho significativas entre eles (deixa de se destacar na faixa de
renda mais alta após oscilar 2 p.p. para baixo neste grupo).

- Rogério Rosso oscila dentro da margem de erro na maioria dos segmentos


avaliados, exceto entre aqueles que concluíram da 5ª à 8ª série do ensino
Fundamental, entre os quais cai de 12% para 7% das menções. O melhor
desempenho do candidato nesta rodada se dá entre os evangélicos,
chegando a 15% das intenções de voto (tinha 13% na pesquisa anterior).”
(Disponível em <http://www.ibopeinteligencia.com/noticias-e-pesquisas/no-
distrito-federal-ibaneis-cresce-11-pontos-e-divide-a-lideranca-com-eliana-
pedrosa/>. Acessado em 26 abr 2019).

Pesquisas relacionadas ao primeiro turno das eleições gerais de 2018 que foram
confirmadas nas urnas, conforme resultado proclamado pela Justiça Eleitoral. Ademais, de
acordo com repositório de dados eleitorais mantido pelo eg. TSE, os réus obtiveram
votação expressiva em todas as zonas eleitorais do Distrito Federal, fossem as mais
abastadas ou as reconhecidamente mais vulneráveis (Disponível em
<http://agencia.tse.jus.br/estatistica/sead/odsele/votacao_candidato_munzona/votacao_cand
idato_munzona_2018.zip>. Acessado em 26 abr 2019).
Vejamos a seguinte compilação:

AIJE IBANEZ 105e 0602991-66.2018 e 0603024-56.2018. AIJE. Rollemberg e Brasília de Mãos Limpas x Ibaneis e Marcus Vinícius.odt

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Procuradoria Regional Eleitoral no Distrito Federal

RESULTADO DAS ELEIÇÕES GERAIS DE 2018 EM 1º TURNO PARA O CARGO DE GOVERNADOR DO DISTRITO
FEDERAL POR ZONA ELEITORAL
NM_URNA_CANDI DS_SITUACAO_C QT_VOTOS_N
ZONA ELEITORAL NM_PARTIDO NM_COLIGACAO
DATO ANDIDATURA OMINAIS
RODRIGO Partido Socialista BRASÍLIA DE
APTO 17796
ROLLEMBERG Brasileiro MÃOS LIMPAS
Movimento
PRA FAZER A
IBANEIS APTO Democrático 13793
DIFERENÇA
Brasileiro
GENERAL PAULO Partido Republicano BRASÍLIA ACIMA
APTO 6355
CHAGAS Progressista DE TUDO
ALEXANDRE
APTO Partido Novo PARTIDO ISOLADO 4908
GUERRA
Partido Social
ROGÉRIO ROSSO APTO UNIDOS PELO DF 3721
Democrático

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ELAS POR NÓS:
Partido Socialismo e
1ª Zona Eleitoral FÁTIMA SOUSA APTO SEM MEDO DE 3494
Liberdade
(Asa Sul) MUDAR O DF
Partido dos
JÚLIO MIRAGAYA APTO PARTIDO ISOLADO 2190
Trabalhadores
Partido Republicano
ELIANA PEDROSA APTO JUNTOS DE VOCÊ 1768
da Ordem Social
CORAGEM E
ALBERTO FRAGA APTO Democratas RESPEITO PELO 1667
POVO

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Partido Socialista
GUILLEN APTO dos Trabalhadores PARTIDO ISOLADO 53
Unificado
Partido da Causa
RENAN ROSA INAPTO PARTIDO ISOLADO 0
Operária
Movimento
PRA FAZER A
IBANEIS APTO Democrático 28623
DIFERENÇA
Brasileiro
RODRIGO Partido Socialista BRASÍLIA DE
APTO 11711
ROLLEMBERG Brasileiro MÃOS LIMPAS
Partido Republicano
ELIANA PEDROSA APTO JUNTOS DE VOCÊ 9547
da Ordem Social
Partido Social
ROGÉRIO ROSSO APTO UNIDOS PELO DF 6989
Democrático
GENERAL PAULO Partido Republicano BRASÍLIA ACIMA
APTO 4372
CHAGAS Progressista DE TUDO
CORAGEM E
2ª Zona Eleitoral ALBERTO FRAGA APTO Democratas RESPEITO PELO 4170
(Paranoá) POVO
Partido dos
JÚLIO MIRAGAYA APTO PARTIDO ISOLADO 2986
Trabalhadores
ALEXANDRE
APTO Partido Novo PARTIDO ISOLADO 2935
GUERRA
ELAS POR NÓS:
Partido Socialismo e
FÁTIMA SOUSA APTO SEM MEDO DE 2468
Liberdade
MUDAR O DF
Partido Socialista
GUILLEN APTO dos Trabalhadores PARTIDO ISOLADO 60
Unificado
Partido da Causa
RENAN ROSA INAPTO PARTIDO ISOLADO 0
Operária

AIJE IBANEZ 105e 0602991-66.2018 e 0603024-56.2018. AIJE. Rollemberg e Brasília de Mãos Limpas x Ibaneis e Marcus Vinícius.odt

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Movimento
PRA FAZER A
IBANEIS APTO Democrático 23250
DIFERENÇA
Brasileiro
Partido Social
ROGÉRIO ROSSO APTO UNIDOS PELO DF 6347
Democrático
RODRIGO Partido Socialista BRASÍLIA DE
APTO 5389
ROLLEMBERG Brasileiro MÃOS LIMPAS
CORAGEM E
ALBERTO FRAGA APTO Democratas RESPEITO PELO 3806
POVO
GENERAL PAULO Partido Republicano BRASÍLIA ACIMA
APTO 3519
CHAGAS Progressista DE TUDO
3ª Zona Eleitoral Partido Republicano
ELIANA PEDROSA APTO JUNTOS DE VOCÊ 3024
(Taguatinga Norte) da Ordem Social
ELAS POR NÓS:
Partido Socialismo e

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FÁTIMA SOUSA APTO SEM MEDO DE 2323
Liberdade
MUDAR O DF
Partido dos
JÚLIO MIRAGAYA APTO PARTIDO ISOLADO 1973
Trabalhadores
ALEXANDRE
APTO Partido Novo PARTIDO ISOLADO 1676
GUERRA
Partido Socialista
GUILLEN APTO dos Trabalhadores PARTIDO ISOLADO 47
Unificado
Partido da Causa

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RENAN ROSA INAPTO PARTIDO ISOLADO 0
Operária
Movimento
PRA FAZER A
IBANEIS APTO Democrático 31332
DIFERENÇA
Brasileiro
Partido Social
ROGÉRIO ROSSO APTO UNIDOS PELO DF 8768
Democrático
Partido Republicano
ELIANA PEDROSA APTO JUNTOS DE VOCÊ 6202
da Ordem Social
RODRIGO Partido Socialista BRASÍLIA DE
APTO 4731
ROLLEMBERG Brasileiro MÃOS LIMPAS
CORAGEM E
ALBERTO FRAGA APTO Democratas RESPEITO PELO 4524
POVO
4ª Zona Eleitoral
GENERAL PAULO Partido Republicano BRASÍLIA ACIMA
(Gama – Santa APTO 4482
CHAGAS Progressista DE TUDO
Maria)
Partido dos
JÚLIO MIRAGAYA APTO PARTIDO ISOLADO 2504
Trabalhadores
ELAS POR NÓS:
Partido Socialismo e
FÁTIMA SOUSA APTO SEM MEDO DE 2074
Liberdade
MUDAR O DF
ALEXANDRE
APTO Partido Novo PARTIDO ISOLADO 1551
GUERRA
Partido Socialista
GUILLEN APTO dos Trabalhadores PARTIDO ISOLADO 39
Unificado
Partido da Causa
RENAN ROSA INAPTO PARTIDO ISOLADO 0
Operária
5ª Zona Eleitoral IBANEIS APTO Movimento PRA FAZER A 38855
(Sobradinho) Democrático DIFERENÇA
Brasileiro
RODRIGO APTO Partido Socialista BRASÍLIA DE 13923
ROLLEMBERG Brasileiro MÃOS LIMPAS

AIJE IBANEZ 105e 0602991-66.2018 e 0603024-56.2018. AIJE. Rollemberg e Brasília de Mãos Limpas x Ibaneis e Marcus Vinícius.odt

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Procuradoria Regional Eleitoral no Distrito Federal

Partido Social
ROGÉRIO ROSSO APTO UNIDOS PELO DF 9175
Democrático
Partido Republicano
ELIANA PEDROSA APTO JUNTOS DE VOCÊ 7962
da Ordem Social
GENERAL PAULO Partido Republicano BRASÍLIA ACIMA
APTO 6479
CHAGAS Progressista DE TUDO
CORAGEM E
ALBERTO FRAGA APTO Democratas RESPEITO PELO 4015
POVO
ELAS POR NÓS:
Partido Socialismo e
FÁTIMA SOUSA APTO SEM MEDO DE 3904
Liberdade
MUDAR O DF
Partido dos
JÚLIO MIRAGAYA APTO PARTIDO ISOLADO 3901
Trabalhadores
ALEXANDRE
APTO Partido Novo PARTIDO ISOLADO 3326

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GUERRA
Partido Socialista
GUILLEN APTO dos Trabalhadores PARTIDO ISOLADO 117
Unificado
Partido da Causa
RENAN ROSA INAPTO PARTIDO ISOLADO 0
Operária
Movimento
PRA FAZER A
IBANEIS APTO Democrático 43956
DIFERENÇA
Brasileiro
Partido Social

http://www.transparencia.mpf.mp.br/validacaodocumento. Chave 8A4BDAA4.4E9CBBB0.A79BDFE3.6059AD3F


ROGÉRIO ROSSO APTO UNIDOS PELO DF 10831
Democrático
Partido Republicano
ELIANA PEDROSA APTO JUNTOS DE VOCÊ 9675
da Ordem Social
RODRIGO Partido Socialista BRASÍLIA DE
APTO 8249
ROLLEMBERG Brasileiro MÃOS LIMPAS
CORAGEM E
ALBERTO FRAGA APTO Democratas RESPEITO PELO 5424
POVO
6ª Zona Eleitoral GENERAL PAULO Partido Republicano BRASÍLIA ACIMA
APTO 4393
(Planaltina) CHAGAS Progressista DE TUDO
Partido dos
JÚLIO MIRAGAYA APTO PARTIDO ISOLADO 4027
Trabalhadores
ELAS POR NÓS:
Partido Socialismo e
FÁTIMA SOUSA APTO SEM MEDO DE 2573
Liberdade
MUDAR O DF
ALEXANDRE
APTO Partido Novo PARTIDO ISOLADO 1445
GUERRA
Partido Socialista
GUILLEN APTO dos Trabalhadores PARTIDO ISOLADO 71
Unificado
Partido da Causa
RENAN ROSA INAPTO PARTIDO ISOLADO 0
Operária
8ª Zona Eleitoral Movimento
PRA FAZER A
(Ceilândia) IBANEIS APTO Democrático 44076
DIFERENÇA
Brasileiro
ROGÉRIO ROSSO APTO Partido Social UNIDOS PELO DF 12859
Democrático
RODRIGO APTO Partido Socialista BRASÍLIA DE 10369
ROLLEMBERG Brasileiro MÃOS LIMPAS
ALBERTO FRAGA APTO Democratas CORAGEM E 6811
RESPEITO PELO
POVO

AIJE IBANEZ 105e 0602991-66.2018 e 0603024-56.2018. AIJE. Rollemberg e Brasília de Mãos Limpas x Ibaneis e Marcus Vinícius.odt

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SAS quadra 05 bloco E lote 08 – Brasília/DF – CEP 70.070-911
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Partido Republicano
ELIANA PEDROSA APTO JUNTOS DE VOCÊ 5600
da Ordem Social
GENERAL PAULO Partido Republicano BRASÍLIA ACIMA
APTO 4983
CHAGAS Progressista DE TUDO
Partido dos
JÚLIO MIRAGAYA APTO PARTIDO ISOLADO 4060
Trabalhadores
ELAS POR NÓS:
Partido Socialismo e
FÁTIMA SOUSA APTO SEM MEDO DE 3641
Liberdade
MUDAR O DF
ALEXANDRE
APTO Partido Novo PARTIDO ISOLADO 1936
GUERRA
Partido Socialista
GUILLEN APTO dos Trabalhadores PARTIDO ISOLADO 72
Unificado
Partido da Causa
RENAN ROSA INAPTO PARTIDO ISOLADO 0

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Operária
Movimento
PRA FAZER A
IBANEIS APTO Democrático 36004
DIFERENÇA
Brasileiro
RODRIGO Partido Socialista BRASÍLIA DE
APTO 14556
ROLLEMBERG Brasileiro MÃOS LIMPAS
Partido Social
ROGÉRIO ROSSO APTO UNIDOS PELO DF 9225
Democrático
GENERAL PAULO Partido Republicano BRASÍLIA ACIMA
APTO 7437
CHAGAS Progressista DE TUDO

http://www.transparencia.mpf.mp.br/validacaodocumento. Chave 8A4BDAA4.4E9CBBB0.A79BDFE3.6059AD3F


Partido Republicano
ELIANA PEDROSA APTO JUNTOS DE VOCÊ 5902
da Ordem Social
ALEXANDRE
APTO Partido Novo PARTIDO ISOLADO 5096
9ª Zona Eleitoral GUERRA
(Guará)
ELAS POR NÓS:
Partido Socialismo e
FÁTIMA SOUSA APTO SEM MEDO DE 4923
Liberdade
MUDAR O DF
CORAGEM E
ALBERTO FRAGA APTO Democratas RESPEITO PELO 4920
POVO
Partido dos
JÚLIO MIRAGAYA APTO PARTIDO ISOLADO 3656
Trabalhadores
Partido Socialista
GUILLEN APTO dos Trabalhadores PARTIDO ISOLADO 109
Unificado
Partido da Causa
RENAN ROSA INAPTO PARTIDO ISOLADO 0
Operária
10ª Zona Eleitoral Movimento
PRA FAZER A
(Núcleo IBANEIS APTO Democrático 36083
DIFERENÇA
Bandeirante) Brasileiro
RODRIGO Partido Socialista BRASÍLIA DE
APTO 10016
ROLLEMBERG Brasileiro MÃOS LIMPAS
Partido Social
ROGÉRIO ROSSO APTO UNIDOS PELO DF 8906
Democrático
GENERAL PAULO APTO Partido Republicano BRASÍLIA ACIMA 6216
CHAGAS Progressista DE TUDO
ELIANA PEDROSA APTO Partido Republicano JUNTOS DE VOCÊ 5154
da Ordem Social
ALBERTO FRAGA APTO Democratas CORAGEM E 5102
RESPEITO PELO
POVO

AIJE IBANEZ 105e 0602991-66.2018 e 0603024-56.2018. AIJE. Rollemberg e Brasília de Mãos Limpas x Ibaneis e Marcus Vinícius.odt

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42

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Ministério Público Federal
Procuradoria Regional Eleitoral no Distrito Federal

ALEXANDRE
APTO Partido Novo PARTIDO ISOLADO 3455
GUERRA
ELAS POR NÓS:
Partido Socialismo e
FÁTIMA SOUSA APTO SEM MEDO DE 3272
Liberdade
MUDAR O DF
Partido dos
JÚLIO MIRAGAYA APTO PARTIDO ISOLADO 3082
Trabalhadores
Partido Socialista
GUILLEN APTO dos Trabalhadores PARTIDO ISOLADO 59
Unificado
Partido da Causa
RENAN ROSA INAPTO PARTIDO ISOLADO 0
Operária
Movimento
PRA FAZER A
IBANEIS APTO Democrático 16223
DIFERENÇA
Brasileiro

Documento assinado via Token digitalmente por JOSE JAIRO GOMES, em 07/05/2019 15:51. Para verificar a assinatura acesse
RODRIGO Partido Socialista BRASÍLIA DE
APTO 13743
ROLLEMBERG Brasileiro MÃOS LIMPAS
GENERAL PAULO Partido Republicano BRASÍLIA ACIMA
APTO 6967
CHAGAS Progressista DE TUDO
Partido Social
ROGÉRIO ROSSO APTO UNIDOS PELO DF 4938
Democrático
ALEXANDRE
APTO Partido Novo PARTIDO ISOLADO 4772
GUERRA
ELAS POR NÓS:
Partido Socialismo e
11ª Zona Eleitoral FÁTIMA SOUSA APTO SEM MEDO DE 3119

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Liberdade
(Cruzeiro) MUDAR O DF
Partido dos
JÚLIO MIRAGAYA APTO PARTIDO ISOLADO 1960
Trabalhadores
CORAGEM E
ALBERTO FRAGA APTO Democratas RESPEITO PELO 1861
POVO
Partido Republicano
ELIANA PEDROSA APTO JUNTOS DE VOCÊ 1826
da Ordem Social
Partido Socialista
GUILLEN APTO dos Trabalhadores PARTIDO ISOLADO 46
Unificado
Partido da Causa
RENAN ROSA INAPTO PARTIDO ISOLADO 0
Operária
13ª Zona Eleitoral Movimento
PRA FAZER A
(Samambaia) IBANEIS APTO Democrático 44202
DIFERENÇA
Brasileiro
Partido Social
ROGÉRIO ROSSO APTO UNIDOS PELO DF 11713
Democrático
Partido Republicano
ELIANA PEDROSA APTO JUNTOS DE VOCÊ 8009
da Ordem Social
RODRIGO Partido Socialista BRASÍLIA DE
APTO 7273
ROLLEMBERG Brasileiro MÃOS LIMPAS
CORAGEM E
ALBERTO FRAGA APTO Democratas RESPEITO PELO 6642
POVO
GENERAL PAULO APTO Partido Republicano BRASÍLIA ACIMA 6103
CHAGAS Progressista DE TUDO
JÚLIO MIRAGAYA APTO Partido dos PARTIDO ISOLADO 3134
Trabalhadores
FÁTIMA SOUSA APTO Partido Socialismo e ELAS POR NÓS: 3088
Liberdade SEM MEDO DE
MUDAR O DF

AIJE IBANEZ 105e 0602991-66.2018 e 0603024-56.2018. AIJE. Rollemberg e Brasília de Mãos Limpas x Ibaneis e Marcus Vinícius.odt

Documento eletrônico assinado digitalmente por José Jairo Gomes


Procurador Regional Eleitoral – Processos: 0602991-66 e 0603024-51
Procuradoria Regional da República – 1ª Região – www.prr1.mpf.mp.br
SAS quadra 05 bloco E lote 08 – Brasília/DF – CEP 70.070-911
43

Assinado eletronicamente por: JOSE JAIRO GOMES - 07/05/2019 15:51:37 Num. 1473734 - Pág. 43
https://pje.tre-df.jus.br:8443/pje-web/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19050716412050300000001468675
Número do documento: 19050716412050300000001468675
Ministério Público Federal
Procuradoria Regional Eleitoral no Distrito Federal

ALEXANDRE
APTO Partido Novo PARTIDO ISOLADO 2296
GUERRA
Partido Socialista
GUILLEN APTO dos Trabalhadores PARTIDO ISOLADO 67
Unificado
Partido da Causa
RENAN ROSA INAPTO PARTIDO ISOLADO 0
Operária
RODRIGO Partido Socialista BRASÍLIA DE
APTO 23844
ROLLEMBERG Brasileiro MÃOS LIMPAS
Movimento
PRA FAZER A
IBANEIS APTO Democrático 17394
DIFERENÇA
Brasileiro
GENERAL PAULO Partido Republicano BRASÍLIA ACIMA
APTO 9500
CHAGAS Progressista DE TUDO
ALEXANDRE
APTO Partido Novo PARTIDO ISOLADO 6579

Documento assinado via Token digitalmente por JOSE JAIRO GOMES, em 07/05/2019 15:51. Para verificar a assinatura acesse
GUERRA
ELAS POR NÓS:
Partido Socialismo e
FÁTIMA SOUSA APTO SEM MEDO DE 6220
Liberdade
MUDAR O DF
14ª Zona Eleitoral Partido Social
ROGÉRIO ROSSO APTO UNIDOS PELO DF 4747
(Asa Norte) Democrático
Partido dos
JÚLIO MIRAGAYA APTO PARTIDO ISOLADO 3376
Trabalhadores
Partido Republicano
ELIANA PEDROSA APTO JUNTOS DE VOCÊ 2192
da Ordem Social

http://www.transparencia.mpf.mp.br/validacaodocumento. Chave 8A4BDAA4.4E9CBBB0.A79BDFE3.6059AD3F


CORAGEM E
ALBERTO FRAGA APTO Democratas RESPEITO PELO 1798
POVO
Partido Socialista
GUILLEN APTO dos Trabalhadores PARTIDO ISOLADO 85
Unificado
Partido da Causa
RENAN ROSA INAPTO PARTIDO ISOLADO 0
Operária
15ª Zona Eleitoral Movimento
PRA FAZER A
(Águas Claras – IBANEIS APTO Democrático 40622
DIFERENÇA
Taguatinga Sul) Brasileiro
RODRIGO Partido Socialista BRASÍLIA DE
APTO 19221
ROLLEMBERG Brasileiro MÃOS LIMPAS
Partido Social
ROGÉRIO ROSSO APTO UNIDOS PELO DF 13157
Democrático
GENERAL PAULO Partido Republicano BRASÍLIA ACIMA
APTO 10080
CHAGAS Progressista DE TUDO
ALEXANDRE
APTO Partido Novo PARTIDO ISOLADO 8103
GUERRA
ELAS POR NÓS:
Partido Socialismo e
FÁTIMA SOUSA APTO SEM MEDO DE 6500
Liberdade
MUDAR O DF
CORAGEM E
ALBERTO FRAGA APTO Democratas RESPEITO PELO 4998
POVO
ELIANA PEDROSA APTO Partido Republicano JUNTOS DE VOCÊ 4815
da Ordem Social
JÚLIO MIRAGAYA APTO Partido dos PARTIDO ISOLADO 3914
Trabalhadores
GUILLEN APTO Partido Socialista PARTIDO ISOLADO 108
dos Trabalhadores
Unificado

AIJE IBANEZ 105e 0602991-66.2018 e 0603024-56.2018. AIJE. Rollemberg e Brasília de Mãos Limpas x Ibaneis e Marcus Vinícius.odt

Documento eletrônico assinado digitalmente por José Jairo Gomes


Procurador Regional Eleitoral – Processos: 0602991-66 e 0603024-51
Procuradoria Regional da República – 1ª Região – www.prr1.mpf.mp.br
SAS quadra 05 bloco E lote 08 – Brasília/DF – CEP 70.070-911
44

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Ministério Público Federal
Procuradoria Regional Eleitoral no Distrito Federal

Partido da Causa
RENAN ROSA INAPTO PARTIDO ISOLADO 0
Operária
Movimento
PRA FAZER A
IBANEIS APTO Democrático 51189
DIFERENÇA
Brasileiro
Partido Social
ROGÉRIO ROSSO APTO UNIDOS PELO DF 12226
Democrático
RODRIGO Partido Socialista BRASÍLIA DE
APTO 8590
ROLLEMBERG Brasileiro MÃOS LIMPAS
Partido Republicano
ELIANA PEDROSA APTO JUNTOS DE VOCÊ 7951
da Ordem Social
CORAGEM E
ALBERTO FRAGA APTO Democratas RESPEITO PELO 7460
POVO
16ª Zona Eleitoral
GENERAL PAULO Partido Republicano BRASÍLIA ACIMA
(Ceilândia Norte e APTO 4930

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CHAGAS Progressista DE TUDO
Brazlândia)
Partido dos
JÚLIO MIRAGAYA APTO PARTIDO ISOLADO 4057
Trabalhadores
ELAS POR NÓS:
Partido Socialismo e
FÁTIMA SOUSA APTO SEM MEDO DE 2918
Liberdade
MUDAR O DF
ALEXANDRE
APTO Partido Novo PARTIDO ISOLADO 1751
GUERRA
Partido Socialista
GUILLEN APTO dos Trabalhadores PARTIDO ISOLADO 85

http://www.transparencia.mpf.mp.br/validacaodocumento. Chave 8A4BDAA4.4E9CBBB0.A79BDFE3.6059AD3F


Unificado
Partido da Causa
RENAN ROSA INAPTO PARTIDO ISOLADO 0
Operária
17ª Zona Eleitoral Movimento
PRA FAZER A
(Gama) IBANEIS APTO Democrático 37944
DIFERENÇA
Brasileiro
Partido Social
ROGÉRIO ROSSO APTO UNIDOS PELO DF 12603
Democrático
CORAGEM E
ALBERTO FRAGA APTO Democratas RESPEITO PELO 7005
POVO
Partido Republicano
ELIANA PEDROSA APTO JUNTOS DE VOCÊ 6289
da Ordem Social
GENERAL PAULO Partido Republicano BRASÍLIA ACIMA
APTO 6045
CHAGAS Progressista DE TUDO
RODRIGO Partido Socialista BRASÍLIA DE
APTO 6009
ROLLEMBERG Brasileiro MÃOS LIMPAS
Partido dos
JÚLIO MIRAGAYA APTO PARTIDO ISOLADO 4715
Trabalhadores
ELAS POR NÓS:
Partido Socialismo e
FÁTIMA SOUSA APTO SEM MEDO DE 3829
Liberdade
MUDAR O DF
ALEXANDRE
APTO Partido Novo PARTIDO ISOLADO 2356
GUERRA
GUILLEN APTO Partido Socialista PARTIDO ISOLADO 60
dos Trabalhadores
Unificado
RENAN ROSA INAPTO Partido da Causa PARTIDO ISOLADO 0
Operária
18ª Zona Eleitoral IBANEIS APTO Movimento PRA FAZER A 32758
(Lago Sul) Democrático DIFERENÇA
Brasileiro

AIJE IBANEZ 105e 0602991-66.2018 e 0603024-56.2018. AIJE. Rollemberg e Brasília de Mãos Limpas x Ibaneis e Marcus Vinícius.odt

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Ministério Público Federal
Procuradoria Regional Eleitoral no Distrito Federal

RODRIGO Partido Socialista BRASÍLIA DE


APTO 14604
ROLLEMBERG Brasileiro MÃOS LIMPAS
Partido Social
ROGÉRIO ROSSO APTO UNIDOS PELO DF 8699
Democrático
Partido Republicano
ELIANA PEDROSA APTO JUNTOS DE VOCÊ 6535
da Ordem Social
GENERAL PAULO Partido Republicano BRASÍLIA ACIMA
APTO 5947
CHAGAS Progressista DE TUDO
ALEXANDRE
APTO Partido Novo PARTIDO ISOLADO 4923
GUERRA
CORAGEM E
ALBERTO FRAGA APTO Democratas RESPEITO PELO 4300
POVO
Partido dos
JÚLIO MIRAGAYA APTO PARTIDO ISOLADO 3194
Trabalhadores

Documento assinado via Token digitalmente por JOSE JAIRO GOMES, em 07/05/2019 15:51. Para verificar a assinatura acesse
ELAS POR NÓS:
Partido Socialismo e
FÁTIMA SOUSA APTO SEM MEDO DE 3097
Liberdade
MUDAR O DF
Partido Socialista
GUILLEN APTO dos Trabalhadores PARTIDO ISOLADO 58
Unificado
Partido da Causa
RENAN ROSA INAPTO PARTIDO ISOLADO 0
Operária
Movimento
PRA FAZER A
IBANEIS APTO Democrático 32110

http://www.transparencia.mpf.mp.br/validacaodocumento. Chave 8A4BDAA4.4E9CBBB0.A79BDFE3.6059AD3F


DIFERENÇA
Brasileiro
RODRIGO Partido Socialista BRASÍLIA DE
APTO 10077
ROLLEMBERG Brasileiro MÃOS LIMPAS
Partido Social
ROGÉRIO ROSSO APTO UNIDOS PELO DF 8993
Democrático
GENERAL PAULO Partido Republicano BRASÍLIA ACIMA
APTO 5190
CHAGAS Progressista DE TUDO
CORAGEM E
ALBERTO FRAGA APTO Democratas RESPEITO PELO 5150
POVO
19ª Zona Eleitoral Partido Republicano
ELIANA PEDROSA APTO JUNTOS DE VOCÊ 3871
(Taguatinga Norte) da Ordem Social
ELAS POR NÓS:
Partido Socialismo e
FÁTIMA SOUSA APTO SEM MEDO DE 3684
Liberdade
MUDAR O DF
ALEXANDRE
APTO Partido Novo PARTIDO ISOLADO 3361
GUERRA
Partido dos
JÚLIO MIRAGAYA APTO PARTIDO ISOLADO 2762
Trabalhadores
Partido Socialista
GUILLEN APTO dos Trabalhadores PARTIDO ISOLADO 49
Unificado
Partido da Causa
RENAN ROSA INAPTO PARTIDO ISOLADO 0
Operária
20ª Zona Eleitoral IBANEIS APTO Movimento PRA FAZER A 25474
(Ceilândia Sul) Democrático DIFERENÇA
Brasileiro
ROGÉRIO ROSSO APTO Partido Social UNIDOS PELO DF 6807
Democrático
RODRIGO APTO Partido Socialista BRASÍLIA DE 6014
ROLLEMBERG Brasileiro MÃOS LIMPAS

AIJE IBANEZ 105e 0602991-66.2018 e 0603024-56.2018. AIJE. Rollemberg e Brasília de Mãos Limpas x Ibaneis e Marcus Vinícius.odt

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Procurador Regional Eleitoral – Processos: 0602991-66 e 0603024-51
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SAS quadra 05 bloco E lote 08 – Brasília/DF – CEP 70.070-911
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Ministério Público Federal
Procuradoria Regional Eleitoral no Distrito Federal

CORAGEM E
ALBERTO FRAGA APTO Democratas RESPEITO PELO 3555
POVO
GENERAL PAULO Partido Republicano BRASÍLIA ACIMA
APTO 3269
CHAGAS Progressista DE TUDO
Partido Republicano
ELIANA PEDROSA APTO JUNTOS DE VOCÊ 3247
da Ordem Social
Partido dos
JÚLIO MIRAGAYA APTO PARTIDO ISOLADO 2296
Trabalhadores
ELAS POR NÓS:
Partido Socialismo e
FÁTIMA SOUSA APTO SEM MEDO DE 2250
Liberdade
MUDAR O DF
ALEXANDRE
APTO Partido Novo PARTIDO ISOLADO 1211
GUERRA
Partido Socialista

Documento assinado via Token digitalmente por JOSE JAIRO GOMES, em 07/05/2019 15:51. Para verificar a assinatura acesse
GUILLEN APTO dos Trabalhadores PARTIDO ISOLADO 32
Unificado
Partido da Causa
RENAN ROSA INAPTO PARTIDO ISOLADO 0
Operária
Movimento
PRA FAZER A
IBANEIS APTO Democrático 40120
DIFERENÇA
Brasileiro
Partido Social
ROGÉRIO ROSSO APTO UNIDOS PELO DF 9081
Democrático
Partido Republicano

http://www.transparencia.mpf.mp.br/validacaodocumento. Chave 8A4BDAA4.4E9CBBB0.A79BDFE3.6059AD3F


ELIANA PEDROSA APTO JUNTOS DE VOCÊ 6010
da Ordem Social
CORAGEM E
ALBERTO FRAGA APTO Democratas RESPEITO PELO 5632
POVO
GENERAL PAULO Partido Republicano BRASÍLIA ACIMA
APTO 4706
CHAGAS Progressista DE TUDO
21ª Zona Eleitoral
RODRIGO Partido Socialista BRASÍLIA DE
(Recanto das APTO 4395
ROLLEMBERG Brasileiro MÃOS LIMPAS
Emas)
Partido dos
JÚLIO MIRAGAYA APTO PARTIDO ISOLADO 2805
Trabalhadores
ELAS POR NÓS:
Partido Socialismo e
FÁTIMA SOUSA APTO SEM MEDO DE 2271
Liberdade
MUDAR O DF
ALEXANDRE
APTO Partido Novo PARTIDO ISOLADO 1581
GUERRA
Partido Socialista
GUILLEN APTO dos Trabalhadores PARTIDO ISOLADO 55
Unificado
Partido da Causa
RENAN ROSA INAPTO PARTIDO ISOLADO 0
Operária

É cediço também que os mesmos institutos de pesquisa já delineavam cenário


equilibrado na disputa no segundo turno das eleições gerais de 2018, em que os réus
granjeavam já larga vantagem, confirmada posteriormente nas urnas:

DATAFOLHA: “Ibaneis tem 50 pontos de vantagem sobre Rollemberg no


Distrito Federal
ELEIÇÕES – 19/10/2018 12H36
Primeira pesquisa Datafolha no 2º turno da eleição para governador do

AIJE IBANEZ 105e 0602991-66.2018 e 0603024-56.2018. AIJE. Rollemberg e Brasília de Mãos Limpas x Ibaneis e Marcus Vinícius.odt

Documento eletrônico assinado digitalmente por José Jairo Gomes


Procurador Regional Eleitoral – Processos: 0602991-66 e 0603024-51
Procuradoria Regional da República – 1ª Região – www.prr1.mpf.mp.br
SAS quadra 05 bloco E lote 08 – Brasília/DF – CEP 70.070-911
47

Assinado eletronicamente por: JOSE JAIRO GOMES - 07/05/2019 15:51:37 Num. 1473734 - Pág. 47
https://pje.tre-df.jus.br:8443/pje-web/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19050716412050300000001468675
Número do documento: 19050716412050300000001468675
Ministério Público Federal
Procuradoria Regional Eleitoral no Distrito Federal

Distrito Federal mostra Ibaneis (MDB) na liderança, com larga


vantagem sobre Rodrigo Rollemberg (PSB). O emedebista tem 75%
dos votos válidos, ante 25% do pesebista. Ibaneis foi o candidato mais
votado, com 42% dos votos válidos, ante 14% do govenador. Para a
contabilidade dos votos válidos são excluídos os votos em branco ou nulos
e os indecisos, é assim que a Justiça Eleitoral contabiliza e divulga o
resultado oficial da eleição.

Ibaneis lidera em todos os segmentos socioeconômicos e alcança índice de


intenção de voto mais alto entre os menos instruídos (83%), já, seu pior
desempenho está entre os mais ricos (54%).

O emedebista conquistou mais votos de Rogério Rosso (PSD), terceiro


colocado na disputa do 1º turno, do que Rollemberg. Entre os eleitores de
Rosso no 1º turno, 82% declararam votar agora em Ibaneis e 18% no
socialista. Rosso declarou publicamente apoio à Ibaneis no 2º turno.

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Ibaneis é o favorito tanto entre os eleitores de Jair Bolsonaro (PSL) quanto
de Fernando Haddad (PT) no DF. Entre os eleitores do ex-capitão, 81%
declararam votar no emedebista e 19% no governador. Já, entre os eleitores
do petista, os índices são, respectivamente, 60% e 40%.

Nesse levantamento, nos dias 17 e 18 de outubro de 2018, foram realizadas


1.512 entrevistas presenciais com eleitores de todas as regiões do Distrito
Federal. A margem de erro máxima é de 3 pontos percentuais, para mais ou

http://www.transparencia.mpf.mp.br/validacaodocumento. Chave 8A4BDAA4.4E9CBBB0.A79BDFE3.6059AD3F


para menos, para o total da amostra.

Na contabilidade do total de votos, incluindo brancos, nulos e indecisos,


Ibaneis tem 65% das intenções de voto e Rollemberg, 22%. Brancos e nulos
somam 8% e indecisos, 5%.

O índice de menções corretas do número do candidato é próximo entre os


eleitores de Ibaneis (75%) e de Rollemberg (71%).” (Disponível em
<http://datafolha.folha.uol.com.br/eleicoes/2018/10/1983425-ibaneis-tem-50-
pontos-de-vantagem-sobre-rollemberg-no-distrito-federal.shtml>. Acessado
em 29 abr 2019).

IBOPE: “Na primeira pesquisa de segundo turno no Distrito Federal, Ibaneis


aparece na liderança com 75% dos votos válidos; Rollemberg tem 25%

A primeira pesquisa realizada pelo IBOPE Inteligência em parceria com a


Rede Globo, a respeito do segundo turno da eleição para Governador do
Distrito Federal, aponta Ibaneis (MDB), liderando a disputa pelo cargo com
75% dos votos válidos, enquanto o atual governador, Rodrigo Rollemberg
(PSB) tem 25%. O percentual de votos válidos de cada candidato
corresponde à proporção de votos do candidato sobre o total de votos,
excluídos os votos brancos, nulos e indecisos. [...]” (Disponível em
<http://www.ibopeinteligencia.com/noticias-e-pesquisas/na-primeira-
pesquisa-de-segundo-turno-no-distrito-federal-ibaneis-aparece-na-lideranca-
com-75-dos-votos-validos-rollemberg-tem-25/>. Acessado em 29 abr 2019).

5. Assim, embora de todo questionável a conduta do réu, não se chegou a


configurar o ilícito de abuso de poder econômico no processo eleitoral, impondo-se,
consequentemente, a improcedência dos pedidos autorais de aplicação das sanções do
inciso XIV do art. 22 da Lei de Inelegibilidades.

AIJE IBANEZ 105e 0602991-66.2018 e 0603024-56.2018. AIJE. Rollemberg e Brasília de Mãos Limpas x Ibaneis e Marcus Vinícius.odt

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Procurador Regional Eleitoral – Processos: 0602991-66 e 0603024-51
Procuradoria Regional da República – 1ª Região – www.prr1.mpf.mp.br
SAS quadra 05 bloco E lote 08 – Brasília/DF – CEP 70.070-911
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Número do documento: 19050716412050300000001468675
Ministério Público Federal
Procuradoria Regional Eleitoral no Distrito Federal

CONCLUSÃO

6. Ante o exposto, a Procuradoria Regional Eleitoral manifesta-se:


i) em preliminar, pela rejeição das questões preliminares de nulidade
processual por cerceamento de defesa e de ausência de contestação substancial suscitada
pelos autores Rodrigo Sobral Rollemberg, Coligação Brasília de Mãos Limpas
(PSB/PDT/REDE/PV/PCdoB), Coligação Elas Por Nós: Sem Medo de Mudar o DF
(PSOL/PCB) e Maria Fátima de Sousa.
ii) no mérito, pela improcedência dos pedidos dos autores das gizadas Ações

Documento assinado via Token digitalmente por JOSE JAIRO GOMES, em 07/05/2019 15:51. Para verificar a assinatura acesse
de Investigação de Judicial Eleitoral.

Brasília, 7 de maio de 2019.

(assinado eletronicamente)

http://www.transparencia.mpf.mp.br/validacaodocumento. Chave 8A4BDAA4.4E9CBBB0.A79BDFE3.6059AD3F


José Jairo Gomes
Procurador Regional Eleitoral

AIJE IBANEZ 105e 0602991-66.2018 e 0603024-56.2018. AIJE. Rollemberg e Brasília de Mãos Limpas x Ibaneis e Marcus Vinícius.odt

Documento eletrônico assinado digitalmente por José Jairo Gomes


Procurador Regional Eleitoral – Processos: 0602991-66 e 0603024-51
Procuradoria Regional da República – 1ª Região – www.prr1.mpf.mp.br
SAS quadra 05 bloco E lote 08 – Brasília/DF – CEP 70.070-911
49

Assinado eletronicamente por: JOSE JAIRO GOMES - 07/05/2019 15:51:37 Num. 1473734 - Pág. 49
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