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Winnicott - Principais Conceitos

Resumo: Este artigo resume os principais conceitos da obra de Donald


Woods Winnicott. Para Winnicott a criança nasce indefesa. É um ser
desintegrado, que percebe de maneira desorganizada os diferentes estímulos
provenientes do exterior. O bebê nasce também com uma tendência para o
desenvolvimento. A tarefa da mãe é oferecer um suporte adequado para que as
condições inatas alcancem um desenvolvimento ótimo.

Palavras-chave: Winnicott, holding, self verdadeiro, falso self.

Holding

Para Winnicott a sustentação ou holdingprotege contra a afronta


fisiológica. O holdingdeve levar em consideração a sensibilidade epidérmica da
criança – tato, temperatura, sensibilidade auditiva, sensibilidade visual,
sensibilidade às quedas – assim como o fato de que a criança desconhece a
existência de tudo o que não seja ela própria. Inclui toda a rotina de cuidados ao
longo do dia e da noite. A sustentação compreende, em especial, o fato físico de
sustentar a criança nos braços, e que constitui uma forma de amar. A mãe
funciona como um ego auxiliar.

Winnicott propõe que, durante os últimos meses de gestação e primeiras


semanas posteriores ao parto, produz-se na mãe um estado psicológico
especial, ao qual chamou de “preocupação materna primaria”. A mãe adquire
graças a esta sensibilização, uma capacidade particular para se identificar com
as necessidades do bebê.

O holding feito pela mãe é o


fator que decide a passagem do
estado de não-integração, que
caracteriza o recém-nascido, para a
integração posterior. O vínculo entre a
mãe e o bebê assentará as bases
para o desenvolvimento saudável das
capacidades inatas do indivíduo.

Self Verdadeiro e Falso Self

O ser humano, para Winnicott,


nasce como um conjunto
desorganizado de pulsões, instintos, capacidades perceptivas e motoras que
conforme progride o desenvolvimento vão se integrando, até alcançar uma
imagem unificada de si e do mundo externo. (Bleicmar e Bleicmar, 1992).

O papel da mãe é prover o bebê de um ego auxiliar que lhe permita


integrar suas sensações corporais, os estímulos ambientais e suas capacidades
motoras nascentes.

Quando a mãe não fornece a proteção necessária ao frágil ego do recém-


nascido; a criança perceberá esta falha ambiental como uma ameaça à sua
continuidade existencial, a qual, por sua vez, provocará nela a vivência subjetiva
de que todas as suas percepções e atividades motoras são apenas uma
resposta diante do perigo a que se vê exposta. Pouco a pouco, procura substituir
a proteção que lhe falta por um “fabricada” por ela. O sujeito vai se envolvendo
em uma casca, às custas da qual cresce e se desenvolve o self. O individuo vai
se desenvolvendo como uma extensão da casca, como uma extensão do meio
atacante.

Winnicott diz que a “mãe boa” é a que responde a onipotência do lactante


e, de certo modo, dá-lhe sentido. O self verdadeiro começa a adquirir vida,
através da força que a mãe, ao cumprir as expressões da onipotência infantil, dá
ao ego débil da criança. A mãe que “não é boa” é incapaz de cumprir a
onipotência da criança, pelo que repentinamente deixa de responder ao gesto da
mesma, em seu lugar coloca o seu próprio gesto, cujo sentido depende da
submissão ou acatamento do mesmo por parte da criança. Esta submissão
constitui a primeira fase do self falso e é própria da incapacidade materna para
interpretar as necessidades da criança.

Nos casos mais próximos da saúde, o self falso age como uma defesa
do verdadeiro, a quem protege sem substituir. Nos casos mais graves, o self
falso substitui o real e o indivíduo. Winnicott diz que na saúde o self falso se
encontra representado por toda a organização da atitude social cortês e bem
educada. Produziu-se um aumento da capacidade do individuo para renunciar a
onipotência e ao processo primário, em geral, ganhando assim um lugar na
sociedade que jamais se pode conseguir manter mediante unicamente o self
verdadeiro. O falso self, especialmente quando se encontra no extremo mais
patológico da escala, é acompanhado geralmente por uma sensação subjetiva
de vazio, futilidade e irrealidade.

Objeto Transicional

O objeto transicional representa a primeira posse “não-ego” da criança,


têm um caráter de intermediação entre o seu mundo interno e externo.
Em Winnicott o conceito de objeto ou fenômeno transicional recebe três
usos diferentes: um processo evolutivo, como etapa do desenvolvimento;
vinculada às angústias de separação e às defesas contra elas; representando
um espaço dentro da mente do indivíduo. Ele propõe ainda que em
determinadas condições, o fenômeno ou objeto transicional pode ter uma
evolução patológica, ou mesmo se associar a certas condições anormais.

O objeto transicional é algo que não está definitivamente nem dentro


nem fora da criança; servirá para que o sujeito possa experimentar com essas
situações, e para ir demarcando seus próprios limites mentais em relação ao
externo e ao interno. Bleichmar e Bleichmar (1992) dizem que o objeto
transicional está situado em uma zona intermediária, na qual a criança se
exercita na experimentação com objetos, mesmo que estejam fora, sente como
parte de si mesma.

Para explicar a constituição do objeto transicional, Winnicott remonta ao


primeiro vínculo da criança com o mundo externo, a relação com o seio materno.
No princípio, a criança tem uma ilusão de onipotência, vivenciando o seio como
sendo parte do seu próprio corpo. Mas, uma vez alcançada esta onipotência
ilusória, a mãe deve idealmente, ir desiludindo a criança, pouco a pouco,
fazendo com que o bebê adquira a noção de que o seio é uma “possessão”, no
sentido de um objeto, mas que não é ele (“pertence-me, mas não sou eu”).

O objeto transicional ocupa para um lugar


que Winnicott chama de ilusão. Ao contrario do
seio, que não está disponível constantemente, o
objeto transicional é conservado pela criança. Ela
é quem decide a distância entre ela e tal objeto.
Como os fenômenos transacionais “representam”
a mãe é essencial que ela seja vivenciado como
um objeto bom. Bleichmar e Bleichamar (1992)
relatam que, quando dentro da criança, o objeto
materno está danificado, é pouco provável que
ela recorra, de maneira constante, a um
fenômeno transicional.

Winnicott aponta algumas características


que são comuns aos objetos transicionais: a
criança afirma uma série de direitos sobre o
objeto; o objeto é afetuosamente ninado e
excitadamente amado e mutilado; deve sobreviver ao ódio, ao amor, e à
agressão. É muito importante que o objeto sobreviva à agressão, possibilitando a
criança neutraliza-la, dando-lhe, posteriormente, um fim construtivo, ao notar que
esta não destrói os objetos.

A ligação e o afastamento do objeto transicional deixa em cada sujeito uma


marca: fica na mente do indivíduo um espaço que, assim como o objeto
transicional, é intermediário entre o interno e o externo. É nesse espaço que se
produz muitas das atividades criativas do homem, como as artes, a musica, etc.
que “representam” o mundo interno para o exterior e, em certo sentido,
“representa” a realidade para si mesmo.

Desenvolvimento Psíquico

Winnicott propõe que a maturação emocional se dê em três etapas


sucessivas: a da integração e personalização, a da adaptação à realidade e a de
pré-inquietude ou crueldade primitiva.

Integração e Personalização

Para Winnicott as experiências iniciais ou diádicas são estruturantes do


psiquismo, participam da organização da personalidade e dos sintomas. O bebê
nasce em um estado de não integração. Onde os núcleos do ego estão
dispersos e, para o bebê, estes núcleos estão incluídos em uma unidade que ele
forma com o meio ambiente. A meta desta etapa é a integração dos núcleos do
ego e a personalização – adquirir a sensação de que o corpo aloja o verdadeiro
self. O objeto unificador do ego inicial não integrado da criança é a mãe e sua
atenção (holding).

Na etapa inicial de desenvolvimento a questão primordial é a presença de


uma mãe-ambiente confiável que se adapte às suas necessidades de maneira
virtualmente perfeita. Gurfinkel (1999) lembra que Winnicott inclui entre as
“necessidades do ego” tanto os cuidados físicos quanto os psíquicos. Nem a
realização mecânica das tarefas físicas ligadas ao lidar com o bebê, e nem a
resposta imediata às suas demandas pulsionaisimplicam a satisfação das
necessidades do ego.

A integração é obtida a partir de duas séries de experiências: por um lado


tem especial importância a sustentação exercida pela mãe, que “recolhe os
pedacinhos do ego”, permitindo a criança que se sinta integrada dentro dela; por
outro lado há um tipo de experiência que tende a reunir a personalidade em um
todo, a partir de dentro (a atividade mental do bebê). Chega um período em que
a criança, graças às experiências citadas, consegue reunir os núcleos do seu
ego, adquirindo a noção de que ela é diferente do mundo que a rodeia. Esse
momento de diferenciação entre “eu” e “não-eu” pode ser perigoso para o bebê,
pois o exterior pode ser sentido como perseguidor e ameaçador. Essas ameaças
são neutralizadas, dentro do desenvolvimento sadio, pela existência do cuidado
amoroso por parte da mãe.

A personalização – definida por Winnicott como “o sentimento de que a


de que a pessoa de alguém encontra-se no próprio corpo”. O autor propõe que o
desenvolvimento normal levaria a alcançar um esquema corporal, chamando-o
de unidade psique-soma. Gurfinkel (1999) diz que a psique e o soma – que
formam o esquema corporal de todo indivíduo – interpenetram-se e
desenvolvem-se em uma relação dialética, e apresentam o paradoxo da
diversidade na unidade.

Para Winnicott mente e psique são conceitos diferentes; trata-se de


registros relacionados, mas heterogêneos. A psique é a elaboração imaginativa
das partes, sentimentos e funções somáticas e não se separa, nem se divide do
soma. A mente, no desenvolvimento saudável, não é nada mais do que um caso
particular do funcionamento do psicossoma, surgindo como uma especialidade a
partir da parte psíquica do psicossoma.

Adaptação à Realidade

A medida que o desenvolvimento progride, a criança tem um ego


relativamente integrado, e com a sensação de que o núcleo do si-próprio habita
o seu corpo. Ela e o mundo são
duas coisas separadas. A etapa
seguinte é conseguir alcançar uma
adaptação à realidade.

Nessa etapa a mãe tem o


papel de prover a criança com os
elementos da realidade com que
irá construir a imagem psíquica do
mundo externo. A adaptação
absoluta do meio ao bebê se torna
adaptação relativa, através de um
delicado processo gradual de falhas em pequenas doses.

Bleichmar e Bleichmar (1992) dizem que para Winnicott a fantasia precede


a objetividade, e o seu enriquecimento com aspectos da realidade depende da
ilusão criada pela mãe; tudo repousa no vínculo precoce da criança com sua
mãe. Mas o acoplamento entre alucinação infantil e os elementos da realidade
fornecidos pela mãe nunca poderá ser perfeito. No entanto, o lactante pode vivê-
lo como quase ótimo, graças a uma parte de sua personalidade, que procura
preencher o vazio entre alucinação e realidade – a mente.

Winnicott considera que a atividade mental da criança faz com que um


meio ambiente suficiente se transforme em um perfeito, converte o relativo
fracasso da adaptação em um sucesso adaptativo. O autor fala que o que libera
a mãe de ser quase perfeita é a compreensão da criança.

A mente se desenvolve através da capacidade de compreender e


compensar as falhas; é uma função do ambiente à medida que ele começa a
falhar, Gurfinkel (1999) diz que é apenas à medida que o ambiente falha que ele
começa a existir para o bebê enquanto realidade. Portanto, se no início, a tarefa
da mãe é adaptar-se de maneira absoluta às necessidades do bebê, em
seguida, será de fundamental importância que ela possa fornecer um fracasso
gradual da adaptação para que a função mental do bebê se desenvolva
satisfatoriamente. O resultado disto será a emergência da capacidade do próprio
sujeito de cuidar de seu self, atingindo um estágio de dependência madura.

Quando p ambiente não proporciona os cuidados que o psicossoma


considera como elementares, a mente se vê obrigada a uma hiperatividade, o
pensamento do indivíduo começa a assumir o controle e a organizar o cuidado
ao psique-soma, podendo ocasionar uma oposição entre mente e psicossoma,
ocasionado um distanciamento do verdadeiro self. Em estado de saúde, a mente
não usurpa as funções do meio, mas possibilita uma compreensão e eventual
aproveitamento de sua falha relativa.

Crueldade Primitiva (fase de pré-inquietude)

Depois de a criança ter alcançado a diferenciação entre ela e o meio


circundante e se adaptar em certa medida à realidade, pela absorção de pautas
objetivas dela, que modificam suas fantasia, o último passo que deve dar é
integrar em um todo as diferentes imagens que tem de sua mãe e do mundo.

Winnicott pensa que a criança pequena tem uma cota inata de


agressividade, que se exprime em determinadas condutas auto-destrutivas. O
bebê volta seu ódio sobre si mesmo para proteger o objeto externo; mas esta
manobra não é suficiente e em sua fantasia a mãe pode ficar intensamente
danificada. (Bleichmar e Bleichmar, 1992).

A mãe é, além do objeto que recebe, em certos momentos, a agressão da


criança, é também aquela que cuida dela e a protege. Quando a criança exprime
raiva e recebe amor, a criança confirma que a mãe sobreviveu e é um ser
separado dela. O bebê adquire a noção de que suas próprias pulsões não são
tão danosas e pode, pouco a pouco, aceitar a responsabilidade que possui sobre
elas.

Bleichmar e Bleichmar (1992) dizem que simultaneamente a mãe que é


agredida e a mãe que cuida vão se aproximando na mente do indivíduo, que
assim adquire a capacidade de se preocupar com seu bem-estar, como objeto
total. Isto constitui o grande sucesso que, que Winnicott identifica como a última
das etapas do desenvolvimento emocional primitivo.
Referências:

GURFIELD, Décio. Psicanálise e Psicossoma: notas a partir do pensamento de Winnicott. In: Volich, R. M.;
Ferraz, F. C.;

ARANTES, M. A. de A. C. Psicossoma II – psicossomática psicanalítica. São Paulo: Casa do Psicólogo,


1998.

BLEICHMAR, N. M. e Bleichmar, C. L. A Psicanálise depois de Freud: teoria e clínica. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1992.

OLIVEIRA, C. A. Disponível em:http://www.psicologia.org.br/internacional/winncar.htm. 17 de julho de 2008.

SANTOS, Eder Soares. A Teoria do Amadurecimento de D. W. Winnicott como Ciência Ôntica da


Acontecência Humana – apresentação do projeto de doutorado.
http://www.psicanaliseefilosofia.com.br/eder/doutorado.pdf. 17 de julho de 2008.

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