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Dança, corpo e movimento: da disciplina a uma clínica da (re)existência

Dance, body and movement: from discipline to a (re)existence clinic


Marcella de Moura Vianna
Acadêmica de Psicologia. Universidade Federal Fluminense (UFF)
E-mail: marcella.mvianna@gmail.com

Cássia Charrison
Professora de dança do CAPS Rubens Corrêa. Pós-graduada em terapia através do
movimento, corpo e subjetivação
E-mail: cassiacharrison281@gmail.com

Ingrid Carla Cárdenas Dako


Psicóloga do CAPS Rubens Corrêa. Especialista em Psicanálise
E-mail: ingriddako@yahoo.com.br

Resumo
O presente artigo busca discutir as potencialidades de uma clínica permeada pela
dança, corpo e movimento no campo da Saúde Mental. Para tal, inicia-se por um breve
percurso histórico, crítico e político acerca da relação entre a experiência da loucura e a forma
de tratamento dado aos corpos entendidos como loucos, sobretudo, os institucionalizados,
pensando nas relações de poder que os colocam como alvos de investimentos coercitivos,
disciplina e docilização. Com o surgimento do modelo de Atenção Psicossocial, serviços
substitutivos ao manicômio foram construídos e assim, observa-se todo um esforço para que
novas formas de clínica sejam operadas. O campo de análise deste estudo, pautado na
cartografia, foi a participação nas aulas de dança que acontecem semanalmente no Centro de
Atenção Psicossocial – CAPS Rubens Corrêa, situado em Irajá, no município do Rio de
Janeiro. A partir da adaptação de diários de campo, foram trazidas situações vivenciadas no
encontro com o grupo de maneira a pensar a dança como uma prática que extrapola a noção
de terapêutico, se configurando como uma estratégia de resistência à medida que corrobora
com a construção de novos estados corporais.
Palavras-chave: Corpo, loucura, dança, resistência

Abstract
This article seeks to discuss the potentialities of a clinic permeated by dance, body and
movement in the Mental Health field. To do this, it starts by a short historical, critical and
political course about the relation between the experience of madness and the kind of
treatment that is given to the bodies entitled as insane, specially those institutionalized,
thinking about the relations of power that put them as targets of coercive investments,
discipline and docilization. With the emergence of the model of Psychosocial Attention,
substitute services to the asylum were built and so, we observe a great effort for new ways of
making the clinic to be possible to operate. The field of analysis of this study, based on the
cartography, was participation in the dance classes that happen weekly in the psychosocial
Care Center – CAPS Rubens Corrêa, situated in Irajá, in the municipality of Rio de Janeiro.
From the adaptation of field diaries, situations such as experiences at the encounter with the
group were brought in such a way as to think of dance as a practice that extrapolates the
notion of therapeutic, becoming a strategy of resistance as it corroborates with the
construction of new body states.
Keywords: Body, madness, dance, resistance

Introdução
O presente artigo se deu a partir da experiência durante o estágio integrado em Saúde
Mental no Centro de Atenção Psicossocial – CAPS Rubens Corrêa, situado em Irajá, no
município do Rio de Janeiro, entre os meses de maio e outubro de 2018. Esse serviço se
configura como uma das principais estratégias de desinstitucionalização no contexto pós-
reforma psiquiátrica, na medida em que se articula como um organizador da rede de
assistência e cuidado, operando a partir da lógica territorial e comunitária em substituição aos
hospitais psiquiátricos. As atividades em grupo são consideradas como ferramentas
importantes em tais serviços, uma vez que possibilita o convívio entre os usuários e a troca de
experiências, objetivando o fortalecimento da autonomia. Dentre muitas possibilidades,
destacam-se as aulas de dança, que é o campo de análise deste estudo.
Nesse sentido, a partir da vivência nesse espaço foi possível perceber um novo modo
de fazer clínica, diferente daqueles pautados em uma lógica manicomial de anulação do
sujeito e seu corpo. Situa-se na articulação entre clínica, movimento e dança um dispositivo
potente, no sentido de fomentar as possibilidades que um corpo tem de agir e ser no mundo e
assim, poder criar estratégias de cuidado de si e do outro. No entanto, para refletir e analisar a
experiência da dança na Saúde Mental atualmente, primeiramente se faz necessário situar o
lugar atribuído historicamente ao corpo na experiência da loucura, pensando nas relações de
poder que o colocam como alvo de investimentos coercitivos, de disciplina e docilização.
Nota-se que, atualmente, novas maneiras de conceber a loucura vêm sendo forjadas.
Isso contribui para que a experimentação de outras práticas ganhe espaço de existência
afirmando outras corporeidades possíveis, a partir do reconhecimento de um corpo singular
como lugar de expressão e que tem possibilidade de resistir, como é o caso da dança. Desse
modo, pode-se dizer que a aula de dança se configura como um dispositivo potente e
producente de vida, na medida em que corrobora para que o sujeito seja protagonista de sua
própria história. Contudo, apesar de sua relevância, ainda são poucos os trabalhos que
admitem o caráter de (re)existência da dança, extrapolando a noção de um uso meramente
terapêutico desta prática.
Este estudo, portanto, visa refletir sobre o modo de fazer operar uma clínica permeada
que seja pela dança no campo da Saúde Mental, trazendo possíveis formas de como tal prática
pode se configurar como um dispositivo fomentador para a criação de estratégias de
resistência, à medida que reinventa os modos de existir dos corpos.

Metodologia
A estrutura desta pesquisa se deu por dois vieses. Realizou-se em um primeiro
momento, uma pesquisa bibliográfica a partir de livros e publicações eletrônicas acerca de
como se deu historicamente a relação entre corpo e loucura. Desse modo, foi possível,
problematizar certos olhares e práticas utilizadas para com esse corpo rotulado como louco
em diversos contextos, as marcas inscritas nele e o que vem sendo feito atualmente para
ressignificá-las.
Para tal, foram utilizados conceitos propostos por Michel Foucault, enquanto
ferramentas para auxiliar nesse processo de análise. No entanto, não é de interesse deste
artigo, se apegar a minunciosidades históricas, mas sim, fazer um recorte acerca do tema,
objetivando discutir as transformações trazidas pelo modelo da Atenção Psicossocial sobre o
modo de compreender a loucura, relacionando-o ao trabalho corporal em um serviço como o
CAPS.
Entende-se que a importância do aprofundamento teórico histórico-crítico se constitui
exatamente no fato de que, somente a partir dele, é possível entender as relações que
estiveram e estão em jogo em um determinado campo de pesquisa para que a partir daí, se
possa pensar em possíveis estratégias de intervenção.
Em um segundo momento, foi feita uma adaptação dos diários de campo referente às
aulas de dança, que ocorrem semanalmente no Centro de Atenção Psicossocial- CAPS Rubens
Corrêa, situado no bairro de Irajá, zona norte do município do Rio de Janeiro a fim de relatar
aspectos da experiência enquanto participante deste grupo entre os meses de maio e outubro
de 2018, tornando-se possível, assim, uma melhor análise sobre os efeitos que essa prática
provoca no corpo dos participantes.
Acredita-se que os diários de campo são ferramentas importantes para a composição
da pesquisa, uma vez que “possibilitam registrar como o meio nos afeta quase no mesmo
momento, in loco, onde os dados são construídos na relação com o outro. A implicação do
pesquisador com o campo de pesquisa é documentada em sua escrita”1 e por esse motivo, o
relato está em primeira pessoa.
Para alcançar os objetivos propostos neste estudo, utilizou-se a cartografia como
metodologia de pesquisa. O método cartográfico “propõe que se trabalhe com o entre, sugere
que a pesquisa acontece no que se vivencia entre o pesquisador e o território de pesquisa”2, ou
seja, a inserção do pesquisador no campo o qual ele está estudando, consiste em um dos
princípios deste método. Isso porque a cartografia entende que é “no encontro entre
pesquisador e campo que se dão transformações em ambos e se produz conhecimento.” 2
Assim, pode-se atentar para o campo de afetações produzidos nesses encontros, que de certa
maneira, corroboram para as intervenções na área da saúde. O encontro, neste artigo é
colocado como algo inesperado, que “não acontece em linha reta, acontece entre dois ou mais
elementos, onde sobrevoa todos os campos que compõem seu múltiplo território de
pesquisa.”2
A escolha metodológica se deu pelo fato de que a aula de dança se dá em grupo, de
modo a configurar como um potente dispositivo de afetação, onde o coletivo e o individual se
entrelaçam. Dessa forma, todos modificam uns aos outros de maneira constante e sendo
assim, o interesse nesta pesquisa não é uma aposta na neutralidade e objetividade entre sujeito
e objeto. Pelo contrário, considera-se que ambos estão juntos no campo da experiência.

Corpos marcados: Uma história sobre a experiência da loucura


Inicia-se aqui uma breve imersão teórica acerca de aspectos históricos relevantes para
que se possa refletir a experiência da loucura que atravessa o corpo do sujeito estigmatizado
como louco a partir das relações de poder/saber exercidas pela psiquiatria através das
instituições totais. Nas palavras de Liberato e Dimenstein3 “o corpo constitui-se como um
analisador privilegiado para que se entendam os modos de vida e as relações de saber e poder
em determinado contexto”. Nesse sentido, o objetivo é apontar e problematizar alguns olhares
e práticas que fizeram/fazem uso do corpo em diferentes circunstâncias conforme a
especificidade em relação a um certo enlouquecer.
Sabe-se que a compreensão do que é ser louco variou conforme a cultura e a época
vivida, mas no geral, sempre sofreu influência de crenças, costumes, rituais, religião e política
de cada época. Foucault4 não trabalha com a loucura como um conceito a priori, já existente,
esperando para ser estudada. Seu foco é na loucura e na doença mental como significantes, na
medida em que se configuram como objetos historicamente construídos pelo homem. No
período Renascentista, por exemplo, havia uma relação íntima entre loucura e verdade, não
havendo, portanto, uma associação do louco com a desrazão. Dessa forma, não existia ainda
um esforço por parte da sociedade em silenciá-lo e nem uma fundamentação médica sobre a
loucura.
A partir do século XVII, a loucura começou aos poucos a se afastar da noção de
verdade, passando a carregar consigo valores morais. Foucault5 alerta que sob a influência do
pensamento de Descartes, houve a valorização do uso da razão, do pensar e dessa forma, a
loucura passou a ser vista socialmente como a falta do pensamento. Logo, ocorre a reversão
na experiência da loucura, uma vez que a partir desse momento ser louco é anormal,
demarcado por um não pensar.
Nesse contexto, em 1656 foi inaugurado o Hospital Geral de Paris, onde aqueles que
não trabalhavam e/ou os loucos passaram a se isolar do social compulsoriamente e assim,
outros hospitais gerais foram criados ao redor do mundo. Torna-se importante dizer que esses
hospitais, neste momento, não possuíam caráter médico, apenas higienista, objetivando a
limpeza da cidade. “[...] o louco é excluído, porque seu lugar é entre os miseráveis; ele
perturba a ordem social, passando a ser propriedade do Estado.” 6 Pode-se dizer, portanto, que
os hospitais gerais funcionaram como uma das primeiras criações institucionais para silenciá-
los, conforme esclarece o seguinte trecho:
A partir da admissão num hospital geral, os internos adquiriam certa
invisibilidade social, pois nos momentos em que os pobres, os
mendigos, os loucos, entre outros, eram abrigados nesse local, a
sociedade da época não mais se incomodava com o seu destino ou seu
futuro. [...] Durante todo o século XVII e XVIII, os hospitais foram,
sem sombra de dúvida, o destino dos loucos.7
Dessa forma, percebe-se que o louco já não tinha voz nesse século, seus corpos foram
marcados por exclusão e punições. Como as palavras de Foucault5 bem indicam:
[...] os diretores disporão de: postes, golilhas de ferro, prisões e celas
no dito Hospital Geral e nos lugares dele dependentes conforme for de
seu parecer, sem que se possa apelar das ordens dadas por ele [...] e
para as quais não obstante não se concederá nenhuma defesa ou
exceção.
O imaginário social então, passou a considerar a loucura como algo que precise ser
aprisionada, sob o viés de periculosidade. Por isso, mesmo quando os hospitais gerais foram
perdendo sua força devido a não diminuição da pobreza, as técnicas de confinamento e
silenciamento dos corpos loucos continuaram a fazer parte das práticas utilizadas. Nesse
sentido, a partir do final do século XVIII, a loucura ganha status de doença mental e assim a
verdade médica torna-se soberana, na medida em que se instaura um saber próprio para dizer
sobre o louco: a psiquiatria. Para Vizeu,8 sua ambiguidade “residia no fato de ela ser uma
forma de poder altamente coercitiva e por vezes arbitrária, e, contudo legítima para a
sociedade centrada na racionalidade instrumental, que a via como um importante recurso para
o controle e manutenção do status quo”.
Nesse contexto, inventa-se uma instituição específica para a loucura: os
manicômios/hospícios, pautados na especificidade do saber, que se diferenciava do hospital
geral do século XVII por sua finalidade terapêutica. Segundo Puel, Brum e May9, “o modelo
manicomial associa o diagnóstico de doença mental à incapacidade de pensar coerentemente
dentro dos padrões tidos como normais”. O hospital, portanto, assume a função de “assegurar
o esquadrinhamento, a vigilância e disciplinarização.”10 Sendo assim, fica claro que tipo de
relação de poder/saber está presente, na medida em que:
[...] o saber psiquiátrico vai forjando o papel do louco como incapaz,
perigoso, que precisa ser tutelado e mantido afastado da sociedade [...]
Dessa forma, muitas vezes, estratégias pautadas em tratamentos
físicos eram utilizadas como meio de purgação ou castigo, com o
objetivo de disciplinamento dos corpos.3
Observa-se, então, um ponto crucial para a discussão proposta neste estudo: o tipo de
controle que passa a incidir sobre o corpo institucionalizado. Para Foucault 11, as técnicas
disciplinares operadas pelas instituições totais fabricam corpos úteis para o sistema
econômico e dóceis para o sistema político, que são vazios em relação à produção de vida.
Assim, as forças corporais são estimuladas, visto que as tornam mais econômicas, mas ao
mesmo tempo, são diminuídas, para que a disciplina não seja descumprida. “Em outras
palavras, com o poder disciplinar, produz-se, sempre, algum tipo de exercício sobre o corpo.
Entretanto, dissocia-a de um possível potencial crítico que o próprio poderia criar,
transformando-o em uma relação de sujeição estrita”12
Desse modo, como bem elucida Foucault11, os corpos são fabricados através do
desenvolvimento de mecanismos precisos de adestramentos, que são postos em controle nas
instituições totais. O discurso é de que é preciso controlar, para que se possa atingir a cura.
Nessa lógica, os pacientes devem ser separados, classificados e tratados de acordo com seus
sintomas e patologias.
Assim se estabelece a função muito curiosa do hospital psiquiátrico do
século XIX: lugar de diagnóstico e classificação, retângulo botânico
onde as espécies de doenças são divididas em compartimentos cuja
disposição lembra uma vasta horta. Mas também espaço fechado para
um confronto, lugar de uma disputa, campo institucional onde se trata
de vitória e submissão.10
Todas as atividades diárias são então, exercidas com horário fixado pela equipe
técnica, padronizado para todos os internos. Não há preocupação com a singularidade de cada
sujeito. A rigidez na normatização do comportamento e no cumprimento das rotinas
institucionais corrobora com a perda de autonomia do sujeito, onde, mesmo que ele seja capaz
fisicamente de exercer e administrar tarefas básicas do seu dia a dia, sua capacidade de gerir a
si próprio se perde conforme a internalização das normas e regras a serem cumpridas. Os
corpos e mentes, então se encontram submetidos, docilizados completamente. Goffman13
chamou de “mortificação do eu” a incorporação dessas normas. Nesse sentido, Queiroz e
Silva7 complementam:
Nesse ritmo massacrante, o sujeito não consegue distinguir quais eram
suas reais necessidades, vontades e desejos, pois esses não mais lhe
pertenciam. O seu “eu” foi capturado pelos desejos institucionais,
ocorrendo a mutilação da identidade do indivíduo quando este se
deparava com a homogeneização dos mecanismos disciplinares.
Foucault argumenta que do final do século XVIII até metade do século XIX, o modelo
punitivo se transformou, na medida em que “o castigo passou de uma parte das sensações
insuportáveis a uma economia dos direitos suspensos”11. O poder de “cura” sobre a loucura
afirma que os castigos físicos, que sempre tiveram como objeto o corpo, não são mais
suficientes pra coagir inteiramente. As amarras, nesse momento, estão além do corpo, estão
nas almas desses sujeitos.
Segundo Amarante, com o advento da Segunda Guerra Mundial, o modelo psiquiátrico
entrou em crise, na medida em que “as situações de violência e exclusão vividas durante esses
anos permitiram uma reflexão sobre a forma como a psiquiatria vinha lidando com o
sofrimento mental”14. Nesse contexto, se viu necessário a criação de diferentes formas de
conceber a loucura para que assim se possa pensar em estratégias de cuidados, que de fato
possa proporcionar assistência integral ao portador de sofrimento psíquico.

Atenção Psicossocial: A vida como ela é no território


Como foi visto até aqui, a lógica manicomial sob o aval da medicina psiquiátrica e da
sociedade, impôs uma realidade muito dura para o sujeito que sofre, destruindo qualquer
possibilidade de autonomia para gerir sua própria vida. Nesse processo, houve o uso de
práticas quase sempre invasivas e coercitivas, na medida em que a experiência da loucura foi
tratada como doença mental e que por ser uma doença, precisava então, ser curada para que o
indivíduo pudesse voltar a circular no espaço urbano.
Contudo, na atualidade, observa-se todo um movimento de desconstrução desse modo
de concepção da loucura. Para tal, foi preciso construir novas formas de cuidado, ou seja, que
criassem outro modo de lidar com a diferença, entendendo a complexidade do binômio saúde
- loucura, que se faz presente no processo de desconstrução da lógica manicomial. Desse
modo, puderam-se construir novas formas de percepção do indivíduo, onde a sua
singularidade se dá como protagonista nas estratégias de cuidado, modificando a forma de
compreensão da própria vida e do seu próprio corpo.
Como propõe Basaglia15, para que se perceba o sujeito como único em seu sofrimento,
é fundamental que se coloque “a doença entre parênteses”, ou seja, deslocar o olhar da doença
para o sujeito. Somente dessa maneira, o indivíduo irá tornar-se potente no que tange a
produção de vida, saúde e sociabilidade. Nesse contexto, a ideia central não é mais a “cura”
ou a doença, mas ocupar-se, aqui e agora, da transformação dos modos de existir e sentir o
sofrimento de cada sujeito. O louco não é mais aquele que merece ser excluído e confinado,
mas acolhido e escutado, respeitando seu modo de ser no mundo. Trata-se, portanto, de
enxergar o sofrimento em paralelo com a vida e sua complexidade.
No Brasil, essa mudança paradigmática se deu a partir do fim da década de 70 em um
contexto de redemocratização do país com o fim da ditadura militar, dando seguimento à
reforma do setor da saúde. A Reforma Psiquiátrica brasileira tem como base o princípio da
desinstitucionalização e o movimento da Luta Antimanicomial, que objetiva o resgate da
cidadania desses sujeitos e assim, “parte-se da premissa de que a atenção à saúde mental seja
descentralizada e que a loucura não precisa ficar reclusa. Dessa forma, o tratamento do
sofrimento psíquico pode acontecer em múltiplos espaços e por diversos saberes”16. Nesse
contexto, propõe-se o modelo da Atenção Psicossocial, que busca a construção de uma rede
de serviços que extrapolem a saúde mental e se pautem em uma clínica ampliada, no sentido
de que o próprio usuário do serviço seja protagonista do seu próprio cuidado. É considerar a
vida como ela é, de fato, para determinado sujeito no caso a caso, sempre de acordo com a
singularidade, entendendo que cada sujeito é único no mundo e, somente dessa forma os
modos de habitar o viver podem ser pensados. No entanto, não se pode reduzir o processo da
Reforma como mera reorganização do modelo assistencial dos serviços de saúde. É muito
mais ampla e complexa, visto que se refere a uma reinvenção do lugar da loucura no
imaginário social e “isto implica em transformar as mentalidades, os hábitos e costumes
cotidianos intolerantes em relação ao diferente, buscando constituir uma ética de respeito à
diferença”17.
É nessa conjuntura que o Centro de Atenção Psicossocial – CAPS é pensado como
uma das principais estratégias pós-reforma, no sentido de organizar a rede territorial, atuando
de forma integral, considerando a dimensão social na qual os sujeitos estão inseridos. A
clínica nesse dispositivo é pautada no Projeto Terapêutico Singular (PTS), que envolvem
quais serão as estratégias de cuidado e intervenções que serão utilizadas em cada caso. Esse
projeto é pensado, discutido e repensado de tempos em tempos por uma equipe
multidisciplinar. É importante ressaltar que esse projeto não é uma imposição ao usuário, mas
sim uma pactuação entre o usuário, a equipe e a família, levando sempre em consideração,
como já foi dito, a singularidade do indivíduo, o que é possível para ele e, sobretudo, a
dinâmica social e territorial na qual ele está inserido. Segundo a descrição do Ministério da
Saúde18, o objetivo do CAPS “é oferecer atendimento à população de sua área de abrangência,
realizando o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao
trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e
comunitários”.
O cuidado, nessa perspectiva, não é algo a priori, ele é construído tecendo redes e se
apropriando de um lugar, visto que por muito tempo havia uma sensação de um não lugar para
o corpo louco. Nesse sentido, é fundamental que se construa outros modos de fazer clínica, se
distanciando dos moldes tradicionais, onde há o profissional e o “paciente” em uma total
relação de hierarquia e submissão. A medicalização e a consulta médica não são mais o cerne
da definição do que é terapêutico e por isso, a necessidade de pensar em outras relações com a
corporeidade se faz presente.

As aulas de dança: Relato da experiência


A fim de pensar acerca das corporeidades produzidas em um serviço substitutivo como
o CAPS, propõe-se aqui, discutir alguns aspectos da experiência desenvolvida neste serviço,
abordando, nesse recorte, a reinvenção da clínica no cotidiano: uma prática permeada pela
dança. Entendemos, portanto, que as aulas de dança permitem a construção de estados
corporais que ampliam a possibilidade de modos de existência, apostando no sentido de
desconstrução da noção de corpo dócil formulada por Foucault.
Primeiramente, se faz necessário problematizarmos o conceito de dança tal como está
sendo utilizado nesse artigo, devido à relevância do termo. Estamos nos referindo a dança
contemporânea, mais especificamente ao método da educadora e bailarina Angel Vianna, que
junto com o seu marido Klauss Vianna, é uma das pioneiras da dança contemporânea no
Brasil a partir da década de 1950. Nomeado como Conscientização do Movimento, esse
método consiste em uma prática pedagógico-terapêutica que aposta na singularidade e
possibilidades de cada um, na medida em que propõe “um conhecimento fundamentalmente
experiencial do corpo que deve ser conquistado a partir da pesquisa do próprio movimento -
livre e espontâneo, posto que não codificado e não sistematizado”19. Em outras palavras, os
passos da dança ficam em segundo plano, na medida em que o enfoque é dado na consciência,
valorizando as intenções de movimento e no conhecimento do próprio corpo. Acredita-se na
potência dos corpos, levando em consideração a singularidade de cada um. Dessa maneira,
entendemos que o foco não está na técnica em si, mas no reconhecimento do processo pelo
qual o movimento acontece. A dança é, portanto, um somatório de gestos e movimentos,
estando livre de relações de narrativa e significado.
A atividade ocorre todas às segundas-feiras pela manhã, o que é de fundamental
importância, visto que muitos usuários apresentam dificuldades em sustentar o final de
semana. Isso porque, como o CAPS não funciona aos sábados e domingos e como grande
parte dos frequentadores são os que ficam o dia todo e todos os dias no serviço, eles precisam
lidar com a família por mais tempo ou até mesmo suportar a solidão. Desse modo, é
perceptível quando algo não funcionou bem em casa durante esses dois dias, pois eles chegam
cabisbaixos, tensos. O contrário também acontece. Quando algo bom acontece, a alegria fica
estampada em seus corpos. Nesse contexto, fica claro que o corpo nos diz muito sobre os
sentimentos daquele sujeito. Há momentos que não precisamos nem perguntá-los se está tudo
bem, somente pela expressão corporal podemos chegar a uma resposta. Através da linguagem
corporal, sem o uso de palavras, dizemos muito sobre nós aos outros, bem como para nós
mesmos.
A aula, coordenada pela professora de dança, tem duração de aproximadamente 60
minutos e a quantidade de usuários participantes varia, pois é aberta para quem quiser
participar. As aulas, então, seguem algumas etapas, que nem sempre são as mesmas, pois
apesar da existência de propostas por parte da professora, podem ocorrer variações conforme
a demanda que surgir dos participantes daquele dia. A organização do grupo sempre se dá em
roda, para que possamos ter contatos visuais com todos a todo o momento e darmos as mãos.
Assim, o objetivo é que a partir daí, consigamos perceber o que é nosso e o que é do outro, ou
seja, o limite corporal de cada indivíduo e a própria noção de si.
A seguir, há um momento de relaxamento. Todos nós, de pé, fechamos os olhos,
descontraímos os braços e pescoço, enquanto a professora toca nossos ombros com o objetivo
de distensionar a carga com que chega esse corpo. Os olhos fechados nos possibilita um
momento de consciência corporal, onde ficamos atentos para qualquer movimento que
façamos. O corpo se sente pertencente àquele lugar e por um momento esquecemos o que está
fora daquela sala. É nesse processo de atenção corporal, que vêm as descobertas da potência
de experimentação daquele corpo. Após abrirmos os olhos, o pedido é que olhemos para todos
e para os objetos que nos cercam, como por exemplo, o ar condicionado na parede, a cortina
que cobre a janela, a mesa. Isso faz com que reconheçamos o espaço habitado e as pessoas
pertencentes ao grupo.
Em todas as aulas, assim que abrimos os olhos, tenho uma sensação muito positiva
sobre meu corpo. Sinto como se as tensões e os problemas desaparecessem naquele instante,
não tendo como evitar o bocejo durante a dinâmica, que nem é para ser evitado mesmo.
Qualquer movimento é aceito dentro do coletivo. É importante salientar que poder dizer sobre
os efeitos em que sinto no meu corpo, visto que faço parte do grupo como participante e não
só como observadora, é fundamental para uma maior sensibilidade em relação aos corpos que
se apresentam para mim. Por isso, estou me incluindo nesta experiência, enquanto
pesquisadora e frequentadora das atividades.
Em um segundo momento, nós nos sentamos no chão ou nas cadeiras, dependendo da
organização da sala e do número de participantes. Nessa hora, começamos a nos esticar, na
medida em que colocamos as mãos nos pés, mãos no alto, etc. Os membros do meu corpo
começam a ficar dormentes, pois não trabalho com o meu corpo no dia a dia. Às vezes chega
a ser difícil reproduzir um movimento. A professora sempre diz: “se a professora pode, todo
mundo também pode fazer”. Essas palavras nos dão um contorno e nos ajudam a tentar,
funcionando como estímulo para que nosso corpo se sinta pertencente e fazedor nesse grupo.
Na reprodução de um movimento, primeiramente há a afecção de olhá-lo, para só
depois reproduzi-lo. A partir da afetação dos movimentos das pessoas em nós, e vice versa, há
uma relação de troca que se coloca. Eu assimilo algo do corpo do outro que está se
movimentando diante de mim, bem como esse outro também vai absorver algo do meu
movimento. Assim, nós desenvolvemos uma assinatura própria daquele movimento, da forma
que nos é concebível. Não há uma pretensão por parte da professora que haja uma reprodução
fiel do que está sendo proposto, uma vez que não é algo imposto. Quando por exemplo, a
professora diz que vai levantar da cadeira sem fazer barulho, não há uma intenção de que
iremos levantar como ela levantou, mas dentro da possibilidade de cada um, tentaremos fazer
o mínimo de som possível, cumprindo o combinado. Esse processo se dá de maneira diferente
e única para cada um de nós, onde o respeito e a receptividade à singularidade se mostram
essencial, propiciando a produção de novos estados corporais. A partir do acolhimento à
possibilidade individual dos corpos, há um redimensionamento no sentido de uma potência
em grupo. Nesse sentido, o coletivo promove certa identificação, no sentido de reconhecer
que o outro também é uma pessoa, assim como todos nós.
A técnica de improvisação também se faz presente durante as aulas. É pedido para que
o grupo faça um movimento aleatório, à medida que falamos nosso nome. Primeiramente,
cada um gesticula individualmente seguindo a ordem da roda e em um segundo momento,
todos falam juntos. Por estarmos em roda, é possível observar o movimento que o outro
escolhe para fazer, e o interessante é que surgem muitos tipos de movimentos, uns
completamente diferentes dos outros. A mais recente dinâmica de improviso na qual estive
presente, foi baseada na contação de histórias, onde uma pessoa começava e a outra tinha que
continuá-la, não sendo necessário o enredo fazer sentido. A partir disso, fica clara a noção de
que as aulas de dança em um serviço como o CAPS, se constituem como uma clínica que tem
como base o encontro, o fazer cotidiano, pois surgem situações diversas e inesperadas.
No fim da aula, cada participante descreve em uma única palavra o que achou da
experiência. Normalmente, aparecem palavras como: relaxante, conexão, equipe, revigorante,
produtiva. Elas demonstram que o benefício do trabalho corporal foi atingido, uma vez que,
segundo Freire 20, “consiste em produzir pessoas mais felizes a partir da consciência do seu
corpo vivo e atuante no mundo”. O corpo que sai daquela sala não é mais o mesmo corpo que
chegou ali, houve uma reestruturação no que ele tem de possibilidades e potências. Aquele
mesmo corpo que se mantivera por muito tempo no campo da impossibilidade, é capaz de
produzir em uma integração total com todos ali presentes. Durante aquele tempo, as
patologias não são evidenciadas. O foco se desloca do transtorno, que para eles é uma
experiência tão viva, para aquilo que um corpo pode fazer. Todos nós estamos em total
horizontalidade, fazemos parte de um único grupo, somos corpos em movimento.
Além disso, é um momento de organização, não no sentido das aulas seguirem um
plano estruturado com início, meio e fim, mas de dar direção a esses corpos em uma produção
individual que passe pelo coletivo. Um bom exemplo se refere a quando uma usuária chegou
ao serviço se queixando que suas mãos estavam tremendo, pois estava nervosa e ansiosa. A
professora, então pediu para que todos nós reproduzíssemos o movimento de tremedeira.
Dessa forma, foi possível coletivizar o sintoma, que até então era individual. Esse coletivo
assume a função de acolher a produção individual. O produto final é uma organização, um
apaziguamento que é tantas vezes ausente, mas que de alguma forma adquire contorno na
experiência daquele espaço, de forma a produzir subjetividades.
Após cada aula, eu conversava com os outros participantes, individualmente, e pude
ter ótimas notícias sobre a experiência que tinha acabado de ocorrer. A dor, a ansiedade, o
estresse tomam outro lugar, o de secundário, quando comparados à potência de existir que tal
prática nos possibilita. Esse tipo de fala nos faz pensar que estamos no caminho certo ao
apostar em uma clínica permeada pela dança, gestos e movimentos. É nesse contexto, que
entendemos a dança dentro dos serviços de saúde mental, mais especificamente em um
serviço com o CAPS, como um dispositivo de resistência, na medida em que reconhece o
corpo como singular, producente de vida.

Considerações finais
Através desse artigo, foi possível perceber que o discurso sobre o corpo ao longo da
história foi intimamente definido pelas relações de poder e saber vigentes. Os corpos dos
estigmatizados como loucos foram marcados pela experiência de institucionalização, onde
predominavam técnicas de poderes disciplinares e coercitivas, contribuindo para a anulação
da noção de sujeito e consequentemente um afastamento da noção de liberdade, autonomia e
cidadania. O corpo institucionalizado é um corpo fragmentado, um corpo dócil, sem produção
de vida.
Com o advento da Atenção Psicossocial, tem se observado avanços em direção a um
tratamento que considere a complexidade da dimensão corporal no cuidado ao sujeito em
sofrimento psíquico. A maneira pela qual o indivíduo vem sendo percebido neste novo
paradigma fomenta a expressão de sua singularidade e desloca a patologia para segundo
plano, focando no que o sujeito pode exprimir de potencialidades. É o que se chamou de
“colocar a doença entre parênteses” para conseguir extrapolar a patologia do sujeito e
potencializar sua produção de subjetividade, focando na singularidade de cada sofrimento, em
contraste com a lógica manicomial, que divide o “normal” do patológico. É importante
destacar que as instituições asilares pautadas por esse viés ainda existem, o que põe em xeque
muitas vezes a luta Antimanicomial e o trabalho incessante que vem sendo realizado nos
serviços substitutivos pautados pela lógica territorial.
Nesse contexto, é preciso ratificar novas formas de cuidado e de operação da clínica,
indicando suas potências. É nesse sentido que este estudo se justifica como relevante nas
práticas de saúde. É sugerida aqui, uma clínica permeada pela dança, onde a experiência
prática em contato com esse dispositivo possibilita a percepção de sua potência enquanto
espaço de afetação e produção de resistência. A proposta, através da metodologia de
conscientização do movimento, fomenta a produção de novas possibilidades para o corpo em
sua relação consigo mesmo e com o mundo. Através da dança, corpo e movimento, um modo
de cuidar de si é inaugurado, resultando em indivíduos mais saudáveis, autônomos, criativos,
que possam usufruir de suas potencialidades e saúde integral, fortalecendo os princípios
previstos no SUS.

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