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Os Templários

O livro escrito pelo historiador Piers Paul Read, formado em Cambridge e autor
de mais de uma dezena de livros, é muito bem documentado e procura ser o mais
racional possível na compreensão do que foi a Ordem dos Soldados do Templo. O livro
começa montando o cenário sob o qual se realizarão as Cruzadas. Convocadas pelo
papa Urbano II em 1096, as Cruzadas surgem após os séculos necessários para que as
2 religiões belicosas se formassem e solidificassem: a cristã e a muçulmana.
A Ordem do Templo (cujo primeiro grão-mestre foi Hugo de Payns) foi
organizada para sustentar a conquista da Palestina pelos cristãos. Era uma ordem
militar com ritual monástico. Durante quase 200 anos e ao longo de 8 Cruzadas, os
templários se tornaram ricos proprietários de terras e grandes financiadores das
campanhas militares cristãs. Os templários tinhas terras e fortes espalhados pelo Reino
de Jerusalém (território dominados pelos cristãos e encravado no que hoje seria Israel,
Síria e Jordânia), na França, na Alemanha, na Espanha, na Inglaterra e em Portugal.
Seus concorrentes imediatos eram a Ordem do Hospital (hospitalários) e os Cavaleiros
de Ordem Teutônica. Em 1297, os muçulmanos infligiram terrível derrota e expulsaram
as tropas cristãs de todo o Oriente Médio. Os templários passaram a ser acusados de
uma certa “simpatia” pelos muçulmanos e, pior, de heresia, pela então incipiente mas
toda poderosa Inquisição. Em menos de 20 anos, os templários foram presos,
condenados (num julgamento pra lá de duvidoso) e muitos foram lançados na fogueira
(o último grão-mestre da Ordem foi Jacques de Molay, executado em 1314). Nesta
época, Filipe IV era rei da França e Clemente V o papa que editou a bula que extinguiu
a Ordem. Todos os reis da Europa demonstraram grande interesse em tirar um pedaço
das propriedades templárias (o outro quinhão, naturalmente, ficou para o papa). Já
que era praticamente impossível retomar Jerusalém, a Ordem poderia e deveria ser
extinta. Os 2 papas que antecederam Clemente V foram: Celestino V e Bonifácio VIII,
nesta ordem. Celestino V foi o primeiro e único papa a abdicar (dizem que forçado pelo
futuro papa Bonifácio VIII). O papa Bonifácio VIII, se indispôs violentamente contra o
rei Filipe IV. Quando Bonifácio estava prestes a excomungar o rei, este mandou uma
tropa cercar (e por pouco não matou Bonifácio) que foi defendido contra as tropas
francesas pelos templários. O papa Bonifácio VIII morreu algumas semanas depois e
Clemente V ascendeu ao poder.
Com enorme receio e medo do que ocorrera com Bonifácio VIII, Clemente V
virou um mero fantoche nas mãos de Filipe IV. Este exigiu a extinção da Ordem. As
alegações contra a ordem foram as mais variadas e absurdas: adoração do diabo,
simonia, sodomia e heresia. Os templários foram sumariamente julgados e
condenados.
Monges-soldados iletrados e arrogantes? Afinal quem foram os templários?
Somente no século XVIII, através dos maçons, se espalhou a lenda do tesouro que os
templários teriam encontrado no Templo de Salomão. O santo Graal – o cálice da
última ceia, a arca da aliança, o santo sudário ou a cabeça mumificada de Cristo?
Provavelmente, nunca saberemos, mas uma coisa, porém, é certa: os templários
foram e permanecerão uma fonte inesgotável de aventura, mexendo com o imaginário
popular e abrindo as portas para grandes incursões do cinema e da literatura. Ainda
bem que eles existiram.

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