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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS


Processo Nº. : 0136500-36.2015.805.0001
Classe : RECURSO INOMINADO
Recorrente(s) : ZELIA DE JESUS SANTOS
Recorrido(s) : BANCO ITAUCARD
Origem : 13ª VSJE DO CONSUMIDOR (MATUTINO)

Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

VOTO- E M E N T A

RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. AÇÃO INDENIZATÓRIA. COBRANÇA


INDEVIDA DE PARCELA RELATIVA A COMPRA CANCELADA.FALHA NA
PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS. RESPONSABILIDADE OBJETIVA E
SOLIDÁRIA. DANOS MORAIS NÃO CONFIGURADOS. MERA COBRANÇA,
INSUFICIENTES PARA ENSEJAR VIOLAÇÃO A DIREITOS DA
PERSONALIDADE. AUSÊNCIA DE NEGATIVAÇÃO. SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto contra sentença que julgou


procedente em parte a ação, nestes termos: Assim, pelos motivos acima expostos,
JULGO PROCEDENTE o pedido formulado, com base no art. 487, inc. I do CPC, para condenar
as acionadas: a)CANCELAR a compra realizada, com a consequente baixa do débito no cartão
de crédito;b) Danos morais indemonstrados;c) Danos materiais indemonstrados; ..”.

2. A parte recorrente busca a reforma da sentença, insurgindo-se no tocante


ao indeferimento do pedido indenizatório por danos morais, por entender que se
encontram presentes os requisitos ensejadores de sua ocorrência no caso
concreto.

3. A controvérsia cingiu-se em saber se houve falha na prestação dos serviços


por parte da ré no tocante à cobrança indevida de parcela de compra que já havia
sido cancelada por solicitação da parte autora.
4. O magistrado sentenciante agiu com acerto no tocante à constatação da
falha na prestação do serviço verificada, na medida em que foram colacionados os
documentos que comprovam a realização da compra, bem como demonstrada a
solicitação de cancelamento da mesma junto à operadora de cartão, e
consequente solicitação para restituição do valor da parcela única que fora
debitada, como demonstram os e-mails colacionados aos autos, pedido de estorno
de compra, queixas e processo administrativo formulado junto ao PROCON.

Patente, portanto, a falha na prestação dos serviços das empresas


demandadas, sendo a responsabilidade objetiva e solidária, por integrarem as
empresas, tanto o estabelecimento comercial que vendeu o produto, como a
empresa administradora do cartão, integrantes de um mesmo elo de fornecimento
do produto ou serviço, sendo construção doutrinária já assentada inclusive em
sede jurisprudencial.

. O art. 14 do CDC, dispondo sobre a responsabilização do fornecedor pelo fato do


produto ou serviço, preleciona que: “Art. 14. O fornecedor de serviços responde,
independentemente da existência de culpa pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.”

1. No concernente ao pleito pela restituição dos valores cobrados nas faturas,


algumas considerações. . Por primeiro, o dever de restituição do indébito é efeito
jurídico, que tem como causa a realização do pagamento indevido. É dizer, o fato do
pagamento em sí é fato gerador do direito à restituição. Em assim sendo, para que fizesse
jus à restituição, deveria a parte acionante colacionar não somente o boleto ou fatura de
cobrança, mas também deveria juntar os devidos comprovantes de pagamentos
individualizados, para que seja feita a correspondência entre cobrança e pagamento. A
parte autora não faz prova de pagamento indevido, apenas colaciona boleto de cobrança
relativo à compra cuja solicitação de pagamento havia sido feita. Ademais, em que pese a
falha na prestação dos serviços, percebe-se que houve tão somente a restrição da linha
de crédito da parte acionante junto à empresa administradora de cartão, não tendo havido
maiores repercussões em seu patrimônio, em que pese o reconhecimento da falha na
prestação dos serviços.

2. Por tudo isso, no concernente ao pleito indenizatório pelos supostos danos


morais sofridos, tenho que não há nos autos provas acerca da lesão a direitos
subjetivos, mas tão somente falha na prestação do serviço, insuficiente , de per si,
para ensejar violação a direitos da personalidade, inexistindo nos autos fatos que
tenham causado dor, ou aflição acima do que razoavelmente se espera diante dos
contratemos do dia a dia. Não houve a negativação do nome da parte autora nos
cadastros de proteção ao crédito, e nem fora demonstrado fato adicional que tenha
causado dor, sofrimento ou angústia que ultrapasse os aborrecimentos cotidianos .
3. ISTO POSTO, voto no sentido de CONHECER DO RECURSO
INTEERPOSTO E NEGO-LHE PROVIMENTO, para manter a sentença
objurgada pelos próprios fundamentos. Condenação em custas e Honorários
advocatícios arbitrados em 20% (vinte por cento) sobre o valor da
causa, restando suspensa a exigibilidade do pagamento pela parte autora,
pelo prazo de 05 (cinco) anos, nos termos do artigo 98, § 3º, do CPC/2015..

Salvador, Sala das Sessões, 13 de JULHO de 2017


BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
Juíza Relatora
BELA CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ
1. Juíza Presidente

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS

Processo Nº. : 0136500-36.2015.805.0001


Classe : RECURSO INOMINADO
Recorrente(s) : ZELIA DE JESUS SANTOS

Recorrido(s) : BANCO ITAUCARD

Origem : 13ª VSJE DO CONSUMIDOR


(MATUTINO)
Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL
LEITE

ACÓRDÃO
Acordam as Senhoras Juízas da 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais
Cíveis e Criminais do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, CÉLIA MARIA
CARDOZO DOS REIS QUEIROZ –Presidente, MARIA AUXILIADORA SOBRAL
LEITE – Relatora e ALBÊNIO LIMA DA SILVA HONÓRIO, em proferir a seguinte
decisão: RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO . UNÂNIME, de acordo com a ata
do julgamento. Condenação em custas e Honorários advocatícios arbitrados em
20% (vinte por cento) sobre o valor da causa, restando suspensa a exigibilidade
do pagamento pela parte autora, pelo prazo de 05 (cinco) anos, nos termos do
artigo 98, § 3º, do CPC/2015

Salvador, Sala das Sessões, 13 de JULHO de 2017


BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
Juíza Relatora
BELA CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ
Juíza Presidente

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