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Althusser

1. A Epistemologia como parte essencial da filosofia

A epistemologia remonta às origens da filosofia, passando por


Platão, Husserl, Lenin, pela filosofia cartesiana e pela filosofia racionalista. A
filosofia das ciências é mais do que uma parte da filosofia: é a sua parte
essencial.

Desde Descartes, as ciências servem como guia e modelo para


toda reflexão filosófica. A filosofia marxista-leninista recolhe o melhor dessa
herança: uma teoria da história das ciências e uma epistemologia que
remete uma a outra em unidade.

2. O problema da unidade entre a história da ciência e a epistemologia

O problema está constituído em torno da unidade. São raras as


obras – seja de história das ciências, seja de epistemologia – que propõe tal
unidade. Frequentemente a história é narrada através da sucessão das
descobertas ou da sucessão das teorias.

Com isso posto, torna-se nítido que o progresso da ciência depende


do acaso das descobertas ou das respostas à questões não resolvidas.
Portanto, temos ou uma história contigente, onde os acasos se sucedem, ou
uma história lógica, onde a ciência progride através de respostas. Ambas
concepções são idealistas.

Sob o efeito de uma conjuntura teórica precisa (Marx-Lenin, Husserl,


Hegel e Nietzsche) a velha concepção de história da ciência e de
epistemologia, volta a ser questionada. Com isso, novos caminhos surgem na
epistemologia com Cavaillès, Bachelard e Vuillemin; e novos caminhos surgem
na história da ciência com Canguilhem e Foucault.
3. As novidades

A primeira novidade está no fato de que os novos epistemólogos


fazem um “trabalho de campo”, vão ver a ciência de perto, não falando sobre o
que ignoram ou desconhecem. Essa exigência do conhecimento científico
“visto” subverteu os problemas da epistemologia clássica: as coisas na
ciência não se passavam como se acreditava.

A segunda novidade consiste em que é por direito impossível tomar


uma filosofia da história como “a História”. Em um trabalho de campo,
servindo-se de documentos desconhecidos e negligenciados, estudaram a
realidade da história real, descobrindo que na história as coisas não se
passavam como se acreditava. Marx fizera algo parecido na sua época, ao
analisar o que era considerado a parte mais científica da história: a economia
política inglesa.

4. Os resultados

Esses são resultados importantes que estão em vias de alterar as


velhas concepções tradicionais, empiristas, positivistas, idealistas, da
epistemologia e da história.

O primeiro resultado é de que a ciência deixa de ser uma


simples constatação de uma verdade nua e dada, que seria encontrada ou
revelada, mas passa a ser também produção de conhecimentos, dominada
por elementos complexos, tais como as teorias, os conceitos, os métodos, as
relações internas, que ligam esses elementos diferentes. Ou seja, para
conhecer o trabalho real de uma ciência é necessário o conhecimento de
todo esse conjunto orgânico complexo.

O segundo resultado é de que este conhecimento supõe um outro


conhecimento: da história desse conjunto orgânico de teoria-conceitos-
métodos e dos seus resultados; que integram e modificam o conjunto. Ou seja,
a verdadeira história das ciências é inseparável da epistemologia, sendo a sua
condição essencial.
5. Conclusão

A história que esses pesquisadores descobrem é uma história


nova: sem a marca idealista das filosofias anteriores, abandonando um
esquema idealista de um progresso mecânico ou dialético contínuo, sem
rupturas, paradoxos, recuos ou saltos. A nova história aparece como devir da
razão científica.

Existem questões imaginárias que jamais terão resposta; pois são


imaginárias. Há ciências que se dizem ciências, mas não passam de uma
impostura científica de ideologias sociais.

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