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O documento discute as ideias de Immanuel Kant sobre o exercício do dever segundo sua obra "Fundamentação da Metafísica dos Costumes". Kant argumenta que uma ação só pode ser considerada moralmente boa quando é realizada por dever e não por inclinações ou interesses egoístas. Ele propõe que uma ação é determinada pelo dever quando sua máxima, ou regra subjetiva, pode ser universalizada para todos os seres racionais através do imperativo categórico.
Originalbeschreibung:
Na Fundamentação da Metafísica dos Costumes, Kant investiga como se dá a determinação da vontade humana. Para ele, essa vontade pode ser entendida de dois modos, de modo negativo, quando a vontade é influenciada por inclinações; e de modo positivo, quando há uma lei transcendental da razão que a determine. O procedimento crítico da obra está em desvencilhar aquilo que é compreendido como boa vontade.
O documento discute as ideias de Immanuel Kant sobre o exercício do dever segundo sua obra "Fundamentação da Metafísica dos Costumes". Kant argumenta que uma ação só pode ser considerada moralmente boa quando é realizada por dever e não por inclinações ou interesses egoístas. Ele propõe que uma ação é determinada pelo dever quando sua máxima, ou regra subjetiva, pode ser universalizada para todos os seres racionais através do imperativo categórico.
O documento discute as ideias de Immanuel Kant sobre o exercício do dever segundo sua obra "Fundamentação da Metafísica dos Costumes". Kant argumenta que uma ação só pode ser considerada moralmente boa quando é realizada por dever e não por inclinações ou interesses egoístas. Ele propõe que uma ação é determinada pelo dever quando sua máxima, ou regra subjetiva, pode ser universalizada para todos os seres racionais através do imperativo categórico.
SÃO LUIS 2009 O Exercício do Dever segundo Immanuel Kant
Immanuel Kant nasceu em 22 de abril de 1724, em Königsberg, cidade antiga da Prússia,
hoje integrada a Rússia. Morreu em 12 de fevereiro de 1804, às vésperas de completar 80 anos. Em 1785, ele, publica a obra a Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Esse foi seu primeiro texto crítico voltado exclusivamente para as questões morais, investigando a ideia e os princípios de uma possível vontade pura, e buscando o princípio supremo da moralidade. Na Fundamentação da Metafísica dos Costumes, Kant investiga como se dá a determinação da vontade humana. Para ele, essa vontade pode ser entendida de dois modos, de modo negativo, quando a vontade é influenciada por inclinações; e de modo positivo, quando há uma lei transcendental da razão que a determine. O procedimento crítico da obra está em desvencilhar aquilo que é compreendido como boa vontade. Segundo Kant, “A boa vontade não é boa pelo que promove ou realiza, pela aptidão para alcançar qualquer finalidade proposta, mas tão-somente pelo querer, isto é, em si mesma”. Ao afirmar isso, o filósofo está dizendo que para pensar o conceito de boa vontade, é preciso atentar ao fato de que a vontade não pode ser compreendida apenas com um meio, mas como um fim em si mesma, tendo um valor próprio. A determinação da boa vontade não pode se dar por meio de objetos empíricos, é necessário procurar seu fundamento na razão. É a razão que deve determinar a vontade, para essa se constituir como boa vontade. Nossas ações são orientadas por nossa boa vontade. Só nós podemos avaliar as nossas ações, pois apenas nós podemos saber se nossa ação foi por uma boa vontade ou por um interesse qualquer. A determinação da vontade pela razão apresenta uma dupla perspectiva: a razão, enquanto faculdade prática, exerce sua influência fazendo com que a vontade seja um meio para obtenção de um fim qualquer; é possível também ver a influência da razão na medida em que ela determina a vontade com um fim em si. No primeiro momento a vontade é determinada pelas inclinações sensíveis, pelo empírico. No segundo momento a influência sob a vontade ocorre por parte da razão. Em um caso, o fator de determinação da vontade é o sensível, no outro, é apenas o racional. Portanto, a ação quando realizada de modo racional será considerada uma ação livre; e quando realizada com base em inclinações será considerada não livre. Para Kant, o homem é um ser racional que também se encontra sob a influência de várias inclinações. Nesse sentido é fundamental para ele a noção de dever: a razão ordena ao homem que a sua ação seja pensada por dever a ela, e não pautada por inclinações. Toda argumentação kantiana vai na direção de retirar da causa da ação, da sua intenção última, qualquer vinculação com o sensível. “...Pois é fácil, então, distinguir se a ação conforme ao dever foi praticada por dever ou com intenção egoísta. Bem mais difícil de notar é essa distinção quando a ação é concorde ao dever e o sujeito, além disso, é impelido a ela por uma inclinação imediata. Por exemplo: é conforme ao dever que o merceeiro não venda por um preço mais alto ao comprador inexperiente e que, sendo um grande o movimento do negócio, o comerciante esperto também não faça semelhante coisa, mantendo, isto sim, um preço igual para todos, de modo que uma criança possa comprar em seu estabelecimento como em qualquer outro. É-se, pois, servido horadamente. Mas isso não basta para crer que o comerciante tenha assim procedido por dever ou princípios de honradez; o seu proveito o exigia; mas não é possível ainda aceitar que o comerciante tenha uma inclinação imediata para seus fregueses, de modo a não praticar, por amor a eles, preço para si mais vantajoso a um do que a outro. A ação, pois, não foi praticada nem por dever nem por inclinação imediata, mas tão somente com intenção egoísta”. ( KANT, 2008, p. 25) É importante notar que esses exemplos procuram radicalizar a posição kantiana diante das ações humanas: na medida em que elas se regulam por meio de uma intenção egoísta, não podem se caracterizar como livres, pois estão ancoradas em inclinações, ou seja, em desejos, intenções e impulsos egoístas. Em Kant, o valos de uma ação vai residir na intenção do agente da ação. “Assim, o valor moral da ação não reside no efeito que dela se espera; também não reside em qualquer princípio da ação que precise tomar seu fundamento determinante nesse efeito esperado. Pois todos esses efeitos( o agrado de estado próprio, ou incluso o fomento da felicidade alheia) poderiam ser alcançados também por outras causas, e para tal não se precisaria, portanto, de um ser racional, em cuja vontade, e somente nela, se pode encontrar o bem supremo e incondicionado. Por conseguinte, outa coisa não há senão a representação da lei em si mesma, a qual só no ser racional se realiza, enquanto é ela, e não o esperado efeito, o fundamento da vontade, podendo constituir o bem excelente a que chamamos moral, que se faz presente já na própria pessoa que age segundo essa lei, mas que não se deve esperar de nenhum efeito da ação”. (KANT, 2008, p. 28) A dificuldade está em compreender como se fundamenta a ação racional do dever. Nos exemplos dados é possível perceber que uma ação por dever não está na consequência da ação, no objeto do querer, mas no princípio formal e racional (ligado a intenção) que a determina. Portanto para se pensar uma ação por dever, é necessário pensar em um princípio formal da vontade, o querer. Em segundo lugar, para Kant, esse princípio formal da vontade deve ser compreendido como uma lei da razão, daí ele dizer que o “dever é a necessidade de uma ação por respeito a lei”. Logo, a ação por dever respeita uma determinada lei. Essa lei consiste no uso prático da ação, na sua relação com a vontade, é independente de qualquer fator em pírico, sendo assim, a própria lei racional não poderá ter um conteúdo predeterminado. A moral kantiana deve ser compreendida como um procedimento racional de avaliação das ações dos homens. Esse procedimento de avaliação das ações que Kant propõe, diz respeito à possibilidade de universalização de uma determinada regra que foi pressuposta pela vontade. Assim se uma determinada regra é válida para todos os seres racionais, a ação pressuposta pela regra da vontade é racional, consequentemente, a ação será compreendida por dever, que respeitou a lei. A lei obriga o sujeito a valiar suas regras de conduta, por meio do critério de universalização, ou seja, se a sua máxima, a regra de conduta, é ou não possível de valer para todos os sujeitos racionais. Segundo Kant, o princípio formal da vontade, a lei pode ser formulado dessa maneira: “ devo agir sempre de modo que possa querer também que a minha máxima se converta em lei universal”. Essa é a primeira formulação da lei, que é o imperativo categórico da razão. O imperativo categórico nos representa uma ação objetivamente necessária por si mesma, sem relação com nenhum outro fim. Dessa forma, a ação é representada como boa em si, por conseguinte como necessária em uma vontade em si conforme à razão com princípio dessa vontade. O imperativo categórico se expressa pelo verbo dever, mostrando assim a relação de uma lei objetiva da razão com uma vontade que, por sua constituição subjetiva, não é necessariamente determinada por tal lei, uma obrigação. Portanto, uma boa vontade estaria sob leis objetivas (do bem), pois sua constituição subjetiva só pode ser determinada pela representação do bem. “Uma vontade perfeitamente boa estaria, portanto, igualmente sob lei objetivas (do bem), mas não se poderia apresentar como obrigada a ações conformes à lei, pois que pela sua constituição subjetiva só pode ser determinada pela representação do bem. Por isso, os imperativos não valem para a vontade divina nem, em geral, para uma vontade; o dever não tem aqui lugar adequado, porque o querer coincide já por si, necessariamente, com a lei. Por isso, os imperativos não são mais do que fórmulas para exprimir a relação entre as leis objetivas do querer em geral e a imperfeição subjetiva da vontade desse ou daquele ser racional - da vontade humana”.(KANT, 2008, p.44) Assim, chegamos ao princípio do conhecimento moral da razão humana, princípio esse que a razão na verdade não concebe abstratamente em uma forma geral, mas o mantém sempre diante dos olhos e dele se serve como padrão para seus julgamentos. Distinguindo perfeitamente o que é bom ou o que mau, ou seja, o que é conforme ao dever ou o que é contrário a ele; e mostrando o quanto é superior a capacidade prática de julgar em relação à capacidade teórica no entendimento humano. Pois é na prática que a capacidade de julgar começa a mostrar todas as suas vantagens, excluindo todos os determinantes sensíveis. BIBLIOGRAFIA *KANT, Immanuel. Fundamentação da Metafísica dos Costumes e Outros Escritos.( Primeira Seção). Editora Martin Claret. São Paulo, 2008. APRESENTAÇÃO
O objetivo do meu artigo é mostrar de que forma se dá o procedimento racional de avaliação
das ações dos homens, segundo o que Kant propõe. No pensamento kantiano a noção da livre vontade humana é posta em foco, o filósofo investiga se existe uma lei transcendental da razão que a determine. Pretendo esboçar de que forma se dá a boa ação, a noção de dever, e por conseguinte, a origem do princípio formal da vontade, que é a lei, formando o imperativo categórico; concluindo, assim, com o princípio do conhecimento moral da razão humana.