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Raciocínio
lógico
lógico
Conceito de lógica Raciocínio Lógico | UNISUAM

Apresentação
Seja bem-vindo à disciplina Raciocínio Lógico.

Esta disciplina a distância complementará seus estudos, permitindo que você desenvolva sua
capacidade de apreensão de conteúdo, qualquer que seja sua área de seus curso, resultando
em uma experiência bem interessante. Estudar raciocínio Lógico também será importante
na sua formação geral, pois proporcionará melhor compreensão tanto dos novos conteúdos
da área de estudo escolhida por você, quanto do próprio mundo que o cerca. Afinal, articular
de modo eficiente o raciocínio é uma condição imprescindível para um bom desempenho,
tanto pessoal quanto profissional.

Ao final, você aprenderá bastante os segredos do pensamento, como também aplicá-lo no


seu dia a dia, percebendo como a lógica e seus desdobramentos estão presentes no modo
como organizamos nossa rotina, nos relacionamos com o mundo e até mesmo como o mundo
se relaciona conosco. O raciocínio lógico está presente até nas atividades mais prosaicas de
nosso cotidiano, como fazer compras, calcular nosso orçamento, reivindicar nossos direitos
através de uma boa argumentação e até mesmo em textos publicitários.

Você terá a oportunidade de interagir com seus colegas e professor nos fóruns, colocando
suas dúvidas e debatendo as dos colegas. Mas não queremos ficar a distância, pelo contrário,
queremos que você participe, compartilhe as suas dúvidas e nos procure sempre que precisar
através dos diferentes meios de comunicação disponíveis na sua sala virtual.

Bons estudos!

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Conceito de lógica Raciocínio Lógico | UNISUAM

CONCEITO
DE LÓGICA
Objetivo do estudo
Esperamos que ao final do estudo dessa unidade você seja capaz de apresentar, através da
pesquisa das estruturas do pensamento, as regras que devem ser seguidas na elaboração
de raciocínios válidos e corretos.

http://www.a4psikiyatri.com/wp-content/
uploads/2014/07/mant%C4%B1ksal-
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1 T1 A LÓGICA FORMAL
O que é lógica formal?
A palavra “lógica” origina-se do grego clássico, do vocábulo lógos, que significa palavra,
pensamento, idéia, argumento, relato, razão lógica ou princípio lógico. A Lógica é uma ciência
de base Matemática e muito ligada à Filosofia. Ela tem como objetivo apresentar, através de
uma pesquisa rigorosa das estruturas do pensamento, as regras que devem ser seguidas
na elaboração de raciocínios válidos e corretos.

Como o pensamento é a manifestação do conhecimento e este visa à obtenção da verdade,


faz-se necessário o estabelecimento de regras para que tal meta consiga ser alcançada.
Destarte, a lógica é o ramo da filosofia que estabelece as regras do pensar correto. O
estudo da lógica só adquire sentido quando ela é vista, de fato, como um meio de garantir
que o pensamento aja de maneira correta, chegando, assim, aos conhecimentos tidos
como “verdadeiros”.

LÓGICA NATURAL X LÓGICA CIENTÍFICA

A Lógica é uma ciência, um sistema de conhecimentos definidos, alicerçados em princípios


de caráter universal. No que tange a tal aspecto, a lógica filosófica se diferencia da lógica
espontânea ou empírica.

A lógica natural, espontânea ou empírica, nada mais é do que uma aptidão inata do espírito
empregada pelas faculdades intelectuais, mas sem ser capaz de justificar racionalmente por
meio de princípios universais.

Você já observou como sua vida é rodeada de raciocínio lógico? Veja algumas situações:

Realizando planejamento diário: Dependendo do trânsito


terei que escolher entre trem e ônibus para ir à faculdade,
pois não posso faltar à prova, senão serei reprovado.

Escolhendo um aparelho celular novo: Preciso de um


telefone para realizar chamadas, mensagens, fotografar e
acessar a internet. Estou em dúvida entre o mais bonito e
http://www.creacionismo.net/genesis/sites/ o mais barato. Achei um intermediário, logo o comprarei.
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Analisando variações de preços dos supermercados: Não
quero me deixar enganar pela beleza da propaganda, vou
analisar o quanto será economizado ao final e irei às compras.

Em cada uma das situações acima foi necessário o mínimo


do pensamento lógico para se alcançar a melhor opção.

Já a lógica científica faz parte da filosofia normativa. Ela tem


como objetivo central definir quais devem ser as operações
intelectuais utilizadas na satisfação das exigências de um
pensamento correto. Ela determina as condições, não de
exigência, mas de legitimidade.

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A lógica aristotélica

A lógica tem como base a boa elaboração dos


argumentos, que são as estratégias linguísticas
empregadas na defesa de uma tese. A obra fundadora
da lógica clássica é Organon, de Aristóteles. Essa obra
reúne grande parte de seus pensamentos.

Aristóteles nasceu em Estagira, na Calcídia (384 a.C.

Aristóteles - 322 a.C.). Ele foi aluno de Platão e professor de


Alexandre, o Grande e é considerado um dos maiores
pensadores de todos os tempos. Juntamente com
Sócrates e Platão, ele figura entre os mais influentes
filósofos gregos e deixou contribuições em diversas
áreas do conhecimento humano, tais como: ética,
política, física, metafísica, lógica, psicologia, poesia,
retórica, zoologia, biologia e história natural.

No intuito de mostrar que os sofistas, mestres da


retórica e da oratória, eram capazes de enganar
os cidadãos, empregando argumentos incorretos,
Aristóteles passou a estudar a estrutura lógica da
argumentação. Através desse estudo, ele chegou
à conclusão de que alguns argumentos podem ser
convincentes, a despeito de não serem corretos.

Segundo Aristóteles, a lógica é um instrumento para


atingir o conhecimento científico. Apenas pode ser
considerado ciência aquilo que é metódico e sistemático.
Na obra Organon, o filósofo apresenta a lógica como um
método do discurso utilizado na demonstração, o qual
utiliza três tipos de operações da inteligência:

a) o conceito: é a representação mental dos objetos;


b) o juízo: é a afirmação ou negação da relação entre
o sujeito e seu predicado;
c) o raciocínio: é o que leva à conclusão a respeito
dos diversos juízos presentes no discurso.

raciocínio relação entre juízos


[ argumento ] [ proposição ]

juízo relação entre conceitos


[ proposição ] [ termos ]

conceito representação mental


[ termo ] [ ideia ]

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Lógica formal x lógica material

Na concepção de Aristóteles existem dois tipos de lógica: a lógica formal e a lógica material.

a) a lógica formal ou menor: é a parte da Lógica que visa à definição da forma correta das
operações intelectuais. Ela assegura o acordo do pensamento consigo próprio e, a partir
disso, os princípios descobertos e as regras elaboradas são aplicados a todos os objetos
do pensamento.
b) a lógica material ou maior: é a parte da Lógica que determina as leis particulares que
decorrem da natureza dos objetos a serem conhecidos. Ela define os métodos da Matemática,
da Física, da Química, das Ciências naturais e das Ciências morais.

saiba mais
A lógica surge com os gregos e foi especialmente
com Aristóteles que adquiriu a sua completude e
perfeição. Os antigos, entretanto, não foram os
únicos a se dedicarem à lógica. Alguns autores
importantes não podem deixar de ser mencionados:

a) os medievais: Porfírio, Boécio, Abelardo e S.


Tomás de Aquino;

b) os modernos: Leibniz, Wolff, Kant, Russel e


Whitehead.

aprofundando
Não deixe de ler uma pequena biografia de
Aristóteles acessando

http://www.suapesquisa.com/aristoteles/

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T2 APRENDENDO A PENSAR
Antes de começar, vamos dar a palavra ao professor Othon M. Garcia, que afirma:

Aprender a escrever é aprender a pensar

Aprender a escrever é, em grande parte se não principalmente, aprender a


pensar, aprender a encontrar ideias e a concatená-las, pois, assim como não é
possível dar o que não se tem, não se pode transmitir o que a mente não criou ou
não aprovisionou. (...) É que palavras não criam ideias; estas, se existem, é que,
forçosamente, acabam corporificando-se naquelas, desde que se aprenda como
associá-las e concatená-las, fundindo-as em moldes frasais adequados. Quando
o indivíduo tem algo a dizer, porque pensou, e pensou com clareza, sua expressão
é geralmente satisfatória.

Todos reconhecemos ser ilusão supor – como já dissemos – que se está apto
a escrever quando se conhecem as regras gramaticais e suas exceções. Há
evidentemente um mínimo de gramática indispensável (grafia, pontuação, um
pouco de morfologia e um pouco de sintaxe), mínimo suficiente para permitir
que se adquira certos hábitos de estruturação de frases modestas, mas claras,
coerentes, objetivas. A experiência nos ensina que as falhas mais graves em
redações resultam menos das incorreções gramaticais do que da falta de ideias
ou da sua má concatenação.

Escreve realmente mal aquele que não tem o que dizer porque não aprendeu a
pôr em ordem seu pensamento, e, porque não tem o que dizer, não lhe bastam
as regrinhas gramaticais, nem mesmo o melhor vocabulário de que possa dispor.
Portanto, é preciso que tenhamos os meios de disciplinar o raciocínio, de estimular
o espírito de observação dos fatos e aprender a criar ou aprovisionar ideias:
aprender, enfim, a pensar.

GARCIA, Othon M. Comunicação em Prosa Moderna. Rio de Janeiro: Editora


FGV, 1988, p. 291.

É necessário, portanto, o esforço da cada um de nós, uma vez que sempre estamos sendo
testados em nossas habilidades mentais. Desenvolvendo o raciocínio, as chances de sucesso,
tanto na escrita quanto na interpretação de textos e de ideias, aumentam substancialmente.
Vejamos um exemplo:
“Ao definir-se uma tese para o escrito, podemos verificar se no mesmo parágrafo,
ou no seguinte, não estamos entrando em contradição com a ideia apresentada.
Isto é, devemos trabalhar com logicidade.

Em um texto dissertativo, se no primeiro parágrafo a ideia se dirige a um rumo


A e, no segundo, a um rumo B e ainda se na conclusão determinarmos que os
dois estão no mesmo sentido, incorremos num erro lógico. Então, só o pensar
corretamente pode perceber se os parágrafos estão em sentidos opostos e não
podem ser considerados que estão no mesmo sentido.

Da mesma forma, tanto na escrita quanto na resolução de problemas numéricos


a concentração é fundamental porque através dela a mente fica desperta para os
significados. À medida que se vai lendo concentradamente, o cérebro vai buscando
a diretriz de raciocínio, fazendo as associações necessárias, o que gera o fácil
entendimento.”

(Silvio Salgueiro - Disponível em portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000013725.


doc acessado em 11/05/2015)

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Da validade dos fatos

Os fatos em si mesmos às vezes não bastam: para que provem é preciso que sua observação
seja acurada e que eles próprios sejam adequados, relevantes, típicos ou característicos,
suficientes e fidedignos.

A simples leitura de uma reportagem sobre o crime supostamente praticado por Fulano não me
pode permitir afirmar com certeza que o suspeito é de fato o criminoso: nessas circunstâncias
não houve exame acurado dos fatos, não houve sequer observação direta, pois os dados
disponíveis me vieram de segunda mão.

O cabo eleitoral que, com veemência demagógica, exaltar as virtudes do seu candidato,
certamente não fornecerá ao eleitor em potencial senão os dados abonadores, manejados
a jeito para tentar convencer: não serão fatos fidedignos, isto é, não merecerão fé, pois é
suspeita a fonte de onde provieram. Há interesse e pode haver malícia.

Se alguém nos tentasse convencer de que a fundação de Brasília foi apenas desperdício
de dinheiro porque Goiânia ou Belo Horizonte, cidades também do interior, poderiam
perfeitamente funcionar como capital do Brasil, não estaria apresentando como razões fatos
típicos nem característicos.

Portanto, conclusões baseadas em fatos dessa ordem hão de ser forçosamente, ou


provavelmente, falsas.

Verdade X Validade
A verdade é a correspondência entre o que é pensado e o objeto em si. Quando o que é
pensado ou falado a respeito de um determinado objeto corresponde à realidade, afirma-se
que é enunciada a verdade. Se não ocorrer a correspondência, é dita uma mentira.

Já a validade está relacionada à estrutura lógica da argumentação, ou melhor, ao


encadeamento formal e lógico dos raciocínios. Se for apresentada uma argumentação
que siga determinadas regras, tem-se uma argumentação válida; caso contrário, surge um
raciocínio inválido.

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As leis formais do pensamento

De acordo com os lógicos, para que se chegue ao raciocínio


formalmente válido, é imprescindível levar em consideração
quatro princípios, os quais servem de critério para o
conhecimento verdadeiro:

Princípio da identidade: é aquele que afirma a identidade


de determinado elemento consigo mesmo. Ele pode ser
enunciado da seguinte maneira: Toda coisa é o que é.

Princípio da (não-) contradição: determina que um


elemento, se for considerado sob o mesmo aspecto, não pode,
ao mesmo tempo, ser e não-ser; portanto, coisa alguma pode
ter ou não ter, simultaneamente, determinada propriedade.

Princípio do terceiro excluído: defende que, caso


seja dada uma determinada noção, ou ela é tida como
verdadeira ou como falsa. Em outras palavras, não
existe um meio-termo entre a afirmação e a negação. De
acordo com tal princípio, apenas existem duas maneiras
saiba mais de ser e, portanto, de dois juízos contraditórios, um é
obrigatoriamente verdadeiro e o outro falso.

Escolástica: Princípio da razão suficiente: esta lei não é apresentada


http://pt.m.wikipedia.org/wiki/Escolástica por Aristóteles e pelos escolásticos. Ela foi primeiramente
elaborada por Leibniz (1646-1716) em sua obra La
Leibniz:
http://pt.m.wikipedia.org/wiki/Leibniz Monadologia. Leibniz diz o seguinte: “Fato algum pode ser
tomado como verdadeiro ou existente, nem algum enunciado
ser considerado verídico, sem que haja uma razão suficiente
para ser assim e não de outro modo”.

MÉTODOS FUNDAMENTAIS DE RACIOCÍNIO


T3 Em linguagem vulgar, método é a melhor maneira de fazer as coisas. Quando se diz que
alguém não tem método de trabalho, quer-se dar a entender que os meios de que se serve
para realizar determinada tarefa não são os mais adequados nem os mais eficazes; por
isso, perde tempo, desperdiça esforço e energia, faz, desfaz, refaz e não realiza a contento
os propósitos colimados.

Etimologicamente, método (meta: através de, odos: caminho) é o caminho através do


qual se chega a um fim ou objetivo. Do ponto de vista da Lógica, é o conjunto dos meios
ou processos empregados pelo espírito humano para a investigação, a descoberta e a
comprovação da verdade. Método implica, assim, uma direção, um rumo, regularmente
seguido nas operações mentais.

Distinguem-se, primordialmente dois tipos de operações mentais na busca da verdade, vale


dizer, dois métodos fundamentais de raciocínio:

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- a indução (que vai do particular para o geral) – “Mostrar como uma conclusão é tirada da
experiência sensível, ou, em outras palavras, resolver uma conclusão nos fatos dos quais
nosso espírito a extrai como de uma matéria é proceder por via indutiva.”

- a dedução (que parte do geral para o particular) - “Mostrar como uma conclusão deriva de
verdades universais já conhecidas (...) é proceder por via dedutiva ou silogística.”

particulariza

dedução

universal particular

indução

generaliza

É neste sentido que Aristóteles e Sto. Tomás ensinam que nós temos somente dois meios
de adquirir a ciência, a saber, o Silogismo, que procede a partir das verdades universais; e a
Indução, que procede a partir dos dados singulares, dependendo formalmente todo o nosso
conhecimento dos primeiros princípios evidentes por si mesmos, e tirando materialmente
sua origem da realidade singular e concreta percebida pelos sentidos.

Vamos conhecer melhor cada um deles?

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Conhecendo e aplicando os métodos de raciocínio


Método indutivo ou raciocínio indutivo
Pela indução, partimos da observação e análise dos fatos, concretos, específicos, para chegarmos
à conclusão, à norma, regra, lei, princípio, quer dizer à generalização. Em outros termos: o processo
mental busca a verdade partindo de dados particulares conhecidos para princípios de ordem geral

exemplo desconhecidos. Parte do efeito para a causa. É um raciocínio a posteriori.

Para entender melhor, vejamos um exemplo:


Vejamos um fato específico, um caso particular que aconteceu no século XX, lá pelos idos
de 1918: a substituição dos bondes pelos ônibus elétricos no Rio de Janeiro. Trata-se de
chegar a uma conclusão, de descobrir o que é melhor — e filosoficamente, moralmente, o
melhor é a verdade. Mas os caminhos que levam à verdade nem sempre são muito fáceis:
A opinião pública estava dividida: uns defendiam a medida como solução ideal para o
problema dos transportes coletivos, que os bondes já não atendiam satisfatoriamente; outros
a condenavam de maneira taxativa. Na própria Assembléia Legislativa, a questão tinha dado
motivo a longos debates.

Pois bem: que faria um repórter ou um assessor técnico, desejosos de “tirar a questão a
limpo”, como vulgarmente se diz? Sairiam pelas ruas a colher dados concretos, exemplos,
testemunhos, fatos, em suma, fatos capazes de provar a conveniência ou não da medida
preconizada pelas autoridades: quantos passageiros conduziam os bondes em cada viagem,
e quantos conduziriam os ônibus elétricos? quantas viagens cada um deles poderia fazer em
cada percurso de ida-e-volta? quanto tempo haveria de espera nas filas dos ônibus elétricos?
quais as condições de conforto em uns e outros?

Eis aí alguns dos fatos que poderiam ser observados, analisados, confrontados, antes de
se chegar a uma conclusão. Se os fatos observados fossem típicos, adequados, suficientes,
relevantes e fidedignos, a conclusão a que se chegaria representaria a melhor solução para
o caso. O chefe de relações públicas da empresa concessionária (admitamos que a solução
fosse favorável aos ônibus elétricos) poderia, então, baseado nos fatos apurados pelo
assessor técnico, fazer a declaração: “O ônibus elétrico é a solução para o grave problema
dos transportes urbanos nesta luminosa cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro”.

Agindo dessa forma, o assessor e o repórter teriam adotado o método indutivo, partido dos
fatos particulares ou específicos para a conclusão ou generalização. Partiriam do que era
conhecido (bondes e ônibus elétricos) para o desconhecido (só ônibus elétricos), isto é, a
solução, a conclusão, o princípio ou norma ou diretriz, em suma: a verdade, que é sempre
a melhor solução.

Testemunho autorizado
Nem sempre é possível examinar todos os fatos “ao vivo”, vale dizer, observá-los diretamente,
pessoalmente. Outros já podem tê-lo feito em condições satisfatórias, tendo em vista outros
propósitos, visando a outras conclusões. O estudante poderá aproveitar o resultado dessas
pesquisas e acrescentar o das suas próprias.

A ciência não é obra exclusivamente individual, mas resultado de um esforço coletivo,


ao longo do tempo, através de gerações, pelo acúmulo de pesquisas e conclusões
parciais, provisórias ou definitivas. Quando, na pesquisa da verdade, nos baseamos em
afirmações alheias dignas de crédito, nos servimos de testemunhos autorizados, estamos
aplicando o que se chama de métodos de autoridade. Desde que o pesquisador não se
submeta servilmente, cegamente, ao testemunho alheio, mas, ao contrário, o acolha com
espírito crítico, o método de autoridade constitui processo de investigação da verdade
indispensável ao progresso da ciência.

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Analogia e comparação

ANALOGIA
É uma semelhança parcial que sugere uma semelhança oculta, mais completa.

1. As semelhanças são apenas imaginárias.


2. Tenta-se explicar o desconhecido pelo conhecido, o estranho pelo familiar.
3. Grande valor didático.
4. Sua estrutura gramatical inclui expressões próprias da comparação: como, semelhante

exemplo a, parecido com.

Veja o exemplo!
O Sol é muitíssimo maior do que a Terra, e está ainda tão quente que é como uma enorme bola
incandescente, que inunda o espaço em torno com luz e calor. Nós aqui na Terra não poderíamos
passar muito tempo sem a luz e o calor que nos vem do sol, apesar de sabermos produzir
aqui mesmo tanto luz como calor. Realmente podemos acender uma fogueira para obtermos
luz e calor. Mas a madeira que usamos veio de arvores, e as plantas não podem viver sem
luz. Assim, se temos lenha, é porque a luz do sol tornou possível o crescimento das florestas.

1. É uma comparação quanto à forma, mas na essência é uma analogia.


2. Tenta-se explicar o desconhecido (Sol) pelo conhecido (bola incandescente).
3. Semelhança apenas parcial: há outras, enormes, diferenças entre o Sol e uma bola de fogo.

COMPARAÇÃO
As semelhanças são mais reais, sensíveis.
São expressas numa forma verbal própria: parecer, lembrar, dar uma idéia, assemelhar-se.

exemplo Utilização dos chamados conectivos de comparação: como, quanto, do que, tal qual.

Veja o exemplo!
Esta casa parece um forno, de tão quente que é.

Método dedutivo ou raciocínio dedutivo – o silogismo


Se, pelo método indutivo, partimos dos fatos particulares para a generalização, pelo dedutivo,
“caminhamos” em sentido inverso: do geral para o particular, da generalização para a
especificação, do desconhecido para o conhecido. É método a priori: da causa para o efeito.
Para entender melhor, vamos trabalhar o conceito de silogismo. Nome estranho, não? Parece
até remédio para dor de cabeça... Mas não se preocupe, o conceito é simples e faz parte de
nosso dia a dia. Entender e trabalhar com silogismos é mais fácil do que parece e não vai
dar dor de cabeça em ninguém. Então, mãos à obra!

Definição de silogismo
É uma forma de raciocínio através da qual, com base em uma premissa maior e uma premissa
menor, chega-se a uma conclusão.

O silogismo é uma forma de raciocínio dedutivo (isto é, que parte da observação de casos
gerais para a formulação de uma conclusão de caráter particular) muito comum em nosso
dia a dia. A todo momento tiramos conclusões a partir de generalizações, mas o fazemos de

exemplo modo tão natural que não nos damos conta disso.

Por exemplo: uma afirmativa como “Aquela loja vive cheia. Vou dar um pulo lá” traz, em
seu bojo, o seguinte raciocínio:
Toda loja que vive cheia é porque tem variedade e bons preços.
Aquela loja vive cheia.
Logo, vou comprar lá também.

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Na publicidade, por exemplo, é muito comum o uso de silogismos “disfarçados”, com o intuito
de seduzir o consumidor. Imagine um anúncio de determinada marca de automóveis, que
use o seguinte slogan:

Quem ama, protege. Automóvel X, o único com airbags em todas as laterais e freios
ABS de série.

Espera-se que o consumidor realize, de fato, a seguinte leitura:


Todo homem que ama sua família zela por sua segurança.
Eu amo minha família.

exemplo Logo, vou comprar o automóvel X, que é o mais seguro.

Ou neste outro exemplo, bem conhecido:

O biscoito X está sempre fresquinho porque vende bem, ou vende bem porque está
sempre fresquinho?

Por trás deste slogan, há um silogismo embutido:


Quando um biscoito vende bem, está sempre fresquinho, porque há sempre novas remessas.
Ora, o biscoito X vende bem.
Logo, está sempre fresquinho.
E, é lógico, você compra o biscoito que vende bem e ajuda a mantê-lo sempre fresquinho...

CONHECENDO A ESTRUTURA DO SILOGISMO E


T4 RESOLVENDO PROBLEMAS
Um silogismo é formado, em geral, por três segmentos. O primeiro, chamado de “premissa
maior”, tem caráter generalizante. O segundo, “premissa menor”, tem caráter particularizante.
O terceiro, a “conclusão”, faz a síntese entre os dois.

Observe:

Premissa maior: Todos os médicos estudam anatomia.


Premissa menor: Paulo é médico.
Conclusão: Logo, Paulo estudou anatomia.

Além disso, um silogismo tem que preencher as condições:


1ª) ter três termos (usados duas vezes cada um) e na disposição A-B, C-A; C-B. Veja:
Todos os médicos (A) estudam anatomia. (B)
Paulo (C) é médico. (A)
Paulo (C) estudou anatomia. (B)
2ª) não possuir ambiguidade
3ª) apresentar premissas verdadeiras

Fique ligado!

O uso do termo “todos” na premissa maior lhe confere caráter generalizante.


Na premissa menor, temos a particularização, a partir da citação de um caso ou exemplo específico.
A conclusão promove a ligação entre as duas premissas, de modo lógico.

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Vamos ver alguns exemplos?

exemplos As mulheres são mais delicadas que os homens.


Maria é uma mulher.
Logo, Maria é mais delicada do que os homens.

Todo queijo de supermercado é de fabricação nacional.


O parmezon que está na geladeira foi comprado no supermercado.
Logo, o parmezon é de fabricação nacional.

Nenhum habitante desta cidade sabe ler e escrever.


Aderbal mora nesta cidade.
Logo, Aderbal não sabe ler e escrever.

Todos os livros da biblioteca de minha escola levam um carimbo vermelho.


Este livro tem um carimbo azul.
Logo, este livro não é da biblioteca de minha escola.

Todos os alunos da Escola Jardim Encantado foram vacinados.


Meu filho estuda nessa escola.
Logo, meu filho foi vacinado.

Todos os meus cães são pastores alemães.


Duque é um labrador.
Logo, Duque não é um dos meus cães.

Continuando o estudo da estrutura do silogismo, vemos que, quando ele apresenta tanto
as premissas quanto a conclusão, isto é, está completo quanto ao seu aspecto formal, ele
é considerado válido. Se a matéria de que trata se mostrar lógica em sua conclusão, ele é
considerado verdadeiro (caso contrário ele é um silogismo falso, que iremos estudar mais
adiante). Observe:
Todos os advogados estudam o Código Penal.
Mário é advogado.
Logo, Mário estudou o Código Penal.

No exemplo dado, ele é uma coisa e outra: válido e verdadeiro. Mas, por quê? Porque a
conclusão só pode ser verdadeira se as duas premissas também o forem.

Viu como não é difícil trabalhar com silogismos? Na verdade, o silogismo é um tipo básico
de raciocínio, que até usamos em nosso dia a dia. Mas fazemos isso de modo automático,
sem refletir muito. Conhecendo, porém, seu mecanismo, podemos passar a usá-lo de modo
mais variado e eficiente.

Vamos continuar?

Problemas sobre silogismos


Geralmente problemas sobre silogismos apresentam expressões como “todos”, “nenhum”,
“algum”, “pelo menos um”. Muitos deles são resolvidos facilmente com base nos Diagramas
de Venn muito utilizados em matemática.

Pra começar, vamos ver as proposições categóricas:

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Conceito de lógica Raciocínio Lógico | UNISUAM

Todo A é B: Algum A é B:
B A

Nenhum A é B A
Algum A não é B
A B

Agora vamos resolver um problema para entender melhor?

Todas as amigas de Beto são, também, amigas de Berenice, mas nenhuma amiga de Berenice
é amiga de Bruna. Todas as amigas de Bia são também amigas de Bela, e algumas amigas
de Bela são também amigas de Bruna. Como nenhuma amiga de bela é amiga de Berenice,
e como Bela, Bia e Bruna não têm nenhuma amiga em comum, então qual a opção correta?

A) Pelo menos uma amiga de Bia é amiga de Bruna

B) Pelo menos uma amiga de Beto é amiga de Bruna

C) Todas as amigas de Bela são amigas de Beto

D) Todas as amigas de Bela são amigas de Bia

E) Nenhuma amiga de Bia é amiga de Beto

Primeiro vamos montar os diagramas com o enunciado:

1) Todas as amigas de Beto são, também, amigas de Berenice


BERENICE

BETO

2) Nenhuma amiga de Berenice é amiga de Bruna


BERENICE BRUNA

BETO

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Conceito de lógica Raciocínio Lógico | UNISUAM

3) Todas as amigas de Bia são também amigas de Bela


BELA

BIA

4) Algumas amigas de Bela são também amigas de Bruna


BRUNA
BELA

BIA

5) Finalmente, nenhuma amiga de bela é amiga de Berenice. E Bela, Bia e Bruna não têm
nenhuma amiga em comum (no diagrama, veja que Bela e Bruna têm amigas em comum,
mas Bela, Bia e Bruna não têm amigas em comum às três)

BERENICE BRUNA
BELA
BETO
BIA

Agora vamos analisar cada uma das opções, e verificar a resposta correta:

A) Pelo menos uma amiga de Bia é amiga de Bruna?


Resposta: Não, porque apenas Bruna e Bela têm amigas em comum.

B) Pelo menos uma amiga de Beto é amiga de Bruna?


Resposta: Não, veja que os diagramas estão separados.

C) Todas as amigas de Bela são amigas de Beto?


Resposta: Não, veja que os diagramas estão separados.

D) Todas as amigas de Bela são amigas de Bia?


Resposta: Não, as de Bia são todas amigas de Bela, mas podem existir amigas de Bela que
não são amigas de Bia (veja no diagrama)

E) Nenhuma amiga de Bia é amiga de Beto?


Resposta: Sim, esta é a resposta correta!

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O raciocínio dedutivo e o cotidiano — o entimema


O raciocínio dedutivo preside ou condiciona praticamente a totalidade do nosso comportamento
diário. As mais simples ações, reações ou atitudes mentais tanto quanto as mais complexas
— seja a compra de uma dúzia de laranjas, seja a demonstração de um teorema — implicam
um raciocínio dedutivo.

Nem sempre, entretanto, temos consciência de se estar elaborando em nós mesmos um


silogismo completo. Às vezes, o que aflora no plano da consciência é apenas a conclusão,
traduzida em expressão verbal, em ações, impulsos ou comandos. Mas, antes dela, ou melhor,
por baixo dela, subjaz como nos iceberg uma elaborada série de processos mentais, que
chega a ser bem extensa quando inclui ainda a indução, que, como sabemos, fornece os
elementos ou dados para a generalização que vai ser a premissa maior do silogismo dedutivo.

É frequente omitir-se a premissa maior quando se aceita pacificamente, tacitamente, a regra


ou norma que nela se contém. Resulta daí um silogismo truncado ou incompleto, a que a
lógica dá o nome de entimema: “J.P. é acusado de fraude; logo, não deve ser eleito”, J.P. lê
Marx; logo, é comunista”.

Não é preciso declarar expressamente que “nenhum indivíduo acusado de fraude deve ser
eleito” ou que “todo indivíduo que lê Marx é comunista” para se chegar à conclusão. Na prática,
às vezes nem mesmo a premissa maior é enunciada: vai-se logo à conclusão. Nesta hipótese,
porém, quase sempre se impõe uma justificativa, isto é, a prova ou razão do que se declara. A
justificativa ocorre espontaneamente ou resulta de pergunta do interlocutor, quando se trata da
língua falada: “Por que? Por que diz você que J.P. não deve ser eleito (ou que é comunista)?”

A vida cotidiana está cheia de situações que se “resolvem” em entimemas. Não é preciso
dizer com todas as letras que os mentirosos não merecem crédito para não dar ouvidos ao
que nos diz um mentiroso notório. Basta afirmar: J.P. é um mentiroso (“logo, não acredite
no que ele diz” é uma conclusão tão espontânea, que se torna desnecessário formulá-la.)

O FALSO SILOGISMO (NON SEQUITUR)


T5 Mas o silogismo pode ser válido e não ser verdadeiro? É claro que sim! Basta que uma de
suas premissas se revele falsa.
Veja um exemplo de falso silogismo:
Todo supermercado vende refrigerante.
Aquele posto de gasolina vende coisas de supermercado.
Logo, aquele posto de gasolina vende refrigerante.

Embora o silogismo esteja formalmente correto, contendo uma premissa maior, uma premissa
menor e uma conclusão, ele não é válido, uma vez que, obviamente, a conclusão se mostra
falsa. Isto se deve ao fato de que o dado principal da premissa maior (vender refrigerantes)
não é atribuição exclusiva dos supermercados.

Neste caso, o silogismo fundamenta-se em falsas premissas. Ele pode ser resultado de um
erro de informação ou da malícia de quem o formula. A conclusão pode ser verdadeira ou
falsa, mas o argumento é falacioso porque há falta de conexão entre a premissa inicial e a
conclusão. Observe o exemplo que se segue:
Todas as cidades grandes têm igrejas.
Em Bom Jesus da Ribeirinha há uma igreja.
Logo, Bom Jesus da Ribeirinha é uma cidade grande.

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Não é difícil perceber a falha deste raciocínio. A relação entre as premissas não sustenta
a conclusão a que se chega. O fato de ter uma igreja não faz de Bom Jesus da Ribeirinha
uma cidade grande. Observe este outro exemplo:
Todo time que joga bem ganha.
Meu time ganhou o jogo.
Logo, meu time jogou bem.

Ora, ter ganhado o jogo não é garantia de ter jogado bem. De fato, o time pode ter jogado
mal, mas o adversário ter jogado pior, o árbitro ter ajudado e assim por diante.

Vamos ver mais alguns exemplos para facilitar o aprendizado?

exemplos Você já sabe que um silogismo tem que preencher algumas condições:
1ª) ter três termos (usados duas vezes cada um) e na disposição A-B, C-A; C-B;
2ª) não possuir ambiguidade;
3ª) apresentar premissas verdadeiras;
4ª) ter sempre uma premissa universal, seguida de uma particular e encerrada por uma conclusão.

Identifique o princípio que foi desrespeitado em cada um dos seguintes silogismos abaixo:
Gatos têm sete vidas.
Minha namorada é uma gata.
Minha namorada tem sete vidas.
Resposta:
2ª – ambiguidade
3ª – premissa falsa

Todos os americanos vivem sob regime presidencialista.


Os mexicanos são americanos.
Os mexicanos vivem sob regime presidencialista.
Resposta:
2ª – ambiguidade

Todo favelado é marginal.


José é favelado.
José é marginal.
Resposta:
3ª – premissa falsa

Todos os professores são distraídos.


Meu irmão é distraído.
Meu irmão é professor.
Resposta:
1ª – não segue a disposição A-B, C-A, C-B
3ª – premissa falsa

Todos os estudantes gostam de ler.


Aderbal é estudante.
Logo, Aderbal gosta de ler.
Resposta:
3ª – premissa falsa

Fonte: http://www.xr.pro.br/default.html - acessado em abril de 2015 - prof. Marcus Valério - Material concebido para
curso de Introdução à Filosofia na Universidade de Brasília.

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Vamos aprofundar nossos conhecimentos? Veja mais algumas dicas para


reconhecer silogismos:

SILOGISMO é a forma mais simples de argumentação, constituída de duas afirmações,


chamadas premissas, das quais se retira uma conclusão.
brasileiros
brasilienses

exemplos
Todo brasiliense é brasileiro. (Premissa 1)
Fulano é brasiliense. (Premissa 2) fulano

Logo, Fulano é brasileiro. (Conclusão)

Temos os 3 princípios.
- A premissa 1 não admite a sua contraditória, que seria “Algum brasiliense não é brasileiro.”,
pois é impossível que ambas sejam Verdadeiras ou Falsas ao mesmo tempo.

- Os termos “brasiliense”, “brasileiro” ou “Fulano” só são idênticos a si mesmos.


Desconsideramos qualquer tipo de brasiliense não brasileiro, mesmo que haja uma “Brasília”
em outro país, consideramos apenas Brasília-DF.

- E cada premissa, e a conclusão, só pode ser Verdadeira ou Falsa, e não uma terceira
possibilidade. Se ambas as premissas são Verdadeiras, e a forma está correta, a conclusão
só pode ser Verdadeira e o Silogismo é Válido.

VERDADEIRO ou FALSO diz respeito a cada uma das premissas, julgadas de acordo com
sua relação a uma matéria qualquer, o mundo real, ou um mundo imaginário. Por exemplo
“Clark Kent é o Super-homem”.

VÁLIDO ou INVÁLIDO diz respeito à forma do silogismo, se não violar nenhuma regra, é válido.

Todo kriptoniano tem super poderes. Nenhuma águia é mortal.


O Super homem é kriptoniano. Fênix é uma águia.
O Super homem tem super poderes. Logo, Fênix não é mortal.

O silogismo é VÁLIDO, embora falso no mundo É VÁLIDO, embora falso no mundo real. E
real, pois as premissas são falsas. Mas se as poderia ser criado um universo ficcional onde as
premissas forem verdadeiras, como é no universo premissas fossem verdadeiras.
ficcional, então ele verdadeiro.

ASSIM: Um Silogismo é Válido, quando é IMPOSSÍVEL que, de duas premissas Verdadeiras,


a conclusão seja Falsa.

As 8 regras do silogismo
OBSERVAÇÃO:
Não há uma lista padronizada, podendo haver reagrupamento ou aparecerem em outras
ordens.

1 - O Silogismo só pode ter 3 termos

Termo MAIOR (universal),


Termo MÉDIO (que se repete)
Termo MENOR (que está incluso no Maior, não necessariamente particular);

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Vejamos alguns exemplos de silogismos ERRADOS:

exemplos Todo brasiliense é brasileiro.


Todo parisiense é francês.
Logo ???

Nenhuma pantera fala.


Aquela mulher é uma pantera.
Aquela mulher não fala. (O termo pantera está sendo usado em dois sentidos diferentes,
o que resulta em dois termos distintos.)

Todo lobisomem é feroz.


Drácula, não é lobisomem.
Então, ??? (Lobisomem e Não-Lobisomem são dois termos distintos.)

2 - A conclusão segue sempre a premissa mais fraca

Mais fraca, é a premissa particular, em relação à universal, e ou a negativa em relação à


positiva. Então:

MAIS FORTE------------------------------------------------------------------------------------MAIS FRACA

Universal Universal Particular Particular


Afirmativa Negativa Afirmativa Negativa

Vejamos um exemplo para facilitar o entendimento:


Todos os insetos se reproduzem
O besouro é um inseto.
Assim, o besouro se reproduz. (A conclusão é particular, como a premissa menor.)

Nota: Embora seja possível dizer na conclusão “Todo besouro se reproduz”, ainda assim o
universo dos besouros é particular em relação ao dos insetos. Para esclarecer, basta ser
mais específico:
seres que se reproduzem
Todos os insetos se reproduzem insetos
Este besouro é um inseto. besouros
Assim, este besouro se reproduz

Formalizando, temos:
A (insetos) B (capacidade de reprodução) e C (besouro) este besouro
Todo A é B
CéA
Logo C é B

Inválido seria colocar o “Todos os insetos”, ou “Tudo o que se reproduz” na conclusão.

Nenhum cão voa.


O morcego voa
Logo, o morcego não é cão. (Conclusão negativa, como a premissa 1, e particular, como a 2.)

Nenhum gelo é quente (Universal Negativa)


Todo fogo é quente (Universal Afirmativa)
Nenhum gelo é fogo (A conclusão terá que seguir a mais fraca, Universal Negativa.)

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3 - Os termos na conclusão não podem ter extensão maior que nas


premissas

Se um termo está no particular nas premissas, não poderá estar no universal na conclusão.
Se um termo está no negativo nas premissas, não poderá estar no afirmativo na conclusão.

Veja um silogismo construído de forma ERRADA:

exemplos
Todos os meus cães são pretos. Cães pretos
Rex é um de meus cães. Meus cães
Logo, todos os meus cães são Rex.
Totó Rex Fifi

Note que Rex é apenas um de meus cães, ele não


pode ser “universalizado”, que é o resultado de
passar de “Rex é um” para “Rex é todos”.

Derivações CORRETAS seriam:

Todos os meus cães são pretos.


Rex é um de meus cães.
Logo, Rex é preto.

Todos os meus cães são pretos.


Princesa é branca.
Princesa não é um de meus cães.

4 - O termo médio deve ser universal ao menos uma vez

Vamos entender melhor por meio de exemplos.

Construção ERRADA:
Alguns sambistas tocam pandeiro.
Zé é um sambista.
Logo, Zé toca pandeiro.
(Sambista, está no particular em ambas as premissas.)

Construção CORRETA:
Todos os sambistas tocam pandeiro.
Zé é um sambista.
Logo, Zé toca pandeiro.

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5 - De duas premissas particulares, nada se conclui

exemplos O que deriva das regras anteriores, 2, 3 e 4, que estão relacionadas. Uma forma de sintetizar
parcialmente as regras anteriores é afirmar que na conclusão o Termo Menor deve ser sujeito,
e o Maior predicado.

Veja um exemplo de construção ERRADA:


Alguns brasileiros jogam futebol.
Mario joga futebol.
Logo ???

6 - O termo médio não pode entrar na conclusão

Caso contrário, nada de novo será dito.

Veja exemplos de construções ERRADAS:


Nenhuma droga é saudável.
Todo licor é droga.
Dessa forma, uma droga é licor. (Que já foi dito na Premissa 2.)

Todos os meus cães são pretos.


Rex é um de meus cães.
Então, um de meus cães é preto. (Que já está implícito na Premissa 1.)

7 - De duas premissas negativas, nada se conclui

A construção só pode ser ERRADA, vejamos:


Nenhuma mulher desiste.
Paulo não é mulher.
Logo ???

8 - De duas premissas afirmativas não pode haver conclusão negativa.

Novamente teremos uma construção ERRADA:

Qualquer pessoa quer ser feliz.


Ela é uma pessoa.
Logo, ela não quer ser feliz.

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