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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
ÍNDICE
Tópicos Relevantes E Atuais Sobre Sistema De Justiça Criminal E Sistema Prisional Brasileiro ..............2
Panorama Brasileiro .........................................................................................................................................................2
População Carcerária Cresce Perto De 30%, Nos Últimos Cinco Anos .....................................................................2
Moro Defende Prisões E Mudanças Na Justiça Criminal Brasileira ...........................................................................2
Menoridade Penal E Sistema De Justiça Criminal ........................................................................................................3
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com
fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
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SÃO PAULO - O Juiz Federal responsável pela Lava-Jato, Sergio Moro, publicou, neste domingo,
um artigo em que defende as prisões dos investigados na operação que, para ele, não violam “a pre-
sunção de inocência”. Segundo Moro, os crimes atribuídos aos detidos são graves e exigem “uma
eficácia imediata, independente do cabimento de recursos”. Ele cita os Estados Unidos e a França
- “dois berços históricos da presunção de inocência” - como países onde prisões são aplicadas e a
liberdade se dá somente como “recurso excepcional”.
Assinado junto com Antônio Cesar Bochenek, presidente da Associação dos Juízes Federais
(AJUFE), o artigo foi publicado pelo “O Estado de São Paulo”. Nele, Moro é extremamente crítico
à Justiça Criminal brasileira, “aqui incluído Polícia, Ministério Público e Judiciário”, incapazes,
segundo ele, de combater efetivamente crimes de corrupção. Segundo ele, o problema principal é
“óbvio e reside no processo”.
“Não adianta ter boas leis penais, se a sua aplicação é deficiente, morosa e errática. No Brasil,
contam-se como exceções processos contra crimes de corrupção e lavagem que alcançaram bons
resultados. Em regra, os processos duram décadas para, ao final, ser reconhecida alguma nulidade
arcana ou a prescrição pelo excesso de tempo transcorrido. Nesse contexto, qualquer proposta de
mudança deve incluir medida para reparar a demora excessiva do processo penal. A melhor solução
é a de atribuir à sentença condenatória, para crimes graves em concreto, como grandes desvios de
dinheiro público, uma eficácia imediata, independente do cabimento de recursos. A proposição não
viola a presunção de inocência. Esta, um escudo contra punições prematuras, impede a imposição
da prisão, salvo excepcionalmente, antes do julgamento. Mas não é esse o caso da proposta que ora
se defende, de que, para crimes graves em concreto, seja imposta a prisão como regra, a partir do
primeiro julgamento, ainda que cabíveis recursos”, escreve o juiz.
Contestado por advogados dos presos, que alegam que a seus clientes ainda não foi dada a chance
de se defenderem, o Juiz da Lava-Jato salienta que a ineficiência da Justiça brasileira é ilustrada pela
“perpetuação na vida pública de agentes que se sucedem nos mais diversos escândalos criminais”.
Segundo Moro, “não deveria ser tão difícil condená-los ao ostracismo”.
O Juiz defende que parte da solução passa por melhorar a Justiça Criminal. Ele diz que a AJUFE
apresentará, em breve, ao Congresso um projeto de lei que não impedirá a prisão como regra em
casos de corrupção. O projeto, já aprovado por um grupo de trabalho que contou com integrantes
dos Três Poderes, permite ainda que o Juiz leve em consideração, para a imposição ou não da prisão,
fatos relevantes para a sociedade e para a vítima - “como ter sido ou não recuperado integralmente o
produto do crime ou terem sido ou não reparados os danos dele decorrente”.
“Se a crise nos ensina algo, é que ou mudamos de verdade nosso sistema de Justiça Criminal,
para romper com sua crônica deficiência, ou afundamos cada vez mais em esquemas criminosos que
prejudicam a economia, corrompem a democracia e nos envergonham como país”, finaliza o texto.
(http://oglobo.globo.com/brasil/moro-defende-prisoes-mudancas-na-justica-criminal-brasileira-15728930)
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com o próprio sistema penitenciário brasileiro. A reincidência é alta, gira em torno de 70%, em
média três vezes maior que a encontrada no sistema socioeducativo em que os menores de 18 anos
cumprem as suas penas atualmente. Nosso sistema penitenciário está longe, portanto, de cumprir
sua a função social dada constitucionalmente. O aumento em mais de 200% da população carcerária
brasileira, nos últimos 15 anos, não significou, como já pudemos constatar, em melhoria nem em
nossa sensação de segurança nem nos nossos índices. Ao contrário, de 2012 para 2013 tivemos in-
cremento de 1,1% no número de mortes violentas, como apontou o Anuário produzido pelo Fórum
Brasileiro de Segurança Pública.
Mas nisso o Brasil não está sozinho: a experiência de outros países, entre eles a França e os
Estados Unidos, também tem mostrado que o aumento do encarceramento não traz diminuição nos
índices de criminalidade. Os Estados Unidos – país que, ora para o bem, ora para o mal, adoramos
tomar como modelo – oferecem bons exemplos de que soluções punitivas não surtem efeitos posi-
tivos. A pena capital é um deles: a taxa média dos homicídios nos Estados que aplicavam a pena de
morte em 2004 era de 5,71 por 100 mil habitantes, contra 4,02 por 100 mil, naqueles Estados que não
a aplicavam. Já se sabe também que os jovens que cumpriram penas no sistema penitenciário norte
-americano voltaram a delinquir de forma mais violenta.
(http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/menoridade-penal-e-sistema-de-justica-criminal-47vgrl07vopjqqto80ebzb-
0zd)
EXERCÍCIOS
A discussão sobre o sistema de Justiça Criminal entrou na agenda política e recebe cada vez mais
atenção dos meios de comunicação. A expansão do Direito Penal nas sociedades contemporâneas
acentua expectativas sociais, muitas vezes frustradas, de controle penal do crime. A insatisfação com
as formas de atuação e as soluções nacionais, não raramente, estão acompanhadas de comparações
com experiências de outros países.
Disponível em www.cnmp.mp.br
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