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PERFIL DA MULHER MODERNA

Ana Maria Logatti Tositto*


1. Levando em conta o perfil da mulher moderna, o que ela deseja, o que ela pretende e
quais são os seus sonhos?
A maioria das mulheres tem como objetivo de vida casar, ter filhos, constituir uma
família, ter uma carreira, realizar-se profissionalmente e ser feliz. Muita coisa? Penso
que não, tudo vai depender da forma como ela vai concretizar os seus objetivos, de
modo que isso não lhe traga sofrimento.
A mulher da atualidade parece querer abraçar o mundo. Lota-se de afazeres e de
obrigações, sempre cobrando de si mesma a perfeição em tudo aquilo que faz.
Passa o dia no trabalho lutando para evoluir em sua carreira, ao mesmo tempo em que
pensa nas tarefas domésticas, ligando para casa e querendo saber como as coisas estão
caminhando. Culpa-se porque não consegue fazer tudo da forma como planeja, como
gostaria de fazer e por não ter o controle. Tudo isso acaba por gerar em si mesma um
estresse acentuado, justamente porque, ao querer fazer tudo ao mesmo tempo, por
desrespeito aos seus limites, acaba esquecendo-se de si mesma ou então nem sobra
tempo para se cuidar.
Como conciliar a árdua jornada de trabalho com todas as tarefas de dona de casa, esposa
e mãe? Como lidar com o instinto básico que está presente em todas as mulheres, de se
sentir mãe de todos e aquela que resolve tudo por todos?
Este é o dilema da mulher da atualidade.
A melhor forma de viver bem deve conter um misto de obrigações e prazeres, aquilo que
traz alegria e satisfação. E não venha dizer que seu prazer é ver a família bem, porque
isso apenas não basta. É preciso, todos os dias, dedicar um tempo para si mesma, porque
quando a mulher se cuida, sua autoestima se eleva, ela fica de bem consigo mesma e,
consequentemente, lida melhor com tudo o que está a sua volta.
Uma pessoa de bem consigo mesma é, certamente, muito mais feliz e se relaciona
melhor com as pessoas que a cercam, não se irrita facilmente e não sofre por não
conseguir fazer tudo o que planeja. Sabe delegar tarefas e respeitar o limite das outras
pessoas, percebe que não é perfeita, sabe que sempre tenta dar o melhor de si, aceita
seus erros e não se culpa por eles.
O que falta para a mulher da atualidade ser mais feliz e plena é olhar um pouco mais
para si mesma, ter um pouquinho mais de cuidados consigo mesma, não para agradar as
pessoas a sua volta, mas para agradar a si mesma em primeiro lugar!
2. O que mulher procura na moda para se realizar?
Penso que as mulheres buscam recursos para se apresentarem de uma forma mais bela e
elegante nos diversos espaços sociais que, a tanto custo, conquistou nas últimas décadas,
uma vez que isso é extremamente valorizado em todos os espaços sociais.
O ser humano é vaidoso por natureza, em um aspecto ou em outro. Nas mulheres, essa
vaidade se expressa muito pela beleza. A mulher sempre usou sua beleza, provavelmente
desde os tempos em que morávamos em cavernas. E por razões óbvias: a maioria
esmagadora dos homens baba pela beleza feminina.
Beleza não é só a "beleza física". É abundância, fertilidade, fecundidade, encantamento,
desejo, capacidade de fazer o outro sentir-se melhor na sua presença, enfim, é olhar
para si e gostar do que vê, sentir-se bela em sua vida interior, amar-se independente do
outro. A beleza em uma mulher faz querer entendê-la melhor, ouvi-la, ser mais generoso
com ela, mais justo, enfim, ser um outro melhor. Por isso, é melhor levarmos a beleza
mais a sério.
3. O que dita as regras de moda e de beleza, já que com o tempo isso muda tanto?
Todo o mundo é direcionado por um padrão de beleza. A sociedade, desde os tempos
mais antigos, muda esse padrão ao longo das décadas; na atualidade, a busca pelo corpo
perfeito tornou algo implacável e compulsivo durante os últimos anos. O medo de
envelhecer é um elemento presente na sociedade moderna que implica perder a beleza,
fator que torna o corpo social neonarcisista e rende-se ao consumismo.
O ser humano encontra-se em um dilema consigo mesmo; com o passar dos anos o
indivíduo envelhece e com isso aparecem as rugas, a pele flácida e os cabelos brancos,
entre outros. A partir disso, o corpo social rende-se ao consumo de produtos para
melhorar a aparência envelhecida. Esse dilema acarreta elementos neonarcisistas que
enfatizam os problemas físicos e geram a preocupação. Dessa forma, esses aspectos
afligem a sociedade.
Nessa perspectiva, a busca por esse padrão tornou-se coerciva e perigosa para os
membros da sociedade. Visto também que gerou aversão ao envelhecimento natural.
4. Por que para a mulher é tão difícil ficar totalmente satisfeita com a imagem que vê no
espelho? Como o chamado padrão de beleza influencia no comportamento da mulher?
Penso que essa insatisfação tão frequente e intensa que existe, não só nas mulheres mas
também nos homens, esteja relacionada a um padrão de beleza imposto pela sociedade,
atrelada a questões de autoimagem /autoestima e falta de senso crítico em relação as
influências sociais. A influência da mídia é um dos fatores que levam as pessoas a terem
dismorfia corporal, anorexia, bulimia, vigorexia e manorexia. Compreende-se que
estamos vivendo em uma sociedade onde o consumo é valorizado e os valores materiais e
estéticos governam nossas vidas como mandamento a serem seguidos. A mídia influencia
na concepção de moda, normas, comportamento e padrões de beleza, ligadas à indústria
do corpo. Verifica-se uma busca pela perfeição em que homens, mulheres e adolescentes
escravizam seus corpos, tendo muitas vezes mutilações, doenças, baixa autoestima, e
até mesmo chegam a morte, por uma corrida pelo belo que leva as pessoas muitas vezes
a não se importarem com as consequências visando somente à beleza ideal.
5. Por que muitas pessoas até se arriscam em procedimentos evasivos e caros para
manter a aparência jovem? E quando a busca pela juventude vira um problema e é
preciso procurar ajuda psicológica?
Cada um de nós tem a sua "autoimagem", uma percepção de como nós aparentamos ser
fisicamente para os outros. As pessoas que estiverem felizes com sua autoimagem terão
uma melhor probabilidade de serem autoconfiantes, mais produtivas no trabalho e nas
atividades sociais, além de se sentirem mais confortáveis e seguras nos relacionamentos
em geral. O contrário é verdadeiro para as pessoas que não estão satisfeitas com algum
aspecto de sua aparência. A cirurgia plástica estimula e promove uma autoimagem forte
e positiva. Mesmo pequenas alterações exteriores podem levar a grandes transformações
no interior das pessoas, permitindo que toda a sua autoconfiança venha à tona.
Tendo em vista que a cirurgia plástica proporciona alterações importantes e
permanentes, é importante que você tenha uma ideia muito clara de como a cirurgia
poderá fazer você se sentir, muito antes de agendar o procedimento.
Se você está pensando em se submeter a uma cirurgia plástica, deve ser honesto com
você mesmo. Por que exatamente você quer fazer a cirurgia? Quais são seus objetivos e
suas expectativas quanto aos resultados?
Existem duas categorias de bons candidatos à cirurgia. A primeira inclui pessoas com uma
autoestima positiva que estão incomodadas com algum aspecto físico e desejam corrigi-
lo ou melhora-lo. Após a cirurgia, esses pacientes sentem-se bem com os resultados e
mantém uma imagem positiva a seu respeito.
A segunda categoria é formada por pacientes com defeitos físicos ou desarranjos
estéticos que ao longo do tempo foram diminuindo a sua autoestima. Estes pacientes
podem se ajustar um pouco mais lentamente no pós-operatório, uma vez que a
recuperação da autoimagem leva um certo tempo. Entretanto, após este período normal
de adaptação, a autoestima - via de regra - sai bastante fortalecida.
É importante lembrar que a cirurgia plástica pode promover mudanças físicas e da
autoestima. Se você estiver procurando a cirurgia com a esperança de promover
mudanças em outra pessoa que não seja você, corre grande risco de se decepcionar. É
possível que seus amigos e as pessoas que você ama respondam positivamente a
modificação de sua aparência e autoconfiança, entretanto entenda e aceite que a
cirurgia não causará mudanças significativas em outras pessoas que não seja você
mesmo.
Nem todas as pessoas exibem o perfil ideal para uma cirurgia plástica, mesmo que
existam indicações físicas absolutas para este ou aquele procedimento. Embora haja
exceções, nas pessoas que poderão se beneficiar de um aconselhamento psicológico pré-
operatório incluem:

 Pacientes em crise - como nas situações de divórcio, morte do cônjuge ou a perda


do emprego;
 Pacientes com expectativas fantasiosas - como aqueles que insistem em ficar com
o nariz daquele artista, esperando adquirir o seu estilo;
 Pacientes que pretendem retornar ao seu estado perfeito após graves acidentes
ou ainda aqueles que querem reencontrar a juventude de décadas passadas;
 Eternos insatisfeitos - como os pacientes que procuram compulsivamente um
cirurgião após o outro, buscando as respostas que querem ouvir. Geralmente essas
pessoas buscam a cura de um problema que não é físico, pelo menos não
primariamente;
 Pacientes obcecados com mínimos defeitos - normalmente projetam na resolução
destes a cura para todos os seus males. Pessoas perfeccionistas podem ser bons
candidatos para uma cirurgia, desde que tenham a maturidade e consciência de
que os resultados podem não se enquadrar exatamente com o seu detalhismo;
 Pacientes com desequilíbrios mentais, que apresentam comportamento paranóico
ou depressivo, podem também ser candidatos inapropriados a uma cirurgia
plástica. Nestes casos só se indicará o procedimento em conjunto com o
psiquiatra, uma vez que se defina que as expectativas do paciente não estão
relacionadas com a patologia.

*Ana Maria Logatti Tositto é psicóloga clínica e mestre em Saúde Mental pela Faculdade
de Medicina - USP/Ribeirão Preto.

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