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Faculdade de Letras
•Mestre em Projectos de Investimento; (MBA – BBS, Brazilian Business School - Escola Internacional de
Negocio – Brazil);
•Técnico Médio em Contabilidade & Administração Publica; (IMEL – Instituto Médio de Economia
de Luanda Nº [001854]);
•Licenciado pelo Ministério das Finanças como Técnico de Conta com a licença Nº [3211].
20.05.2013 4
3. NOÇÃO DE IMPOSTO
A Noção Moderna de Imposto tem como ponto de
partida a conhecida definição de Gaston JEZE (1931),
que diz o seguinte:
T2 (50) Assim, no Brasil, o Código Tributário Nacional, depois de no art.º 3.º definir tributo como "toda a prestação pecuniária compulsória, em
moeda ou cujo valor nela se pode exprimir, que não constitua sanção de acto ilícito, instituída em Lei e cobrada mediante actividade
administrativa plenamente vinculada" apresenta, no seu art.º 16.º, a seguinte definição de imposto: "imposto é o tributo cuja obrigação tem
por facto gerador uma situação independente de qualquer actividade estatal específica, relativa ao contribuinte." Em Espanha, a "Ley General
Tributaria" (Ley 58/2003, de 17 de Diciembre"), no art.º 2.º, depois de especificar que os tributos se classificam em taxas, contribuições
especiais e impostos, define impostos como sendo "los tributos exigidos sin contraprestación, cuyo hecho imponible está constituido por
negocios, actos o hechos que ponen de manifiesto la capacidad económica del contribuyente."
Toshiba; 26-02-2012
T3 (51) Trata-se de uma definição que tem pontos comuns com a que a OCDE usa para efeitos da sua classificação dos impostos. Com efeito, aí o
termo "impostos" ('taxes') significa "compulsory, unrequited payments to general government (central administration, atate agencies, state and
local governments)", esclarecendo-se, por um lado, que "Taxes are unrequited inthe sense that benefits provided by governments to taxpayers
are not normally in proportion to their payments" e, por outro, que esse termo não inclui "fines unrelated to tax offences and compulsory loans
paid to government." Cfr. "OECD, Revenue Statistics (1965-2007)", Paris, 2008, pág. 310.
Toshiba; 26-02-2012
3. NOÇÃO DE IMPOSTO
a) O imposto é uma Prestação Pecuniária.
Significa-se, deste modo, que o imposto é uma prestação em dinheiro
ou em equivalente a dinheiro.
T4 (52) BRAZ TEIXEIRA, António, "Princípios de Direito Fiscal", I Vol., 3.ª ed., Coimbra, Livraria Almedina, 1985, págs. 36 e 37. O facto de haver
impostos que são apenas avaliáveis em dinheiro e não prestações em dinheiro faria com que devessem ser caracterizados como consistindo
numa prestação patrimonial.
Toshiba; 26-02-2012
3. NOÇÃO DE IMPOSTO
T5 (53) Não se nos afigura também, por isso, relevante nesta perspectiva a construção de Alberto XAVIER que considera os valores selados uma
verdadeira moeda fiscal, "um meio de pagamento específico das obrigações tributárias, que o Estado emite a par da moeda legal para aquele
fim determinado", verificando-se o cumprimento da obrigação não com a entrega da moeda legal mas com a entrega da moeda fiscal, que, no
entanto, tem de ser previamente adquirida em troca de moeda legal. Cfr. XAVIER, Alberto, "Manual de Direito Fiscal", I, Lisboa, 1974, pág. 85.
Toshiba; 26-02-2012
3. NOÇÃO DE IMPOSTO
b) O imposto é uma Prestação Coactiva.
Só que uma vez este verificado a Obrigação de Imposto não mais está
dependente dessa vontade.
T6 (54) SAINZ DE BUJANDA, Fernando, "Lecciones de Derecho Financiero", Septima Edición, Madrid, Facultad de Derecho/Universidad
Complutense, 1989, pág. 166.
Toshiba; 26-02-2012
6. NOÇÃO DE IMPOSTO
T7 (55) MEHL, Lucien e BELTRAME, Pierre, "Science et Technique Fiscales", Paris, Presses Universitaires de France, 1984, pág. 75.
Toshiba; 26-02-2012
3. NOÇÃO DE IMPOSTO
É certo que, hoje em dia, o Imposto tem, muitas vezes, uma finalidade
intervencionista, sendo Instrumento ao serviço de uma determinada
Política Económica e social, pelo que pode eventualmente desincentivar
certas actividades ou situações tal como pode incentivar outras.
T8 (56) SÁ GOMES, Nuno, "Lições de Direito Fiscal", Vol. I, Lisboa, Centro de Estudos Fiscais, 1993, págs. 69 e segs.
Toshiba; 26-02-2012
3. NOÇÃO DE IMPOSTO
T9 (57) GIANNINI, A. D., "Instituzioni di Diritto Tributario", 9.ª ed. (nuova ristampa), Milão, Dott. A. Giuffré Editore, 1974, pág. 56 e, por exemplo,
BRAZ TEIXEIRA, António, ob. cit., págs. 39 e 40 e SÁ GOMES, Nuno, ob. cit., págs. 65 e segs. Cfr. igualmente SOARES MARTINEZ, Pedro,
"Direito Fiscal", 7.ª ed., Coimbra, Livraria Almedina, 1993, págs. 206 e segs.
Toshiba; 26-02-2012
3. NOÇÃO DE IMPOSTO
Sublinhe-se ainda que o Elemento Subjectivo da definição de Imposto se
reporta apenas ao Sujeito Activo.
T10 (58) Vejam-se a este propósito, por exemplo, a alínea a) do n.º 1 do art.º 2.º do Código do IRC e o art.º 2.º do Código do IVA.
Toshiba; 26-02-2012
3. NOÇÃO DE IMPOSTO
g) O imposto é uma Prestação com vista à realização de Fins
Públicos.
Contribuição Especial,
Taxa,
Empréstimo público forçado ,
Contribuições para a Segurança Social e
Outras Figuras Afins.
T11
Em particular, existe a chamada Contribuição Especial, que
constituiria um tertium genius, ou seja, uma Figura que faria a
ponte entre o Imposto e a Taxa.
T11 (59) Assim, no Brasil, no art.º 81.º do Código Tributário Nacional, prevê-se a instituição de contribuições de melhoria "para fazer face ao custo
de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de
valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado" - Cfr. BARBOSA NOGUEIRA, Ruy, "Curso de Direito Tributário", 5.ª ed., São Paulo,
Saraiva, 1980, págs. 165 e segs. Por sua vez, em Espanha, o art.º 2.º da Ley General Tributaria define contribuições especiais como os
"tributoscuyo hecho imponible consiste en la obtención por el obligado tributario de un beneficio o de un aumento de valor de sus bienes, como
consecuencia de la realización de obras públicas o del establecimiento o ampliación de servicios públicos."
Toshiba; 26-02-2012
3. NOÇÃO DE IMPOSTO
3.1. O IMPOSTO E FIGURAS AFINS
3.1.1. Contribuição Especial
T12 (64) Por todos veja-se SOUSA FRANCO, A. L., "Finanças Públicas e Direito Financeiro", vol. II, 4.ª ed., Coimbra, Almedina, 1992, págs. 63 e
segs.
Toshiba; 26-02-2012
NOÇÃO DE IMPOSTO
O IMPOSTO E FIGURAS AFINS
Taxa
T13 (65) Exactamente neste sentido o n.º 2 do art.º 4.º da Lei Geral Tributária.
Toshiba; 26-02-2012
T14 (66) Há, porém, quem distinga quando a remoção possibilita a utilização de um bem semipúblico - aí haveria uma taxa, e quando isso não
acontece - aí o que existe é um imposto. Neste sentido, TEIXEIRA RIBEIRO, J. J., «Noção jurídica de taxa», in "Revista de Legislação e
Jurisprudência", Coimbra, ano 117, Fevereiro de 1985, pág. 292, que escreve a propósito das licenças para ter cão ou de uso e porte de arma:
"(...) a entidade pública aguarda que os particulares revelem a sua capacidade fiscal através do propósito de ter cão, de usar arma, de ir à
caça, para lhes exigir o respectivo imposto". Cfr. ainda MESQUITA PALHA, Maria Margarida, «Sobre o conceito jurídico de taxa», in "Estudos
comemorativos do XX Aniversário do CEF", vol II, Lisboa, Centro de Estudos Fiscais, 1983, págs. 573-592 e PITTA CUNHA, Paulo, XAVIER DE
BASTO, J. G. e LOBO XAVIER, António, «Os Conceitos de Taxa e de Imposto - a propósito das licenças municipais», "Fisco", ano 5, n.ºs 51-52,
Fev-Mar/1993, págs. 3 e segs.
Toshiba; 26-02-2012
NOÇÃO DE IMPOSTO
O IMPOSTO E FIGURAS AFINS
Taxa
T18
Me. Manuel Ribeiro Sebastiao * 244 923 489762
20.05.2013 33
Diapositivo 33
T15 (68) Cfr., por exemplo, SAINZ DE BUJANDA, Fernando, ob. cit., págs. 172 e segs.
Toshiba; 26-02-2012
T17 (70) Cfr., por exemplo, COSCIANI, Cesare, "Scienza delle Finanza", 8.ª ed., Torino, Unione Tipografico-Editore Torinese, 1979, pág. 381, que
inclui as taxas nos preços políticos. Entre nós, veja-se TEIXEIRA RIBEIRO, J. J., "Noção Jurídica de Taxa", págs. 289 e segs.
Toshiba; 26-02-2012
T18 (73) Cfr., por exemplo, COSCIANI, Cesare, "Scienza delle Finanza", 8.ª ed., Torino, Unione Tipografico-Editore Torinese, 1979, pág. 381, que
inclui as taxas nos preços políticos.
Entre nós, veja-se TEIXEIRA RIBEIRO, J. J., "Noção Jurídica de Taxa", págs. 289 e segs.
Toshiba; 26-02-2012
NOÇÃO DE IMPOSTO
O IMPOSTO E FIGURAS AFINS
Taxa
T20
T21
T22
T19 (68) Cfr., por exemplo, SAINZ DE BUJANDA, Fernando, ob. cit., págs. 172 e segs.
Toshiba; 26-02-2012
T21 (70) Cfr., por exemplo, COSCIANI, Cesare, "Scienza delle Finanza", 8.ª ed., Torino, Unione Tipografico-Editore Torinese, 1979, pág. 381, que
inclui as taxas nos preços políticos. Entre nós, veja-se TEIXEIRA RIBEIRO, J. J., "Noção Jurídica de Taxa", págs. 289 e segs.
Toshiba; 26-02-2012
T22 (73) Cfr., por exemplo, COSCIANI, Cesare, "Scienza delle Finanza", 8.ª ed., Torino, Unione Tipografico-Editore Torinese, 1979, pág. 381, que
inclui as taxas nos preços políticos.
Entre nós, veja-se TEIXEIRA RIBEIRO, J. J., "Noção Jurídica de Taxa", págs. 289 e segs.
Toshiba; 26-02-2012
NOÇÃO DE IMPOSTO
O IMPOSTO E FIGURAS AFINS
Taxa
T24 (72) Nem sempre a própria terminologia utilizada ajuda a efectuar uma distinção correcta: há impostos que aparecem designados por taxas
(v.g. a extinta Taxa Militar) e taxas com a denominação de impostos (v.g. o Imposto de Justiça). Também para efeitos contabilísticos se pode
criticar alguma falta de rigor: as taxas, relevadas na conta 6317 do Plano Oficial de Contabilidade, são consideradas uma subconta da conta 631
- Impostos Indirectos.
Toshiba; 26-02-2012
NOÇÃO DE IMPOSTO
O IMPOSTO E FIGURAS AFINS
Taxa
T25 (74) Isso explica a abundante doutrina e jurisprudência constitucional no domínio da distinção entre impostos e taxas. É exemplo da primeira,
PAZ FERREIRA, Eduardo, «Ainda a propósito da distinção entre impostos e taxas: o caso da taxa municipal devida pela realização de
infraestruturas urbanísticas», in "Ciência e Técnica Fiscal", n.º 380, Out-Dez/1995, págs. 57-84. Quanto à segunda veja-se, por todos, o
Acórdão do Tribunal Constitucional de 15 de Novembro de 1995 (Acórdão n.º 640/95) relativo à constitucionalidade da Portaria n.º 351/94, de 3
de Junho, quanto às portagens da ponte sobre o Tejo, in "Ciência e Técnica Fiscal", n.º 380, Out-Dez/1995, págs. 253-296. Cfr. ainda CASALTA
NABAIS, «Jurisprudência do Tribunal Constitucional em Matéria Fiscal», in Estudos sobre a Jurisprudência do Tribunal Constitucional",
Aequitas-Editorial Notícias, Lisboa, 1993, págs. 254 e segs., e, dando, nomeadamente, uma visão geral sobre a caracterização jurisprudencial
do conceito de taxa, SALDANHA SANCHES, J. L. e TABORDA DA GAMA, João, «Taxas municipais pela ocupação do subsolo», in "Fiscalidade",
n.ºs 19/20, Julho-Setembro/Outubro-Dezembro 2004, págs. 5-43.
Toshiba; 26-02-2012
T26 (75) Apesar disso, em Portugal, a ausência de um regime geral de taxas tem levado alguns autores a questionar se não se estará, por isso,
perante uma inconstitucionalidade por omissão - Cfr. PAZ FERREIRA, Eduardo, "Em Torno das Constituições Financeira e Fiscal e dos Novos
Desafios na Área das Finanças Públicas", Lisboa Associação Académica da Faculdade de Direito, 2001, págs. 34 e 35. Entretanto, foi publicada a
Lei do Regime Geral das Taxas das Autarquias Locais - Lei n.º 53-E/2006, de 29 de Dezembro.
Toshiba; 26-02-2012
NOÇÃO DE IMPOSTO
O IMPOSTO E FIGURAS AFINS
Taxa
CONCLUSÕES:
Uma 1.ª linha de distinção entre Imposto e Taxa baseia-se
no Critério Financeiro clássico segundo o qual
o Imposto destina-se primordialmente ao financiamento dos
Serviços Públicos indivisíveis (v.g., Defesa Nacional, Segurança,
Diplomacia)
enquanto que as Taxas se destinam a cobrir, total ou
parcialmente, Serviços Públicos divisíveis – aqueles que prestam
Utilidades ou Vantagens individualizáveis aos cidadãos.
CONCLUSÕES:
T27 (76) SHOUP, Carl S., "Public Finance", Londres, Weidenfel and Nicolson, 1969, págs. 425 e segs. e, entre nós, CAVACO SILVA, A., «A teoria do
empréstimo público forçado», in "Economia", Lisboa, Vol. IV, n.º 2, Maio de 1980, págs. 243-269. Crítica, porém, desta posição pode ver-se em
TEIXEIRA RIBEIRO, J. J., "Lições de Finanças Públicas", 5.ª ed., Coimbra, Coimbra Editora, 1995, págs. 200 e 201.
Toshiba; 26-02-2012
NOÇÃO DE IMPOSTO
O IMPOSTO E FIGURAS AFINS
Contribuições para a Segurança Social
T28 (77) SOUSA FRANCO, A. L., ob. cit., págs. 73 e segs. Além das contribuições para a segurança social integravam os tributos parafiscais as
chamadas taxas para organismos de coordenação económica, que foram extintas com a adesão de Portugal à Comunidade Económica
Europeia.
Toshiba; 26-02-2012
NOÇÃO DE IMPOSTO
O IMPOSTO E FIGURAS AFINS
Imposto e Outras Figuras Afins
Imposto e Multa:
Imposto e Confisco:
Por exemplo,
o Facto Gerador do Imposto Industrial
é o Exercício Efectivo de uma actividade Comercial, Industrial,
Agrícola, etc.
Específica
ou “Ad-Valorem”.
Exemplo: 2.000,00 Kz por cada 1.000 litros; 2.000 Kz por Tonelada; 500
Kz por Barril; etc.
A Incidência,
O Lançamento,
A Liquidação e
A Cobrança.
20.05.2013 Me. Manuel Ribeiro Sebastiao * 244 923 489762 64
NOÇÃO DE IMPOSTO
FASES DO IMPOSTO
6.3. Impostos Degressivos – são os Impostos que têm uma Taxa normal e
constante aplicável à Matéria Colectável a partir de certo valor e Taxas
menores para escalões inferiores da Matéria Colectável.
a) Função Financeira;
b) Função Económica;
c) Função Social.
20.05.2013 Me. Manuel Ribeiro Sebastiao * 244 923 489762 88
NOÇÃO DE IMPOSTO
FUNÇÕES DO IMPOSTO