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Universidade Agostinho Neto

Faculdade de Letras

Aulas de Pós Graduação


Formação Académica
•Doutorando em Administração e Finanças; (Florida Christian University – Nª 4212-02) “Defesa de tese
PhD 6 de Dezembro 2013 - EUA”;

•Mestre em Finanças Empresariais - Master of Science in Business (FCU – Florida Christian


University – Nr. [4212-01]);

•Mestre em Projectos de Investimento; (MBA – BBS, Brazilian Business School - Escola Internacional de
Negocio – Brazil);

•Licenciado em Contabilidade e Administração; (UAN - Universidade Agostinho Neto, Faculdade


de Economia Nº [70894]);

•Técnico Médio em Contabilidade & Administração Publica; (IMEL – Instituto Médio de Economia
de Luanda Nº [001854]);

•Licenciado pelo Ministério das Finanças como Técnico de Conta com a licença Nº [3211].

•Contabilista Sénior (SOF – Serviços de Organização e Finanças); Gestão Financeira;

•Contabilidade de Custos / Analítica; Fiscalidade;


O IMPOSTO

20.05.2013 4
3. NOÇÃO DE IMPOSTO
A Noção Moderna de Imposto tem como ponto de
partida a conhecida definição de Gaston JEZE (1931),
que diz o seguinte:

“o imposto é uma prestação pecuniária, exigida aos particulares


T1
por via de autoridade, a título definitivo e sem contrapartida, com
vista à cobertura dos encargos públicos”.

A ela foram introduzidos posteriormente alguns ajustamentos,


designadamente para sublinhar a diversificação das finalidades do imposto:
este deixou de ter como único objectivo
a obtenção de receitas para ser progressivamente visualizado como
instrumento de Política Económica e Social.
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Diapositivo 5

T1 (49) JEZE, Gaston, "Cours de finances publiques", 1931.


Toshiba; 26-02-2012
3. NOÇÃO DE IMPOSTO

A própria Legislação encarrega-se, por vezes, de definir


os impostos. T2

Tendo em conta esta evolução é possível reter como


Definição de Imposto a seguinte (OCDE, 2008: 310):

“O imposto é uma prestação pecuniária, coactiva, unilateral, a


título definitivo, sem carácter de sanção, devida ao Estado ou
outros entes públicos com vista à realização de fins públicos.”
T3
Vejamos agora cada uma destas características de per se.
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Diapositivo 6

T2 (50) Assim, no Brasil, o Código Tributário Nacional, depois de no art.º 3.º definir tributo como "toda a prestação pecuniária compulsória, em
moeda ou cujo valor nela se pode exprimir, que não constitua sanção de acto ilícito, instituída em Lei e cobrada mediante actividade
administrativa plenamente vinculada" apresenta, no seu art.º 16.º, a seguinte definição de imposto: "imposto é o tributo cuja obrigação tem
por facto gerador uma situação independente de qualquer actividade estatal específica, relativa ao contribuinte." Em Espanha, a "Ley General
Tributaria" (Ley 58/2003, de 17 de Diciembre"), no art.º 2.º, depois de especificar que os tributos se classificam em taxas, contribuições
especiais e impostos, define impostos como sendo "los tributos exigidos sin contraprestación, cuyo hecho imponible está constituido por
negocios, actos o hechos que ponen de manifiesto la capacidad económica del contribuyente."
Toshiba; 26-02-2012

T3 (51) Trata-se de uma definição que tem pontos comuns com a que a OCDE usa para efeitos da sua classificação dos impostos. Com efeito, aí o
termo "impostos" ('taxes') significa "compulsory, unrequited payments to general government (central administration, atate agencies, state and
local governments)", esclarecendo-se, por um lado, que "Taxes are unrequited inthe sense that benefits provided by governments to taxpayers
are not normally in proportion to their payments" e, por outro, que esse termo não inclui "fines unrelated to tax offences and compulsory loans
paid to government." Cfr. "OECD, Revenue Statistics (1965-2007)", Paris, 2008, pág. 310.
Toshiba; 26-02-2012
3. NOÇÃO DE IMPOSTO
a) O imposto é uma Prestação Pecuniária.
Significa-se, deste modo, que o imposto é uma prestação em dinheiro
ou em equivalente a dinheiro.

É certo que, ao longo dos tempos, foi normal o pagamento do imposto em


espécie (cereais, gado, etc.) ou em trabalho nas Obras Públicas (estradas,
pontes, catedrais, etc.), mas isso actualmente tem apenas um interesse
quase histórico. Todavia, essas formas ainda são utilizadas em alguns
países ou regiões.

No caso Angolano, o pagamento em espécie pode ser efectuado pelas


empresas que têm como actividades a prospecção, produção e exploração
de hidrocarbonetos (Petróleo Bruto, Gás Natural, …), em regime de
concessão.

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3. NOÇÃO DE IMPOSTO

De facto, com a monetarização da economia a cobrança do imposto


em espécie foi sendo abandonada, designadamente pela sua
incomodidade quer para os contribuintes quer para o Estado.

A tendência hoje é claramente no sentido do Imposto ser pago em


dinheiro, transformando a eventual “espécie” em prestações
pecuniárias.

Por outro lado, em termos financeiros, a transferência patrimonial


operada pela via do imposto (em geral das mãos dos particulares
para as mãos do ente público) terá de traduzir-se sempre
T4
pecuniariamente .

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Diapositivo 8

T4 (52) BRAZ TEIXEIRA, António, "Princípios de Direito Fiscal", I Vol., 3.ª ed., Coimbra, Livraria Almedina, 1985, págs. 36 e 37. O facto de haver
impostos que são apenas avaliáveis em dinheiro e não prestações em dinheiro faria com que devessem ser caracterizados como consistindo
numa prestação patrimonial.
Toshiba; 26-02-2012
3. NOÇÃO DE IMPOSTO

Não parece também, por isso mesmo, que se possa argumentar


contra a natureza pecuniária da prestação de imposto invocando que
há casos em que o imposto consiste num facto ou numa actividade,
como aconteceria no imposto do selo quando pago por meio de
estampilhas fiscais:

o cumprimento da obrigação verifica-se com a inutilização da estampilha e


não com a sua aquisição.

Em termos financeiros, porém, o que importa é o que a estampilha


representa em dinheiro, sendo a sua aquisição requisito prévio sem
o qual não se pode verificar aquele cumprimento.
T5
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Diapositivo 9

T5 (53) Não se nos afigura também, por isso, relevante nesta perspectiva a construção de Alberto XAVIER que considera os valores selados uma
verdadeira moeda fiscal, "um meio de pagamento específico das obrigações tributárias, que o Estado emite a par da moeda legal para aquele
fim determinado", verificando-se o cumprimento da obrigação não com a entrega da moeda legal mas com a entrega da moeda fiscal, que, no
entanto, tem de ser previamente adquirida em troca de moeda legal. Cfr. XAVIER, Alberto, "Manual de Direito Fiscal", I, Lisboa, 1974, pág. 85.
Toshiba; 26-02-2012
3. NOÇÃO DE IMPOSTO
b) O imposto é uma Prestação Coactiva.

Trata-se de uma característica que se encontra traduzida na


própria denominação de “imposto” (o que também acontece
noutros países: Espanha – impuesto; Itália – imposta; França –
impôt).

Visa-se com ela significar que a Obrigação de Imposto é


estabelecida na Lei ou por força da Lei.

Assim, verificado o pressuposto de cuja ocorrência a Lei faz


depender o nascimento da Obrigação de Imposto, esta passa a ser
exigida independentemente da vontade do contribuinte.

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3. NOÇÃO DE IMPOSTO
É certo que da vontade dos particulares pode resultar o colocarem-se ou
não no âmbito do Facto Gerador da Obrigação Fiscal.

Só que uma vez este verificado a Obrigação de Imposto não mais está
dependente dessa vontade.

Por isso se diz que a ocorrência do Facto Gerador pode depender da


vontade privada, mas a Obrigação de imposto não, pois decorre da Lei (é
uma obrigação ex lege). T6

O afirmar-se, porém, que o Imposto é uma Prestação Coactiva não quer


dizer que seja necessariamente indispensável usar da coercibilidade para a
cobrar.

Como veremos, a Cobrança só é Coerciva se o contribuinte não satisfizer


o imposto no prazo do seu Pagamento voluntário.
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Diapositivo 11

T6 (54) SAINZ DE BUJANDA, Fernando, "Lecciones de Derecho Financiero", Septima Edición, Madrid, Facultad de Derecho/Universidad
Complutense, 1989, pág. 166.
Toshiba; 26-02-2012
6. NOÇÃO DE IMPOSTO

c) O imposto é uma Prestação Unilateral.

Sublinha-se, deste modo, que à Prestação de Imposto não


corresponde qualquer contraprestação (ou contrapartida) por
parte da entidade dele beneficiária, o que permite distinguir o
imposto de outras figuras afins: v. g. a Taxa e o Empréstimo
forçado.

Assim, quando um particular satisfaz a Obrigação de Imposto


nada recebe de específico em troca – limita-se a contribuir para o
financiamento da actividade do ente que é destinatário dessa
prestação.
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3. NOÇÃO DE IMPOSTO

Nada pode exigir esse particular de concreto em consequência de


ter satisfeito a sua Obrigação.

Diz-se, a este propósito, que, no caso do Imposto, “não há qualquer


correlação previamente definida e devidamente calculada entre a
prestação do contribuinte e os serviços que lhe são postos à
disposição pelas instituições públicas”.
T7

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Diapositivo 13

T7 (55) MEHL, Lucien e BELTRAME, Pierre, "Science et Technique Fiscales", Paris, Presses Universitaires de France, 1984, pág. 75.
Toshiba; 26-02-2012
3. NOÇÃO DE IMPOSTO

d) O imposto é uma Prestação a Título Definitivo.

Significa-se com esta característica que a Prestação de Imposto,


quando devida, não dá direito a qualquer restituição ou reembolso
ulterior a cargo do ente a quem é feita essa prestação.

Deste modo se distingue o Imposto do Empréstimo e da


Requisição administrativa.

Excepção: Os Reembolsos ou Restituições de impostos têm origem


numa Tributação indevida ou no pagamento de uma importância
superior à devida.
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3. NOÇÃO DE IMPOSTO
e) O imposto é uma Prestação sem Carácter de Sanção.

O Imposto não tem Carácter Sancionatório, o que permite distinguir a


respectiva prestação das Sanções Patrimoniais (como o Confisco e a
Multa), e mais ainda das Transferências Patrimoniais (como a
Expropriação para utilidade pública, etc.).

Propriamente as Sanções Patrimoniais têm origem num Facto ilícito e visam um


fim preventivo e repressivo, o que não acontece com o Imposto.

É certo que, hoje em dia, o Imposto tem, muitas vezes, uma finalidade
intervencionista, sendo Instrumento ao serviço de uma determinada
Política Económica e social, pelo que pode eventualmente desincentivar
certas actividades ou situações tal como pode incentivar outras.

20.05.2013 Me. Manuel Ribeiro Sebastiao * 244 923 489762 15


3. NOÇÃO DE IMPOSTO

É assim que, por exemplo, pode visualizar-se uma Tributação que


onere mais pesadamente uma Actividade especialmente poluidora,
de acordo com o princípio, cada vez mais aceite, do poluidor-
pagador.

Mas, nesses casos não se trata de sancionar qualquer acto ilícito


mas apenas de retirar consequências fiscais mais gravosas de
determinadas situações ou opções.

Aliás, um imposto directamente sancionatório, por equivaler a uma


punição automática por via legislativa, seria inconstitucional. T8
20.05.2013 Me. Manuel Ribeiro Sebastiao * 244 923 489762 16
Diapositivo 16

T8 (56) SÁ GOMES, Nuno, "Lições de Direito Fiscal", Vol. I, Lisboa, Centro de Estudos Fiscais, 1993, págs. 69 e segs.
Toshiba; 26-02-2012
3. NOÇÃO DE IMPOSTO

f) O imposto é uma Prestação devida ao Estado ou outros


entes Públicos.

É o chamado Elemento Subjectivo da definição de Imposto: na


esteira da concepção de GIANNINI, o Imposto, tal como os
outros Tributos, é sempre devido a um ente Público: para uns,
com o significado de Pessoa Colectiva de Direito Público, para T9
outros, de Entidades que exercem Funções Públicas.

Veremos adiante, ao tratar do Sujeito Activo da Obrigação


fiscal, que formas assume a Entidade a quem é devida a Prestação
de Impostos.
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Diapositivo 17

T9 (57) GIANNINI, A. D., "Instituzioni di Diritto Tributario", 9.ª ed. (nuova ristampa), Milão, Dott. A. Giuffré Editore, 1974, pág. 56 e, por exemplo,
BRAZ TEIXEIRA, António, ob. cit., págs. 39 e 40 e SÁ GOMES, Nuno, ob. cit., págs. 65 e segs. Cfr. igualmente SOARES MARTINEZ, Pedro,
"Direito Fiscal", 7.ª ed., Coimbra, Livraria Almedina, 1993, págs. 206 e segs.
Toshiba; 26-02-2012
3. NOÇÃO DE IMPOSTO
Sublinhe-se ainda que o Elemento Subjectivo da definição de Imposto se
reporta apenas ao Sujeito Activo.

Quanto aos Sujeitos Passivos, atenta a sua diversidade, nenhuma


característica especial reveste a Noção de Imposto.

Com efeito, estamos longe do “particular” que JEZE retinha como


Sujeito Passivo único da Obrigação fiscal.

Hoje é pacífico que qualquer Pessoa Colectiva de Direito Público,


incluindo o próprio Estado, pode ser devedor do imposto. Normalmente é
Credor, mas também se pode situar como Devedor, sempre que exerce
alguma actividade produtiva ou presta qualquer serviço em igualdade de
circunstâncias como qualquer outro Agente Económico presente no
Mercado. T10
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Diapositivo 18

T10 (58) Vejam-se a este propósito, por exemplo, a alínea a) do n.º 1 do art.º 2.º do Código do IRC e o art.º 2.º do Código do IVA.
Toshiba; 26-02-2012
3. NOÇÃO DE IMPOSTO
g) O imposto é uma Prestação com vista à realização de Fins
Públicos.

O objectivo tradicional do Imposto é o de arrecadação de Receitas para


que os entes Públicos delas beneficiários possam realizar as tarefas que
lhes estão cometidas:
é a chamada Finalidade Fiscal dos Impostos.

O Imposto é hoje, porém, também utilizado para a prossecução de Outros


Objectivos para além da cobertura das Despesas Públicas (Indivisíveis e
Divisíveis) – são as denominadas Finalidades Extra-fiscais dos Impostos.

Através delas o Imposto é assumido como um Instrumento de Política,


deixando, nessa medida, de ser neutro.
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3. NOÇÃO DE IMPOSTO

Dentro desta última perspectiva veremos, a propósito da política


fiscal, que ao Imposto podem ser consignados Objectivos de
Política Económica, da qual a Política Fiscal é parte integrante.

Esses Objectivos são múltiplos e nem sempre totalmente


compatíveis entre si.

Os mais frequentes são


a Redistribuição do Rendimento e da Riqueza,
a Regulação Conjuntural e
o Desenvolvimento Económico.
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3. NOÇÃO DE IMPOSTO

Assim, ao sublinhar-se nesta Característica do Imposto a


realização de Fins Públicos tem-se em vista acentuar que
actualmente o Imposto não tem apenas propósitos de
Arrecadação de Receitas, podendo até este aspecto não constituir
a sua 1.ª razão de ser.

Por outro lado, também, as finalidades Fiscais e Extra-Fiscais


do Imposto estão, de algum modo, presentes na Constituição,
que estabelece no n.º 1 do seu art.º 103.º que
“o sistema fiscal visa a satisfação das necessidades financeiras do Estado
e outras entidades públicas e uma repartição justa dos rendimentos e da
riqueza.”

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3. OBJECTIVO DOS IMPOSTOS

a) O imposto é uma Prestação Pecuniária.

b) O imposto é uma Prestação Coactiva.

c) O imposto é uma Prestação Unilateral.

d) O imposto é uma Prestação a Título Definitivo.

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3. OBJECTIVO DOS IMPOSTOS

e) O imposto é uma Prestação sem Carácter de Sanção.

f) O imposto é uma Prestação devida ao Estado ou outros


entes Públicos.

g) O imposto é uma Prestação com vista à realização de


Fins Públicos.

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3. NOÇÃO DE IMPOSTO
3.1. O IMPOSTO E FIGURAS AFINS

Algumas das Figuras que frequentemente são


apresentadas como tendo afinidades com o Imposto:

Contribuição Especial,
Taxa,
Empréstimo público forçado ,
Contribuições para a Segurança Social e
Outras Figuras Afins.

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3 NOÇÃO DE IMPOSTO
3.1. O IMPOSTO E FIGURAS AFINS
3.1.1. Contribuição Especial

T11
Em particular, existe a chamada Contribuição Especial, que
constituiria um tertium genius, ou seja, uma Figura que faria a
ponte entre o Imposto e a Taxa.

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Diapositivo 25

T11 (59) Assim, no Brasil, no art.º 81.º do Código Tributário Nacional, prevê-se a instituição de contribuições de melhoria "para fazer face ao custo
de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de
valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado" - Cfr. BARBOSA NOGUEIRA, Ruy, "Curso de Direito Tributário", 5.ª ed., São Paulo,
Saraiva, 1980, págs. 165 e segs. Por sua vez, em Espanha, o art.º 2.º da Ley General Tributaria define contribuições especiais como os
"tributoscuyo hecho imponible consiste en la obtención por el obligado tributario de un beneficio o de un aumento de valor de sus bienes, como
consecuencia de la realización de obras públicas o del establecimiento o ampliación de servicios públicos."
Toshiba; 26-02-2012
3. NOÇÃO DE IMPOSTO
3.1. O IMPOSTO E FIGURAS AFINS
3.1.1. Contribuição Especial

a Contribuição Especial assentaria num benefício individualizado


reflexamente derivado da actuação de um Sujeito Público (v. g.
Mais-valias prediais resultantes de uma Obra Pública, que dariam
lugar a Contribuições de ou por Melhoria)

ou na necessidade de compensar um ente Público por maiores


despesas ocasionadas pelos particulares (v. g. o maior desgaste
nas vias de comunicação provocado por veículos com certo peso e
determinadas características, o que daria lugar a contribuições para
maiores despesas).

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3. NOÇÃO DE IMPOSTO
3.1. O IMPOSTO E FIGURAS AFINS
3.1.1. Contribuição Especial

A Lei Geral Tributária (LGT) – n.º 3, do art.º 4.º - vem


expressamente considerar as Contribuições Especiais
como Impostos,

aproveitando para dar delas uma Definição, ao enunciar


que as mesmas (Contribuições Especiais!)
“assentam na obtenção pelo sujeito passivo de benefícios ou
aumentos de valor dos seus bens em resultado de obras públicas
ou da criação ou ampliação de serviços públicos ou no especial
desgaste de bens públicos ocasionado pelo exercício de uma
actividade.”
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3. NOÇÃO DE IMPOSTO
3.1. O IMPOSTO E FIGURAS AFINS
3.1.2. Taxa

Quer o Imposto quer a Taxa são Tributos, constituindo,


em regra, as principais Receitas Coactivas do Estado.

Uma 1.ª linha de distinção entre Imposto e Taxa baseia-se


no Critério Financeiro clássico segundo o qual

o Imposto destina-se primordialmente ao financiamento dos


Serviços Públicos indivisíveis (v.g., Defesa Nacional, Diplomacia)

enquanto que as Taxas se destinam a cobrir, total ou parcialmente,


Serviços Públicos divisíveis – aqueles que prestam Utilidades ou
Vantagens individualizáveis (aos cidadãos).
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3. NOÇÃO DE IMPOSTO
3.1. O IMPOSTO E FIGURAS AFINS
3.1.2. Taxa

Este Critério é, porém, insuficiente. O elemento diferenciador


retido pela generalidade da Doutrina assenta
no carácter Bilateral da Taxa e
no carácter Unilateral do Imposto.

Com efeito, enquanto o Imposto é, como vimos,


uma Prestação Unilateral,
as Taxas caracterizam-se pela sua Bilateralidade, equivalendo ao “Preço”
dos Serviços ou Bens cuja titularidade pertence ao Estado,
o que significa que, ao contrário do que acontece no Imposto, há aí lugar a
uma determinada contraprestação por parte do sujeito activo.
T12

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Diapositivo 29

T12 (64) Por todos veja-se SOUSA FRANCO, A. L., "Finanças Públicas e Direito Financeiro", vol. II, 4.ª ed., Coimbra, Almedina, 1992, págs. 63 e
segs.
Toshiba; 26-02-2012
NOÇÃO DE IMPOSTO
O IMPOSTO E FIGURAS AFINS
Taxa

Essa contraprestação é de natureza individual,


concretizando-se, em regra, numa Vantagem ou Utilidade
para o sujeito passivo.

Há, porém, Taxas em que os particulares não obtêm


qualquer benefício não sendo sequer eles que solicitaram a
actividade pública que concretiza a contraprestação.

Veja-se, por exemplo, o caso das Taxas Judiciais pagas


pelo condenado em tribunal.
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NOÇÃO DE IMPOSTO
O IMPOSTO E FIGURAS AFINS
Taxa

Assim, as Taxas são pagamentos em dinheiro feitos pelos


cidadãos às Entidades Públicas,
com um Carácter Definitivo,
estabelecidas por Lei
como pagamento dos Serviços prestados pelo Estado
ou pela utilização de Bens Públicos (estradas, pontes, espaços públicos,
etc.).

Existem várias Taxas:


Taxas Judiciais,
Taxas Administrativas (registo do notariado, propinas, Taxa de
Circulação de automóveis nas vias públicas, Taxas portuárias, Portagens,
Taxas de entrada nos Museus, Taxas dos Serviços Comunitários, etc.).
20.05.2013 Me. Manuel Ribeiro Sebastiao * 244 923 489762 31
NOÇÃO DE IMPOSTO
O IMPOSTO E FIGURAS AFINS
Taxa

As Taxas revestem-se sempre, portanto, de um nexo


sinalagmático, bem traduzido no Facto que lhes dá origem
em qualquer das suas modalidades habituais: T13

Prestação de um Serviço Público (v.g. os Serviços Escolares, que


dão origem às propinas, ou os Serviços Judiciais);
Utilização de Bens do domínio público, quer pelo chamado uso
privativo (v.g. a instalação de uma esplanada numa via pública)
quer, quando devidas, pelo denominado uso comum (v.g. uma
portagem numa ponte);
Remoção, por acto administrativo, de um limite jurídico à
actividade dos particulares, que dá origem às chamadas licenças
(v.g. licença de uso e porte de arma). T14
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Diapositivo 32

T13 (65) Exactamente neste sentido o n.º 2 do art.º 4.º da Lei Geral Tributária.
Toshiba; 26-02-2012

T14 (66) Há, porém, quem distinga quando a remoção possibilita a utilização de um bem semipúblico - aí haveria uma taxa, e quando isso não
acontece - aí o que existe é um imposto. Neste sentido, TEIXEIRA RIBEIRO, J. J., «Noção jurídica de taxa», in "Revista de Legislação e
Jurisprudência", Coimbra, ano 117, Fevereiro de 1985, pág. 292, que escreve a propósito das licenças para ter cão ou de uso e porte de arma:
"(...) a entidade pública aguarda que os particulares revelem a sua capacidade fiscal através do propósito de ter cão, de usar arma, de ir à
caça, para lhes exigir o respectivo imposto". Cfr. ainda MESQUITA PALHA, Maria Margarida, «Sobre o conceito jurídico de taxa», in "Estudos
comemorativos do XX Aniversário do CEF", vol II, Lisboa, Centro de Estudos Fiscais, 1983, págs. 573-592 e PITTA CUNHA, Paulo, XAVIER DE
BASTO, J. G. e LOBO XAVIER, António, «Os Conceitos de Taxa e de Imposto - a propósito das licenças municipais», "Fisco", ano 5, n.ºs 51-52,
Fev-Mar/1993, págs. 3 e segs.
Toshiba; 26-02-2012
NOÇÃO DE IMPOSTO
O IMPOSTO E FIGURAS AFINS
Taxa

Para alguns autores, as Taxas ao terem origem legal não


podem confundir-se com os Preços, que têm origem num
T15
contrato.

Para outros tratadistas, embora haja, por vezes, uma


equiparação jurídica de certos Preços de Bens ou Serviços às
Taxas, a distinção entre estas (Taxas!) e as Receitas T16
Patrimoniais está no facto de a Taxa não ser o Preço deT17um
Serviço prestado em regime de mercado.

T18
Me. Manuel Ribeiro Sebastiao * 244 923 489762
20.05.2013 33
Diapositivo 33

T15 (68) Cfr., por exemplo, SAINZ DE BUJANDA, Fernando, ob. cit., págs. 172 e segs.
Toshiba; 26-02-2012

T16 (69) SOUSA FRANCO, A. L., ob. cit., pág. 68.


Toshiba; 26-02-2012

T17 (70) Cfr., por exemplo, COSCIANI, Cesare, "Scienza delle Finanza", 8.ª ed., Torino, Unione Tipografico-Editore Torinese, 1979, pág. 381, que
inclui as taxas nos preços políticos. Entre nós, veja-se TEIXEIRA RIBEIRO, J. J., "Noção Jurídica de Taxa", págs. 289 e segs.
Toshiba; 26-02-2012

T18 (73) Cfr., por exemplo, COSCIANI, Cesare, "Scienza delle Finanza", 8.ª ed., Torino, Unione Tipografico-Editore Torinese, 1979, pág. 381, que
inclui as taxas nos preços políticos.
Entre nós, veja-se TEIXEIRA RIBEIRO, J. J., "Noção Jurídica de Taxa", págs. 289 e segs.
Toshiba; 26-02-2012
NOÇÃO DE IMPOSTO
O IMPOSTO E FIGURAS AFINS
Taxa

Outros autores qualificam, porém, as Taxas como Preços


T19
autoritariamente fixados, já que as mesmas desempenham as
funções dos Preços ao repartirem pelos utentes o Custo dos
“serviços” ou ao limitarem a Procura destes.

T20

T21

T22

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Diapositivo 34

T19 (68) Cfr., por exemplo, SAINZ DE BUJANDA, Fernando, ob. cit., págs. 172 e segs.
Toshiba; 26-02-2012

T20 (69) SOUSA FRANCO, A. L., ob. cit., pág. 68.


Toshiba; 26-02-2012

T21 (70) Cfr., por exemplo, COSCIANI, Cesare, "Scienza delle Finanza", 8.ª ed., Torino, Unione Tipografico-Editore Torinese, 1979, pág. 381, que
inclui as taxas nos preços políticos. Entre nós, veja-se TEIXEIRA RIBEIRO, J. J., "Noção Jurídica de Taxa", págs. 289 e segs.
Toshiba; 26-02-2012

T22 (73) Cfr., por exemplo, COSCIANI, Cesare, "Scienza delle Finanza", 8.ª ed., Torino, Unione Tipografico-Editore Torinese, 1979, pág. 381, que
inclui as taxas nos preços políticos.
Entre nós, veja-se TEIXEIRA RIBEIRO, J. J., "Noção Jurídica de Taxa", págs. 289 e segs.
Toshiba; 26-02-2012
NOÇÃO DE IMPOSTO
O IMPOSTO E FIGURAS AFINS
Taxa

Outra linha de distinção está no facto de as Taxas


corresponderem, em regra, a Bens ou Serviços que são, por
essência, da titularidade do Estado enquanto que nos Preços
isso não acontece, o que não significa que tenham
necessariamente de cobrir o respectivo Custo de Produção
(veja-se o caso dos Preços Políticos). T23

Apesar de algumas zonas de fronteira poderem dar origem a


dúvidas, a distinção entre Taxa e Imposto assenta, pois, na
existência ou não de Contraprestação nos termos que se
T24
assinalaram.
20.05.2013 Me. Manuel Ribeiro Sebastiao * 244 923 489762 35
Diapositivo 35

T23 (71) XAVIER, Alberto, ob. cit., págs. 53 e segs.


Toshiba; 26-02-2012

T24 (72) Nem sempre a própria terminologia utilizada ajuda a efectuar uma distinção correcta: há impostos que aparecem designados por taxas
(v.g. a extinta Taxa Militar) e taxas com a denominação de impostos (v.g. o Imposto de Justiça). Também para efeitos contabilísticos se pode
criticar alguma falta de rigor: as taxas, relevadas na conta 6317 do Plano Oficial de Contabilidade, são consideradas uma subconta da conta 631
- Impostos Indirectos.
Toshiba; 26-02-2012
NOÇÃO DE IMPOSTO
O IMPOSTO E FIGURAS AFINS
Taxa

E trata-se de uma distinção da maior importância,


designadamente por, na actualidade, as Taxas não estarem
sujeitas ao Princípio da Legalidade aplicável aos Impostos
(Reserva Absoluta da Lei Formal) quanto aos seus
elementos essenciais (Incidência, Taxa, Benefícios fiscais e
Garantias dos contribuintes).
T25

Apenas o Regime Geral das Taxas constitui, depois da


revisão de 1997, uma reserva relativa de competência da
Assembleia da República. T26

20.05.2013 Me. Manuel Ribeiro Sebastiao * 244 923 489762 36


Diapositivo 36

T25 (74) Isso explica a abundante doutrina e jurisprudência constitucional no domínio da distinção entre impostos e taxas. É exemplo da primeira,
PAZ FERREIRA, Eduardo, «Ainda a propósito da distinção entre impostos e taxas: o caso da taxa municipal devida pela realização de
infraestruturas urbanísticas», in "Ciência e Técnica Fiscal", n.º 380, Out-Dez/1995, págs. 57-84. Quanto à segunda veja-se, por todos, o
Acórdão do Tribunal Constitucional de 15 de Novembro de 1995 (Acórdão n.º 640/95) relativo à constitucionalidade da Portaria n.º 351/94, de 3
de Junho, quanto às portagens da ponte sobre o Tejo, in "Ciência e Técnica Fiscal", n.º 380, Out-Dez/1995, págs. 253-296. Cfr. ainda CASALTA
NABAIS, «Jurisprudência do Tribunal Constitucional em Matéria Fiscal», in Estudos sobre a Jurisprudência do Tribunal Constitucional",
Aequitas-Editorial Notícias, Lisboa, 1993, págs. 254 e segs., e, dando, nomeadamente, uma visão geral sobre a caracterização jurisprudencial
do conceito de taxa, SALDANHA SANCHES, J. L. e TABORDA DA GAMA, João, «Taxas municipais pela ocupação do subsolo», in "Fiscalidade",
n.ºs 19/20, Julho-Setembro/Outubro-Dezembro 2004, págs. 5-43.
Toshiba; 26-02-2012

T26 (75) Apesar disso, em Portugal, a ausência de um regime geral de taxas tem levado alguns autores a questionar se não se estará, por isso,
perante uma inconstitucionalidade por omissão - Cfr. PAZ FERREIRA, Eduardo, "Em Torno das Constituições Financeira e Fiscal e dos Novos
Desafios na Área das Finanças Públicas", Lisboa Associação Académica da Faculdade de Direito, 2001, págs. 34 e 35. Entretanto, foi publicada a
Lei do Regime Geral das Taxas das Autarquias Locais - Lei n.º 53-E/2006, de 29 de Dezembro.
Toshiba; 26-02-2012
NOÇÃO DE IMPOSTO
O IMPOSTO E FIGURAS AFINS
Taxa

CONCLUSÕES:
Uma 1.ª linha de distinção entre Imposto e Taxa baseia-se
no Critério Financeiro clássico segundo o qual
o Imposto destina-se primordialmente ao financiamento dos
Serviços Públicos indivisíveis (v.g., Defesa Nacional, Segurança,
Diplomacia)
enquanto que as Taxas se destinam a cobrir, total ou
parcialmente, Serviços Públicos divisíveis – aqueles que prestam
Utilidades ou Vantagens individualizáveis aos cidadãos.

20.05.2013 Me. Manuel Ribeiro Sebastiao * 244 923 489762 37


NOÇÃO DE IMPOSTO
O IMPOSTO E FIGURAS AFINS
Taxa

CONCLUSÕES:

Com efeito, enquanto o Imposto é, como vimos,


uma Prestação Unilateral,
as Taxas caracterizam-se pela sua Bilateralidade, equivalendo ao
“Preço” dos Serviços ou Bens cuja titularidade pertence ao Estado,
o que significa que, ao contrário do que acontece no Imposto, há aí lugar
a uma determinada contraprestação por parte do sujeito activo(23).

A distinção entre Taxa e Imposto assenta, pois, na existência ou não


de Contraprestação (ou de contrapartidas).

20.05.2013 Me. Manuel Ribeiro Sebastiao * 244 923 489762 38


NOÇÃO DE IMPOSTO
O IMPOSTO E FIGURAS AFINS
Imposto e Empréstimo Público forçado

Embora ambos sejam Prestações Coactivas, enquanto o


Imposto é, como se viu, uma Prestação Unilateral e a título
Definitivo, o Empréstimo forçado nem é Unilateral (é
Bilateral, porque dá origem ao pagamento de juros) nem é
feito a título definitivo (porque é, pela sua própria natureza,
reembolsável ou amortizável).
T27

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Diapositivo 39

T27 (76) SHOUP, Carl S., "Public Finance", Londres, Weidenfel and Nicolson, 1969, págs. 425 e segs. e, entre nós, CAVACO SILVA, A., «A teoria do
empréstimo público forçado», in "Economia", Lisboa, Vol. IV, n.º 2, Maio de 1980, págs. 243-269. Crítica, porém, desta posição pode ver-se em
TEIXEIRA RIBEIRO, J. J., "Lições de Finanças Públicas", 5.ª ed., Coimbra, Coimbra Editora, 1995, págs. 200 e 201.
Toshiba; 26-02-2012
NOÇÃO DE IMPOSTO
O IMPOSTO E FIGURAS AFINS
Contribuições para a Segurança Social

As Contribuições para a Segurança Social fazem parte do


que se costuma designar por Tributos Parafiscais ou
Parafiscalidade, para aludir a determinadas Prestações
Coactivas que têm a ver com a assunção por parte do
Estado moderno de novas funções Económicas e Sociais.
T28

Trata-se de Receitas que fogem, de algum modo, às regras


que disciplinam os Impostos e que são consignadas às
entidades públicas que prosseguem aquelas finalidades em
substituição da acção directa do Estado.

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Diapositivo 40

T28 (77) SOUSA FRANCO, A. L., ob. cit., págs. 73 e segs. Além das contribuições para a segurança social integravam os tributos parafiscais as
chamadas taxas para organismos de coordenação económica, que foram extintas com a adesão de Portugal à Comunidade Económica
Europeia.
Toshiba; 26-02-2012
NOÇÃO DE IMPOSTO
O IMPOSTO E FIGURAS AFINS
Imposto e Outras Figuras Afins

Imposto e Multa:

A Multa é um pagamento em dinheiro a favor de uma Entidade


Pública,
resultante da violação de uma Norma Legal
cuja gravidade deve ser sancionada
com a exigência de determinadas importâncias aos seus autores.

A Multa tem, pois, um Carácter de Sanção ou penalidade,


aspecto em que difere do Imposto.

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NOÇÃO DE IMPOSTO
O IMPOSTO E FIGURAS AFINS
Imposto e Outras Figuras Afins

Imposto e Confisco:

Um Confisco é uma Transferência Patrimonial

a favor de uma Entidade Pública

como uma Sanção aplicada a particulares que

pratiquem actos que violam as Normas Económicas vigentes


numa determinada sociedade.

20.05.2013 Me. Manuel Ribeiro Sebastiao * 244 923 489762 42


NOÇÃO DE IMPOSTO
O IMPOSTO E FIGURAS AFINS
Imposto e Outras Figuras Afins

Imposto e Expropriação por Utilidade Pública:

A Expropriação por Utilidade Pública é um acto através do qual

uma Entidade Pública exige dos cidadãos a Cessão de um Bem


(geralmente imóveis, terrenos),

mediante uma indemnização,

com a finalidade de ser utilizado para a satisfação de interesses colectivos.

20.05.2013 Me. Manuel Ribeiro Sebastiao * 244 923 489762 43


NOÇÃO DE IMPOSTO
ESTRUTURA E DINÂMICA DO IMPOSTO

Qualquer Imposto é tecnicamente constituído a partir dos


seus elementos fundamentais que podem ser de natureza
Qualitativa e Quantitativa.

Os elementos de natureza Qualitativa de um Imposto são:

a) O Objecto do Imposto (Incidência);


b) O Contribuinte;
c) O Facto Gerador do Imposto.

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NOÇÃO DE IMPOSTO
ESTRUTURA E DINÂMICA DO IMPOSTO
Elementos de Natureza Qualitativa do Imposto
O Objecto do Imposto (Incidência)

O Objecto do Imposto é uma realidade económica,


uma situação de Facto ou de Direito
sobre a qual incide esse Imposto,
ou seja, é tudo aquilo que a Lei consagra como sendo o pressuposto da
constituição da Obrigação Tributária.

Por outro lado, a determinação do Objectivo do Imposto é o


ponto inicial da Técnica Fiscal,
na medida em que é neste momento em que é delimitado
o universo de bens,
as manifestações de riqueza e
outras realidades sobre as quais há de incidir o Imposto (ou seja, o
rendimento ou património efectivos sobre os quais vai incidir o imposto).
20.05.2013 45
Me. Manuel Ribeiro Sebastiao * 244 923 489762
NOÇÃO DE IMPOSTO
ESTRUTURA E DINÂMICA DO IMPOSTO
Elementos de Natureza Qualitativa do Imposto
O Objecto do Imposto (Incidência)

O Objecto do Imposto é uma realidade económica,


uma situação de Facto ou de Direito
sobre a qual incide esse Imposto,
ou seja, é tudo aquilo que a Lei consagra como sendo o pressuposto
da constituição da Obrigação Tributária.

20.05.2013 Me. Manuel Ribeiro Sebastiao * 244 923 489762 46


NOÇÃO DE IMPOSTO
ESTRUTURA E DINÂMICA DO IMPOSTO
Elementos de Natureza Qualitativa do Imposto
O Contribuinte

O Contribuinte, Sujeito Passivo do Imposto ou Devedor do


Imposto,
é a pessoa que tem a Obrigação de pagar o Imposto, isto é,
aquela pessoa que está submetida à Obrigação Tributária.

O Contribuinte pode ser ainda de Facto ou de Direito.

20.05.2013 Me. Manuel Ribeiro Sebastiao * 244 923 489762 47


NOÇÃO DE IMPOSTO
ESTRUTURA E DINÂMICA DO IMPOSTO
Elementos de Natureza Qualitativa do Imposto
O Contribuinte

O Contribuinte de Facto é aquele que efectivamente suporta o


Imposto, transferindo parte do seu rendimento a favor do Estado.

Os consumidores, por exemplo, são os que efectivamente suportam o ónus


do Imposto sobre determinados produtos, embora não sejam os que têm a
Obrigação Fiscal da entrega do valor do Imposto nos cofres do Estado.

O Contribuinte de Direito é a pessoa (Singular ou Colectiva)


definida na Lei como sendo o sujeito passivo da Obrigação
Tributária.

20.05.2013 Me. Manuel Ribeiro Sebastiao * 244 923 489762 48


NOÇÃO DE IMPOSTO
ESTRUTURA E DINÂMICA DO IMPOSTO
Elementos de Natureza Qualitativa do Imposto
O Contribuinte

Há também casos de Substituição Fiscal


em que determinada pessoa se substitui à outra, por força da Lei,
no cumprimento da Obrigação Tributária principal ou acessória.

É o caso das Entidades Patronais que,


nos termos da Lei do Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho,
devem reter e entregar nos cofres do Estado o Imposto descontado
nas remunerações dos seus Trabalhadores.

20.05.2013 Me. Manuel Ribeiro Sebastiao * 244 923 489762 49


NOÇÃO DE IMPOSTO
ESTRUTURA E DINÂMICA DO IMPOSTO
Elementos de Natureza Qualitativa do Imposto
O Facto Gerador do Imposto

O Facto Gerador do Imposto ou Facto Tributário é um


acontecimento, um acto ou uma situação de facto ou de
direito com repercussão económica que determina a
incidência do Imposto.

Para que se constitua uma Obrigação Tributária não basta


que exista o Objecto ou se conheça o Contribuinte.

É indispensável que se produzam determinados factos ou


actos, ou ainda que se verifiquem determinadas situações
Tipificadas na Lei, que, ao acontecerem, dão origem à
criação efectiva da Obrigação Tributária.
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NOÇÃO DE IMPOSTO
ESTRUTURA E DINÂMICA DO IMPOSTO
Elementos de Natureza Qualitativa do Imposto
O Facto Gerador do Imposto

Por exemplo,
o Facto Gerador do Imposto Industrial
é o Exercício Efectivo de uma actividade Comercial, Industrial,
Agrícola, etc.

No caso do Imposto sobre Rendimentos do Trabalho,


o Facto Gerador deste Imposto
é a percepção de salários
e outras remunerações por parte dos trabalhadores.

20.05.2013 Me. Manuel Ribeiro Sebastiao * 244 923 489762 51


NOÇÃO DE IMPOSTO
ESTRUTURA E DINÂMICA DO IMPOSTO
Elementos de Natureza Quantitativa do Imposto
Base do Imposto

A Base do Imposto, Matéria Colectável ou Rendimento


Colectável, são os dados numéricos com base nos quais se
permite calcular o Valor do Imposto.

A Avaliação Directa, parte das declarações do próprio Contribuinte,


de terceiros ou de ambos as quais fixam o valor real do Rendimento
Colectável.
Todavia, estas declarações nem sempre são sinceras, pelo que são posteriormente
analisadas, controladas, confirmadas ou corrigidas pela Administração Fiscal.

A Avaliação Indirecta é realizada pela Administração Fiscal e


verifica-se quando o Contribuinte não declara ao fisco os seus
rendimentos ou quando a Lei assim o determina.
20.05.2013 Me. Manuel Ribeiro Sebastiao * 244 923 489762 52
NOÇÃO DE IMPOSTO
ESTRUTURA E DINÂMICA DO IMPOSTO
Elementos de Natureza Quantitativa do Imposto
Base do Imposto

A Avaliação Indirecta faz-se utilizando um dos seguintes Métodos:

a) Método Indiciário – Consiste na verificação de índices externos de


manifestação da riqueza ou da situação económica concreta do
Contribuinte, aliada com certas presunções, cuja análise permite aferir ou
determinar automaticamente o valor do Rendimento Colectável por
exemplo, n.º de viaturas de que o Contribuinte é proprietário, a energia
consumida, as compras efectuadas, o n.º de bois existentes na sua
exploração, o n.º de andares do edifício, etc.

b) Método de Negociação – Assenta num acordo negociado entre a


Administração Fiscal e os Contribuintes (geralmente representados pela
sua Associação de classe), estabelecendo “a priori” a Base do Imposto.

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NOÇÃO DE IMPOSTO
ESTRUTURA E DINÂMICA DO IMPOSTO
Elementos de Natureza Quantitativa do Imposto
Base do Imposto

c) Método Administrativo – A Matéria Colectável é determinada pela


Administração Fiscal a partir das informações Económico-financeiras
disponíveis sobre o Contribuinte (a partir da análise do seu histórico).

20.05.2013 Me. Manuel Ribeiro Sebastiao * 244 923 489762 54


NOÇÃO DE IMPOSTO
ESTRUTURA E DINÂMICA DO IMPOSTO
Elementos de Natureza Quantitativa do Imposto
Base do Imposto

Por sua vez os Rendimentos Tributáveis podem ser:


Reais,
Normais,
Ou presumidos.

São Reais os Rendimentos efectivamente apurados pelo


Contribuinte durante um determinado período (normalmente
um ano).

Estes rendimentos correspondem geralmente com os Resultados do


Exercício apurados na Contabilidade da empresa e constantes das suas
Demonstrações Financeiras.
20.05.2013 Me. Manuel Ribeiro Sebastiao * 244 923 489762 55
NOÇÃO DE IMPOSTO
ESTRUTURA E DINÂMICA DO IMPOSTO
Elementos de Natureza Quantitativa do Imposto
Base do Imposto

São Rendimentos Normais os calculados com base nos Factos


Económicos ocorridos durante um determinado Período.

Por exemplo considerar como Rendimento Tributável o valor


correspondente a 25% das Vendas realizadas durante o ano ou 35% dos
Custos suportados para a realização de uma actividade.

São Rendimentos Presumidos aqueles que são fixados com base


numa estimativa dos resultados que o Contribuinte poderia ter
obtido na sua actividade durante um determinado exercício.

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NOÇÃO DE IMPOSTO
ESTRUTURA E DINÂMICA DO IMPOSTO
Elementos de Natureza Quantitativa do Imposto
O Modo de Cálculo do Imposto

Uma vez fixada a Base do Imposto ou Matéria Colectável,


o passo a seguir consiste no estabelecimento da forma como
o Imposto deve ser calculado, utilizando as operações
aritméticas convenientes, para se determinar o Valor a Pagar.

As Operações Aritméticas a realizar são:

a) Efectuar as Deduções à Matéria Colectável;


b) Aplicar a Taxa do Imposto.

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NOÇÃO DE IMPOSTO
ESTRUTURA E DINÂMICA DO IMPOSTO
Elementos de Natureza Quantitativa do Imposto
O Modo de Cálculo do Imposto
Deduções

As Deduções são as importâncias que,


nos termos da Lei,
devem ser retiradas da Base de Imposto,
como forma de atender à situação pessoal e social particulares dos
Contribuintes.

Agora, a partir do Novo Valor encontrado,


aplica-se a Taxa de Imposto
para se determinar o montante efectivo do Imposto a Pagar.

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NOÇÃO DE IMPOSTO
ESTRUTURA E DINÂMICA DO IMPOSTO
Elementos de Natureza Quantitativa do Imposto
O Modo de Cálculo do Imposto
Taxa do Imposto

A Taxa do Imposto é um factor multiplicativo previamente


determinado na Lei que se aplica à Base do Imposto para se
calcular o Valor do Imposto a pagar.

A Taxa do Imposto pode ser

Específica

ou “Ad-Valorem”.

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NOÇÃO DE IMPOSTO
ESTRUTURA E DINÂMICA DO IMPOSTO
Elementos de Natureza Quantitativa do Imposto
O Modo de Cálculo do Imposto
Taxa do Imposto

Taxa de Imposto Específica – Quando é aferida com Unidades


Fiscais, tais como peso, medida, comprimento, moeda, etc.

Exemplo: 2.000,00 Kz por cada 1.000 litros; 2.000 Kz por Tonelada; 500
Kz por Barril; etc.

Taxa de Imposto “Ad-Valorem” – é aquela que é fixada numa


percentagem que se aplica a um valor monetário.

Exemplo: 25%; 12,5%; 3%; etc.

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NOÇÃO DE IMPOSTO
ESTRUTURA E DINÂMICA DO IMPOSTO
Elementos de Natureza Quantitativa do Imposto
O Modo de Cálculo do Imposto
Taxa do Imposto

A Taxa do Imposto pode ser ainda


Fixa
ou Variável.
A Taxa Variável pode ser, por sua vez, Proporcional, Progressiva,
Regressiva e Degressiva. Estas taxas correspondem aos Impostos com a
mesma designação que estudaremos oportunamente.

20.05.2013 Me. Manuel Ribeiro Sebastiao * 244 923 489762 61


NOÇÃO DE IMPOSTO
FASES DO IMPOSTO

Como já sabemos, a exigência de um Imposto pressupõe,


antes de mais,

a existência de uma Lei que o autorize,


a prévia definição das situações por ele abrangidas (o Facto Gerador
do Imposto),
a enunciação das pessoas a ele sujeitas (os Contribuintes),
a determinação da Matéria Colectável (Base do Imposto) e
a fixação da Taxa do Imposto (Percentagem).

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NOÇÃO DE IMPOSTO
FASES DO IMPOSTO

Para que o Contribuinte pague nos Cofres do Estado o


valor do Imposto
é indispensável que, previamente,
sejam realizados determinados Actos Administrativos
que levam à fixação do Quantitativo a Pagar.

A execução de tais Actos


pertencentes à Administração Fiscal,
constituindo o Ciclo de tramitação processual,
são vulgarmente designados por Fases do Imposto.

20.05.2013 Me. Manuel Ribeiro Sebastiao * 244 923 489762 63


NOÇÃO DE IMPOSTO
FASES DO IMPOSTO

Temos assim, que a institucionalização do Imposto


comporta Quatro Fases, momentos ou Etapas
fundamentais na vida do imposto que são:

A Incidência,

O Lançamento,

A Liquidação e

A Cobrança.
20.05.2013 Me. Manuel Ribeiro Sebastiao * 244 923 489762 64
NOÇÃO DE IMPOSTO
FASES DO IMPOSTO

A Incidência – é a caracterização em abstracto dos elementos


constitutivos da obrigação do imposto.

A Incidência pode ser:

Pessoal ou Subjectiva – Determinação das categorias de sujeitos a imposto


com diferentes tratamentos fiscais;

Real ou Objectiva – Definição dos Bens ou elementos do património que


servem de base à determinação do imposto a pagar.

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NOÇÃO DE IMPOSTO
FASES DO IMPOSTO

O Lançamento – é um conjunto de Operações Administrativas


cuja finalidade é a identificação do Contribuinte e da Matéria
Colectável.

A identificação faz-se através de informações fornecidas à Administração


Fiscal pelos Contribuintes e de outros elementos existentes nas
Repartições Fiscais que formam o Sistema do Registo Geral de
Contribuintes (RGC).

A cada Contribuinte é atribuído um número e passado um Cartão cuja


exibição é obrigatória quando o Contribuinte realiza determinadas
operações comerciais tipificadas na Lei.
20.05.2013 Me. Manuel Ribeiro Sebastiao * 244 923 489762 66
NOÇÃO DE IMPOSTO
FASES DO IMPOSTO

A Liquidação – é uma Operação Aritmética que visa


Quantificar o Imposto devido pelo Contribuinte.

Conhecida a Base do Imposto, aplica-se a esta Base uma % (Taxa)


legalmente estabelecida, resultando desta operação um valor que
corresponde ao Imposto que o Contribuinte deve pagar nos Cofres do
Estado.
Geralmente a Liquidação é feita pela Administração Fiscal.
Modernamente, porém, a Legislação confere ao próprio Contribuinte a
Obrigação de fazer esta operação na altura da apresentação da Declaração
de Rendimentos. É o que se designa por Auto-Liquidação.

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NOÇÃO DE IMPOSTO
FASES DO IMPOSTO

Sempre que, por facto imputável ao Contribuinte, for retardada a


Liquidação de parte ou da totalidade do Imposto devido, a este acrescerá o
juro de 2,5% ao mês, sem prejuízo da Multa cominada ao infractor.

Este juro chama-se Juro Compensatório e é contado por cada mês ou


fracção, desde o termo do prazo para o cumprimento da Obrigação de que
resultou atraso na Liquidação até à data em que vier a ser suprida ou
corrigida a falta.

UCF = Unidade de Correcção Fiscal.

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NOÇÃO DE IMPOSTO
FASES DO IMPOSTO

A Cobrança do Imposto – é um processo administrativo que leva o


Contribuinte a pagar a sua dívida. Corresponde às operações de
pagamento do imposto.

A Cobrança pode ter um carácter Amigável (Administrativo) ou Coercivo.

A Cobrança Amigável ou Voluntária – realiza-se dentro do prazo que a Lei


estabelece para o pagamento do Imposto e consiste no contacto periódico com o
Contribuinte avisando-o da dívida fiscal que sobre si impende e a data limite para a
sua regularização.

A Cobrança Coerciva – é aquela que é realizada com a intervenção de um Órgão


de aplicação da Justiça Fiscal (Tribunal de Execuções Fiscais) quando o
Contribuinte não regulariza a sua dívida nos prazos estabelecidos.

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NOÇÃO DE IMPOSTO
FASES DO IMPOSTO

O Pagamento – é um conjunto de Operações Financeiras, em


virtude das quais a Quantia Monetária do Imposto passa do
Património do Contribuinte para os Cofres do Estado
extinguindo-se a dívida.

O Pagamento pode ser Voluntário – quando o Contribuinte efectua a


entrega da quantia do Imposto nos Cofres do Estado dentro do prazo
estabelecido na Lei.

O Pagamento pode ser Coercivo – quando o Contribuinte se furta ao


Pagamento do Imposto Liquidado dentro do prazo e é, por conseguinte,
compelido ou forçado pela Administração Fiscal a satisfazer a sua dívida,
através do Tribunal das Execuções Fiscais.

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NOÇÃO DE IMPOSTO
FASES DO IMPOSTO

Não sendo pago um Imposto no Prazo do Vencimento começam a


correr imediatamente JUROS DE MORA.

Os Juros de Mora, são um acréscimo monetário que o devedor tem de


pagar quando não efectuar a entrega do Imposto Liquidado dentro do
prazo estabelecido. Os Juros de Mora têm a natureza de uma Obrigação
Acessória de dívida principal. Para haver Juros de Mora é necessário que
haja uma dívida fiscal que não tenha sido paga no prazo legal.

Os Juros de Mora são calculados à Taxa de 2,5% ao mês e vencem no dia


um(1) de cada mês, contando-se por inteiro o mês de cobrança.

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NOÇÃO DE IMPOSTO
FASES DO IMPOSTO

Terminado o Prazo do Pagamento Voluntário, entra-se na Fase da Cobrança


Coerciva. Entre estas duas fases há uma Fase Pré-Executiva ou de Relaxe que
consiste na realização das operações que conduzem à Cobrança Coerciva. São
operações de consolidação da dívida e de extracção da Certidão de Relaxe. Nesta
Fase o Contribuinte pode pagar a dívida e os respectivos acréscimos legais.

Relaxada a Dívida, esta é cobrada coercivamente pelo Tribunal das Execuções


Fiscais, acrescida de 10% de Multa sobre as dívidas e 35% de custos sobre o total
da dívida executada.

O Pagamento pode ser ainda a Pronto, em Prestações e em Anuidades. O


Pagamento a Pronto é o que se efectua de uma só vez. O Pagamento a Prestações
consiste em dividir o montante do Imposto em parcelas que vencem
periodicamente quando a lei assim o permite. O Pagamento em Anuidades consiste
na divisão do valor do Imposto por um determinado número de anos, pagando em
cada ano a parcela correspondente e aplica-se sobre os direitos que caducam com a
morte do titular.

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NOÇÃO DE IMPOSTO
FASES DO IMPOSTO

Actualmente o Pagamento de Impostos é feito nas Agências Bancárias


autorizadas pelo Ministério das Finanças.

Para pagar o seu Imposto o Contribuinte preenche um impresso próprio


chamado Documento de Arrecadação de Receitas (DAR), que é
apresentado aos Balcões da Agência Bancária autorizada ou da Repartição
Fiscal (nas localidades onde não exista Banco) juntamente com a
importância em numerário ou Cheque Visado passado a favor da Caixa do
Tesouro Nacional.

Depois de recebido, uma visa do DAR é entregue ao Contribuinte como


seu justificativo, sendo as restantes remetidas à área competente do
Ministério das Finanças para processamento dos dados e subsequente
contabilização das Receitas do OGE e controlo dos Contribuintes.

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NOÇÃO DE IMPOSTO
CLASSIFICAÇÃO DOS IMPOSTOS

Existem vários Critérios que servem de base para a


Classificação ou Arrumação dos Impostos vigentes num
determinado Sistema Fiscal em grandes grupos. Veremos
adiante 6 Critérios.

1. O Critério universalmente adoptado classifica os Impostos


em Directos e Indirectos.
Os Impostos Directos – são os que incidem directamente sobre o
Rendimento (pessoal, profissional, etc.).
Os Impostos Indirectos – são os que incidem sobre os Rendimentos no
momento da sua utilização sob a forma de consumo.
É o caso em Angola do Imposto sobre o Consumo de bebidas alcoólicas, derivados
do petróleo, etc.
Em muitos países, o Imposto sobre o Consumo mais vulgar é o IVA (Imposto sobre
o Valor Acrescentado).
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NOÇÃO DE IMPOSTO
CLASSIFICAÇÃO DOS IMPOSTOS

2. Os Impostos podem ainda classificar-se em Impostos


Pessoais e Impostos Reais.

Impostos Pessoais – são os que tributam as pessoas,


independentemente da sua condição económica.

Impostos Reais – são os que tributam os Rendimentos ou Riqueza


de que as pessoas são titulares mas tendo em conta a situação
pessoal dos Contribuintes.

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NOÇÃO DE IMPOSTO
CLASSIFICAÇÃO DOS IMPOSTOS

3. Tendo em conta a Entidade que recebe os Impostos


(sujeito Activo), os Impostos classificam-se ainda em
Estaduais e Não Estaduais.

Impostos Estaduais – são os Impostos em que o sujeito activo é o


Estado.

Impostos Não Estaduais – têm como sujeito activo não o Estado,


mas uma Pessoa Colectiva de direito público como por exemplo
uma Autarquia Local (Administração Municipal) ou outro Instituto
ou Entidade Pública.

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NOÇÃO DE IMPOSTO
CLASSIFICAÇÃO DOS IMPOSTOS

4. Se se considerar o Critério da Territorialidade, os


Impostos classificam-se em Gerais e Locais.

Impostos Gerais – são os Impostos que são cobrados em todo o


Território Nacional.

Impostos Locais – são os Impostos que se limitam a ser aplicados a


uma Zona ou Região.

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NOÇÃO DE IMPOSTO
CLASSIFICAÇÃO DOS IMPOSTOS

5. Quando se tem em conta a natureza permanente ou


acidental dos Factos ou situações que deram origem ao
Imposto, podem classificar-se os Impostos em Periódicos e
de Obrigação Única (ou Acto Único).

Impostos Periódicos – são os Impostos que se repetem ciclicamente


(por exemplo, o Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho);

Impostos de Obrigação Única – são de Obrigação Única os


Impostos que se verificam ocasionalmente (por exemplo, quando
dou uma Acção de Formação profissional, elaboro um Estudo de
Viabilidade, etc.).

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NOÇÃO DE IMPOSTO
CLASSIFICAÇÃO DOS IMPOSTOS

6. Com base nas características das Taxas (ou %s


aplicadas), os Impostos agrupam-se em Impostos de Taxa
Fixa e Impostos de Taxa variável.

Impostos de Taxa Fixa (ou de Quota Fixa) – são aqueles em que o


montante do Imposto a pagar por cada Contribuinte é constituído
por uma importância certa e igual para todos.

Impostos de Taxa Variável – são aqueles em que o montante do


Imposto a pagar por cada Contribuinte está dependente de uma
Taxa ou Quota variável.
Podem ser Proporcionais, Progressivos, Degressivos e Regressivos.
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NOÇÃO DE IMPOSTO
CLASSIFICAÇÃO DOS IMPOSTOS

6.1. Impostos Proporcionais – são aqueles Impostos em que a Taxa é


constante, sendo o seu valor (do Imposto!) directamente proporcional à
Matéria Colectável.

6.2. Impostos Progressivos – são aqueles Impostos cuja Taxa aumenta à


medida que aumenta a Matéria Colectável, ou seja, o Imposto é mais que
proporcional com a Matéria Colectável.

6.3. Impostos Degressivos – são os Impostos que têm uma Taxa normal e
constante aplicável à Matéria Colectável a partir de certo valor e Taxas
menores para escalões inferiores da Matéria Colectável.

6.4. Impostos Regressivos – são aqueles em que a Taxa diminui à medida


que aumenta a Matéria Colectável.
20.05.2013 Me. Manuel Ribeiro
Utanga,
Sebastiao
Adérito* Dias
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1.4- Classificação dos Impostos quanto à Natureza das
Taxas: Proporcionais, Progressivos e Regressivos:

1. IMPOSTOS PROPORCIONAIS - são aqueles em que o montante


de imposto a pagar cresce na mesma razão que a matéria colectável. A
matéria colectável duplica, o imposto duplica; a matéria colectável triplica,
o imposto triplica, ...
Por outras palavras, são aqueles que têm uma Taxa Fixa, única e
constante, qualquer que seja o valor da matéria colectável (no exemplo da
figura, 10%).
Ex.: de imposto proporcional : Imposto Industrial: 30%.

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2. IMPOSTOS PROGRESSIVOS - por sua vez, são aqueles em
que a colecta de imposto cresce proporcionalmente mais em relação
à matéria colectável. A matéria colectável duplica, e o imposto mais
do que duplica ...
Ex.: Imposto sobre o Rendimento do Trabalho.

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20.05.2013 Me. Manuel Ribeiro Sebastiao * 244 923 489762 84
P. S.: Em relação aos Impostos Progressivos, importa salientar que não há
impostos que sejam indefinidamente progressivos. Nem podia haver, sob
pena de, a certa altura, se atingir uma taxa de 100% e o imposto consumir
toda a matéria colectável.
As taxas do Imposto Progressivo são crescentes até determinado momento,
a partir do qual a taxa passa a ser única. No caso no nosso IRT, a taxa
máxima de tributação é de 17%.
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3. IMPOSTOS REGRESSIVOS - são aqueles em que a colecta de
imposto proporcionalmente cresce menos em relação à matéria
colectável. A matéria colectável duplica, e o imposto menos do que
duplica.
Quer dizer, são impostos com um leque decrescente de taxas; a taxa
aplicável vai-se reduzindo, à medida que a matéria colectável aumenta.
No exemplo da figura, taxas de 10%, 9%, 8%, 7% e 6%, para uma
matéria colectável de 100, 200, 300, 400 e 500, respectivamente.
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NOÇÃO DE IMPOSTO
FUNÇÕES DO IMPOSTO

Como vimos, actualmente o Imposto exerce na Economia e


na Sociedade várias funções
quer agindo como Instrumento de obtenção de Receitas
quer como variável de Promoção do Equilíbrio Económico e
Justiça Social.

Deste modo, o Imposto exerce as seguintes Funções:

a) Função Financeira;
b) Função Económica;
c) Função Social.
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NOÇÃO DE IMPOSTO
FUNÇÕES DO IMPOSTO

a) Função Financeira ou Fiscal do Imposto – traduz-se na


mobilização de fundos para os Cofres do Estado a fim de fazer face
aos gastos com a satisfação das necessidades colectivas. Esta é a
função clássica do Imposto.

A intervenção Financeira ou Fiscal do Imposto pode combinar-se e


complementar a redistribuição da riqueza.

Por exemplo, o Imposto sobre os Rendimentos elevados pode ser


redistribuído, sob diversas formas, pelos cidadãos de mais baixos
rendimentos.

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NOÇÃO DE IMPOSTO
FUNÇÕES DO IMPOSTO

b) Função Económica do Imposto – servindo-se do Sistema


Fiscal, o Estado pode agir
sobre a Conjuntura
ou sobre as Estruturas Económicas
modificando o seu comportamento
pela utilização de medidas temporárias ou definitivas
que afectam o volume da repartição de Carga Fiscal,
influenciando assim ao nível das actividades,
o consumo e
a poupança individual.

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NOÇÃO DE IMPOSTO
FUNÇÕES DO IMPOSTO

Com a Redução ou Isenção de Impostos o Estado pode


incentivar o desenvolvimento de uma Indústria,
ou o Desenvolvimento Económico-Social de uma Região e
incrementar o Bem-estar das populações de uma Região ou Província.

Pelo contrário, com o agravamento da Carga Fiscal, o Estado pode


desestimular ou travar o Consumo de determinados produtos
e subsequentemente Reduzir a sua Produção.

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NOÇÃO DE IMPOSTO
FUNÇÕES DO IMPOSTO

c) Função Social do Imposto – a função Social do Imposto manifesta-se


com a sua utilização como forma de obter determinados efeitos ou
Benefícios Sociais.
Por exemplo, a Tributação do Consumo do Tabaco visa banir os efeitos
negativos do tabagismo.

Um outro exemplo é o papel importante que pode atribuir-se ao Imposto


numa Política Demográfica: a Tributação dos solteiros e as Deduções de
Impostos em função dos encargos de família podem encorajar os casamentos e o
consequente aumento de natalidade. Se, porém, se pretender o efeito contrário,
isentam-se ou reduz-se o Imposto sobre os solteiros e tributam-se pesadamente os
casados.

NOTA: Considerando um Imposto Progressivo, verifica-se que com a sua


utilização procura-se aproximar as condições não apenas no Plano Social como
ainda no Campo Económico.

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8. FISCALIDADE: Bibliografia de Referência:
Boletim Síntese do Sistema Tributário Angolano (2007).
BORGES, António & RODRIGUES, Azevedo (2008). Contabilidade e Finanças para a Gestão, 4.ª edição. Lisboa:
Áreas Editora.
BORGES, António, Gestão Fiscal, www.indeg.iscte.pt/.
COSTA, Carlos Baptista da & ALVES, Gabriel Correia (2008). Contabilidade Financeira, 7.ª edição. Lisboa: Editora
Rei dos Livros.
DIRECÇÃO NACIONAL DOS IMPOSTOS DE ANGOLA (2008). Legislação Fiscal – Tributação do Rendimento, 2.ª
Edição. Luanda: Direcção Nacional dos Impostos, Ministério das Finanças.
MARTINS, António; CRUZ, Isabel; AUGUSTO, Mário; PEREIRA DA SILVA; Patrícia & GAMA GONÇALVES, Paulo
(2009). Manual de Gestão Financeira Empresarial. Coimbra: Coimbra Editora.
MONTEIRO, Daniela, Gestão Fiscal de Empresas. Princípios Fundamentais de Gestão Fiscal,
www.administracaovirtual.com.
PEREIRA, Manuel Henrique de Freitas (2011). Fiscalidade, 4.ª Edição. Coimbra: Edições Almedina.
PEREIRA, Manuel Henrique de Freitas (2009). Fiscalidade, 3.ª Edição. Coimbra: Edições Almedina.
PEREIRA, Manuel Henrique de Freitas & LOUSA, Maria dos Prazeres (2009). Gestão Fiscal. Lisboa: ISEG,
Universidade Técnica de Lisboa.
PERT, Programa do Executivo para a Reforma Tributária (2010-2012).
PIRES CAIADO, António C. (2009). Contabilidade Analítica e de Gestão, 5.ª Edição. Lisboa: Áreas Editora.
SEABRA FRANCO, V.; VISTAS DE OLIVEIRA, Álvaro; MORAIS, Ana Isabel; OLIVEIRA, Benvinda de Jesus;
COSTA LOURENÇO, Isabel; ANTÓNIA DE JESUS, Maria; JOÃO MAJOR, Maria & SERRAS QUEIJO, Rogério
(2010). Temas de Contabilidade de Gestão: Os Custos, os Resultados e a Informação para a Gestão, 3.ª edição.
Lisboa: Livros Horizonte.

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