Sie sind auf Seite 1von 4

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS


Processo Nº. : 0066259-03.2016.8.05.0001
Classe : RECURSO INOMINADO
Recorrente(s) : BANCO BRADESCO S A
Recorrido(s) : ADEMAR FLORIANO FILHO

Origem : 11ª VSJE DO CONSUMIDOR (MATUTINO)

Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

G
VOTO- E M E N T A

RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. BANCO. ALEGAÇÃO DE


FALHA NA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS. PARTE AUTORA QUE TEVE
RECUSADO PEDIDO DE OBTENÇÃO DE EMPRÉSTIMO BANCÁRIO.
RECUSA FUNDAMENTADA DA DISCRICIONARIEDADE DO BANCO
EM DEFINIR O PERFIL DE RISCO E ESTABELECER CRITÉRIOS PARA
A SELEÇÃO DO TOMADOR. INEXISTÊNCIA DE FALHA NA
PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA
MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado manejado contra sentença proferida pelo


Juízo de 1º grau que julgou improcedentes os pedidos contidos na exordial, por
entender o magistrado sentenciante que: “ iNeste sentido, caso tenha ocorrido
alguma situação capaz de gerar transtorno à vida da parte autora, a mesma não
ultrapassa a linha do mero aborrecimento ou contratempo, que sofre o homem no
seu dia a dia, absolutamente normal na vida de qualquer um, pois não há
elementos de prova suficientes ao acolhimento do pleito indenizatório formulado,
uma vez que não conseguiu a autora demonstrar o fato constitutivo do seu
direito.Isto posto, JULGO IMPROCEDENTE a QUEIXA. ”
2. A parte recorrente pugna pela reforma da sentença , reiterando as razões
pelas quais entende ter havido prática abusiva por parte do banco demandado ao
recusar-se a conceder empréstimo consignado, requerendo indenização pelos
danos morais sofridos.

1. A sentença vergastada não merece reforma. A demonstração do fato


básico para o acolhimento da pretensão é ônus do autor, segundo o entendimento
do art. 373, inciso I, do CPC, partindo daí a análise dos pressupostos da ocorrência
do dato gerador do direito que alega fazer jus.

2. Com efeito, a despeito das alegações da acionante, de tudo quanto exposto


nos autos, não houve a prova da falha na prestação dos serviços alegada. Com
efeito, a recusa do banco em conceder o empréstimo está dentro do feixe de
atribuições inerentes à atividade do banco, cuja função precípua é a concessão de
crédito, desde que o perfil de risco do provável tomador seja adequado aos
parâmetros da instituição.

3. Não há que se falar, portanto, em direito potestativo do consumidor em obter o


crédito almejado, dado que os critérios de seleção e avaliaão de risco do banco
não podem sofrer a ingerência devida do poder judiciário, coja função precípua é
coibir práticas abusivas verificadas no mercado de consumo, o que em definitivo
não é o caso. Inexiste, portanto, fundamento jurídico para uma intervenção judicial
na presente hipótese.

4. A conduta narrada, assim, não se subsume à categoria prevista no CDC de


falha na prestação dos serviços, eis que a conduta supostamente ilegal não pode
ser imputada ao hospital, inexistindo regra de direito que o obrigue a arcar com o
procedimento cirúrgico no caso em tela.

5. Nestes termos, não se aplica ao caso a inversão do ônus da prova, sendo


dever processual da parte autora a prova do fato constitutivo de seu direito, nos
termos do art.373, inciso I do CPC, o que, ademais, estaria ao seu alcance, sendo
prova de fácil constituição,. que todavia não logrou fazer no presente caso, não
apontando nenhuma conduta praticada pelo réu que tenha o condão de causar o
dano que alega a parte autora ter sofrido, sendo insuficiente para a formação da
convicção desta julgadora meras alegações, quando o contexto fático-probatório
não se revela suficiente para embasar a pretensão formulada.
6. ISTO POSTO, voto no sentido de CONHECER DO RECURSO E NEGAR-
LHE PROVIMENTO, para manter a sentença objurgada pelos próprios
fundamentos. Condenação em custas e Honorários advocatícios arbitrados
em 20% (vinte por cento) sobre o valor da causa, restando suspensa a
exigibilidade do pagamento pela parte autora, pelo prazo de 05 (cinco) anos,
nos termos do artigo 98, § 3º, do CPC/2015

7. Salvador, Sala das Sessões, 20 DE JULHO DE 2017.


8. BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
9. Juíza Relatora
10. BELA CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ
11. Juíza Presidente
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS


Processo Nº. : 0066259-03.2016.8.05.0001
Classe : RECURSO INOMINADO
Recorrente(s) : BANCO BRADESCO S A

Recorrido(s) : ADEMAR FLORIANO FILHO

Origem : 11ª VSJE DO CONSUMIDOR (MATUTINO)

Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

ACÓRDÃO
Acordam as Senhoras Juízas da 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais
Cíveis e Criminais do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, CÉLIA MARIA
CARDOZO DOS REIS QUEIROZ –Presidente, MARIA AUXILIADORA SOBRAL
LEITE – Relatora e ALBÊNIO LIMA DA SILVA HONÓRIO, em proferir a seguinte
decisão: RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO . UNÂNIME, de acordo com a ata
do julgamento. Condenação em custas e Honorários advocatícios arbitrados em
20% (vinte por cento) sobre o valor da causa, restando suspensa a exigibilidade
do pagamento pela parte autora, pelo prazo de 05 (cinco) anos, nos termos do
artigo 98, § 3º, do CPC/2015

Salvador, Sala das Sessões, 20 DE JULHO DE 2017


BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
Juíza Relatora
BELA CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ
Juíza Presidente

Das könnte Ihnen auch gefallen