PPPe, amplificada pela Filosofia do Direito by Ihering Guedes Alcoforado
Hoje fizemos alguns comentários sobre os desdobramentos
laterais do debate contemporâneo sobre os BENS PÚBLICOS: estáticos e essencialistas vs. dinâmicos e relacionais), chamando atenção para suas manifestações laterais como BENS PÚBLICOS GLOBAIS (GLOBAL PUBLIC GOODS) E COMMONS (nos seus múltiplos sentidos decorrentes dos distintos enquadramentos teóricos) como poderão apreender por meio da leitura do texto INSTITUTIONAL ANALYZES OF THE COMMONS: THREE SCHO OLSANDTHEIR DIFFERENCES do Rafael A. F. Zanatta.
No texto de Samuel Cogolati, do Leuven Centre for Global
Governance Studies, University of Leuven, divulgado hoje, não por mera coincidência é feito um contraste qualificado entre estes dois conceitos, sinalizando a contemporaneidade do debate e a tendência ao enviezamento. Eis suas palavras:
“My argument is that, instead of assimilating commons to
GPGs, both analytical and normative frameworks should be cautiously distinguished as they imply different legal principles and institutions for development. Indeed, in contrast to the commons approach that promotes more collaborative input in governing common resources, decisions in the GPGs model appear to be largely legitimised through a narrow criterion of economic efficiency. So whereas legal institutions based on commons favour bottom-up initiatives of citizens to counter the traditional private-State divide and to respond to threats to our common heritage, the urgency to produce GPGs seems to justify a turn to new public-private partnerships and trust funds in development cooperation – such as the Gavi Alliance or the Global Fund to Fight AIDS, Tuberculosis and Malaria in the case of the World Bank’s operations. The risk with the GPGs rhetoric is then to reintroduce privatisation as a method of development and narrow development pro”
Enfim, a despeito da pertinência do debate, não se pode
passar sem criticas as limitações do artigo. De um lado, ao considerar o COMMONS exclusivamente no sentido operado por Elinor Ostrom, desconsiderando que tal visão é apenas uma, entre em muitas outras, como aponta Rafael A. F. Zanatta. Do outro lado, a despeito de evidenciar com pertinência as diferenças entre os conceitos de GLOBALPUBLIC GOODS (GPGs) e os COMMONS insinua com “impertinência” um conflito entre as duas abordagens, já que, no seu entendimento, elas se remetem a universos estruturalmente distintos, a partir do que ressalta uma ameaça de privatização.
REFERÊNCIAS
ZANATAL, Rafael, Institutional Analyzes of the Commons:
Three School and the Differences. Zanattahttp://migre.me/vCgCJ COGOLATI, Samuel, Global Public Goods or Commons as a Lens to Development. ? Working Paper No. 179 , Nov. 2016