Didática e Formação 1. A Didática e a formação de educadores – Da exaltação à Negação: a busca da relevância Vera Maria Candau – PUC RJ
1§ “Situar” a Didática: componente curricular necessário orientado para o
tratamento sistemático do “que fazer” educativo;
2§ “Situar” a questão: didática em questão: exaltada ou negada;
3§ Contestação do papel da didática: inócuo ou prejudicial. 3§ Inócuo – professores dos graus mais elevados de ensino: o domínio do conteúdo é suficiente para formar um bom professor. 3§ Prejudicial – análises críticas das funções da educação: a responsabilização da Didática pela alienação dos professores em relação ao significado de seu trabalho.
4§ Proposta de tratamento da questão: historicidade.
5§ Objetivo: oferecer subsídios para o aprofundamento da compreensão da problemática atual sobre o papel da didática na formação dos educadores e sugerir algumas pistas para a sua superação.
1.1 Um ponto de partida: a multidimensionalidade do processo de
ensino-aprendizagem §1 Objeto de estuda da Didática: processo de ensino-aprendizagem; §2 Ponto de partida - multidimensionalidade: articulação consistente das dimensões humanas, técnica e político-social; 4§ 1ª Perspectiva: Abordagem humanista: relação interpessoal: subjetiva, individualista e afetiva: processo de aquisição de atitude. “Consequência” - privatização da Didática: crescimento pessoa, interpessoal e intergrupal desvinculado das condições socioeconômicas e políticas – unilateral e reducionista. 6§ 2ª Perspectiva: Objetivo e racional, técnico: ação intencional, sistemática – seleção de conteúdos, estratégias de ensino, avaliação, etc. 7§ Problema: Tecnicismo. “Consequência”: Didática ténica dissociada de suas raízes político-sociais e ideológicas – “neutralidade”. Dissociação da prática de perguntas sobre o fim último; 8§ Questões postas pelo aspecto técnico: problemas fundamentais da pedagogia; 9§ Dimensão pilítico-social inerente ao processo de ensino- aprendizagem: cultura, classe, etc. 10§ Afirmação política como reducionismo humanista ou tecnicista, negando-a: visão liberal e modernizadora da educação. 11§ Proposta: articulação orgânica da didática.
1.2 Ensinando a didática
1§ Ponto de partida para análise crítica da evolução do ensino da Didática da década de 60 até hoje: experiência docente. 1.2.1 1º Momento: A formação do técnico e o silenciar político: o pressuposto de neutralidade 2§ Privilégio da crítica à didática tradicional e a afirmação da perspectiva escolanovista.* Montessori, Lubienka, Plano Dalton 4§ Década 50: Debates em torno da Lei de Diretrizes e Bases; 5§ Discurso escolanovista: interesses espontâneos e naturais da criança; princípios de atividade, de individualização, de liberdade, psicologia evolutiva, aprendizagem como fundamento – “aprender fazendo”, “aprender a aprender”; diferenças individuais, estudo dirigido, unidades didáticas, etc. 6§ Livro-texto adotado: “Sumário de Didática Geral” – conteúdo ideológico: liberal-pragmatista, os princípios da Escola Nova e o mito da neutralidade dos métodos e técnicas de ensino. 7§ Movimento escolanovista – “humanismo moderno” – 1945/60; crise do movimento e articulação tecnicista – 1960- 68; 8§ Didática centrada na técnica: idealista – não reflexão obre a análise da prática pedagógica. Esta, depende da “vontade” e “conhecimento” dos professores. 9§ Atualidade na área da didática: Ensino programado (1966- 69) 10§ Contexto de inserção do Ensino programado: início da década de 60. Tecnologia Educacional que enfatiza os meios // Fundamento da didática ambientalista?//. Conjugação da psicologia behaviorista baseando-se em conhecimentos científicos visando produtividade e eficiência. 11§ Retorno em 69: pós-64, retomada da expansão econômica e desenvolvimento industrial. O modelo político reforça o controle, a repressão e o autoritarismo. A educação é vinculada com a Segurança Nacional – adequação ao modelo econômico. 13§ Didática: atividade, individualidade, liberdade, experimentação ¬ produvidade, eficiência, racionalização, operalização e controle. Didática como estratégia para alcance dos produtos. Confronto entre enfoque sistêmico (objetivos específicos e operacionais, produto, critérios) e não sistêmico (objetivos gerais, processo, norma) da Didática. 14§ Formulação da Didática: objetivos instrucionais, construção de instrumentos de avaliação, diferentes técnicas e recursos: Ensino programado, Plano Keller, aprendizagem para o domínio, módulos de ensino, etc (§15). 16§ Acetuação da dimensão técnica mais acentuada co que na abordagem escolanovista. 18§ Técnicista e escolanovista – núcleo comum: o salientar da dimensão política. Silêncio como neutralidade do técnico, falta de ariticulação e formalismo didático.
1.2.2 2º Momento: a afirmação do político e a negação do técnico: a
contestação da didática 1.3 De uma didática instrumental a uma didática fundamental