CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA ELE0519 – LABORATÓRIO DE CIRCUITOS ELETRÔNICOS – 2017.1
Nome do Experimento Amplificador Diferencial com TBJ
André Fellipe da Silva
Integrantes da Dupla Cris Anne Rodrigues de Araújo
Descrição do Experimento
Nesta prática, pretende-se construir um circuito amplificador diferencial
utilizando TBJs. Além de construi-lo, será realizada também a medição e análise de determinados parâmetros do amplificador, como o ganho diferencial (A d) do ganho em modo comum (ACM). O esquemático do circuito a ser montado pode ser observado a seguir:
Figura 1 - Esquemático do Amplificador Diferencial
No âmbito prático, é importante ressaltar que os amplificadores diferenciais têm como uma das suas principais vantagens a sua alta imunidade a distorções provenientes de ruído, tendo assim uma grande relevância para elaboração de circuitos eletrônicos. Análise Teórica
Inicialmente, realiza-se a análise DC do circuito com o objetivo de identificar o
ponto de operação de Q1 e Q2. Para isso, é necessário conhecer o ganho de corrente de cada um dos transistores. Tais parâmetros são obtidos através de uma medição realizada com o multímetro disponível no laboratório. Diante disso, temos 𝛽1 = 411 e 𝛽2 = 420. Devido a proximidade, será considerado apenas um 𝛽 de valor 420. Para prosseguimento da análise DC, é necessário obter a corrente presente no coletor de Q3, que se faz presente em conjunto com os diodos e resistores para garantir uma corrente constante nos emissores dos transistores. Considerando que Q3 está no modo ativo e a queda de tensão dos diodos é de 0,7 V, temos: 0,7 + 0,7 − 0,7 𝐼𝐸3 = = 3,89 𝑚𝐴 = 𝐼𝐶3, 𝑝𝑜𝑖𝑠 𝑜 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝛽 é 𝑒𝑙𝑒𝑣𝑎𝑑𝑜 180 Medindo-se a corrente de acordo com o procedimento descrito na seção a seguir, tem-se um valor de 4,39 mA. Esse valor que será utilizado para o restante da análise DC. Como Q1 e Q2 tem ganhos de corrente altos e as resistências estão de acordo com as especificadas pelo código de cores, é possível considerar que o circuito é perfeitamente simétrico. Dessa forma, as correntes que atravessam os coletores de Q1 e Q2 têm o mesmo valor (em módulo) e equivalem a metade da corrente fornecida pela fonte de corrente construída. Dessa forma: 𝐼𝐶1 = 𝐼𝐸1 = − 𝐼𝐶2 = −𝐼𝐸2 = 2,2 𝑚𝐴 Assim, tem-se a seguinte tensão no coletor de Q1 (e, consequentemente, Q2): 𝑉𝐶1 = 15 − 4700 × 2,2 × 10−3 = 4,66 𝑉 Como temos as bases dos transistores aterradas na análise DC e considerando o modo ativo, ou seja, 𝑉𝐵𝐸1 = 0,7 𝑉, é válido afirmar que 𝑉𝐸1 = −0,7 𝑉. Com isso, obtemos o seguinte 𝑉𝐶𝐸1: 𝑉𝐶𝐸1 = 𝑉𝐶1 − 𝑉𝐸1 = 5,36 𝑉, 𝑣á𝑙𝑖𝑑𝑜 𝑡𝑎𝑚𝑏é𝑚 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑄2 Com tais parâmetros, calcula-se o ganho do amplificador em modo comum 𝐴𝐶𝑀: 𝑅𝐶 𝐴𝐶𝑀 = − 2 × 𝑅𝐸𝐸 O valor de 𝑅𝐸𝐸 é calculado através de um procedimento experimental descrito na seção a seguir. Esse valor é de 100 𝑘Ω. 𝐴𝐶𝑀 = 0,0235 O ganho diferencial 𝐴𝑑 é dado por: 𝑔𝑚 × 𝑅𝐶 𝐴𝑑 = − 2 × (1 + 𝑔 ∗ 𝑅 ) 𝑚 𝐸 𝐼𝐶 2,2 × 10−3 𝑔𝑚 = = = 0,0846 Ω−1 𝑉𝑇 26 × 10−3 𝐴𝑑 = 52,43 Para finalizar, é necessário calcular a impedância de entrada vista pela fonte de sinal v1: 𝛽 𝑟𝜋 = 𝑔𝑚 𝑅𝑖𝑛,𝑑 = 2 × 𝑟𝜋 + (𝛽 + 1) × 𝑅𝐸 = 23,82 𝑘Ω As fórmulas obtidas para cálculos do ganho diferencial, do ganho de modo comum e da resistência de entrada são provenientes da análise do circuito equivalente de pequenos sinais do esquemático supracitado. Descrição do Método Experimental Para realização da atividade prática, foram utilizados os seguintes equipamentos: osciloscópio, fonte de tensão DC (utilizando-se, inclusive, as duas saídas de + 25 V e - 25 V), multímetro e gerador de sinais. Inicialmente, foi construído separadamente a fonte de corrrente observada na parte inferior do esquemático, com o objetivo de encontrar 𝑅𝐸𝐸, que seria a resistência da fonte de corrente. Para isso, utilizou-se de duas diferenças de potencial e as correntes encontradas para conseguir o valor da resistência. Inicialmente, configurou-se as saídas da fonte para 0 V e -15 V, resultando em uma diferença de potencial de 15 V. A corrente medida no coletor neste caso foi de 4,49 mA. Em seguida, configurou-se as saídas para para uma diferença de potência de 5 V. A corrente obtida foi de 4,39 mA. 15 − 5 𝑅𝐸𝐸 = = 100 𝑘Ω 4,49 − 4,39 Em seguida, montou-se o par diferencial e conectou-se a recém-construída fonte de corrente nele, como visto a seguir:
Figura 2 - Montagem da prática
As tensões de alimentação utilizadas foram +15 V e -15 V. Com o auxílio do multímetro, os pontos de operação de Q1 e Q2 foram medidos: - Para Q1 → 4,80 V e 2,198 mA - Para Q2 → 5,01 V e 2,170 mA Posteriormente, usou-se o gerador de sinais para inserção de um sinal de entrada de 300 mVpp no circuito. Além disso, aterrou-se a base de Q2 para medição do ganho de modo comum. Foi medido com o multímetro no modo DC a tensão Vo, que foi de 11,9 mVrms, que equivale a 33,658 mVpp de saída. Dessa forma, tem-se um 𝐴𝐶𝑀 de 0,112. Para o ganho diferencial, com o auxílio do osciloscópio, mediu-se Vo e usou- se a relação entre Vin/Vo para o cálculo do parâmetro. Observando-se o osciloscópio, mediu-se um Vo de 5,6 Vpp, como visto na segunda figura abaixo. Considerando a entrada de 100 mVpp, o ganho diferencial encontrado é de 56. A entrada foi alterada, pois era necessário um valor que estivesse na região linear da curva dos transistores para existir amplificação.
Figura 3 - Inserção do sinal de entrada de 100 mVpp
Figura 4 - Medição de Vo para cálculo do ganho diferencial Para obtenção do valor da impedância de entrada vista pela fonte de sinal V1, mediu-se a corrente na base de Q1 com o multímetro, o que resultou em uma corrente de 1,47µArms, que equivale a 4,15 µArms. Utilizando a Lei de Ohm, temos Rin = 24,1 𝑘Ω. Discussão de Resultados Através dos resultados obtidos, pode-se observar que os resultados práticos estão de acordo com a teoria, com diferenças baixas entre os parâmetros medidos e os calculados através da análise teórica. Pode-se perceber, especialmente, um valor especialmente baixo para o ganho de modo comum, uma das características do circuito que pode ser vista na prática. Dificuldades Encontradas
Não foram encontradas quaisquer dificuldades durante a execução dos