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Nome, nº/turma _______________________________

Teste de Português – 10ºB


Maio de 2016
TÓPICOS DE CORREÇÃO

VERSÃO 1 e 2

Grupo 0 (15 pontos)

1. Indique, de entre as afirmações seguintes as verdadeiras (V) e falsas (F). Corrija as falsas.

1.1. A epopeia é uma narrativa em verso destinada a celebrar feitos gloriosos num estilo coloquial.
grandiloquente F
1.2. Os Lusíadas estão divididos em dez cantos. V
1.3. O canto V é o canto da História de Portugal. F… da Viagem.
1.4. Os Lusíadas dividem-se em três quatro partes: Proposição, Dedicatória, Narração e Invocação. F
1.5. As Reflexões do Poeta surgem normalmente no final dos cantos. V
1.6. Encontramos quatro invocações n’Os Lusíadas. V
1.7. Na Proposição, o poeta faz um apelo a seres sobrenaturais. apresenta o que vai cantar. F
1.8. Os quatro Planos narrativos d’Os Lusíadas são: Plano dos Deuses, Plano da História de Portugal,
Plano do Poeta e Plano Mitológico e Plano da Viagem. F
1.9. Narração in media res quer dizer que a narração é feita do fim para o princípio. começa a meio
da ação. F
1.10. Todas as quadras oitavas d’Os Lusíadas têm o mesmo esquema rimático. F
1.11. As armas e os barões assinalados é o primeiro verso da Narração. da Proposição F
1.12. Na Dedicatória o poeta dedica o poema ao rei D. Sebastião. V
1.13. A Ilha dos Amores é um episódio naturalista. simbólico/mitológico. F
1.14. O recurso à analepse surge quando a armada chega à Índia. a Melinde. F
1.15. O Adamastor profetiza a morte de Vasco da Gama. de Bartolomeu Dias/da família Sepúlveda/
do vice-rei da Índia. F

VERSÃO 1 VERSÃO 2
1 F V
2 V F
3 F F
4 F F
5 V V
6 V F
7 F F
8 F F
9 F F
10 F V
11 F F
12 V V
13 F F
14 F V
15 F F

Grupo I (100 pontos)


Nome, nº/turma _______________________________

A
Leia o excerto de “Os Lusíadas” que se encontra na folha seguinte.
Apresente, de forma clara e bem estruturada, as suas respostas às questões que se seguem.

1. Interprete a invocação presente na est.78, dando conta da sua dimensão metafórica. (20 pontos)
O poeta invoca a ajuda das ninfas do Tejo e do Mondego para prosseguir a sua tarefa de escrita
da epopeia que ele metaforicamente carateriza como um “caminho árduo, longo e vário” dizendo
sentir-se navegar em alto mar com ventos contrários…

2. Descreva a vida desafortunada do poeta, fundamentando com elementos textuais. (20 pontos)
O poeta afirma ter passado tormentos quer no mar quer na terra,… refere as guerras e o naufrágio
a que escapou…refere ainda a pobreza e o exílio… (vários exemplos)

3. Determine os motivos que levam o poeta a recorrer a um tom crítico e sarcástico na est. 82. (20
pontos)
O poeta afirma que os portugueses não valorizam os poetas que os glorificam, bem pelo contrário
o “prémio” que lhes dão é a indiferença e a miséria, o que é um exemplo muito mau para futuros
escritores…

4. Relacione esta reflexão do poeta com a atualidade e conclua acerca da sua pertinência. (20 pontos)
Resposta livre.
B

5. Comente, sucintamente, uma outra Reflexão do Poeta de Os Lusíadas, à sua escolha (à exceção
da presente em A). (20 pontos)
Várias hipóteses de resposta.

Grupo II (55 pontos)

VERSÃO 1
1. Classifique as seguintes orações presentes na est.78.
a) que cometo – oração subordinada adjetiva relativa explicativa
b) que navego/Por alto mar oração subordinadas adverbial causal
c) Que (…) hei grande medo oração subordinadas adverbial consecutiva

2. Analise sintaticamente o seguinte segmento de verso da est.78: “Vosso favor invoco”


Sujeito nulo subentendido (eu)
Vosso favor invoco - predicado
Vosso favor – complemento direto

3. Indique o tempo e modo das seguintes conjugações verbais sublinhadas:


a) Tal prémio de meus versos me tornassem (est.81) pretérito imperfeito do conjuntivo
b) Dai-mo vós sós, que eu tenho já jurado (est.83) pretérito perfeito composto do indicativo

4. Indique a classe de todas as palavras do seguinte verso da est.80: “Agora, da esperança já


adquirida”.
Agora - advérbio
da – contração da preposição e artigo
esperança- nome (abstrato)
já- advérbio
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adquirida – verbo

5. Reescreva o seguinte verbo no Modo Condicional: “acrescentar-se” (est.80)


acrescentar-se-ia

VERSÃO 2
1. Classifique as seguintes orações presentes na est.78.
a) que cometo oração subordinada adjetiva relativa explicativa
b) se não me ajudais oração subordinadas adverbial condicional
c) Que o meu fraco batel se alague cedo. Oração subordinada substantiva completiva

2. Analise sintaticamente o seguinte verso da est.81: “Trabalhos nunca usados me inventaram”


3. Sujeito nulo subentendido (eles)
Trabalhos nunca usados me inventaram - predicado
Trabalhos nunca usados - complemento direto
me – complemento indireto

4. Indique o tempo e modo das seguintes conjugações verbais sublinhadas:


a) Que só vosso favor me não faleça, (est.83) presente do conjuntivo
b) Dai-mo vós sós, que eu tenho já jurado (est.83) pretérito perfeito composto do indicativo

4. Indique a classe de todas as palavras do seguinte verso da est.80: “Agora, com pobreza
avorrecida”.
Agora, - advérbio
Com – preposição simples
pobreza - nome
avorrecida”. – adjetivo qualificativo

5. Reescreva o seguinte verbo no Futuro do Indicativo: “salvar-se”. (est.80)


salvar-se-á

Grupo III (30 pontos)

Elabore uma Síntese do Relato de Viagem “Desde a amurada” de Gonçalo Cadilhe que se encontra na
folha seguinte. Componha um texto de cerca de 150 palavras.

A professora
Arminda Gonçalves
Nome, nº/turma _______________________________

TEXTOS

Grupo I
A

Leia atentamente o seguinte texto.

78 Um ramo na mão tinha... Mas, ó cego,


Eu, que cometo, insano e temerário,
Sem vós, Ninfas do Tejo e do Mondego,
Por caminho tão árduo, longo e vário!
Vosso favor invoco, que navego
Por alto mar, com vento tão contrário 81 E ainda, Ninfas minhas, não bastava
Que, se não me ajudais, hei grande medo Que tamanhas misérias me cercassem,
Que o meu fraco batel se alague cedo. Senão que aqueles que eu cantando andava
Tal prémio de meus versos me tornassem:
79 Olhai que há tanto tempo que, cantando A troco dos descansos que esperava,
O vosso Tejo e os vossos Lusitanos, Das capelas de louro que me honrassem,
A Fortuna me traz peregrinando, Trabalhos nunca usados me inventaram,
Novos trabalhos vendo e novos danos: Com que em tão duro estado me deitaram.
Agora o mar, agora experimentando
Os perigos Mavórcios1 inumanos, 82 Vede, Ninfas, que engenhos de senhores
Qual Cánace2, que à morte se condena, O vosso Tejo cria valerosos,
Nüa mão sempre a espada e noutra a pena; Que assi sabem prezar, com tais favores,
A quem os faz, cantando, gloriosos!
80 Agora, com pobreza avorrecida, Que exemplos a futuros escritores,
Por hospícios alheios3 degradado; Pera espertar engenhos curiosos,
Agora, da esperança já adquirida, Pera porem as cousas em memória
De novo mais que nunca derribado; Que merecerem ter eterna glória!
Agora às costas4 escapando a vida,
Que dum fio pendia tão delgado 83 Pois logo, em tantos males, é forçado
Que não menos milagre foi salvar-se Que só vosso favor me não faleça,
Que pera o Rei Judaico acrecentar-se5. Principalmente aqui, que sou chegado
Onde feitos diversos engrandeça:
1
Mavórcios – perigos de Marte (da guerra) Dai-mo vós sós, que eu tenho já jurado
2
Filha de Éolo, que foi incentivada pelo pai a suicidar- Que não no empregue em quem o não mereça,
se por ter cometido incesto. É descrita por Ovídio a
escrever ao irmão com a pena numa mão e, na outra, a
espada.
3 5
Terras estranhas. Referência a Ezequias, rei de Israel, a quem Deus
4
Nas costas (após um naufrágio). prolongou a vida por mais quinze anos.
Nome, nº/turma _______________________________

Nem por lisonja louve algum subido6,


Sob pena de não ser agradecido.
Luís de Camões, Os Lusíadas, canto VII

6
Alguma figura importante.
Grupo III

Desde a amurada

As experiências mais bonitas e transcendentais da minha vida de viajante têm acontecido a navegar.
Caminhar em silêncio pelo convés, vazio de outra gente, chegar ao abismo de solidão que é a proa alongada
sobre o escuro líquido de um oceano profundo, apoiar-me na amurada, ponderar o infinito. Parar. A
substância mais primordial do planeta, a água, em baixo; e a substância mais primordial do Universo, o céu,
em cima. Eu, no meio. Eis o que é navegar: é regressar ao princípio, ao mito da criação, à flutuação
amniótica do tudo.
Não surpreende que ao longo dos milénios a navegação tenha sido sempre tão aclamada, tão
mitificada pelas várias culturas do globo; e que os seus participantes navegadores tenham sido o paradigma
do espírito aventureiro. Jasão, Ulisses, Sindbad, Gama, Magalhães, Cook. Não me surpreende. Eu sei.
Eis o que eu sei. Que navegar regenera. Que reconstitui. Que melhora. Sei que sou melhor do que
alguma vez teria sido se nunca tivesse navegado. Naveguei três oceanos, sete mares, rios que são como
mares, estreitos que são como autoestradas marítimas, poderosos navios, velhos cargueiros, iates fretados,
boleias fortuitas, passagens pagas, beliches, camarotes, bancos de convés, tarimbas de porão. Um pouco de
tudo, um pasmo imenso. Que memórias salvaria eu de tanto navegar?
Um dos momentos fundamentais da minha existência terá sido a noite ancorado numa anónima lagoa
de coral no arquipélago de San Blás, em águas territoriais do Panamá, à boleia no iate do italiano Federico a
caminho da Colômbia. Porque é que o sono simplesmente não chegava? Porque eu sentia-me demasiado
vivo e privilegiado para menosprezar este momento que eu sabia que nunca voltaria a repetir, que era único
na minha vida. Ah, esquecia-me de mencionar uma coisa importante: a minha cama era o convés do iate. O
texto: a Lua e as estrelas.
E de noite, sempre à noite, no silêncio e na contemplação que só o infinito líquido e ondulante dos
oceanos permite, compreendia o mesmo que qualquer astronauta pode compreender: que este planeta nunca
deveria ter sido chamado Terra por ninguém, pois a sua substância fundamental é a água, e os indivíduos
mais felizes da espécie humana são aqueles que a escolhem como caminho de viagem. (…)
Os restantes companheiros de navegação dormiam, eu sem sono, outra vez na amurada, com a
mesma noção: a de que os momentos mais transcendentais do meu percurso num planeta que não se devia
chamar Terra foram passados a navegar.
Gonçalo Cadilhe, Um Lugar dentro de Nós, Lisboa, Clube do Autor, 2012, pp. 121-127 (com adaptações).

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