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VERSÃO 1 e 2
1. Indique, de entre as afirmações seguintes as verdadeiras (V) e falsas (F). Corrija as falsas.
1.1. A epopeia é uma narrativa em verso destinada a celebrar feitos gloriosos num estilo coloquial.
grandiloquente F
1.2. Os Lusíadas estão divididos em dez cantos. V
1.3. O canto V é o canto da História de Portugal. F… da Viagem.
1.4. Os Lusíadas dividem-se em três quatro partes: Proposição, Dedicatória, Narração e Invocação. F
1.5. As Reflexões do Poeta surgem normalmente no final dos cantos. V
1.6. Encontramos quatro invocações n’Os Lusíadas. V
1.7. Na Proposição, o poeta faz um apelo a seres sobrenaturais. apresenta o que vai cantar. F
1.8. Os quatro Planos narrativos d’Os Lusíadas são: Plano dos Deuses, Plano da História de Portugal,
Plano do Poeta e Plano Mitológico e Plano da Viagem. F
1.9. Narração in media res quer dizer que a narração é feita do fim para o princípio. começa a meio
da ação. F
1.10. Todas as quadras oitavas d’Os Lusíadas têm o mesmo esquema rimático. F
1.11. As armas e os barões assinalados é o primeiro verso da Narração. da Proposição F
1.12. Na Dedicatória o poeta dedica o poema ao rei D. Sebastião. V
1.13. A Ilha dos Amores é um episódio naturalista. simbólico/mitológico. F
1.14. O recurso à analepse surge quando a armada chega à Índia. a Melinde. F
1.15. O Adamastor profetiza a morte de Vasco da Gama. de Bartolomeu Dias/da família Sepúlveda/
do vice-rei da Índia. F
VERSÃO 1 VERSÃO 2
1 F V
2 V F
3 F F
4 F F
5 V V
6 V F
7 F F
8 F F
9 F F
10 F V
11 F F
12 V V
13 F F
14 F V
15 F F
A
Leia o excerto de “Os Lusíadas” que se encontra na folha seguinte.
Apresente, de forma clara e bem estruturada, as suas respostas às questões que se seguem.
1. Interprete a invocação presente na est.78, dando conta da sua dimensão metafórica. (20 pontos)
O poeta invoca a ajuda das ninfas do Tejo e do Mondego para prosseguir a sua tarefa de escrita
da epopeia que ele metaforicamente carateriza como um “caminho árduo, longo e vário” dizendo
sentir-se navegar em alto mar com ventos contrários…
2. Descreva a vida desafortunada do poeta, fundamentando com elementos textuais. (20 pontos)
O poeta afirma ter passado tormentos quer no mar quer na terra,… refere as guerras e o naufrágio
a que escapou…refere ainda a pobreza e o exílio… (vários exemplos)
3. Determine os motivos que levam o poeta a recorrer a um tom crítico e sarcástico na est. 82. (20
pontos)
O poeta afirma que os portugueses não valorizam os poetas que os glorificam, bem pelo contrário
o “prémio” que lhes dão é a indiferença e a miséria, o que é um exemplo muito mau para futuros
escritores…
4. Relacione esta reflexão do poeta com a atualidade e conclua acerca da sua pertinência. (20 pontos)
Resposta livre.
B
5. Comente, sucintamente, uma outra Reflexão do Poeta de Os Lusíadas, à sua escolha (à exceção
da presente em A). (20 pontos)
Várias hipóteses de resposta.
VERSÃO 1
1. Classifique as seguintes orações presentes na est.78.
a) que cometo – oração subordinada adjetiva relativa explicativa
b) que navego/Por alto mar oração subordinadas adverbial causal
c) Que (…) hei grande medo oração subordinadas adverbial consecutiva
adquirida – verbo
VERSÃO 2
1. Classifique as seguintes orações presentes na est.78.
a) que cometo oração subordinada adjetiva relativa explicativa
b) se não me ajudais oração subordinadas adverbial condicional
c) Que o meu fraco batel se alague cedo. Oração subordinada substantiva completiva
4. Indique a classe de todas as palavras do seguinte verso da est.80: “Agora, com pobreza
avorrecida”.
Agora, - advérbio
Com – preposição simples
pobreza - nome
avorrecida”. – adjetivo qualificativo
Elabore uma Síntese do Relato de Viagem “Desde a amurada” de Gonçalo Cadilhe que se encontra na
folha seguinte. Componha um texto de cerca de 150 palavras.
A professora
Arminda Gonçalves
Nome, nº/turma _______________________________
TEXTOS
Grupo I
A
6
Alguma figura importante.
Grupo III
Desde a amurada
As experiências mais bonitas e transcendentais da minha vida de viajante têm acontecido a navegar.
Caminhar em silêncio pelo convés, vazio de outra gente, chegar ao abismo de solidão que é a proa alongada
sobre o escuro líquido de um oceano profundo, apoiar-me na amurada, ponderar o infinito. Parar. A
substância mais primordial do planeta, a água, em baixo; e a substância mais primordial do Universo, o céu,
em cima. Eu, no meio. Eis o que é navegar: é regressar ao princípio, ao mito da criação, à flutuação
amniótica do tudo.
Não surpreende que ao longo dos milénios a navegação tenha sido sempre tão aclamada, tão
mitificada pelas várias culturas do globo; e que os seus participantes navegadores tenham sido o paradigma
do espírito aventureiro. Jasão, Ulisses, Sindbad, Gama, Magalhães, Cook. Não me surpreende. Eu sei.
Eis o que eu sei. Que navegar regenera. Que reconstitui. Que melhora. Sei que sou melhor do que
alguma vez teria sido se nunca tivesse navegado. Naveguei três oceanos, sete mares, rios que são como
mares, estreitos que são como autoestradas marítimas, poderosos navios, velhos cargueiros, iates fretados,
boleias fortuitas, passagens pagas, beliches, camarotes, bancos de convés, tarimbas de porão. Um pouco de
tudo, um pasmo imenso. Que memórias salvaria eu de tanto navegar?
Um dos momentos fundamentais da minha existência terá sido a noite ancorado numa anónima lagoa
de coral no arquipélago de San Blás, em águas territoriais do Panamá, à boleia no iate do italiano Federico a
caminho da Colômbia. Porque é que o sono simplesmente não chegava? Porque eu sentia-me demasiado
vivo e privilegiado para menosprezar este momento que eu sabia que nunca voltaria a repetir, que era único
na minha vida. Ah, esquecia-me de mencionar uma coisa importante: a minha cama era o convés do iate. O
texto: a Lua e as estrelas.
E de noite, sempre à noite, no silêncio e na contemplação que só o infinito líquido e ondulante dos
oceanos permite, compreendia o mesmo que qualquer astronauta pode compreender: que este planeta nunca
deveria ter sido chamado Terra por ninguém, pois a sua substância fundamental é a água, e os indivíduos
mais felizes da espécie humana são aqueles que a escolhem como caminho de viagem. (…)
Os restantes companheiros de navegação dormiam, eu sem sono, outra vez na amurada, com a
mesma noção: a de que os momentos mais transcendentais do meu percurso num planeta que não se devia
chamar Terra foram passados a navegar.
Gonçalo Cadilhe, Um Lugar dentro de Nós, Lisboa, Clube do Autor, 2012, pp. 121-127 (com adaptações).