1.

Sistema Financeiro Nacional

Agente econômico é qualquer pessoa, empresa, entidade que gere atividade econômica ao
Estado. Os agentes econômicos são divididos em dois grupos, no primeiro grupo, temos o
agente econômico que “ganha, mais do que gasta”, ou seja, gera poupança atribuindo seu
capital disponível a investimentos, estes são chamados de “agentes superavitarios”. No
outro grupo, temos os agentes econômicos que “gastam, mais do que ganham”, ou seja,
fazem uso do crédito disponível em mercado para complementarem o pagamento de seus
gastos, que são superiores a sua renda, são os chamados “agentes deficitários”.

O primeiro banco conhecido na história como “casa de São Jorge”, surgiu da necessidade de
intermédio entre os dois tipos de agentes, a função precípua do banco em sociedade é a de
captar recursos dos agentes superavitários e operacionalizar por meio de empréstimo de
crédito aos agentes deficitários. O banco nada mais é do que uma instituição de varejo, o
produto da negociação nesse caso é o próprio dinheiro, em resumo o banco compra/capta o
dinheiro do agente superavitário e cede ao agente deficitário, o lucro do banco (SPREAD),
vem da diferença entre a taxa de captação (definido em % sobre o valor investido) em
comparação a taxa de juros sobre o dinheiro emprestado ao agente deficitário, que por
obvio, é muito maior. Sendo que, sempre que o banco empresta dinheiro, ele assume o
chamado “risco de crédito” e quando maior o risco, maior o retorno (% taxa de juros
cobrada).

Spread = diferença entre a taxa de empréstimo e a taxa de captação, se traduz no lucro do

banco.

No mercado financeiro, o banco prefere adotar a chamada “pulverização de crédito”, ou

seja, se o banco tem R$ 1.000,000 disponivel para crédito, é mais interessante dividir esse
valor entre vários clientes do que arriscar esse crédito numa única empresa por exemplo.
Nesse caso, empresas costumam emitir os chamados “valores mobiliários” que são, títulos
mobiliários emitidos por sociedades anônimas abertas com o fim de captar recursos, como
por exemplo, as ações, notas provisórias, etc.

Exemplo - Empresa A oferece títulos mobiliários aos agentes superavitários (investidor),

dessa forma, ela consegue captar recursos através da emissão de valores imobiliários
negociados através da “bolsa de valores”. A bolsa de valores é similar a como funciona uma
feira, através dos corretores e das corretoras são disponibilizados ao mercado tais títulos,
nesse tipo de transação todo risco é suportado pelo agente superavitário, ou seja, se a ação
render o lucro é do investidor, se a ação cair a perda também é assumida única e
exclusivamente pelo investidor.
Ou seja, mercado bancário = risco do banco; mercado de capital = risco do investidor, sendo
que ambos fazem parte do Sistema Financeiro Nacional. O mercado bancário é fiscalizado
pelo Banco Central do Brasil que atua como supervisora/fiscalizadora das relações bancárias,
responsável por fiscalizar todas as ações provindas do mercado Bancário. E no mercado de
capital a CVM (comissão de valores mobiliários) é quem cumpre esse papel.
É importante salientar que o banco também emite títulos, CDB e RDB de forma a captar
recursos assim como as empresas, mas nesse caso, a CVM não regula as atividades do
banco.
Acima desses dois órgãos, o CMN – Conselho Monetário Nacional, tem a função de regular e
normatizar todo o sistema.

Conselho Monetário Nacional regula

todo o sistema, enquanto o Banco
Central do Brasil fiscaliza e
supervisiona todas as ações
correspondentes ao mercado bancário,
já a Comissão de Valores Mobiliarios é
responsável por fiscalizar e
supervisionar todas as ações
pertinentes ao mercado de capital.
Além das entidades reguladoras e
fiscalizadoras, nós temos os
operadores, que em suma,
efetivamente operam no mercado
nacional (bancos e corretoras)

Objetivo - O objetivo do sistema financeiro nacional é o de canalizar recursos do agente superavitário para a
agente deficitário.

Definição - A sistema financeiro nacional nada mais é do que o conjunto de instituições e instrumentos que
visam canalizar os recursos do agente superavitário para o agente deficitário.

1.1. Conselho Monetário Nacional

Como dito anteriormente, ele é responsável pela normatização do sistema financeiro nacional, ou seja,
entidade normatizadora. É o órgão máximo de tal sistema e surge da necessidade de sistematizar as entidades
que fazem parte desse sistema que é composto pelas seguintes entidades:

- Ministro da Fazenda (Presidente do conselho)

-Ministro do Orçamento, Planejamento e Gestão

-Presidente do Banco Central do Brasil

A principal atribuição do Conselho Monetário Nacional é preservar o valor interno da Moeda determinando
politicas monetárias ou seja, evitar que o Real perca valor, evitando assim a inflação. Além disso, é também
função do mesmo, preservar o valor externo da moeda, ou seja, normatizar/determinar a política cambial.
Cabe também ao conselho, disciplinar e regular a respeito de todas as formas de crédito.

Compete ao Conselho monetário nacional,

determinar a política monetária, cambial e
disciplinar todas as políticas de crédito

Também é atribuição do Conselho Monetário Nacional, zelar pela liquidação e solvência de todas as
instituições financeiras, através da regulação das mesmas, ou seja, outra competência é regular a constituição,
funcionamento e fiscalização das instituições financeiras. Outra responsabilidade é autorizar a produção de
papel moeda. Ele é responsável ainda por determinar o percentual do deposito compulsório (os bancos tem
poder de criar moeda através da originação de crédito –moeda escritural- que impacta diretamente na oferta e
demanda de moeda na economia, ou seja, se houver muita oferta na economia (seja através de dinheiro físico
ou escritural) a moeda cai e dai surge a inflação, a fim de evitar que tal ocorra surge a responsabilidade de
determinar o percentual do deposito compulsório.

O deposito compulsório é a obrigação do banco depositar compulsoriamente parte do capital obtido através do
agente superavitário no Banco Central do Brasil, e quem determina qual será esse percentual é o Conselho
Monetário.

-Qualquer questão que envolva “EXECUTAR” a respeito do Conselho Monetário Nacional não é verdadeira, uma
vez que o CMN é impossibilitado de executar qualquer ação, apenas normatizar as atividades de mercado.
(determinar, normatizar, regular, corrigir, disciplinar, etc)

2. Banco Central do Brasil