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Simulado Preparatório – Prova Mérito 2018 | Gabarito Comentado

Livros e Artigos da Resolução SE 49, de 3/8/2018

1–D
A linguagem humana, sistema simbólico fundamental na mediação entre sujeito e
objeto de conhecimento, tem para Vygotsky, duas funções básicas: a de intercâmbio
social e a de pensamento generalizante. Isto é, além de servir ao propósito de
comunicação entre indivíduos, a linguagem simplifica e generaliza a experiência,
ordenando as instâncias do mundo real em categorias conceituais cujo significado é
compartilhado pelos usuários dessa linguagem. A utilização da linguagem favorece,
assim, processos de abstração e generalização.
2–B
De dois a sete anos – período pré-operatório – embora a inteligência seja capaz de
empregar símbolos e signos, ainda lhe falta a reversibilidade, ou seja, a capacidade
de pensar simultaneamente o estado inicial e o estado final de alguma transformação
efetuada sobre os objetos. Tal reversibilidade será construída nos períodos operatório
concreto e formal.
3–A
Para Wallon, o ato mental se desenvolve a partir do ato motor. A motricidade em sua
dimensão cinética tende a se reduzir, a se virtualizar em ato mental. A sensório-
motricidade tende lentamente a diminuir.
4–B
A afirmação III está incorreta, porque a evolução da prática e da consciência da regra
pode ser dividida em três etapas, porém a primeira delas é a etapa da anomia, onde
as crianças de até cinco, seis anos de idade não seguem as regras coletivas. A
segunda etapa é a da heteronomia, onde nota-se um interesse em participar de
atividades coletivas e regradas. A terceira e última etapa é a da autonomia, que
corresponde à concepção adulta do jogo.
5–A
O significado é componente essencial da palavra, sendo, ao mesmo tempo, um ato
de pensamento, na medida em que o significado de uma palavra já é em si uma
generalização. Uma palavra sem significado é um som vazio; o significado, portanto,
é um critério da palavra, seu componente indispensável. O sentido da palavra liga seu
significado objetivo ao contexto de uso da língua e aos motivos afetivos e pessoais
dos seus usuários. O sentido refere-se ao significado da palavra para cada indivíduo,
composto por relações que dizem respeito ao contexto de uso da palavra e às
vivências afetivas do indivíduo. O significado da palavra refere-se ao sistema de
relações objetivas que se formou no processo de desenvolvimento da palavra,
constituindo num núcleo relativamente estável de compreensão da palavra,
compartilhado por todas as pessoas que a utilizam.
6–D
Na primeira etapa, segundo WALLON, temos a Impulsivo-emocional, que ocorre no
primeiro ano de vida, onde encontramos a predominância da afetividade que orienta
as primeiras reações do bebê às pessoas, às quais intermediam sua relação com o
mundo físico. Em poucas semanas, em função das respostas do meio humano, os
movimentos impulsivos se tornam movimentos expressivos. A partir daí, até o final do
primeiro ano, o principal tipo de relação que o bebê manterá com o ambiente será de
natureza afetiva: é o período emocional, fase mais arcaica da vida humana.

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7–E
A importância da hominização é primordial. Como seres vivos deste planeta,
dependemos vitalmente da biosfera terrestre: devemos reconhecer nossa identidade
terrena física e biológica. A hominização conduz a novo início. O conceito de homem
tem duplo princípio; um princípio biofísico e um psico-sócio-cultural, um remetendo ao
outro. Temos um enraizamento como ser biológico, proveniente do Cosmo Físico.
Somos seres planetários. Somos iguais da estrutura biológica. Do ponto de vista do
desenraizamento o ser humano transcende a esfera cultural. O homem cria
mecanismos de superação. A cultura vai ajudar a facilitar a vida.
8–D
O mundo é uno (físico, político), e também é diferente e o divide. Assim o objetivo
global é conduzir os indivíduos à solidariedade, à compreensão e ao diálogo. O autor
afirma que a única verdadeira mundialização que estaria a serviço do gênero humano
é a da compreensão, da solidariedade intelectual e moral da humanidade. A
consciência de ser solidários com a vida e a morte unem os humanos uns aos outros.
9–E
Todas as afirmações estão corretas. Temos que ensinar a compreensão. Hoje a
incompreensão deteriora as relações. Expande-se como um “câncer na vida
cotidiana”. Tanto o etnocentrismo como o sociocentrismo nutrem xenofobias e
racismos. Com o egocentrismo eles exaltam o “eu”, “o meu”, e realmente
desvalorizam o que vem dos outros. Assim, são considerados como barreiras para a
compreensão. Porém, o “bem pensar” e a “introspecção”, permitem que
reconheçamos a compreensão do outro, a solidariedade. Assim, favorecem a
compreensão.
10 – B
A alternativa (a) está incorreta porque dada a importância da educação para a
compreensão, em todos os níveis educativos e em todas as idades, o
desenvolvimento da compressão necessita da reforma planetária das mentalidades e
esta deve ser a tarefa da educação do futuro. A alternativa (c) está incorreta
porque a compreensão entre sociedades supõe necessariamente sociedades
democráticas abertas, o que significa que o caminho para a compreensão entre
culturas, povos e nações passa pela generalização das sociedades democráticas
abertas. A alternativa (d) está incorreta porque a prática mental do autoexame
permanente é necessária, já que a compreensão de nossas fraquezas ou faltas é a
via para a compreensão das do outro. A alternativa (e) está incorreta porque a ética
da compreensão pede que se argumente, que se desfrute em vez de excomungar.
11 – B
O autor afirma que interrogar a condição humana implica questionar a nossa posição
no mundo. Os progressos concomitantes da cosmologia, das ciências da Terra, da
ecologia, da biologia, da pré-história, modificaram as ideias sobre o Universo e sobre
o próprio Homem. Ele afirma que o humano continua esquartejado, partido. Assim, a
complexidade humana torna-se invisível e o homem desvanece. O novo saber não é
assimilado nem integrado.
12 – C
Somos seres infantis, neuróticos, delirantes e também racionais. Segundo o autor,
tudo isso constitui o estofo propriamente humano. O ser humano é um ser racional e
irracional, capaz de medida e desmedida; sujeito de afetividade intensa e instável. O
ser humano é complexo e traz em si, de modo bipolarizado, caracteres antagonistas.
13 – A
Há outros elementos igualmente importantes como a valorização social da profissão,
os salários, as condições de trabalho, a infraestrutura das escolas, as formas de
organização do trabalho escolar, a carreira – que devem fazer parte de uma política

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geral de apoio aos docentes. São múltiplos os fatores que não podem ser esquecidos,
nem desconsiderados no delineamento de políticas para os professores.
14 – E
O país não pode mais postergar o aumento de seus investimentos nos sistemas de
educação pública e na melhoria das condições de trabalho, de carreira e de
remuneração de seus professores. Um dos pretendidos eixos das políticas
educacionais desde meados dos anos de 1990 é a necessidade de valorização dos
professores. Essa valorização no setor público tornou-se um lema, uma vez que ela
tem seus impactos na qualidade da educação escolar ofertada nas redes públicas de
ensino.
15 – D
Todas as afirmações estão corretas. A formação de professores para a educação
básica tem de basear-se em seu campo de prática, com seus saberes, integrando-
os com os conhecimentos necessários selecionados como valorosos, em seus
fundamentos e com as mediações didáticas necessárias, sobretudo por se tratar de
formação para o trabalho educacional com crianças e adolescentes.
16 – A
O reconhecimento dos docentes da educação básica como profissionais essenciais
ao país passa pela oferta de carreira digna e remuneração condizente com a
formação deles exigida e ao trabalho deles esperado. Não se pode camuflar isso com
sofismas que não contribuem com a profissionalização dos professores e a
construção de sua identidade profissional com características comuns valorizadas. O
país, em seu desenvolvimento democrático e econômico, não pode deixar à deriva ou
em segundo plano o papel dos professores na formação de seus cidadãos, formação
que é condição para seu desenvolvimento social, econômico e cultural. Buscar fontes
de novos recursos para a educação escolar pública e atribuir salários condignos aos
professores da educação básica é hoje, urgente. Os dados coletados através de
pesquisas realizadas evidenciaram que, as secretarias estudadas disponibilizam
uma série de apoios didático-pedagógicos aos docentes. Não foram ouvidas
queixas quanto à falta de equipamentos ou de material para a implementação dos
projetos e dos programas. A autora ressalta que há movimentos significativos no
país, sinalizando a preocupação com a qualidade da educação oferecida na
educação básica.
17 – B
O ingresso na carreira docente nas redes públicas, por lei, deve ser feito por meio de
concurso público. Estados e municípios têm realizado com certa regularidade esses
concursos compostos de provas e títulos; as provas, de modo geral, referindo-se a
conteúdos específicos da área de atuação do (a) professor(a) e conteúdos
pedagógicos gerais; os títulos referindo-se ao nível de formação do(a) docente
(ensino médio, licenciaturas curta ou plena, complementação de graduação,
aperfeiçoamento, especialização, mestrado ou doutorado); considera-se, também,
eventual tempo de exercício docente. Provas, objetivas ou não, devem corresponder
a determinados critérios em sua elaboração, de tal forma que ofereçam,
minimamente, suporte qualificado relativo à entrada no serviço público de
profissionais com perfil desejável. Provas objetivas requerem grade de referência
clara, ancorada no perfil previamente definido, com itens de dificuldade bem
dosada, entre mais fáceis, difíceis e de dificuldade média, ancoradas em pré-
testes e análise de especialistas. Encontram-se poucas questões sobre os
fundamentos da educação, e são quase totalmente ausentes questões sobre prática
docente, didática e metodologias de ensino. Em poucos casos, os cuidados
necessários à elaboração de uma boa prova são observados.
18 – C
Nesta obra buscou-se elaborar uma visão crítica construtiva relativa às políticas a
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qual permita sustentar, de modo mais fundamentado, ações integradas e ações
articuladas constitutivas de políticas futuras. Objetiva-se com este estudo mapear e
analisar as políticas relativas à formação inicial e continuada; a carreira e a
avaliação de docentes; e os subsídios ao trabalho docente, visando à melhoria do
desempenho escolar dos alunos. A escola e os sistemas educacionais como um todo
são responsáveis pelo desempenho dos alunos. O governo Federal controla os níveis
didáticos, e há dificuldades de percurso nas políticas analisadas, mas muitas são
passíveis de serem corrigidas.
19 – D
Todas as afirmações estão corretas. Nós seres humanos somos um produto cultural,
ou seja, o homem não nasce humano e, sim, torna-se humano na vida social e
histórica no interior da cultura. O ser humano adapta a natureza às suas
necessidades. Ele busca dar um sentido à sua existência.
20 – B
A prática educacional tem como objetivo central fazer avançar a capacidade de
compreender e intervir na realidade para além do estágio presente, gerando
autonomia e humanização. O conhecimento é político, isto é articula-se com as
relações de poder. O ensino do conhecimento científico precisa reservar um lugar
para falar sobre o erro, uma vez que ele é decorrência da busca. Ser inteligente não é
não errar; é saber como aproveitar e se dar bem com os erros. O conhecimento não
pode ser entendido como algo pronto e acabado. A aula impõe dedicação, confiança
mútua, maleabilidade e prazer compartilhado. Temos que falar prazerosamente sobre
as coisas.
21 – D
Os bens culturais são valores criados e que dão sentido à vida. Essa construção é
conhecida, porque vivemos em sociedade. A produção de valores e conhecimentos
não é neutra, e tem que levar em conta também o poder.
22 – C
O fracasso escolar que Cortella denomina de pedagocídio está sustentado pelos
pilares da evasão e da repetência. Como problemas extraescolares têm as precárias
condições econômicas e sociais da população, uma vez que refletem no desempenho
dos alunos.
23 – D
Todas as afirmações estão corretas. Cortella afirma que (I) precisamos lidar com
coisas contraditórias. Existe uma necessidade de reflexão sobre o que precisamos
conservar e o que precisamos inovar, transformar e mudar. Inovação é importante
porque temos que criar mecanismos para suprir as necessidades. Vamos sempre
construir uma nova realidade. (II) A situação só vai ser boa quando todos tiverem
acesso à educação. Queremos uma nova escola, uma nova educação, onde o aluno
tenha acesso, permaneça e tenha uma formação de qualidade. (III) O conhecimento é
uma construção. É político. É preciso ter um olhar crítico sobre o que se aprende. O
conhecimento é inacabado. (IV) A crise educacional tem raízes históricas e é um
projeto deliberado de exclusão e dominação social que precisa ser derrotado.
24 – E
O professor na nova escola tem um papel fundamental e importante. Ele precisa de
uma formação adequada tanto inicial como continuada, um conhecimento técnico e
uma visão crítica da sociedade. É importante que a busca pelo conhecimento
compartilhado venha a ser trabalhado de forma ética, para que o profissional forme
alunos íntegros e comprometidos com a pesquisa.
25 – A
Atualmente a escola precisa conviver com as modalidades de educação formal,
informal e profissional, além de articular-se e integrar-se a elas a fim de formar

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cidadãos mais preparados e qualificados para um novo tempo. A ciência e a
tecnologia assumem um papel de destaque, exigindo que o professor seja visto como
um profissional que leva em conta a vida social e psicológica do aluno com as
diversas mudanças e descobertas no conhecimento cientifico, contribuindo com
diversas atividades educacionais na escola.
26 – D
Diante da nova realidade não há lugar para o trabalhador desqualificado, com
dificuldades de aprendizagem permanentes, incapaz de assimilar novas tecnologias,
tarefas e procedimentos, sem autonomia e sem iniciativa, especializado em um ofício
e que não sabe trabalhar em equipe. O novo processo de trabalho requer um
trabalhador com flexibilidade e com novo perfil de qualificação da força de trabalho,
com iniciativa, capaz de assimilar novas tecnologias, tarefas e procedimentos, com
autonomia, e que saiba trabalhar em equipe.
27 – C
As afirmações II e III estão incorretas, uma vez que a educação infantil deve ser
oferecida em creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de
idades e em pré-escolas – crianças de 4 e 5 anos, e a partir de 6 anos no ensino
fundamental. A jornada escolar do ensino fundamental é de 9 (nove) anos.
28 – E
Os professores precisam desenvolver competências para o exercício profissional que
compreende ao menos três atribuições: a docência, a atuação na organização da
escola e a produção de conhecimento. O docente necessita de preparo profissional
específico para ensinar conteúdos, dar acompanhamento individual para os alunos e
proceder à avaliação da aprendizagem, gerir a sala de aula, ensinar valores e atitudes
e normas de convivência social e coletiva além de desenvolver conhecimentos e
pontos de vista sobre questões pedagógicas relevantes, elaboração do PPC e de
planos de ensino, formas de organização curricular, critérios de formação de classes.
29 – C
A cultura da escola diz respeito às características culturais não só de professores,
mas também de alunos, funcionários e pais. O autor cita o sociólogo francês Forquim
(1993), “ a escola é também um mundo social, que tem suas características de vida
própria, seus ritmos e seus ritos, sua linguagem, seu imaginário, seus modos próprios
de regulação e de transgressão, seu regime próprio de produção e de gestão de
símbolos”.
30 – A
É necessário pensar sobre valores, modos de vida e hábitos que precisam ser
modificados para a construção de um projeto de cidadania. Um currículo precisa ser
democrático, isto é, garantir a todos uma base cultural científica e formação de
cidadania. Outro princípio é o provimento da cultura escolar aos alunos, o respeito e a
valorização da diversidade cultural e das diferentes origens sociais dos alunos.
Qualidade de vida possível mediante a análise dos elementos que demarcam a
dinâmica da cidade: produção, circulação e moradia, entre outros. O currículo escolar
representa o cruzamento de culturas. Trata-se de compreender a escola como lugar
de síntese entre a cultura formal e a cultura experienciada na família, na rua, etc.
31 – C
T. Rios afirma que a escola não está nem fora da sociedade, com uma autonomia
absoluta diante dos fatos que estimulam as mudanças sociais, nem muito menos em
uma relação de subordinação absoluta. A escola é parte da sociedade e tem com o
todo uma relação dialética – há uma intervenção recíproca que atravessa todas as
instituições que constituem o social. Além disso verifica-se que a escola tem uma
função contraditória – ao mesmo tempo em que é fator de manutenção, ela
transforma a cultura.

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32 – A
A ideia de “bem” não se desvincula dos aspectos técnicos nem dos aspectos políticos
da atuação do educador. É nessa medida que se pode compreender a ética como
uma mediação. Porque ela está presente na organização do saber que será veiculado
na instituição escola, e, ao mesmo tempo, na direção que será dada a esse saber na
sociedade. Assim afirma Terezinha Rios.
33 – A
Frequentemente se percebe que os educadores não têm clareza da dimensão política
de seu trabalho. Ao interpretarem política como envolvimento partidário, ou mesmo
sindical, alguns procuram até negar que têm algo a ver com política, invocando uma
posição de “apoliticidade” em sua prática. T. Rios assim se expressa.
34 – D
A sensibilidade é algo que vai além do sensorial e que diz respeito a uma ordenação
de sensações, uma apreensão consciente da realidade, ligada estreitamente à
intelectualidade. A ação docente envolve inteligência, imaginação, sensibilidade,
afeto. No trabalho competente a seriedade deve conviver com a alegria e com a
leveza. T. Rios.
35 – C
Não estamos no mundo como os objetos físicos estão dentro uns dos outros, como o
livro está na estante, a estante na sala, a sala na casa etc. O nosso estar ou ser no
mundo tem um alcance mais profundo, pois não se trata de uma justaposição no
espaço, nem de uma inclusão meramente física, mas de uma relação de inerência
que afeta, na própria estrutura antológica, os dois termos constitutivos da relação.
Assim afirma Corbisier, citado por Rios no livro Ética e Competência.
36 – E
Esta abertura ao querer bem não significa que o professor se obrigue a querer bem a
todos os alunos de maneira igual. Significa de fato, que afetividade não assusta e não
é necessário ter medo de expressá-la; significa a maneira que o professor tem de
autenticamente selar o compromisso com os educandos numa prática específica do
ser humano. Assim nos explica Paulo Freire.
37 – D
Em seu livro Pedagogia da Autonomia, Paulo freire elenca vários saberes necessários
à prática educativa. Entre eles o “respeito aos saberes dos alunos”. A escola tem o
dever de não só respeitar os saberes dos educandos – socialmente construídos na
prática comunitária – mas também discutir com os alunos a razão de ser de alguns
desses saberes em relação com o ensino dos conteúdos.
38 – A
Aprender é um processo que pode deflagrar no aprendiz uma curiosidade crescente
que pode torná-lo mais e mais criador. Paulo Freire não teme dizer “que inexiste
validade no ensino de que não resulta um aprendizado em que o aprendiz não se
tornou capaz de recriar ou refazer o ensinado, em que o ensinado que não foi
apreendido não pode ser realmente aprendido pelo aprendiz”.
39 – C
A prática docente crítica, implicante do pensar certo, envolve o movimento dinâmico,
dialético, entre o fazer e o pensar sobre o fazer. O saber que a prática espontânea,
“desarmada” produz é um saber ingênuo, feito de experiência e que falta a
rigorosidade metódica que caracteriza a curiosidade epistemológica do sujeito. Assim
nos fala Paulo Freire.
40 – E
O inacabamento do ser humano ou sua inconclusão é próprio da experiência vital.
Onde há vida há inacabamento. Mas só entre mulheres e homens o inacabamento se
tornou consciente. A consciência do inacabamento move o sujeito e o leva além de si

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mesmo. Em busca da educabilidade e de novos conhecimentos. Segundo Paulo
Freire.
41 – A
Por ideias educacionais Saviani entende as ideias referidas à educação, quer sejam
elas decorrentes da análise do fenômeno educativo visando a explicá-lo, quer sejam
elas derivadas de determinada concepção de homem, mundo ou sociedade sob cuja
luz se interpreta o fenômeno educativo.
42 – B
As ideias pedagógicas expressas no Ratio Studiorum correspondem ao que passou a
ser conhecido na modernidade como pedagogia tradicional. Essa concepção
pedagógica caracteriza-se por uma visão essencialista do homem, isto é, o homem é
concebido como constituído por uma essência universal e imutável.
43 – A
Não se trata mais de contar com um emprego seguro; tanto os empresários como os
trabalhadores “devem cada vez mais investir no desenvolvimento de seu potencial de
adaptabilidade e de empregabilidade”. Segundo FONSECA, citado no livro História
das Ideias Pedagógicas, o segredo do sucesso estaria “na capacidade de adaptação
e de aprender a aprender e a reaprender”, pois os ”postos de emprego que restam
vão ser mais disputados”, devendo ser ocupados pelos trabalhadores mais bem
preparados. Afirma Saviani.
44 – A
A pedagogia tecnicista buscou planejar a educação para não pôr em risco a sua
eficiência. Para tanto, era necessário operacionalizar os objetivos e mecanizar o
processo. Daí a padronização do sistema de ensino a partir de esquemas de
planejamento previamente formulados aos quais se devem ajustar as diferentes
modalidades de disciplinas e práticas pedagógicas. Assim, para atingir a eficiência, o
elemento principal da ação pedagógica passa a ser a organização racional dos meios.
45 – C
Segundo Saviani, a ordem econômica atual assenta-se na exclusão. Ela é
pressuposta, num primeiro sentido, na medida em que se admite que na ordem
econômica atual não há lugar para todos. Portanto, boa parte daqueles que atingem a
idade de ingressar na População Econômica Ativa (PEA), nela sequer chega a entrar.
Num segundo sentido a exclusão é pressuposta porque, incorporando
crescentemente a automação no processo produtivo, a ordem econômica atual
dispensa, de forma crescente, mão de obra. Estimulando a competição e buscando-
se maximizar a produtividade. Nesse contexto, configura-se uma verdadeira
“pedagogia da exclusão”.
46 – A
- Alguns responderiam que o papel essencial da escolarização é atender a dimensão
imediatamente epistêmica do ensino, isto é, dos conhecimentos acumulados pela
Humanidade;
- Outros se remeteriam a uma dimensão socializante da escola, definindo-a como
ensaio, preparação do jovem cidadão para o convívio em grupo e em sociedade;
- Outros, ainda, lembrariam a dimensão profissionalizante da educação, assegurando-
lhe a tarefa de qualificação para o trabalho.
47 – C
Um olhar é o sócio-histórico, tendo como ponto de apoio os condicionantes culturais.
A indisciplina como força legítima da resistência. Do ponto de vista sócio-histórico, a
escola é palco de confluências dos movimentos históricos (as formas cristalizadas
versus as forças de resistência). Aqui o recurso principal para a análise da indisciplina
é o do autoritarismo historicamente subjacente à estruturação institucional escolar.
O segundo olhar seria o psicológico, rastreando a influência das relações familiares

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na escola. A indisciplina como carência psíquica infra-estrutural. Do ponto de vista
psicológico ela é profundamente afetada pelas alterações na estruturação familiar.
Aqui o eixo argumentativo desdobra-se em torno do conceito de autoridade enquanto
infra-estrutura psicológica para o trabalho pedagógico
De ambos os modos, a indisciplina apresenta-se como sintoma de relações
descontínuas e conflitantes entre o espaço escolar e as outras instituições sociais.
48 – A
Ora, com a crescente democratização política do país e, em tese, a desmilitarização
das relações sociais, uma nova geração se criou. Temos diante de nós um novo
aluno, um novo sujeito histórico, mas, em certa medida, guardamos como padrão
pedagógico a imagem daquele aluno submisso e temeroso. Professor general e aluno
soldadinho de chumbo. É isto que devemos saudar?
Outro dado problematizador deste mito da escola de outrora refere-se ao fato de ela
ser um espaço social pouco democrático. Assim, é possível afirmar que esta escola
de outrora tinha um caráter elitista e conservador, destinando-se prioritariamente às
classes sociais privilegiadas. Ou melhor, o acesso das camadas populares à escola
era obstruído pela própria estruturação escolar da época.
Novamente, é possível constatar que guardamos uma herança pedagógica alheia aos
novos dias. Salvo raras exceções, os parâmetros que regem a escolarização ainda
são regidos por um sujeito abstrato, idealizado e desenraizado dos condicionantes
sócio-históricos. As próprias teorias psicológicas e suas derivações pedagógicas, em
geral, sacralizam a naturalidade com o que este sujeito universal é pensado. Sempre
como se todos fossem iguais em essência e em possibilidades... Nesse sentido, a
gênese da indisciplina não residiria na figura do aluno, mas na rejeição operada por
esta escola incapaz de administrar as novas formas de existência social concreta,
personificadas nas transformações do perfil de sua clientela.
49 – A
1) O desperdício da força de trabalho qualificada, do talento profissional
específico de cada educador.
2) O desvio de função, pois professores deveriam ater-se a suas atribuições
didático-pedagógicas.
3) A inevitável quebra do contrato pedagógico, o que implica, a nosso ver, um
comprometimento de ordem ética, uma vez que a proposta de trabalho
educacional raramente se cumpre de maneira satisfatória, gerando assim um
estado aberto de ambiguidade e insatisfação – tão fácil de constatar
atualmente.

50 – E
O professor deve criar condições de sedimentação desta infra-estrutura quando ela
se apresentar de maneira ainda fragmentária. Isto significa que o que deve regular a
relação é uma proposta de trabalho fundada intrinsecamente no conhecimento.
Pois bem, este trabalho de incessante indagação, inspirado no traçado científico, não
requer que o aluno permaneça estático, calado, obediente. O trabalho do
conhecimento, pelo contrário, implica a inquietação, o desconcerto, a desobediência.
A questão fundamental está na transformação desta turbulência em ciência, desta
desordem em uma nova ordem...
51 – C
Tendo como premissa a proposta de que a relação professor-aluno se paute no
estatuto do próprio conhecimento, é possível entrever que a temática disciplinar deixe
de figurar como um dilema crucial para as práticas pedagógicas, ou então, que
adquira novos sentidos mais produtivos. A isto denominamos NOVA ORDEM
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PEDAGÓGICA.
Desta forma, o trabalho educacional passa a ser não só a transmissão ou mediação
das informações acumuladas naquele campo, mas a (re)invenção do próprio modo de
angariá-las: o olhar da matemática, da história, da biologia, da literatura, etc.
O objetivo da educação escolar torna-se, assim, mais uma disposição para a
re(construção) dos campos epistêmicos das diferentes disciplinas, do que a reposição
de um pacote de informações perenes, estáveis. É preciso, pois, reinventar
continuamente os conteúdos, as metodologias, a relação. E isto também é
conhecimento!
O aluno é obrigado, assim, a fazer funcionar esta grande engrenagem que é o
pensamento lógico, independentemente do campo específico de determinada matéria
ou disciplina, uma vez que a todas elas abrange. A partir daí, o barulho, a agitação, a
movimentação, passam a ser catalisadores do ato de conhecer, de tal sorte que a
indisciplina pode se tornar, paradoxalmente, um movimento organizado, se
estruturado em torno de determinadas ideias, conceitos, proposições formais.
Anteriormente, disciplina evocava silenciamento, obediência, resignação. Agora, pode
significar movimento, força afirmativa, vontade de transpor obstáculos.. Deste modo,
o obstáculo é formativo.
52 – D
Quais, enfim, os quesitos principais deste tipo de construção negociada?
1) Investimentos nos vínculos concretos, abdicando, na medida do possível, dos
modelos idealizados de aluno, de professor e da própria relação.
2) Fidelidade ao contrato pedagógico. É imprescindível que ele seja
razoavelmente claro para ambas as partes
3) E, por fim, a permeabilidade para a mudança e para a invenção. O professor
também tem que reaprender seu ofício e reinventar seu campo de
conhecimento a cada encontro. O aluno concreto (aquele do dia a dia), obriga-
nos a sondar novas estratégias, experimentações de diferentes ordens.

53 – B
Duas tendências que marcam a forma de se compreender o nosso tempo:
1) Uma representa o lado iluminado: que explica a existência dos homens a partir
de um conjunto de leis econômicas, políticas, educacionais;
2) Outra representa o lado de sombra: acentua a importância das múltiplas e
minúsculas situações do cotidiano onde predominam a fragmentação e a
pluralidade do corpo social.
Enquanto o termo social designa uma forma analítica de ver o mundo, determinada
pelas injunções econômica e política, a socialidade, segundo MAFFESOLI, é uma
forma analógica de compreensão da realidade, rica de possibilidades e que se exerce
no insignificante, no banal, em tudo que escapa ao enfoque macroscópio. O social
tem como lógica o dever-ser, determinando os caminhos dos indivíduos nos partidos,
nas igrejas, nas escolas, nas associações, em todos os grupos estáveis;
A socialidade, ao contrário, é expressão do querer-viver, de uma outra lógica que
organiza as minúsculas atitudes cotidianas dos pequenos grupos (MAFFESOLI).
54 – A
A escola, como qualquer outra instituição, está planificada para que as pessoas sejam
todas iguais. Há quem afirme: “quanto mais igual, mais fácil de dirigir”. A
homogeneização é exercida através de mecanismos disciplinares, ou seja, de
atividades que esquadrinham o tempo, o espaço, o movimento, gestos e atitudes dos

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alunos, dos professores, dos diretores, impondo aos seus corpos uma atitude de
submissão e de docilidade.
Assim como a escola tem esse poder de dominação que não tolera as diferenças, ela
também é recortada por formas de resistência que não se submetem às imposições
das normas do dever ser.
A disciplina imposta, ao desconsiderar, por exemplo, o modo como são partilhados os
espaços, o tempo, as relações afetuais entre os alunos, gera uma reação que explode
na indisciplina incontrolável ou na violência banal.
55 – E
O conflito está sempre presente, o que obriga a trabalhar, a cada momento, com
todas as turbulências do dia a dia, localizando as formas através das quais elas se
compõem em relação aos limites e às coerções da instituição.
Uma disciplina homogeneizadora que valha para a escola toda, feita para um
conjunto de alunos equivalentes àqueles de um passado idealizado (“dos velhos
tempos”), está destinada ao fracasso.
É preciso construir práticas organizacionais e pedagógicas que levem em conta as
características das crianças e jovens que hoje frequentam as escolas.
A organização do ano escolar, dos programas, das aulas, a arquitetura dos prédios e
sua conservação não podem estar distantes do gosto e das necessidades dos alunos,
pois, quando a escola não tem significado para eles, a mesma energia que leva ao
envolvimento, ao interesse, pode transformar-se em apatia ou explodir em indisciplina
e violência.
56 – D
A autora Sonia A. Moreira França defende que a indisciplina é um acontecimento
sustentado por posições éticas e políticas diante da existência e que para
compreensão desse fenômeno faz-se necessário a não individualização do ato
indisciplinado.
57 – E
A Autora busca referências nas teorias de Hannah Arendt e de Michael Foucault para
desconstruir a individualização dos atos de indisciplina em sala de aula. Os principais
argumentos utilizados por ela encontram-se nas afirmações da questão.
58 – A
Segundo a autora para responder criticamente frente à indisciplina faz-se importante
também responder criticamente à atualidade. Portanto, comportar-se com decoro
implica, necessariamente, decisões éticas e políticas, ou seja, um trabalho sobre si
mesmo que é, ao mesmo tempo, análise histórica dos limites que o mundo apresenta
e experimentação das possibilidades de ultrapassá-los.
59 – A
Vamos analisar dois pontos importantes dessa questão:
 A tolerância, como um sentimento aparentemente generoso que pode
marcar uma certa superioridade de quem tolera, que avalia e entende o
outro de acordo com padrões definidos como corretos, dessa forma
discriminando o indivíduo, e
 O moralismo ou universalismo abstrato que se apoia sobre noções de
solidariedade humana, compaixão, boa vontade, bons sentimentos, de
missão ou de vocação do professor em atender os alunos com deficiência,
sem, muitas vezes, se dar conta das condições reais dos alunos e do que
concretamente necessitam para serem incluídos e participarem do
processo de aprendizagem.

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Rua Joaquim Távora, 756, CEP 04015-002 – Vila Mariana, São Paulo/SP.
60 – B
A inclusão de alunos em escolas, nas quais elas tenham aprendizagem e
participação e não apenas a sua presença física é um grande desafio imposto
a todos e não somente aos sistemas de ensino ou a professores e gestores,
famílias ou a sociedade.
A inclusão é construção, é processo e só pode ser realizada por meio de uma
profunda modificação de nossas representações e de nossas maneiras de
agir. Pecisamos “clarificar” entender, compreender o que concretamente
precisa ser feito para transformar nossas atuais escolas em escolas para
todos.
61 – C
A inclusão de alunos depende de dispositivos legais e de pessoas. Leis e
decretos definem formas de atendimento, formação de professores,
provimento de recursos materiais e de tecnologia assistiva indispensáveis,
bem como financiamento para que todas essas ações aconteçam.
No entanto, os dispositivos legais de nada adiantam se o processo de inclusão
não for administrado de forma competente e com lideranças e profissionais
que têm a crença de que as pessoas com deficiência têm direito a uma
inclusão educacional responsável, qualificada, sem discriminação, com
equidade, com oportunidades de ampla participação e aprendizagem, pessoas
que se envolvam em ações que demandem esforços para que a inclusão dos
alunos, público-alvo da educação especial, de fato aconteça nas escolas, nos
municípios, nos estados, no país.

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