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Artigo submetido ao Curso de Engenharia Civil da UNESC

como requisito parcial para obtenção do Título de


Engenheiro Civil

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Eucalyptus Saligna e Pinus Elliottii: análise das propriedades mecânicas


após tratamento com distintos ciclos em autoclave

Geferson Trajano dos Santos (1), Márcio Vito (2), Elaine Guglielmi Pavei Antunes (3)
UNESC – Universidade do Extremo Sul Catarinense
(1) geferson.trajano@gmail.com (2) marciovito@unesc.net (3) elainegpa@unesc.net

Resumo: A madeira reúne qualidades que a caracterizam como de elevado desempenho,


atendendo aos princípios da sustentabilidade, entretanto, como todo material construtivo e
orgânico, pode ser necessária a realização de tratamento para se obter o melhor desempenho
quanto à resistência aos agentes biodeterioradores. Dentre os vários produtos utilizados na
preservação de madeiras, o CCA, aplicado em autoclave, é atualmente um dos preservativos
mais eficientes. O grau das transformações sofridas pelos polímeros constituintes da madeira
influencia na magnitude das alterações da estrutura interna da madeira, portanto, os parâmetros
do tratamento devem ser otimizados para manter essa perda em um nível mínimo, enquanto
melhoram outras propriedades. O presente trabalho tem por objetivo analisar as variações das
propriedades mecânicas das madeiras de Eucalyptus Saligna e Pinus Elliottii, após tratamento
em autoclave com CCA em distintos ciclos de tratamento que se diferenciam entre si em pressão
aplicada, concentração e tempo. Após verificação da umidade, ensaios de compressão paralela
as fibras, flexão e análise dos resultados obtidos com aplicações estatísticas, comprovou-se que
as propriedades mecânicas não tiveram variações significativas.
Palavras-chave: madeira tratada; CCA; resistência mecânica; eucalipto; pinus.

Eucalyptus Saligna and Pinus Elliottii: Analysis of the mechanical


properties of the wood after the treatment with different cycles in autoclave

Abstract: The wood combines qualities that characterize as resistant, complying with the
principles of sustainability, and yet, like all constructive and organic material, it may be
necessary to carry out a work to improve the resistance capacity to biodeteriorating agents.
Among the several products used in wood preservation, the CCA, applied by autoclave, is
currently one of the most efficient condoms. The degree of transformation of the forms of wood
production influences the magnitude of the wood changes, so the parameters of the operating
plane must be adjusted to the minimum current value while the properties need to be changed.
The present work has the objective of analyzing the mechanical properties of Eucalyptus
Saligna and Pinus Elliottii wood after autoclaving with CCA in different treatment cycles that
differentiate between applied pressure, concentration and time. After moisture testing, parallel
compression tests, bending and analysis of results of processes with statistical applications, it
was demonstrated that the actions were mechanically modified.

Key-words: treated wood; CCA; mechanical resistance; eucalyptus; pinus.

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Introdução

Entre os diversos materiais destinados à construção civil, a madeira reúne qualidades


que a caracterizam como de elevado desempenho, atendendo aos princípios da sustentabilidade,
entretanto, como todo material construtivo e orgânico, dependendo da condição de uso, pode
ser necessária a realização de tratamento específico para se obter o melhor desempenho quanto
à resistência aos agentes biodeterioradores (NBR 16143:2013).
De acordo com a NBR 7190:1997, na execução de estruturas de madeiras, devem ser
empregadas espécies que apresentem boa resistência natural à biodeterioração ou que possuam
boa permeabilidade aos líquidos preservativos.
Segundo Vidal et al. (2015), do ponto de vista da preservação, alguns parâmetros devem
ser observados: escolha da espécie da madeira, definição do risco biológico a que a madeira
será submetida; adoção do método de tratamento e produto preservativo em função do risco
biológico, visando ao aumento da durabilidade da madeira. Segundo o mesmo autor, madeiras
reconhecidamente de alta durabilidade natural não estão mais disponíveis no mercado e,
gradualmente, estão sendo substituídas por outras de rápido crescimento, exigindo, em
contrapartida, tratamento preservativo.
A preservação não deve ser considerada como custo adicional, mas um investimento
indispensável, ao qual proporciona à madeira condições de durabilidade (MENDES et al.,
2014).
Para Valle et al. (2013), dentre os vários produtos utilizados na preservação de madeiras,
o Arseniato de Cobre Cromatado (CCA), aplicado em autoclave, sob condições de vácuo e
pressão, é atualmente um dos preservativos mais eficientes para o tratamento de madeira. De
acordo com Silva (2006), quando aplicado à madeira, em tratamento sob pressão, o cromo
provoca a precipitação de grande quantidade de cobre e arsênio e reage com a madeira, tornando
os produtos praticamente insolúveis. A reação de fixação desencadeada pelo cromo deixa o
arsênio como agente inseticida, e o cobre como agente fungicida, totalmente aderido às
estruturas celulares.
O grau das transformações sofridas pelos polímeros constituintes da madeira influencia
na magnitude das alterações da estrutura interna da madeira e, por conseguinte, pode ocasionar

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perda de resistência mecânica, portanto, os parâmetros do tratamento devem ser otimizados


para manter essa perda em um nível mínimo (PONCSAK et al., 2006).
Como caracteriza Schneid et al. (2017), três fatores têm relação direta com o processo
de tratamento em autoclave: a pressão aplicada, responsável pela penetração do liquido, ou seja,
quanto maior a pressão, maior a penetração da solução preservativa; o tempo de pressão, que
influencia na penetração e retenção do preservativo na madeira; e a temperatura, que tem
relação diretamente proporcional com a viscosidade do liquido, facilitando a penetração.
O presente trabalho tem como objetivo analisar as variações das propriedades mecânicas
das madeiras de Eucalyptus Saligna e Pinus Elliottii, após tratamento em autoclave com CCA
com distintos ciclos de tratamento. Para tal, os ciclos se diferenciam entre si em pressão
aplicada, tempo de ciclagem e concentração de ingredientes ativos (i.a).

Materiais e Métodos

Esta pesquisa realiza-se em cinco etapas, sendo que a primeira consiste na pesquisa
bibliográfica de madeiras tratadas e tratamento por autoclavagem em CCA. A segunda e terceira
etapa destinou-se, respectivamente, para a preparação dos corpos de provas e o tratamento em
autoclave nos diferentes ciclos, com variações de tempo, pressão e concentração da solução.
Na quarta etapa realizou-se os ensaios para caraterização dos corpos de prova e na quinta e,
última etapa, pode-se analisar os resultados obtidos. Os ensaios deste trabalho foram
desenvolvidos no I-Parque no LEE (laboratório Experimental de Estruturas), LMCC
(Laboratório de Materiais de Construção Civil) e LEM (Laboratório de Ensaios Mecânicos).
Todos os ensaios mecânicos foram realizados de acordo com a NBR 7190:1997. Os ciclos de
tratamento realizados estão apresentados na Tabela 1.

Tabela 1. Ciclos de tratamento utilizados


Ciclagem Pressão de impregnação (kgf/cm²) Tempo (min) Concentração de i.a (%)
P06_30_0,8 6 30 0,8
P10_60_1,3 10 60 1,3

Tais configurações de ciclagem são comumente utilizadas por empresas da região sul
de Santa Catarina, pois são recomendadas pelo fornecedor do CCA a fim de atender a retenção
mínima preconizada pela NBR 7190:1997, sendo que, a P06_30_0,8 para a madeira pinus e

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P10_60_0,8 para a madeira de eucalipto. As etapas da pesquisa podem ser visualizadas no


fluxograma na Figura 1.

Figura 1. Fluxograma de pesquisa

Como já discorrido, utilizou-se para a realização dos ensaios as espécies Eucalyptus


Saligna e Pinus Elliottii, devido disponibilidade na região e ampla aplicação na construção
civil. As dimensões dos corpos de prova foram determinadas de forma a atender a NBR
7190:1997 em seu Anexo B, que especifica parâmetros para realização dos ensaios mecânicos.
Para cada ensaio foram utilizados três corpos de prova para a madeira sem tratamento e três
corpos de prova de madeira tratada de cada ciclo de tratamento, em cada espécie de madeira
estudada. As propriedades mecânicas das madeiras, conforme NBR 7190:1997, são
apresentadas na Tabela 2.

Tabela 2. Propriedades mecânicas das madeiras utilizadas (Fonte: NBR 7190, 1997)
Nome comum Nome científico ρap (kg/m³) ꬵc0 (MPa) ꬵt0 (MPa)
Eucalipto Saligna Eucalyptus saligna 731,0 47,0 95,5
Pinus Elliotti Pinus elliottii 560,0 40,0 66,0

em que:
ρap = massa específica aparente a 12% de umidade;
ꬵc0 = resistência a compressão paralela às fibras;
ꬵt0 = resistência a tração paralela às fibras.

O processo de tratamento realizou-se em autoclave industrial de 0,8 m de diâmetro e 12


m de comprimento pelo método de célula cheia, o preservativo usado foi o Arseniato de Cobre
Cromatado, CCA do tipo C. No processo submeteu-se a madeira a um vácuo inicial de 0,72

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kgf/cm² por 30 min para a retirada do ar e umidade das células da madeira, em seguida
introduziu-se pressão de impregnação do preservativo conforme configurações de tratamento
citadas na Tabela 1, seguido de vácuo final de 0,72 kgf/cm² durante 20 min para a remoção do
excesso de produto. A Figura 2 apresenta o equipamento de autoclave, sendo (a) e (b) o mesmo
equipamento em perspectivas diferentes.

(a) (b)

Figura 2. Autoclave utilizada no tratamento das madeiras

Para a caracterização física realizou-se o ensaio de umidade especificado na NBR


7190:1997. item B.5 do Anexo B, onde o teor de umidade corresponde à relação entre a massa
de água nela contida e a massa seca da madeira. Foi utilizada a estufa Servitch Modelo CT303
para a secagem e obtenção da massa seca. As dimensões dos corpos de provas foram de 2,0 cm
por 3,0 cm, com comprimento paralelo às fibras de 5,0 cm. A Eq. 1 apresenta a formula
matemática utilizada para calcular o teor de umidade que relaciona a água contida e a massa
seca do corpo de prova.

𝑚𝑖 − 𝑚𝑠
𝑈 (%) = × 100
𝑚𝑠 (1)

em que:
U (%) = percentual de umidade da madeira;
mi = massa inicial;
ms = massa seca.

Para a caraterização mecânica realizou-se os ensaios de compressão e flexão estática a


quatro pontos, especificados na NBR 7190:1997, Anexo B.

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No ensaio de compressão paralela as fibras foram usadas as dimensões de seção


transversal quadrada de 5,0 cm, com comprimento de 15 cm, item B.8 da norma. O equipamento
utilizado foi a Emic SSH300, célula Trd 30 e os dados enviados para o programa Tesc versão
3.04 onde os reproduziu-se. A Figura 3 (a) apresenta o desenho esquemático da peça de madeira
utilizada e as Figuras 3 (b) e (c) apresentam o ensaio em execução.

(a) (b) (c)

Figura 3. Ensaio de compressão paralela as fibras: (a) dimensões, (b) execução do ensaio, (c) equipamento

Os corpos de provas no ensaio de flexão, tinham seção transversal quadrada de 5,0 cm


e comprimento de 115 cm, conforme item B.14 da norma. Os corpos de prova foram divididos
em três partes iguais para a aplicação da carga concentrada e no centro os medidores LVDT. O
equipamento utilizado foi o pórtico de reações do Laboratório Experimental de Estruturas
(LEE), a força aplicada é capitada pela célula de carga e os deslocamentos verticais são obtidos
através de medidores LVDT (transformador diferencial variável linear), os dados enviados e
armazenados através do sistema Quantum modelo MX840B. A Figura 4 (a) apresenta o desenho
esquemático da peça de madeira utilizada e a Figura 4 (b) apresenta o ensaio em execução.

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(a) (b)

Figura 4. Ensaio de flexão: (a) dimensões dos corpos de prova, (b) execução do ensaio

Além da realização dos ensaios mecânicos, separou-se um corpo de prova de cada ciclo
distinto de tratamento e realizou-se análise visual, com intuído de mensurar a efetividade do
tratamento, avaliou-se a coloração superficial e espessuras de penetração. A Figura 5 (a)
apresenta um corpo de prova em Eucalyptus Saligna de cada ciclo de tratamento e a Figura 5
(b) um corpo de prova de cada ciclo em Pinus Elliottii.

(a) (b)

Figura 5: Análise visual do tratamento: (a) Eucalyptus Saligna, (b) Pinus Elliottii

Resultados e Discussões

Após realizar-se os procedimentos de pesagem das massas iniciais e massas secas,


obteve-se os resultados dos teores de umidade, aos quais, são apresentados na Tabela 3.

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Tabela 3. Ensaios de umidade


Amostra de madeira Massa inicial (g) Massa seca (g) Teor de umidade (%)
Sem tratamento 16,32 14,20 14,89
Eucalyptus saligna P06_30_0,8 17,61 14,09 24,96
P10_60_1,3 18,14 13,67 32,69
Sem tratamento 17,99 15,55 15,70
Pinus Elliottii P06_30_0,8 20,19 16,04 25,89
P10_60_1,3 20,31 16,14 25,82

Observa-se na Tabela 3 que ambas as configurações de tratamento aumentaram o teor


de umidade, tanto nas amostras de Eucalyptus Saligna, como nas amostras em Pinus Elliottii.
Esse aumento pode ser explicado devido a quantidade de água e componentes presentes que
ficam retidos nas células da madeira após o tratamento.
No ensaio de compressão paralela as fibras, foram utilizados os procedimentos
especificados no item B.8 da norma. Estão apresentados na Tabela 4, as tensões máximas das
amostras, seguidas de seus respectivos desvios padrões.

Tabela 4: Compressão paralela as fibras


Amostra de madeira Compressão (MPa) Desvio padrão (±)
Sem tratamento 31,40 1,99
Eucalyptus saligna P06_30_0,8 31,25 4,51
P10_60_1,3 27,78 3,74
Sem tratamento 23,10 3,11
Pinus Elliottii P06_30_0,8 23,86 7,99
P10_60_1,3 27,45 3,81

Com base nos resultados da Tabela 4, foi realizado a análise de variância (ANOVA),
onde pode-se constatar que não existem diferenças significativas entre as amostras sem
tratamento e das madeiras tratadas em ambas configurações, a nível de significância de 95%.
Na Figura 6 é apresentado o gráfico das tensões médias das amostras. A Figura 6 (a) apresenta
as tensões máximas obtidas nos corpos de prova em Eucalyptus Saligna de cada ciclo de
tratamento e a Figura 6 (b) as tensões máximas obtidas nos corpos de prova em Pinus Elliottii.

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(a) (b)

Figura 6: Tensão de compressão paralela as fibras (MPa): (a) Eucalyptus Saligna, (b) Pinus Elliottii

Os resultados seguem uma tendência quando comparado com as pesquisas de Santos


(2013) e Fernandes (2017) onde não apresentou diferença considerável em corpos de prova de
eucalipto, vale ressaltar que a espécie de eucalipto estudada pelos dois autores foi o Eucalyptus
Citriodora e não Eucalyptus Saligna, porém nota-se que apesar da espécie de eucalipto ser
diferente, percebe-se que em ambos os trabalhos os ciclos não alteram significativamente a
resistência de compressão paralela às fibras. Nos corpos de prova de pinus apesar de apresentar
um certo ganho de resistência após os ciclos de tratamentos, a análise de variância aponta que
os dados não diferem, divergindo ao encontrado por Costa (2015) que verificou um aumento
de 32,30 % para a mesma espécie de pinus desta pesquisa, Pinus Elliottii, e semelhantes ao
apresentado por Bardini (2016) onde os corpos de prova não tiveram diferenças consideráveis,
porém com a espécie Pinus Cipresti.
Para o ensaio de flexão estática a quatro pontos, foram utilizados os procedimentos do
item B.14 da norma. Estão apresentados na Tabela 5 e 6, os resultados obtidos de cada corpo
de prova ensaiado, médias e desvios padrões.

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Tabela 5. Flexão para corpos de prova de Eucalyptus Saligna


Amostra de madeira Carga máxima (kgf) Deslocamento (mm)
CP1 661,44 30,57
Sem tratamento CP2 731,51 43,06
CP3 752,82 45,41
Média 715,26 39,68
Desvio padrão (±) 47,81 7,98
CP1 553,88 30,95
P06_30_0,8 CP2 576,79 30,40
CP3 550,88 39,41
Média 560,52 33,59
Desvio padrão (±) 14,17 5,05
CP1 583,63 27,86
P10_30_1,3 CP2 714,08 42,86
CP3 755,34 50,20
Média 684,35 40,31
Desvio padrão (±) 89,63 11,39

Tabela 6. Flexão para corpos de prova de Pinus Elliottii


Amostra de madeira Carga máxima (kgf) Deslocamento (mm)
CP1 317,18 51,46
Sem tratamento CP2 440,57 60,85
CP3 419,39 60,87
Média 392,38 57,73
Desvio padrão (±) 65,98 5,43
CP1 350,56 43,93
P06_30_0,8 CP2 478,87 76,36
CP3 509,95 74,97
Média 446,46 65,09
Desvio padrão (±) 84,49 18,34
CP1 486,70 44,09
P10_30_1,3 CP2 441,38 77,15
CP3 300,93 34,48
Média 409,67 51,91
Desvio padrão (±) 96,86 22,38

Para auxiliar a interpretação dos valores mostrados nas Tabelas 5 e 6, são apresentados
em forma de gráfico tensão x deformação, Figuras 7, os corpos de prova que obtiveram a maior
e a menor resistência para cada madeira, podendo-se ter uma melhor visualização do desvio
padrão entre o corpo de prova que melhor absorveu a carga e o que menos resistiu, já na Figura
8 são apresentados os corpos de prova com valor intermediário para cada ciclo de tratamento
proposta neste trabalho. A Figura 7 (a) e (c) apresenta os corpos de prova que resistiram a maior
e menor carga entre os três corpos ensaios sem tratamento. A Figura 7 (b) apresenta os corpos

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de prova que resistiram a maior e menor carga entre os três corpos ensaiados do ciclo
P06_30_0,8 e Figura 7 (d) apresenta os corpos de prova resistiram a maior e menor carga entre
os três corpos ensaiados do ciclo P10_60_1,3.

(a) (b)

(c) (d)

Figura 7. Gráficos tensão x deformação, corpos de prova com maior e menor resistência de ambas as
madeiras: (a) e (c) sem tratamento, (b) tratado P06_30_0,8, (d) tratado P10_60_1,3

Como os corpos de prova com valor intermediario se mantiveram entre as faixas


máximas e mínimas dos outros dois corpos ensaiados para cada lote diferente, pode-se dizer
que ele representa o comportamento médio da amostra e assim fazer um comparativo do ganho
ou perda de resistencia após o tratamemento. Na Figura 8 é apresentado o corpo de prova que
teve resistência intermediária entre os três ensaiados para cada ciclo.

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(a) (b)

Figura 8. Gráficos tensão x deformação, corpo de prova intermediário: (a) Eucalyptus Saligna, (b) Pinus
Elliottii

Para os corpos de prova de Eucalyptus Saligna, com base nos resultados da análise de
variância (ANOVA), constatou-se que existem diferenças entre os grupos e o Teste T Student
comprovou a diferença entre os corpos de prova sem tratamento e os corpos de prova
P06_30_0,8, onde ocorreu redução da resistência após o tratamento. Pode-se verificar que nos
corpos de prova em Eucalyptus Saligna os resultados assemelharam-se muito ao encontrado
por Santos (2013), sendo que, o autor encontrou uma redução após o tratamento de 23,90% e
esse resultado é similar ao verificado neste trabalho. E, ao comparar-se o sem tratamento com
o P10_60_1,3 o resultado condiz com Fernandes (2017), onde não houve alteração da
resistência. Como mencionando anteriormente ambos autores utilizaram a especie de
Eucalyptus Citriodora.
Nas amostras de Pinus Elliottii, após realizar a análise de variância (ANOVA),
constatou-se que não existem diferenças significativas entre as médias sem tratamento e das
madeiras tratadas nos dois ciclos de tratamento, com nível de significância de 95%.
Comparando as amostras de Pinus Elliottii com o de outros autores, como Costa (2015) e
Bardini (2016), que encontraram aumento na resistencia após tradados de 85,30 e 56,70%,
respectivamente, os resultados divergem dos autores citados visto que não houve variação após
análise estatistica. Como já mencionando, Costa (2015) utilizou a mesma espécie de pinus
desta pesquisa e Bardini (2016) fez os ensaios em Pinus Cipresti.
Para as duas espécies, nota-se que ocorreu variação entre os deslocamentos ao analisar-
se cada corpo de prova individualmente, porém as médias de cada ciclo se mostraram próximas
e a analise de variância comprovou que não há diferenças consideraveis entre os ciclos.

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Feita a análise visual da efetividade do tratamento, pode-se verificar observando a


presença de cor esverdiada, comum em madeiras tratadas que o tratamento está visivel apenas
superficialmente, no corpo de prova de Pinus Elliottii o P10_60_1,3 observa-se um tom de
verde mais escuro em relação ao outro ciclo de tratamento. No corpo de prova de Eucalyptus
Saligna não se observa diferença de tonalidade entre os ciclos. Em ambas as madeiras a
coloração está visivel apenas superficialmente e a olho nú não se pode notar a presença do
preservativo nas camadas internas das madeiras. A Figura 9 (a) apresenta um corpo de prova
em Eucalyptus Saligna de cada ciclo de tratamento e a Figura 9 (b) um corpo de prova de cada
ciclo em Pinus Elliottii.

(a) (b)

Figura 9: Análise visual do tratamento: (a) Eucalyptus Saligna, (b) Pinus Elliottii

Conclusões

A partir dos resultados obtidos, pode-se concluir que o tipo de tratamento não possui
interferência direta na variação das propriedades mecânicas nas dimensões estudadas nas
espécies de Eucalyptus Saligna e Pinus Elliottii, apenas na resistência a flexão que ocorreu
redução comparando-se o Eucalyptus Saligna sem tratamento e o tratamento P06_30_0,8.
Mesmo que alguns estudos apontem que o tratamento com CCA interfere nas transformações
da estrutura interna das madeiras levando a perda de resistência, esse trabalho verificou que nos
ciclos de tratamento estudados não acorreu variações nas propriedades mecânicas.
Recomenda-se para estudos futuros que outras configurações de tratamento sejam
estudadas nas mesmas espécies desse trabalho e em outras espécies de eucalipto e pinus
disponíveis na região.
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Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS E TÉCNICAS (ABNT). Preservação de


madeiras - Sistema de categorias de uso - NBR 16143. Rio de Janeiro, 2013.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS E TÉCNICAS (ABNT). Projeto de estruturas


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BARDINI, Francine. Comparativo das propriedades mecânicas do Pinus Cipreste entre


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Civil, Univ. do Ext. Sul Catarinense - UNESC, Criciúma. 2016.

COSTA, Leandro Buzanello de. Análise experimental das propriedades mecânicas de vigas
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Engenharia Civil, Univ. do Ext. Sul Catarinense - UNESC, Criciúma. 2015.

FERNANDES, Adrielly Marcolino. Análise das propriedades mecânicas de madeira


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MENDES, Rafael Farinassi et al. Resistência de painéis compensados de Pinus Taeda


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PONCSAK, S. et al. Efeito do tratamento a altas temperaturas nas propriedades


mecânicas da bétula (Betula papyrifera). Wood Science and Technology, Vancouver, v. 1,
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SCHNEID, Eduardo et al. Avaliação do tratamento sob pressão de postes de Eucalyptus
saligna e Eucalyptus cloeziana com CCA-C. Ciência Florestal, Piracicaba, v. 41, n. 100,
p.541-547, dez. 2017.

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SOUZA, Thaís dos Santos. Analise comparativa das propriedades mecânicas da madeira
tratada e madeira natural. 18 pag. Artigo de Graduação de Curso em Engenharia Civil, Univ.
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VALLE, Mara Lúcia Agostini et al. Retenção e penetração de CCA em madeira de primeira
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