THE PROMISE OF THE ARAB SPRING- SHERI BERMAN O próprio título mesmo anterior a leitura nos dá informações relevantes e que são necessariamente reflexíveis. A promessa da Primavera Árabe, visto toda a indignação popular, se inicia no Norte da África. Nesse sentido, essa onda de protestos trazia consigo uma intrínseca promessa de maior liberdade e consequentemente democracia. Entretanto, o texto não vai defender ditaduras, mas argumentar sobre a vulnerabilidade de democracias recentes. Inicialmente, ressalta-se que mesmo 2 anos após a Primavera Árabe ainda as democracias africanas lutam para manter o controle, as repressões do governo no Golfo Pérsico, enquanto a Síria está se aprofundando em uma guerra civil viciosa que ameaça incendiar o Oriente Médio. Como principal exemplo sobre a questão da passagem de uma ditadura para uma democracia e suas implicações, a autora aponta que quando os militares egípcios demitiram o parlamento e tentaram tomar o poder, um colunista renomado publicou no the wall street journal “Let's hope it Works” e isso não aconteceu. Dando sequência, salienta-se que as ondas de democratização após as grandes guerras foram seguidas por uma dúvida, acompanhada de um amplo questionamento sobre a viabilidade e até o desejo em se ter democracia nas áreas em questão. Mais enfaticamente, disserta-se que após um progresso político em caminho a democracia e uma acentuação desse progresso, uma reação conservadora se instala quando os críticos lamentam a turbulência da nova era e relembram de forma nostálgica a suposta estabilidade e segurança de seu antecessor autoritário. Nessa perspectiva, exalta-se que muitas das vezes se desconsidera a história de democracias recentes. Aponta-se, então, o quanto das suas dinâmicas e destinos são herdados em vez de escolhidos. O ponto central sobre essa discussão reside em que a turbulência, a violência e a corrupção são tomadas como evidência da ineficiência inerente à própria democracia, ou da imaturidade ou irracionalidade de uma determinada população, e não como um sinal das doenças da ditadura anterior. Além disso, os regimes autoritários não gozam de legitimidade popular, todavia buscam salientar as diferenças e aprofundar a divisão dentro de um Estado. Tudo isso a fim de dividir potenciais oponentes e gerar apoio entre os grupos favorecidos. Sendo assim, quando ocorre a democratização, a desconfiança e a animosidades reprimidas muitas vezes entram em colapso, por conseguinte, os cidadãos em novas democracias expressam suas queixas de maneira volátil e desorganizada, através de uma gama de partidos, retórica e comportamento extremistas, protestos de rua até mesmo violentos. Para corroborar com seu argumento a autora vai aborda como exemplo, a Primavera Árabe, França, Alemanha e Itália, contemplando as peculiaridades de cada uma e sempre mostrando o padrão das democracias recentes. Finda-se, nesse sentido, salientando a normalidade dos problemas nas democracias e o quanto de história deve ser considerado. A maioria dos países que são democracias liberais estáveis hoje teve muita dificuldade para chegar lá. A democracia não necessariamente causa as divisões, mas sim permite o debate, o que não seria possível em ditaduras. E por último, há de se destacar o grande marco que representou a Primavera Árabe, mesmo que os caminhos tenham suas dificuldades, a autora deixa claro que os críticos da democracia estão errados, assim como erraram no que diz respeito a França, Italia e Alemanha.