Sie sind auf Seite 1von 70

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

ESTRUTURA TARIFÁRIA VIGENTE E ESTUDO DE CASO DA TARIFA DE


ENERGIA DA UFAC

Vanderson Nery Barros

Prof. Dr. José Humberto Araújo Monteiro

RIO BRANCO - ACRE


2015
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS
CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

Vanderson Nery Barros

ESTRUTURA TARIFÁRIA VIGENTE E ESTUDO DE CASO DA TARIFA DE


ENERGIA DA UFAC

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso de Engenharia Elétrica da Universidade
Estadual de Acre como parte dos requisitos
exigidos para a obtenção do título de Bacharel em
Engenharia Elétrica.

Supervisor/Orientador: José Humberto Araújo Monteiro


Co-orientador: Eng. Eletric. Thiago Nobre Alencar

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DO TRABALHO DE


CONCLUSÃO DE CURSO DEFENDIDO PELO ALUNO VANDERSON NERY
BARROS E ORIENTADO PELO PROF. DR. JOSÉ HUMBERTO ARAÚJO
MONTEIRO.

Assinatura do Orientador:

RIO BRANCO – ACRE


2015
ii

Vanderson Nery Barros

ESTRUTURA TARIFÁRIA VIGENTE E ESTUDO DE CASO DA TARIFA DE


ENERGIA DA UFAC

Este trabalho de conclusão de curso foi julgado e aprovado para a obtenção do


grau de Bacharel em Engenharia Elétrica no Curso de Bacharelado em
Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Acre

Rio Branco, 11 de agosto de 2015.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________
Prof. Dr. José Humberto Monteiro (Orientador)
Universidade Federal do Acre

_______________________________________
Prof. Esp. José Elieser de Oliveira Júnior
Universidade Federal do Acre

_______________________________________
Prof. MSc. Waldemar D’Ávila Maciel Júnior
Universidade Federal do Acre
iii

Dedicado a meu irmão, Nilson Nery da Silva


(in memoriam), com quem sonhei dividir esse
momento, mas que infelizmente foi arrancado
de mim tão cedo.
A minha esposa, Maria Lustosa, a quem tanto
amo, que participou de todos os momentos da
minha graduação e sempre me incentivou nas
horas difíceis.
A minha avó, Paulina Mercedes, por ter me
dado a oportunidade de me tornar o homem
que sou.
A meu filho, Vítor, o qual estou ansioso para
ter no colo daqui a cinco meses.
Aos meus amigos, Everaldo Mercedes e Weber
Jorge, a quem considero pai e irmão, por me
incentivarem e estarem sempre ao meu lado.
iv

AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador, Prof. Dr. Humberto Monteiro, pela atenção, compreensão e sabedoria

dispensadas a mim durante o período de elaboração deste trabalho.

Ao Prof. José Elieser, pela dedicação e comprometimento com o curso de Engenharia

elétrica da UFAC.

Aos demais professores do Curso de Graduação pelo conhecimento transmitido ao logo

desses anos.

Ao Engenheiro Thiago Nobre Alencar, gerente de planejamento e estudo da expansão do

departamento de projetos, normatização e engenharia do empreendimento da Eletrobras

Distribuição Acre, pela disposição e atenção prestada.

Ao Técnico em Eletrotécnica Ednaldo Souza Medeiros Filho, gerente do departamento de

medição de grandes consumidores na Eletrobras Distribuição Acre, pela paciência e o

conhecimento repassado.

Aos verdadeiros amigos que fiz durante o curso, pelo companheirismo e a cumplicidade

imprescindíveis.
v

RESUMO

O estudo da tarifação é imprescindível para o consumo de energia elétrica sem custos elevados.
As recentes mudanças na estrutura tarifária trouxeram novos parâmetros a serem utilizados na
tarifação de energia elétrica. Tais parâmetros precisam ser observados na tomada de decisões
acerca do tipo de modalidade de faturamento. Esses motivos incentivaram a apresentação da
estrutura tarifária brasileira e a realização do estudo da tarifação da energia da Universidade
Federal do Acre (UFAC), dando ênfase à otimização do contrato de energia e seu subsequente
impacto econômico. Para tanto, foi preciso uma análise sobre a legislação que regulamenta a
tarifação de energia elétrica no Brasil e um levantamento dos dados referentes ao consumo de
energia elétrica da universidade. De posse dos dados, foi realizado o estudo da tarifação de
energia considerando as mudanças ocorridas recentemente. Constatou-se que a simples escolha
de valores adequados de demanda contratada traria uma economia de R$ 1.269.332,12 durante
o período 2011/2014, além disso foram comparados os resultados de seis cenários com
diferentes demandas contratadas utilizando as modalidades horossazonal verde e azul. Os
resultados obtidos mostram o comportamento da fatura de energia da universidade durante os
últimos anos juntamente com o seu impacto econômico e apontam para as opções adequadas
de modalidade tarifaria e demanda contratada.

Palavras-Chave: Tarifação de Energia; UFAC; Estrutura Tarifária; Bandeiras Tarifárias.


vi

ABSTRACT

The study pricing is essential for the electrical power consumption without high costs. The
recent changes in the tariff structure brought new parameters to be used in the pricing of
electricity. These parameters must be observed when making decisions about the type of
billing method. These reasons have encouraged the presentation of the Brazilian tariff
structure and the study of the charging energy of the Federal University of Acre (UFAC),
emphasizing the optimization of the energy agreement and its subsequent economic impact.
Therefore, an analysis of the legislation regulating the charging of electric power in Brazil
and a survey of data on the energy consumption of the university had to. Possession of the
data was conducted energy pricing study considering the changes recently. It was found that
the simple choice of appropriate values contracted demand would bring savings of R $
1,269,332.12 during the period 2011/2014, besides the results of six scenarios were
compared with different demands contracted using the green horossazonal modalities and
blue. The results show the university's energy bill's behavior during the past few years along
with their economic impact and indicate the appropriate options of tariff mode and
contracted demand.

Palavras-Chave: Tarifação de Energia; UFAC; Estrutura Tarifária; Bandeiras Tarifárias.


vii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Hierarquia do setor elétrico nacional. ................................................................... 4


Figura 2 - Classes de consumo de energia elétrica. ............................................................... 8
Figura 3 - Grupos e subgrupos tarifários. .............................................................................. 8
Figura 4 - Funções de custo da TUSD................................................................................. 10
Figura 5 - Funções de custo da TE. ..................................................................................... 10
Figura 6 - Composição tarifária média do Brasil em 2015. ................................................ 12
Figura 7 - Estrutura da tarifa horossazonal verde. ............................................................... 15
Figura 8 - Estrutura da tarifa horossazonal azul. ................................................................. 17
Figura 9 - Postos tarifários da modalidade tarifária branca. ................................................ 18
Figura 10 - Estrutura Tarifária do grupo B. ......................................................................... 18
Figura 11 - Consumo de eletricidade ao longo dos anos. .................................................... 20
viii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Tabela de tarifas de aplicação. ........................................................................... 11


Tabela 2 - Feriados em que o horário de ponta não vigora. ................................................ 16
Tabela 3 - histórico da soma do CMO e do ESS-SE por subsistema. ................................. 23
Tabela 4 - Maior CVU dentre as usinas despachadas por ordem de mérito. ....................... 23
Tabela 5 - Dados Referentes as Faturas da UFAC. ............................................................ 29
Tabela 6 - Simulação com valores mais adequados de demanda contratada. ..................... 32
Tabela 7 - Impacto financeiro produzido pela sinalização tarifária. ................................... 34
Tabela 8 - Valores de consumo e demanda do mês de novembro de 2014. ........................ 35
Tabela 9 - Simulação usando 1480 kW como demanda contratada para todos os períodos.
..................................................................................................................................... 36
Tabela 10 - Simulação usando 1480 kW na fora ponta e 1200 kW na ponta. ..................... 37
Tabela 11 - Simulação usando 1600 kW na fora ponta e 1200 kW na ponta. ..................... 37
Tabela 12 - Simulação usando 1850 kW na fora ponta e 1200 kW na ponta. ..................... 38
ix

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 1
1.1 MOTIVOS .................................................................................................................. 1
1.2 OBJETIVOS ............................................................................................................... 2
1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 2
1.2.2 Objetivos Específicos ...................................................................................... 2
1.3 ESTRUTURA............................................................................................................. 3
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................................... 4
2.1 ESTRUTURA DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO ........................................... 4
2.2 SETOR DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA ....................................... 5
2.3 DEFINIÇÕES DO SETOR DE DISTRIBUIÇÃO ..................................................... 6
2.3.1 Consumo .......................................................................................................... 6
2.3.2 Demanda .......................................................................................................... 6
2.3.3 Demanda Contratada ....................................................................................... 6
2.3.4 Demanda Medida ............................................................................................. 6
2.3.5 Demanda Faturável .......................................................................................... 6
2.3.6 Demanda de Ultrapassagem ............................................................................ 7
2.3.7 Consumidor e Unidade Consumidora.............................................................. 7
2.3.8 Classes e Subclasses de Consumo ................................................................... 7
2.3.9 Grupo e Subgrupo Tarifário ............................................................................ 8
2.3.10 Componentes Tarifárias ................................................................................... 9
2.4 MODALIDADES TARIFÁRIAS ............................................................................ 12
2.4.1 Modalidade Convencional ............................................................................. 13
2.4.2 Modalidade Horossazonal Verde................................................................... 15
2.4.3 Modalidade Horossazonal Azul..................................................................... 17
2.4.4 Modalidade Branca ........................................................................................ 18
2.5 NOVA ESTRUTURA TARIFÁRIA ........................................................................ 19
2.5.1 Posto Tarifário Intermediário ........................................................................ 20
2.5.2 Modalidade Branca ........................................................................................ 21
2.5.3 Modalidade Convencional Binômia .............................................................. 21
2.5.4 Sinalização Sazonal ....................................................................................... 21
2.5.5 Bandeiras ....................................................................................................... 21
x

3 METODOLOGIA ........................................................................................................ 25
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................... 27
4.1 APRESENTAÇÃO DO ESTUDO DE CASO ......................................................... 27
4.2 ANÁLISE DE 2011 A 2014 ..................................................................................... 28
4.3 ANÁLISE DE 2015 .................................................................................................. 33
4.4 SIMULAÇÃO DAS MODALIDADES THS .......................................................... 34
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 39
5.1 NOVA ESTRUTURA TARIFÁRIA ........................................................................ 39
5.2 ESTUDO DE CASO ................................................................................................ 39
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 41
ANEXOS ............................................................................................................................. 44
A - Autorização de Acesso e Uso de Dados ........................................................................ 44
B – Histórico de Medição da UFAC ................................................................................... 45
C – Contrato em Vigor até abril de 2015............................................................................. 47
D – Último Aditivo do Contrato em Vigor até abril de 2015 .............................................. 49
E –Contrato Atual ................................................................................................................ 50
F – Notificação 2011 ........................................................................................................... 52
G – Notificação 2012 ........................................................................................................... 53
H – Notificação 2013 ........................................................................................................... 54
I – Notificação 2014 ............................................................................................................ 55
J – Notificação 2015 ............................................................................................................ 57
K – Fotos da Medição do dia 02/06/2015 ........................................................................... 58
L – Tarifas THS com Impostos de 11/2014 ........................................................................ 59
1

1 INTRODUÇÃO

Existem vários tipos de definições para energia elétrica e, entre todas as possíveis,
encontramos nos livros de física que a energia é também uma mercadoria que pode ser
comercializada. No entanto, essa comercialização tem regras bem interessantes e características
peculiares, o que a difere bastante dos outros tipos de mercadoria que conhecemos (SILVA,
2001).
Essa mercadoria é fundamental para o funcionamento e manutenção do modelo de vida
empregado atualmente, por isso, a energia elétrica necessita, tanto de um modelo econômico
comercial que seja devidamente estudado e regulamentado, visando transações harmoniosas e
seguras, quanto de avaliações de consumo e custos gerados para seus consumidores finais.
A avaliação do consumo de energia elétrica e seu impacto econômico é efeito através
do estudo da tarifação da energia. Um estudo bem feito pode diminuir os gastos com energia
elétrica sem que necessariamente haja diminuição no consumo, ou seja, mantem-se a
produtividade diminuindo os custos, característica almejada por todos que querem ser
competitivos no mundo empresarial, ou simplesmente querem economizar recursos, como é
caso dos consumidores não comerciais.

1.1 MOTIVOS

Recentemente, uma série de novas normas e regulamentos do setor de energia elétrica


tem sido homologados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), trazendo dúvidas
constantes e necessidade de tomada de decisão por parte dos usuários.
Em 2010, após dez anos de vigência da antiga Resolução 456 da ANEEL, tivemos a
homologação da Resolução 414, que estabeleceu novo marco na relação entre consumidores e
distribuidoras de energia elétrica. Contudo, o dinamismo do setor não aguardou mais dez anos
para inserir novas regras, e instituiu ainda em 2012 a Resolução 479. Essas duas resoluções
juntamente com outras normas e regulamentos que se seguiram mudaram a estrutura da
tarifação no Brasil, criando a necessidade de se estudar as mudanças para entender a nova
estrutura tarifária brasileira (IRIBARREM, 2013).
Além do estudo das mudanças recentes na tarifação de energia, outro fato motivador
do desenvolvimento deste trabalho foi a análise das faturas de energia elétrica da UFAC e
aplicação dos novos conceitos para a otimização tarifária.
2

De acordo com as medições feitas pela Eletroacre, a Universidade Federal do Acre


(UFAC) consumiu no ano de 2014, 4.305.887 kWh (Tabela 5), a um custo médio de 0,23
R$/kWh, resultando em um total de R$ 990.354,01. A diminuição de apenas 0,01 R$/kWh no
valor do consumo, traria uma economia de mais de 43 mil reais.
Embora o estudo da tarifação seja muito mais complexo do que o exemplo
apresentado, é possível ter uma boa dimensão do impacto que o custo da energia pode ter para
certos consumidores, bem como a importância de uma boa regulação da comercialização da
energia, nesse sentido o presente trabalho se justifica pela necessidade da otimização dos
recursos econômicos.
A ANEEL, sabendo das particularidades de cada grupo de consumidores e da
necessidade do uso racional, tanto da energia quanto do sistema elétrico, disponibilizou, de
acordo com cada subgrupo, três modalidades como opção de tarifação. Infelizmente, por falta
de conhecimentos técnicos, nem sempre o consumidor escolhe o modelo mais adequado a sua
realidade, o que implica em custo mais elevados na hora de pagar a fatura de energia (ANEEL,
2010a).
O conhecimento da estrutura tarifária e o estudo da tarifação de energia apontam para
a opção mais vantajosa ao consumidor.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Apresentar a estrutura tarifária brasileira vigente e realizar um estudo da tarifação da


energia elétrica da UFAC dando ênfase à otimização do contrato de energia e seu subsequente
impacto econômico.

1.2.2 Objetivos Específicos

 Abordar a estrutura tarifária brasileira, relatando as recentes mudanças ocorridas


no atual modelo e as principais alterações na forma de faturamento.
 Apresentar a sinalização das bandeiras tarifárias e seu impacto econômico.
 Analisar o histórico de consumo e demanda dos anos de 2011-2014 da UFAC, e
os valores gastos com energia durante esse período.
3

 Simular diferentes valores de demanda contratada no período 2011-2014, para


definir possíveis economias nas faturas de energia elétrica.
 Caracterizar, a partir dos dados coletados do sistema de medição da UFAC, a curva
de carga da universidade.
 Definir, dentre as opções tarifárias disponíveis para a UFAC, a mais viável
economicamente.

1.3 ESTRUTURA

O presente trabalho está estruturado em cinco seções e doze anexos. A primeira seção
aborda a apresentação do tema, mostrando com isso aspectos relacionados a motivação que
levou a sua elaboração e ainda os objetivos específicos a serem alcançados com o mesmo.
A segunda seção mostra uma revisão literária que aborda temas como legislação e
regulamentação do setor elétrico no Brasil, bem como sua organização, os principais conceitos
e definições utilizados no setor de distribuição e os modelos tarifários.
A terceira seção apresenta a metodologia definida e utilizada para coleta,
processamento e análise de dados e as dificuldades encontradas. A quarta seção aborda a análise
dos diferentes dados coletados ao longo deste trabalho, e a discussão dos resultados obtidos
para cada variável estudada, dando ênfase a avaliação econômica. A quinta seção por sua vez
contém as considerações finais sobre o assunto, e indica a melhor opção de contratação de
demanda por parte da Universidade Federal do Acre (UFAC).
Os anexos apresentam os históricos de medições da UFAC, os contratos firmados entre
a UFAC e a Eletrobrás distribuição Acre e as notificações encaminhadas pela distribuidora a
para universidade.
4

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 ESTRUTURA DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO

Nas últimas décadas, diversas mudanças marcaram o setor elétrico nacional


principalmente com a implantação do Programa Nacional de Descentralização (PND), ocorrido
em 1995 que visava a privatização de parte dos setores de geração, transmissão e distribuição.
Posteriormente, o Ministério de Minas e Energia lançou o Projeto de Reestruturação do Setor
Elétrico Nacional propondo principalmente a desverticalização de todo o sistema. (DOILE,
2013).
Os novos projetos implantados para o setor visavam gerar uma maior competitividade
e manter os monopólios de transmissão e distribuição por parte do estado. Diante disso surgiu
a necessidade de criar uma agência com a finalidade de regular e fiscalizar as atividades do
setor elétrico (DOILE, 2013).

Figura 1 - Hierarquia do setor elétrico nacional.


Fonte: (ABRADEE, 2015a)
5

Com base nisso, no ano de 1996 foi instituída a Agência Nacional de Energia Elétrica
(ANEEL) uma autarquia sob regime especial, vinculada ao Ministério de Minas e Energia
(MME), responsável pela publicação de documentos que normatizam e padronizam diversos
serviços do setor elétrico (SÁ MENEZES, 2014).
Nesse período também foram criados outros agentes do setor elétrico, como é o caso
do Operador Nacional do Sistema (ONS) e do Mercado Atacadista de Energia (MAE). (SÁ
MENEZES, 2014).
Com o crescente número de agentes e empresas do setor elétrico houve a necessidade
de definir as atribuições e estabelecer uma estrutura organizacional que relacionasse de forma
eficiente os diversos atores envolvidos no sistema. A Figura 1 apresenta a estrutura dessa cadeia
hierárquica que é composta pelo Conselho Nacional de Políticas Energéticas (CNPE), Comitê
de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), Ministério das Minas e Energias (MME),
Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Agencia Nacional de Energia Elétrica (ANEEL),
Operador do Sistema (ONS), Câmara de comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e os
agentes envolvidos na geração transmissão comercialização de energia (ABRADEE, 2015a).

2.2 SETOR DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

A composição do setor elétrico brasileiro engloba os agentes de geração, transmissão


e distribuição. Aos agentes de geração é atribuída a geração de energia elétrica de fontes limpas
ou não, aos de transmissão, os encargos pelo transporte, da energia gerada, entre as usinas até
os centros consumidores, os de distribuição são responsáveis por entregar a energia, em média
ou baixa tensão aos consumidores finais (SÁ MENEZES, 2014).
O sistema de distribuição é formado por concessionárias e permissionárias, que têm a
responsabilidade de assegurar a disponibilidade de energia aos consumidores que são atendidos
em média e baixa tensão. As Concessionárias de distribuição possuem concessão federal para
fornecerem energia elétrica para uma determinada região (ANEEL, 2010a).
Já as permissionárias podem ser pessoas físicas ou jurídicas que têm autorização da
ANEEL para execução de obras de transmissão e distribuição de energia elétrica destinada ao
próprio consumo ou de associados. (ABRADEE, 2015a).
A ANEEL é responsável por definir os contratos de concessão das distribuidoras de
energia elétrica, neles são estipuladas as regras da qualidade dos serviços que serão prestados,
do valor da tarifa, do atendimento aos consumidores e da regularidade dos serviços prestados
(SÁ MENEZES, 2014).
6

No total, existem 63 áreas de concessão no Brasil, podendo ter mais de uma área de
concessão por estado. A maior parte dessas concessionárias são de capital privado, cerca de
73%, as demais possuem capital público (ABRADEE, 2015a).

2.3 DEFINIÇÕES DO SETOR DE DISTRIBUIÇÃO

2.3.1 Consumo

É definido como sendo o uso da potência ativa em quilowatts durante um intervalo de


tempo dado em horas, portanto uma grandeza expressa em kWh. Representa, para a
concessionaria, a quantidade de energia elétrica que o consumidor compra do sistema de
distribuição para a realização de um determinado trabalho (SÁ MENEZES, 2014).

2.3.2 Demanda

A Resolução Normativa 410/2010 define demanda como sendo a média das potências
elétricas ativas ou reativas, solicitada ao sistema elétrico pela parcela de carga instalada em
operação na unidade consumidora durante um intervalo de tempo de 15 minutos, sendo expressa
em quilowatts (kW) e quilovolt-ampère-reativo (kvar), respectivamente.

2.3.3 Demanda Contratada

É um valor fixo de demanda ativa que o consumidor contrata junto a concessionaria,


e que deve ser disponibilizado de maneira continua pela distribuidora. A demanda contratada,
sendo utilizada ou não, deve ser integralmente paga (SÁ MENEZES, 2014).

2.3.4 Demanda Medida

Maior demanda de potência ativa, verificada por medição, integralizada durante o


período de faturamento (ANEEL, 2010a)

2.3.5 Demanda Faturável

É o valor da demanda de potência ativa considerada para o faturamento, com aplicação


da respectiva tarifa, expressa em quilowatts (kW). Corresponde ao maior valor entre a demanda
contratada e demanda medida (SÁ MENEZES, 2014).
7

2.3.6 Demanda de Ultrapassagem

É a diferença entre a demanda medida e demanda contratada, quando a demanda


medida excede em mais de 5% a demanda contratada. Na prática, o valor da demanda de
ultrapassagem é três vezes maior que a da contratada.

2.3.7 Consumidor e Unidade Consumidora

Consumidor de energia elétrica é toda pessoa física ou jurídica, de direito público ou


privado que solicite o fornecimento ou uso do sistema elétrico à distribuidora, ficando associado
a uma ou mais unidades consumidoras, que por sua vez são estruturas físicas as quais a
distribuidora fornece algum serviço de energia elétrica. (ANEEL, 2010a).
Outra definição que pode ser dada ao consumidor diz respeito a sua relação de
consumo com os agentes ofertantes de energia elétrica. Nesse contexto o consumidor pode ser
classificado como cativo, livre ou livre especial. Os consumidores com carga igual ou superior
a 3.000 kW, atendidos em tensão igual ou superior a 69 kV, poderão optar pela compra de
energia elétrica a qualquer concessionário, permissionário ou autorizado de energia elétrica do
mesmo sistema interligado, a esses consumidores é atribuída a classificação de consumidor
livre. (BRASIL, 1995).
A classificação de consumidores livres especiais é concedida a Agentes do CCEE que
possuem uma demanda contratada igual ou superior a 500 kW e tenham optado pela compra de
energia elétrica de geradores que utilizem fontes renováveis (ANEEL, 2010a).
A classificação de consumidores cativos é dada aos consumidores que não se
enquadram nos critérios que definem consumidores livres e consumidores livres especiais. A
compra de energia elétrica por esses consumidores está restrita a concessionária de distribuição
de energia elétrica ao qual o mesmo esteja inserido (SÁ MENEZES, 2014).

2.3.8 Classes e Subclasses de Consumo

As unidades consumidoras (UC’s) são classificadas pela ANEEL de acordo com a


atividade exercida e a finalidade de utilização da energia elétrica. Essa classificação visa
possibilitar a aplicação de tarifas distintas a cada uma das classes de consumo.
Essas classes são divididas em 8 categorias, como apresentado na Figura 2, para
estabelecer critérios de classificação utiliza-se como base o comportamento de carga típico de
8

cada uma, o que acontece em decorrência do perfil de renda ou pelo tipo de atividade exercida
(ANEEL, 2010a).

Figura 2 - Classes de consumo de energia elétrica.


Fonte: (SÁ MENEZES, 2014)

2.3.9 Grupo e Subgrupo Tarifário

Figura 3 - Grupos e subgrupos tarifários.


Fonte: (ANEEL, 2010a)
9

Os grupos tarifários são classificados em grupo A e grupo B estes têm a finalidade de


auxiliar a análise de custos e fixação de tarifas para cada classe de consumo (ANEEL, 2010b).
Os consumidores integrantes do grupo A são atendidos em tensão superior a 2,3 kV
ou em sistemas subterrâneos de distribuição em tensão secundária. Este grupo está subdividido
em 6 subgrupos definidos pelo nível de tensão pelo qual são atendidos (ANEEL, 2010a).
Os consumidores integrantes do grupo B por sua vez são atendidas em tensão inferior
a 2,3 kV, sendo alimentado em baixa tensão por redes secundárias de distribuição. Ele é
constituído por 4 subgrupos com comportamentos de carga distintos, sendo organizados por
meio das atividades desenvolvidas por cada unidade consumidora (ANEEL, 2010a).

2.3.10 Componentes Tarifárias

Em 1968 foram criados os grupos tarifários e estabelecidos os limites de potência para


cada grupo e subgrupo por meio do Decreto nº 62.724. A proposta era promover à eficiência
do sistema e incentivar os primeiros estudos para a criação de uma nova estrutura tarifária
(ANEEL, 2010b).
Em 1981 aconteceu a mudança da estrutura tarifária através do Decreto nº 86.463. Para
o grupo A foi estabelecida uma tarifa binômia composta pela energia consumida e a demanda
contratada. O grupo B teve sua tarifa associada somente ao consumo de energia, portanto uma
tarifa monômia (BRASIL, 1981)
O contrato firmado junto a concessionária estabelece a componente de demanda que
será faturada em R$/kW de acordo com a resolução Homologatória de cada concessionária de
energia (SÁ MENEZES, 2014). Já a componente energia é o valor monetário cobrado pela
energia elétrica ativa consumida, sendo faturada em R$/MWh. Esse valor, estipulado pelas
Resolução Homologatórias, é composto pelos custos relacionados a toda cadeia produtiva,
divididos entre Tarifa de Energia (TE), que é a parcela referente aos custos da energia para a
revenda, e a Tarifa do Uso do Sistema de Distribuição (TUSD) (ANEEL, 2014a).
Os processos de reajuste e revisão tarifária definem os custos alocados à TUSD com
base nos custos do transporte, das perdas e dos encargos, Figura 4, (ANEEL, 2011).
10

Figura 4 - Funções de custo da TUSD.


Fonte: (ANEEL, 2011)

De acordo com o módulo 7 dos procedimentos de regulação tarifária – PRORET, os


processos de reajuste e revisão tarifária também definem os custos com aquisição de energia
que compõem a TE, esses custos são repassados integralmente aos consumidores, sem auferir
margens de lucro às distribuidoras de energia. A função de custos relativas a TE é composta
pelas parcelas referentes a energia, transporte, perdas e encargos, Figura 5.

Figura 5 - Funções de custo da TE.


Fonte: (ANEEL, 2011)
11

A ANEEL define os valores da TUSD e da TE para cada grupo e subgrupo tarifário.


Esses valores são apresentados na tabela de tarifa de aplicação que são anexadas às Resoluções
Homologatórias de cada concessionária de distribuição de energia. As tabelas seguem o modelo
definido pelo módulo 7 do PRORET, Tabela 1, e são publicadas a cada ciclo de revisão tarifária
e reajustes subsequentes (SÁ MENEZES, 2014).

Tabela 1 - Tabela de tarifas de aplicação.

Fonte: (ANEEL, 2011)

Embora não seja o alvo desse TCC é importante mencionar que uma parte expressiva
da fatura de energia elétrica é composta por encargos e os impostos. De acordo com o gráfico
da ABRADEE, apresentado na Figura 6, a atual composição tarifária média do Brasil, incluindo
todos os consumidores brasileiros, mostra um percentual de 30% somente com tributos.
12

Figura 6 - Composição tarifária média do Brasil em 2015.


Fonte: (ABRADEE, 2015b)

2.4 MODALIDADES TARIFÁRIAS

Modalidade tarifária é o conjunto de tarifas aplicáveis às componentes de consumo de


energia elétrica e de demanda de potência (SÁ MENEZES, 2014). É importante ressaltar que,
apesar do cálculo de uma modalidade ser o mesmo para consumidores diferentes, as tarifas
utilizadas nos cálculos são determinadas especificamente para cada subgrupo de consumidores
de cada distribuidora. O órgão responsável por definir essas tarifas é a ANEEL, que fixa as
metodologias de alterações de preço-teto das tarifas de energia, desde o Contrato de Concessão,
para alterar as tarifas das Distribuidoras de Energia.

Diferente das tarifas de mercadorias comuns, as tarifas de energia não seguem o


simples reajuste através dos Índices de Preços ao Consumidor, como o IGP-M ou IPCA. Na
sua correção é utilizada uma metodologia complexa de cálculo, e com periodicidades
diferenciadas para cada objetivo socioeconômico que a Tarifa de Energia deve buscar. As
alterações que acontecem nas tarifas de energia são divididas em Revisões Tarifárias e
Reajustes Tarifários (ABRAADE, 2015b).
13

Nos Reajustes Tarifários, que acontecem anualmente, considera-se a inflação, as


variações de preço da energia, a qualidade de fornecimento da distribuidora e os ganhos de
produtividade. Já nas Revisões Tarifárias, que geralmente acontecem a cada 4 ou 5 anos, leva-
se em conta os investimentos em infraestrutura, a eficiência na gestão dos custos, os níveis
mínimos de qualidade, o aumento de consumo e de consumidores, dentre outros. Dessa forma,
as alterações nas tarifas contribuem para a modicidade tarifária e induzem as distribuidoras a
serem mais eficientes e a se modernizarem continuamente, prestando melhor serviço público
em termos de qualidade de fornecimento (ABRAADE, 2015b).
Recentemente foi adotado um novo modelo de tarifação no Brasil. O sistema
horossazonal, publicado em 1982, não era mais suficiente para garantir que o mercado
energético funcionasse de maneira justa. A sazonalidade se dava pela diferença entre as tarifas
do período seco, que compreendia os meses de dezembro a abril, e o período úmido, de maio a
novembro. O modelo vigente, que foi testado no biênio 2013/2014 e entrou em vigor em janeiro
de 2015, tratou essa questão de forma drástica. A proposta implementada substituiu a
sinalização sazonal pela utilização de um sinal econômico marcado pelas chamadas bandeiras
tarifárias. Essas têm o objetivo de apontar o custo da energia que será aplicado no próximo ciclo
de medição. Mesmo não levando mais em conta a sazonalidade os nomes dos modelos tarifários
não mudaram e continuam fazendo referência ao antigo modelo sazonal. Essa nova
configuração também inseriu a modalidade horária a partir da tarifação branca. Com intuito de
esclarecer esse processo de transição serão abordadas as modalidades tarifarias vigentes
fazendo-se referências as pontualidades que existiam no modelo anterior e que já não existem
mais. Adiante serão destacadas as principais mudanças que ocorreram com o novo modelo
tarifário.
No Brasil existem 5 modalidades tarifárias aplicadas aos grupos e subgrupos tarifários
(ANEEL, 2014a). Essas tarifas podem ser divididas em 3 grupos:

 Modalidade Convencional (monômia e binômia)


 Modalidade Horária (branca)
 Modalidade Horo - Sazonal (verde e azul)

2.4.1 Modalidade Convencional

A tarifa aplicada na modalidade tarifária convencional independe do horário de


utilização ao longo do dia e, mesmo antes da vigência da nova modalidade tarifaria, também
14

não dependia do período do ano (sazonalidade). Essa modalidade tarifária é aplicada a unidades
consumidoras pertencentes aos dois grupos, mas com componentes diferentes para cada um
deles. No grupo A é aplicada em sua forma binômia, faturando energia consumida e demanda
de potência. Para o grupo B tem caraterística monômia, sendo faturado apenas o consumo de
energia (ANEEL, 2014a).
A modalidade tarifária convencional para o grupo A foi colocada em processo de
extinção pela Resolução nº479 de 2012 da ANEEL. Antes disso a contratação da modalidade
tarifária convencional por unidades consumidoras do grupo A era restrita aos subgrupos A3a,
A4 e AS que possuíssem um limite de contratação de demanda de 300 kW.
A ANEEL estabeleceu datas de reenquadramento, diferentes para cada distribuidora,
vinculadas ao terceiro ciclo de revisão tarifária. Para a Eletrobras Distribuição Acre os prazos
foram os seguintes:
 Consumidores com demanda contratada maior ou igual a 150 kW foram
enquadradas nas modalidades azul ou verde até 23/08/2014;
 Consumidores com demanda contratada inferior a 150 kW devem enquadrar-se
nas modalidades azul ou verde até 23/08/2017.
A exceção fica por conta daqueles que possuem carga em subestações particulares com
potência igual ou inferior a 112,5 kVA, que podem optar também pela tarifa de baixa tensão,
ainda que atendidos em tensão primária (IRIBARREM, 2013).
No método de cálculo utilizado nessa modalidade soma-se as parcelas de consumo e
demanda, quando aplicadas aos consumidores do grupo A. Quando há ultrapassagem da
demanda contratada, é acrescentado à soma os custos da demanda de ultrapassagem. Para o
grupo B é composta apenas pela parcela de consumo. De acordo com (PROCEL, 2011) cada
parcela é calculada da seguinte forma:

𝑃𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 = 𝑇𝑒* 𝐶𝑀 (1)

𝑃𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 = 𝑇𝑑* 𝐷F (2)

𝑃𝑈 = 𝑇𝑢* (𝐷𝑀 − 𝐷𝐶) (3)

Onde:
 PU = Parcela de Ultrapassagem;
 Te = Tarifa de consumo de energia;
 Td = Tarifa de demanda contratada;
 Tu = Tarifa de ultrapassagem de demanda;
15

 CM = Consumo Medido;
 DC = Demanda Contratada;
 DM = Demanda Medida no mês da ultrapassagem;
 DF = Demanda Faturável.

2.4.2 Modalidade Horossazonal Verde

Na modalidade tarifária horossazonal verde (THS verde) utiliza-se uma única tarifa
sobre a demanda contratada e diferentes tarifas sobre a energia consumida, variando de forma
horária ao longo do dia. Antes das mudanças que ocorreram na estrutura tarifária, a tarifa sobre
a energia consumida também variava de forma sazonal ao longo do ano. Somente as unidades
consumidoras dos subgrupos A3a, A4 e AS podem optar por essa modalidade. Sendo ainda
possível para os consumidores destes subgrupos a contratação das modalidades tarifária
horossazonal azul (THS azul) e convencional binômia, de acordo com o contrato de demanda
(ANEEL, 2010a).

Figura 7 - Estrutura da tarifa horossazonal verde.


Fonte: Adaptado de (FIGUEIRO, 2013)

A variação da tarifa sobre a energia consumida de forma horária ao longo do dia é


definida pelos horários de ponta e fora ponta. O horário de ponta é o período de três horas
consecutivas, estipulado pela a ANEEL para cada distribuidora conforme sua curva de carga,
vigorando apenas em dias úteis. Não se aplica o horário de ponta na tarifação dos sábados,
domingos e feriados estabelecidos pela ANEEL Tabela 2, sendo contabilizado apenas o horário
16

de fora ponta. O horário de fora ponta é o conjunto de horas complementares ao horário de


ponta (ANEEL, 2010a).

Tabela 2 - Feriados em que o horário de ponta não vigora.


Dia e Mês Feriados Nacionais Leis Federais
01 de Janeiro Confraternização Universal 10.607, de 19/12/2002
21 de Abril Tiradentes 10.607, de 19/12/2002
01 de Maio Dia do Trabalho 10.607, de 19/12/2002
07 de Setembro Independência 10.607, de 19/12/2002
12 de Outubro Nossa Senhora Aparecida 6.802, de 30/06/1980
02 de Novembro Finados 10.607, de 19/12/2002
15 de Novembro Proclamação da República 10.607, de 19/12/2002
25 de Dezembro Natal 10.607, de 19/12/2002

Fonte: (ANEEL, 2010a)

A variação da tarifa sobre a energia consumida de forma sazonal ao longo do ano era
definida pelos extintos períodos úmidos, cinco ciclos consecutivos de faturamento referentes
aos meses de dezembro a abril, e seco, sete ciclos consecutivos de faturamento referentes aos
meses de maio a novembro.
A tarifação dessa modalidade é composta pelo seguinte grupo de equações (PROCEL,
2011):

𝑃𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 = 𝑇𝑒𝑃* 𝐶𝑀𝑃 + 𝑇𝑒𝐹𝑃* 𝐶𝑀𝐹𝑃 (4)

𝑃𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 = 𝑇𝑑* 𝐷F (2)

𝑃𝑈 = 𝑇𝑢* (𝐷𝑀 − 𝐷𝐶) (3)

Onde:

 𝑇𝑒𝑃 = Tarifa de consumo de energia em horário de ponta;


 𝑇𝑒𝐹𝑃 = Tarifa de consumo de energia em horário de fora ponta;
 𝐶𝑀𝑃 = Consumo Medido em horário de ponta;
 𝐶𝑀𝐹𝑃 = Consumo Medido em horário de fora ponta.
17

2.4.3 Modalidade Horossazonal Azul

Os fatores horário e sazonalidade compõem a modalidade THS azul com as mesmas


características apresentadas na modalidade THS verde, a única diferença entre as duas
modalidades, e que na modalidade tarifária azul o parâmetro horário é aplicado tanto a parcela
de consumo quanto a parcela de demanda, Figura 8. Somente os consumidores do grupo A
podem optar por essa modalidade tarifária, sendo de caráter obrigatório para os subgrupos A1,
A2 e A3 e opcional para os subgrupos A3a, A4 e AS (PROCEL, 2011).

Figura 8 - Estrutura da tarifa horossazonal azul.


Fonte: Adaptado de (FIGUEIRO, 2013)

O equacionamento utilizado para o faturamento dessa modalidade, difere do utilizado


na modalidade verde nas parcelas referentes a demanda e a ultrapassagem.

𝑃𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 = 𝑇𝑒𝑃 * 𝐶𝑀𝑃 + 𝑇𝑒𝐹𝑃 * 𝐶𝑀𝐹𝑃 (4)

𝑃𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 = 𝑇𝑑𝑃 * 𝐷F𝑃 + 𝑇𝑑𝐹𝑃 * 𝐷F𝐹𝑃 (5)

𝑃𝑈 = 𝑇𝑈𝑃 * (𝐷𝑀𝑃 − 𝐷𝐶𝑃) + 𝑇𝑈𝐹𝑃 * (𝐷𝑀𝐹𝑃 − 𝐷𝐶𝐹𝑃) (6)

Onde:

 𝑇𝑑𝑃 = Tarifa de demanda em horário de ponta;


 𝑇𝑑𝐹𝑃 = Tarifa de demanda em horário de fora ponta;
 𝑇𝑈𝑃 = Tarifa de ultrapassagem de demanda em horário de ponta;
 𝑇𝑈𝐹𝑃 = Tarifa de ultrapassagem de demanda em horário de fora ponta;
 𝐷𝐶𝑃 = Demanda Contratada em horário de ponta;
 𝐷𝐶𝐹𝑃 = Demanda Contratada em horário de fora ponta;
 𝐷𝑀𝑃 = Demanda Medida no mês da ultrapassagem em horário de ponta;
18

 𝐷𝑀𝐹𝑃 = Demanda Medida no mês da ultrapassagem em horário de fora ponta;


 DFP = Demanda Faturável em horário de ponta;
 DFFP = Demanda Faturável em horário de fora ponta.

2.4.4 Modalidade Branca

A Resolução Normativa nº 464/2011 e a Norma Técnica nº 331/2011 instituíram


Modalidade Tarifária Branca, disponibilizada como opção de faturamento para os subgrupos
B1 e B3, com exceção das unidades enquadradas no subgrupo residencial baixa renda. O valor
da tarifa da nova modalidade é definido pelo consumo de energia dividido ao longo do dia entre
três postos tarifário. A Figura 9 mostra que o valor da TUSD é divido em três componentes, de
acordo com cada posto tarifário.

Figura 9 - Postos tarifários da modalidade tarifária branca.


Fonte: (ANEEL, 2010c)

Figura 10 - Estrutura Tarifária do grupo B.


Fonte: (ANEEL, 2010c)
19

A Figura 10 apresenta os postos tarifários de ponta, intermediária e fora ponta que são
aplicados a essa modalidade tarifária (SÁ MENEZES, 2014).
No entanto, a resolução normativa 479/2013 restringiu a aplicação da tarifa branca
devido aos altos custos que serão impostos as distribuidoras de energia, responsáveis pela
aquisição desses medidores para todos os consumidores que optarem pela modalidade. Por hora,
espera-se a publicação da resolução específica com a definição dos procedimentos e critérios a
serem observados, para que a modalidade branca possa ser aplicada.
O cálculo da tarifa para essa modalidade é realizado pela soma das parcelas de
consumo de energia de cada posto tarifário, conforme a Equação (2.10).

𝑃𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝑃 = 𝑇𝑒𝑃 * 𝐶𝑀𝑃 (7)

𝑃𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝐼 = 𝑇𝑒𝐼 * 𝐶𝑀𝐼 (8)

𝑃𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝐹𝑃 = 𝑇𝑒𝐹𝑃 * 𝐶𝑀𝐹𝑃 (9)

𝑇𝐵𝑟𝑎𝑛𝑐𝑎 = 𝑃𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝑃 + 𝑃𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝐼 + 𝑃𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝐹𝑃 (10)

Onde:

 𝑇𝑒𝑃 = Tarifa de consumo de energia em horário de ponta;


 𝑇𝑒𝐼 = Tarifa de consumo de energia em horário de intermediária;
 𝑇𝑒𝐹𝑃 = Tarifa de consumo de energia em horário de fora ponta;
 𝐶𝑀𝑃 = Consumo Medido em horário de ponta;
 𝐶𝑀𝐼 = Consumo Medido em horário de intermediária;
 𝐶𝑀𝐹𝑃 = Consumo Medido em horário de fora ponta;
 𝑇𝐵𝑟𝑎𝑛𝑐𝑎 = Valor da tarifa com a aplicação da modalidade tarifária branca.

2.5 NOVA ESTRUTURA TARIFÁRIA

Nas décadas de 80 e 90 poucas mudanças foram feitas na estrutura tarifária brasileira.


Por outro lado, houve um significativo aumento na demanda por eletricidade, como pode ser
visto na Figura 11 que apresenta o crescimento do consumo de eletricidade com o passar dos
anos no Brasil. Esse novo cenário acabou por gerar não somente a necessidade de adequações
físicas, mas também de ajustes no sistema tarifário (PEDROSA, 2012).
20

Figura 11 - Consumo de eletricidade ao longo dos anos.


Fonte: (Brasil, 2007)

Em face disso, a ANEEL apresentou, no ano de 2011, a proposta geral de uma nova
estrutura tarifária para o serviço de distribuição de energia elétrica. Esta proposta, já teve
algumas mudanças testadas e colocadas em pratica, outras ainda estão em fase de teste e se
limitam a algumas áreas, com previsão de entrarem em vigência ao longo dos próximos anos
(ANEEL, 2011).
De acordo com (PEDROSA, 2012), as principais diferenças propostas no cálculo das
modalidades tarifarias são a criação de um novo posto tarifário, criação da modalidade branca,
a extinção da modalidade convencional binômia, a extinção da sinalização sazonal e a aplicação
das bandeiras tarifárias.

2.5.1 Posto Tarifário Intermediário

O posto tarifário intermediário ou período intermediário é o período de duas horas,


sendo uma hora imediatamente anterior e a outra imediatamente posterior ao posto ponta,
aplicado apenas na modalidade tarifária branca como visto na Figura 10.
Esse terceiro posto criado especificamente para a modalidade branca do grupo B tem
o intuito de deslocar as cargas para horas de pico potenciais, ou seja, horários em que o sistema
21

elétrico está ocioso. A (ANEEL, 2011) mantém os postos horários ponta e fora ponta para o
grupo A.

2.5.2 Modalidade Branca

A modalidade tarifária branca, aplicada às unidades consumidoras do grupo B, é


caracterizada pela sinalização horaria na tarifa monômia de energia. Nela são considerados
todos os três postos tarifários, ponta, fora de ponta e intermediário, e o consumo total feito em
cada um desses períodos. Esta modalidade tem o objetivo de ser vantajosa para os consumidores
que podem deslocar o consumo da ponta para horários de menos exigência do sistema (ANEEL,
2011).

2.5.3 Modalidade Convencional Binômia

A extinção dessa modalidade tarifária era um fato já anunciado, tendo em vista que o
sistema das distribuidoras não poderia atender eternamente cargas elétricas de grandes
consumidores individuais sem qualquer preocupação com o horário de ponta (IRIBARREM,
2013).
Fazendo uso da modicidade tarifária, a ANEEL tentou sem sucesso incentivar a
migração dos consumidores para as modalidades THS, sendo necessário promover essa
mudança de maneira compulsória através da normativa 479/2012.

2.5.4 Sinalização Sazonal

A sinalização sazonal se mostrou obsoleta para atender as necessidades do atual


mercado energético brasileiro, por conta disso foi substituído pela utilização de um sinal
econômico marcado pelas bandeiras tarifárias que têm por objetivo apontar o custo de energia
que será aplicado no próximo ciclo de mediação (PEDROSA, 2012).

2.5.5 Bandeiras

Desde janeiro de 2015, utilizando a sinalização das bandeiras tarifárias, as contas de


energia passaram a ter aumentos mensais de acordo com as condições de geração do sistema
hidrotérmico brasileiro. A princípio esse método estaria em modo de teste durante o ano de
22

2013 para entrar em vigor em 2014, entretanto, a ANEEL resolveu adiar a implementação tendo
mais um ano para estudar o novo sistema.
As bandeiras tarifárias são três, como em um semáforo, e são aplicadas em todas as
modalidades de tarifação, inclusive nas modalidades convencional monômia e binômia paras
quais não havia sinalização sazonal. As bandeiras verde, amarela e vermelha indicam as
seguintes situações:
 Bandeira verde: Condições favoráveis de geração de energia;
 Bandeira amarela: Condições de geração menos favoráveis;
 Bandeira vermelha: Condições mais custosas de geração.

Inicialmente, o emprego das bandeiras tarifárias era estabelecido pelo ONS conforme
os valores do Custo Marginal de Operação (CMO) e do Encargo de Serviço de Sistema por
Segurança Energética (ESS_SE) de cada subsistema.
O Custo Marginal de Operação (CMO) representa o custo total para se produzir uma
unidade adicional de energia dadas às condições do momento. Quando esse custo está elevado
indica que os níveis de água nos reservatórios encontram-se baixos, ou que há previsão de
aumento de consumo de energia. Nessas condições as usinas termelétricas entram em operação
para compensar respectivamente, a falta de água dos reservatórios das usinas hidrelétricas e o
aumento de consumo, onerando assim o sistema. Os Encargos de Serviço do Sistema (ESS) são
os custos decorrentes da manutenção da confiabilidade e da estabilidade do Sistema Interligado
Nacional (SIN). Esses custos são provenientes da solicitação de despacho do ONS para geração
fora da ordem de mérito, ou seja, despachar a geração de térmica, mesmo sendo mais cara, com
intuito de garantir a segurança futura do suprimento energético nacional (ABRADE, 2014).
Esse método de acionamento das bandeiras esteve em vigor no processo de teste e
durante os dois primeiros meses de 2015 (ANEEL, 2015a). A regra utilizada era seguinte:
 Bandeira verde: CMO + ESS_SE inferior ao valor de 200,00 R$/MWh. A tarifa não
sofria nenhum acréscimo;
 Bandeira amarela: CMO + ESS_SE igual ou superior a 200,00 R$/MWh e inferior
a 350,00 R$/MWh. A tarifa sofria um acréscimo de R$15,00/MWh sobre o custo
da energia.
 Bandeira vermelha: CMO + ESS_SE igual ou superior a 350,00 R$/MWh. A tarifa
sofria um acréscimo de R$30,00/MWh sobre o custo da energia.
23

Durante esse período as bandeiras eram definidas para cada um dos subsistemas
existentes no País, Tabela 3. Assim, todas as distribuidoras desses respectivos subsistemas
tinham a mesma bandeira tarifária quando acionada (ANEEL, 2015a).

Tabela 3 - histórico da soma do CMO e do ESS-SE por subsistema.

Fonte: (ANEEL, 2015a).

A partir de março de 2015 o gatilho para o acionamento das bandeiras passou a ser o
Custo Variável Unitário (CVU) da última usina a ser despachada por ordem de mérito ou
segurança energética segundo condições de operação avaliadas mensalmente pelo ONS, Tabela
4, sendo que agora uma única bandeira é definida para todo o Sistema Interligado Nacional
(ANEEL, 2015b).
Tabela 4 - Maior CVU dentre as usinas despachadas por ordem de mérito.

Fonte: (ANEEL, 2015b)


24

A regra passou a funcionar da seguinte maneira:


 Bandeira verde: CVU da última usina a ser despachada inferior ao valor de 200,00
R$/MWh. A tarifa não sofre nenhum acréscimo;
 Bandeira amarela: CVU da última usina a ser despachada igual ou superior a 200,00
R$/MWh e inferior a 388,48 R$/MWh. A tarifa sofre acréscimo de R$ 0,025 para
cada quilowatt-hora (kWh) consumidos;
 Bandeira vermelha: CVU da última usina a ser despachada igual ou superior a
388,48 R$/MWh. A tarifa sobre acréscimo de R$ 0,055 para cada quilowatt-hora
(kWh) consumidos.
25

3 METODOLOGIA

Para alcançar os objetivos de apresentar a estrutura tarifária brasileira, fazendo um


paralelo da tarifação entre antigo modelo e o adotado recentemente, e realizar o estudo da
tarifação de energia da UFAC, abordando o período desde de o ano de 2011 até os dias atuais,
fez-se necessário inicialmente realizar uma análise sobre a legislação que regulamenta a
tarifação de energia elétrica no Brasil e um levantamento sobre as mudanças ocorridas nessas
regras a partir de 2012.
A criação de um novo modelo tarifário, juntamente com um novo posto tarifário, a
extinção da modalidade convencional e da sinalização sazonal, e a nova sinalização das
bandeiras tarifárias são os pontos considerados mais relevantes e foram abordados na revisão
bibliográfica. Na revisão foram apresentados ainda a estrutura do setor elétrico brasileiro, o
setor de distribuição de energia e as modalidades tarifárias, atendendo assim a proposta de
apresentar a estrutura tarifária brasileira. O acesso a essas normas e regras foi feito através da
internet, principalmente nos endereços eletrônicos da ANEEL e da Eletrobras Distribuição
Acre.
O segundo momento se deu com a busca pelos dados para atender a proposta de estudo
sobre a tarifação da energia da UFAC: as contas de energia elétrica da universidade dos últimos
anos, o contrato com a distribuidora de energia e os dados referente as medições, como a curva
de carga e a memória de massa. Todos os documentos e dados citados foram solicitados
formalmente à Pró-Reitoria de Administração por intermédio da coordenação do curso, que
respondeu favoravelmente, autorizando sua cessão e utilização.
De posse da autorização (ANEXO A), conseguiu-se junto a distribuidora local o
histórico de medição dos últimos anos da universidade(ANEXO B), cópias de todas as faturas
entre os meses de 01/2011 a 05/2015, o contrato firmado entre a UFAC e a Eletrobras
Distribuição Acre em vigor até o mês de abril de 2015 (ANEXO C) e o seu último aditivo
(ANEXO D), o atual contrato celebrado em maio de 2015(ANEXO E), as notificações que a
UFAC recebeu da distribuidora, nos anos de 2011 (ANEXO F) , 2012 (ANEXO G), 2013
(ANEXO H), 2014 (ANEXO I), 2015 (ANEXO J) e a memória de massa dos meses de
novembro de 2014 e maio de 2015, esta última, que foi extraída durante a medição realizada no
dia 02/06/2015 (ANEXO K), acompanhada pelo autor. A Eletrobras ainda disponibilizou as
tarifas THS com impostos embutidos (ANEXO L), utilizadas para faturar os consumidores de
órgãos públicos federais no mês de novembro de 2014.
26

Os dados retirados do sistema de medição no dia 02/06/2015 estavam comprometidos


devido a existência de problemas técnicos no medidor. Nos anexos foram utilizados apenas as
partes dos contratos e dos aditivos que contêm informações relevantes para o trabalho
Essas informações forneceram os dados de demanda contratada, demanda medida,
demanda faturada, demanda de ultrapassagem, tarifa das demandas, consumo na ponta e fora
ponta, tarifa de consumo, valor das faturas e curva de carga, utilizados no estudo da tarifação
de energia. Os únicos dados obtidos de consumo e demanda na ponta e fora ponta são referentes
ao mês de novembro de 2014, por isso não foi possível a realização da simulação do uso das
tarifas THS para todo o período estudado.
Os dados do histórico de medição foram usados na confecção dos Gráficos (2) e (3). Os
das faturas no Gráfico (4) e na Tabela (7). As Tabelas (5) e (6) contêm dados tanto do histórico
de medição quanto das Faturas. Da memória de massa do mês de novembro de 2014 foram
extraídas as informações usadas nos Gráficos (1) e (2), e na Tabela (8). As tarifas THS foram
utilizadas nas Tabelas (9), (10), (11) e (12), junto com os dados extraídos da memória de massa
do mês de novembro do ano passado.
Os resultados alcançados mostram a evolução do comportamento da fatura diante das
mudanças ocorridas na legislação tarifária, a caracterização da curva de carga da UFAC, a
análise do comportamento de consumo da universidade entre os anos de 2011 e 2015, e por fim,
utilizando as fórmulas apresentadas na revisão bibliográfica, os dados da memória de massa do
mês 11/2014 foram submetidos a simulação para as modalidades tarifarias horossazonal verde
e azul.
27

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 APRESENTAÇÃO DO ESTUDO DE CASO

O estado do Acre passou a compor o Sistema Interligado Nacional (SIN) no ano de


2009, até aquele momento a legislação permitia que a UFAC fosse faturada na modalidade
convencional binômia, mesmo sendo um consumidor do grupo A atendido em 13,8 KV e com
demanda contratada acima de 300 kW.
Com a integração do estado ao SIN, todos os consumidores do grupo A com demanda
contrata acima de 300 kW deveriam migrar para uma das modalidades tarifárias horossazonal.
Naquele momento a universidade tinha uma demanda contratada de 800 kW e deveria escolher
um novo enquadramento entre as modalidades horossazonal azul e horossazonal verde, sendo
notificada (ANEXO F), em dezembro de 2011, pela Eletrobras distribuição Acre para tomar tal
decisão. A UFAC não tomou nenhuma medida em relação a essa notificação e tampouco o fez
diante das notificações que se seguiram nos anos de 2012 e 2013 (ANEXO G e H), e
curiosamente a distribuidora não exerceu sua prerrogativa de enquadrar a instituição de maneira
compulsória.
Em março de 2014 a UFAC foi notificada sobre o processo de extinção da modalidade
convencional binômia, e do prazo até 23/08/2014 para escolher entre uma das modalidades
horossazonal (ANEXO I), mais uma vez a universidade se mostrou inerte não tomando nenhum
tipo de atitude, sendo que a distribuidora também não o fez de forma compulsória.
Somente em maio de 2015, após ser notificada que o histórico da demanda medida dos
últimos dez meses era de 1518 kW (ANEXO J), muita acima dos 800 kW contratados, foi que
a UFAC efetuou a opção pela tarifa horossazonal verde, e junto com ela a elevação da demanda
contratada para 1480 kW (ANEXO E), vindo a ser faturada pela primeira vez na nova
modalidade tarifaria no mês de maio de 2015.
O comportamento do consumo de energia elétrica da universidade é apresentado no
Gráfico (1). Ele nos mostra a diferença do padrão médio da demanda dos dias úteis, comparado
com o comportamento de um fim de semana, nesse caso representando o sábado e o domingo
separadamente. Os dados utilizados para modelar essa curva de carga são da memória de massa
do mês de novembro de 2014, se levarmos em conta que não houve nenhum acréscimo
significativo de carga após esse período, podemos considerar que o Gráfico (1) demostra um
comportamento semelhante aos dos dias atuais.
28

kW Curva de Carga de Novembro de 2014


1600

1400

1200

1000

800

600

400

200

0
00:00
01:00
02:00
03:00
04:00
05:00
06:00
07:00
08:00
09:00
10:00
11:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
18:00
19:00
20:00
21:00
22:00
23:00
Média dos Dias Utéis Domingo dia 16 Sábado dia 15

Gráfico 1 - Curva de Carga de Novembro de 2014.

4.2 ANÁLISE DE 2011 A 2014

A demora por parte da universidade em adequa-se a legislação, mostra-se como um


problema ainda mais grave quando olhamos para o seu comportamento, enquanto consumidora
de energia elétrica, durante os anos de 2011 a 2014. A análise dos dados desse período, Tabela
(5), evidência o prejuízo econômico da UFAC, por ter negligenciado, durante tanto tempo, a
revisão do Contrato de Fornecimento junto a distribuidora.

O Gráfico (2) apresenta o consumo de energia elétrica da universidade crescendo


gradativamente durante esse intervalo. Esse aumento aconteceu de forma mais abrupta a partir
do meio do ano de 2013, motivado pelo início do projeto de climatização das salas da
universidade. Desse momento em diante, conforme crescia o número de salas climatizadas, o
consumo respondia com um acréscimo em comparação ao mês do ano anterior. Esse
comportamento foi influenciado ainda pela ampliação do número de prédios da instituição,
algumas construções foram inauguradas nesse período e também contribuíram nas mudanças
do consumo de energia. Outro aspecto interessante é a sazonalidade desse consumo,
normalmente os meses do começo e meio do ano são os que apresentam menos consumo por
conta de serem meses destinados as férias e ao recesso acadêmico respectivamente, esse padrão
de comportamento só é alterado por conta das greves que acabam interferindo no calendário
acadêmico.
29

Tabela 5 - Dados Referentes as Faturas da UFAC.


Demanda Medida Demanda Contratada Demanda Faturada Consumo Valor da Fatura
Mês/Ano
(kW) (kW) (kW) (kWh) (R$)
Jan/2011 604 800 800 180.480 90.217,17
Fev/2011 633 800 800 199.680 89.757,49
Mar/2011 768 800 800 185.280 86.440,27
Abr/2011 816 800 816 248.640 101.885,46
Mai/2011 892 800 892 254.400 116.536,19
Jun/2011 912 800 912 246.720 121.141,95
Jul/2011 739 800 800 199.680 91.457,70
Ago/2011 912 800 912 206.400 114.635,43
Set/2011 758 800 800 208.320 91.286,16
Out/2011 960 800 960 272.812 130.538,83
Nov/2011 988 800 988 253.440 128.214,73
Dez/2011 979 800 979 277.440 154.724,53
Jan/2012 672 800 800 182.400 99.205,63
Fev/2012 712 800 800 196.800 108.017,22
Mar/2012 1044 800 1044 258.240 150.888,50
Abri/2012 975 800 975 273.600 155.703,46
Mai/2012 1008 800 1008 246.720 156.169,98
Jun/2012 770 800 800 204.480 110.021,69
Jul/2012 507 800 800 157.440 97.279,71
Ago/2012 551 800 800 200.640 105.274,55
Set/2012 958 800 958 232.320 146.243,01
Out/2012 1090 800 1090 292.800 184.177,84
Nov/2012 1301 800 1301 296.640 224.343,92
Dez/2012 1128 800 1128 278.400 197.922,27
Jan/2013 1215 800 1215 293.760 229.980,66
Fev/2013 1105 800 1105 255.824 155.766,06
Mar/2013 1075 800 1075 312.000 149.506,21
Abr/2013 1086 800 1086 276.480 166.783,01
Mai/2013 994 800 994 257.280 146.223,16
Jun/2013 1121 800 1121 263.040 169.950,71
Jul/2013 1086 800 1086 306.240 180.337,26
Ago/2013 1128 800 1128 307.200 181.246,84
Set/2013 1405 800 1405 267.840 220.169,52
Out/2013 1324 800 1324 402.240 233.655,92
Nov/2013 1416 800 1416 320.640 235.880,81
Dez/2013 1424 800 1424 336.000 225.635,15
Jan/2014 1182 800 1182 275.807 157.406,37
Fev/2014 921 800 921 292.800 124.324,12
Mar/2014 1662 800 1662 408.960 253.206,01
Abr/2014 1466 800 1466 269.760 203.756,20
Mai/2014 1274 800 1274 332.160 193.487,71
Jun/2014 1309 800 1309 306.240 190.830,43
Jul/2014 1470 800 1470 354.240 223.108,48
Ago/2014 1474 800 1474 398.400 233.443,50
Set/2014 1585 800 1585 410.880 254.008,27
Out/2014 1632 800 1632 448.320 268.742,60
Nov/2014 1666 800 1666 425.280 265.001,95
Dez/2014 1651 800 1651 383.040 216.004,15
30

Evolução do Consumo da UFAC em kWh


500.000
450.000
400.000
350.000
300.000
250.000
200.000
150.000
100.000
50.000
0
JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JULHO AGO SET OUT NOV DEZ

2011 2012 2013 2014

Gráfico 2 - Histórico do consumo da UFAC.

O Gráfico (3) demonstra comportamento semelhante ao do gráfico de consumo,


motivado pelos mesmos argumentos. O agravante nesse caso é o impacto negativo que um
aumento significativo além da demanda contratada, no caso da UFAC 800 kW, causa no valor
da fatura, já que nesse caso a distribuidora cobra a tarifa de ultrapassagem, no fim das contas o
valor da demanda que ultrapassa a contratada acaba custando três vezes mais que o valor da
demanda contratada, fato que reflete a importância de se ter uma demanda contratada adequada
ao consumo.

Demada Medida em kW
1800

1600

1400

1200

1000

800

600

400

200

0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

2011 2012 2013 2014 Demanda Contratada

Gráfico 3 - Histórico da demanda medida da UFAC.


31

O impacto econômico no valor da fatura, reflexo dos aumentos do consumo e da


demanda, é mostrado no Gráfico (4).

Valor da Fatura em R$
300.000,00

250.000,00

200.000,00

150.000,00

100.000,00

50.000,00

-
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

2011 2012 2013 2014

Gráfico 4 - Histórico do valor da fatura da UFAC.

A UFAC saltou de R$ 1.316.835,91, pagos em energia elétrica no ano de 2011, para R$


2.583.319,79 em 2014, um aumento de 96%, boa parte desses valores poderia ter sido reduzido
somente com a contratação de uma demanda adequada. Para se ter uma ideia de quanto seria
essa economia, foi efeito uma simulação de faturamento usando uma demanda contratada mais
apropriada as características da universidade, como a legislação permite o ajuste dessa demanda
a cada 12 ciclos, escolheu-se um valor diferente para cada ano do período estudado.

Os parâmetros utilizados na escolha das demandas contratadas são dos anos anteriores
a cada aditivo simulado, garantindo, assim, que essa mesma decisão pudesse ter sido tomada a
época. Por conta da tendência de aumento gradativo na carga da UFAC, foi usada a maior
demanda medida do ano anterior. Dessa forma, os cálculos foram feitos com a demanda
contratada de 950 kW para o ano de 2011, 988 kW para 2012, 1301 kW para 2013 e, por fim,
1424 kW para o de 2014. A simulação é apresentada na Tabela (6).

No total a economia que poderia ter sido feita é de R$ 1.269.332,12, 16% do valor
faturado no período. Considerando separadamente os anos de 2013 e 2014, onde os valores das
demandas medidas são muito maior que a da contratada, temos uma diminuição de 20,5% e
25% respectivamente.
32

Tabela 6 - Simulação com valores mais adequados de demanda contratada.


Demanda Valor do kW c/ Impt.(R$) Demanda Real (kW) Demanda Simulada (kW) Diferença (kW)* Diferença (R$)** Diferença no
Mês/Ano
Med.(kW) Faturada Ultrapas. Contrat.FaturadaUltrapas.Contrat.FaturadaUltrapas.FaturadaUltrapas. Faturada Ultrapas. Mês (R$)***
Jan/2011 604 63,089038 126,178076 800 800 0 950 950 0 150 0 9.463,36 0,00 9.463,36
Fev/2011 633 63,302751 126,605502 800 800 0 950 950 0 150 0 9.495,41 0,00 9.495,41
Mar/2011 768 61,25375 122,5075 800 800 0 950 950 0 150 0 9.188,06 0,00 9.188,06
Abr/2011 816 62,84152 125,68304 800 816 0 950 950 0 134 0 8.420,76 0,00 8.420,76
Mai/2011 892 61,981755 123,96351 800 892 92 950 950 0 58 -92 3.594,94 -11.404,64 -7.809,70
Jun/2011 912 63,124551 126,249102 800 912 112 950 950 0 38 -112 2.398,73 -14.139,90 -11.741,17
Jul/2011 739 62,639663 125,279326 800 800 0 950 950 0 150 0 9.395,95 0,00 9.395,95
Ago/2011 912 62,665922 125,331844 800 912 112 950 950 0 38 -112 2.381,31 -14.037,17 -11.655,86
Set/2011 758 61,793875 123,58775 800 800 0 950 950 0 150 0 9.269,08 0,00 9.269,08
Out/2011 960 62,101907 124,203814 800 960 160 950 960 0 0 -160 0,00 -19.872,61 -19.872,61
Nov/2011 988 61,65795 123,3159 800 988 188 950 988 0 0 -188 0,00 -23.183,39 -23.183,39
Dez/2011 979 65,226389 130,452778 800 979 179 950 979 0 0 -179 0,00 -23.351,05 -23.351,05
Jan/2012 672 66,147688 132,295376 800 800 0 988 988 0 188 0 12.435,77 0,00 12.435,77
Fev/2012 712 66,699075 133,39815 800 800 0 988 988 0 188 0 12.539,43 0,00 12.539,43
Mar/2012 1044 65,195533 130,391066 800 1044 244 988 1044 56 0 -188 0,00 -24.513,52 -24.513,52
Abri/2012 975 66,14769 132,29538 800 975 175 988 988 0 13 -175 859,92 -23.151,69 -22.291,77
Mai/2012 1008 65,767124 131,534248 800 1008 208 988 1008 0 0 -208 0,00 -27.359,12 -27.359,12
Jun/2012 770 66,745438 133,490876 800 800 0 988 988 0 188 0 12.548,14 0,00 12.548,14
Jul/2012 507 66,541913 133,083826 800 800 0 988 988 0 188 0 12.509,88 0,00 12.509,88
Ago/2012 551 66,514263 133,028526 800 800 0 988 988 0 188 0 12.504,68 0,00 12.504,68
Set/2012 958 67,439233 134,878466 800 958 158 988 988 0 30 -158 2.023,18 -21.310,80 -19.287,62
Out/2012 1090 67,212644 134,425288 800 1090 290 988 1090 102 0 -188 0,00 -25.271,95 -25.271,95
Nov/2012 1301 67,212651 134,425302 800 1301 501 988 1301 313 0 -188 0,00 -25.271,96 -25.271,96
Dez/2012 1128 75,214268 150,428536 800 1128 328 988 1128 140 0 -188 0,00 -28.280,56 -28.280,56
Jan/2013 1215 72,847568 145,695136 800 1215 415 1301 1301 0 86 -415 6.264,89 -60.463,48 -54.198,59
Fev/2013 1105 63,693025 127,38605 800 1105 305 1301 1301 0 196 -305 12.483,83 -38.852,75 -26.368,91
Mar/2013 1075 65,507897 131,015794 800 1075 275 1301 1301 0 226 -275 14.804,78 -36.029,34 -21.224,56
Abr/2013 1086 66,044225 132,08845 800 1086 286 1301 1301 0 215 -286 14.199,51 -37.777,30 -23.577,79
Mai/2013 994 65,770251 131,540502 800 994 194 1301 1301 0 307 -194 20.191,47 -25.518,86 -5.327,39
Jun/2013 1121 65,24761 130,49522 800 1121 321 1301 1301 0 180 -321 11.744,57 -41.888,97 -30.144,40
Jul/2013 1086 65,42401 130,84802 800 1086 286 1301 1301 0 215 -286 14.066,16 -37.422,53 -23.356,37
Ago/2013 1128 65,836186 131,672372 800 1128 328 1301 1301 0 173 -328 11.389,66 -43.188,54 -31.798,88
Set/2013 1405 65,713869 131,427738 800 1405 605 1301 1405 104 0 -501 0,00 -65.845,30 -65.845,30
Out/2013 1324 66,015784 132,031568 800 1324 524 1301 1324 0 0 -524 0,00 -69.184,54 -69.184,54
Nov/2013 1416 65,155164 130,310328 800 1416 616 1301 1416 115 0 -501 0,00 -65.285,47 -65.285,47
Dez/2013 1424 55,523298 111,046596 800 1424 624 1301 1424 123 0 -501 0,00 -55.634,34 -55.634,34
Jan/2014 1182 54,334757 108,669514 800 1182 382 1424 1424 0 242 -382 13.149,01 -41.511,75 -28.362,74
Fev/2014 921 54,757778 109,515556 800 921 121 1424 1424 0 503 -121 27.543,16 -13.251,38 14.291,78
Mar/2014 1662 53,282825 106,56565 800 1662 862 1424 1662 238 0 -624 0,00 -66.496,97 -66.496,97
Abr/2014 1466 54,249378 108,498756 800 1466 666 1424 1466 0 0 -666 0,00 -72.260,17 -72.260,17
Mai/2014 1274 54,079418 108,158836 800 1274 474 1424 1424 0 150 -474 8.111,91 -51.267,29 -43.155,38
Jun/2014 1309 54,412578 108,825156 800 1309 509 1424 1424 0 115 -509 6.257,45 -55.392,00 -49.134,56
Jul/2014 1470 54,28037 108,56074 800 1470 670 1424 1470 0 0 -670 0,00 -72.735,70 -72.735,70
Ago/2014 1474 54,373649 108,747298 800 1474 674 1424 1474 0 0 -674 0,00 -73.295,68 -73.295,68
Set/2014 1585 54,592489 109,184978 800 1585 785 1424 1585 161 0 -624 0,00 -68.131,43 -68.131,43
Out/2014 1632 54,389221 108,778442 800 1632 832 1424 1632 208 0 -624 0,00 -67.877,75 -67.877,75
Nov/2014 1666 54,773578 109,547156 800 1666 866 1424 1666 242 0 -624 0,00 -68.357,43 -68.357,43
Dez/2014 1651 39,863621 79,727242 800 1651 851 1424 1651 227 0 -624 0,00 -49.749,80 -49.749,80
Total= -1.269.332,12

* Diferença entre as Demanda Simulada e Demanda Real


**Produto entre a Diferença (kW) e o Valor do kW com Impostos
***Soma dos valores Faturada e Ultrapassada da Diferença (R$)
33

Os resultados alcançados em cada ano do período são apresentados no Gráfico (5).

Valor economizado em R$

645.265,81

471.946,54

109.738,62
42.381,15

2011 2012 2013 2014

Gráfico 5 - Estimativa de economia que poderia ter sido feita com adequação da demanda contratada.

Infelizmente, por conta do tipo de medidor que era utilizado, não existem dados de
consumo e demanda de ponta e fora de ponta desse período, com eles poderia ser feita a
simulação do quanto a UFAC teria economizado se tivesse feito opção pelas modalidades
horossazonal.

4.3 ANÁLISE DE 2015

Os dados de demanda e consumo colhidos a partir de janeiro de 2015 apresentam uma


série de problemas por conta de uma deficiência técnica ocorrida no medidor, como a
distribuidora estava desprovida de medidores do tipo THS, que deveria ter sido instalado na
universidade no mês de fevereiro, atendendo ao pedido de enquadramento na modalidade
horossazonal verde, a troca não foi imediatamente possível, sendo feita somente no mês de
maio, quando então a UFAC foi pela primeira faturada com base na nova modalidade. Sendo
os dados desse período não confiáveis, não foi possível utiliza-los nesse trabalho.
34

Esse período ainda foi marcado pelo acréscimo nos valores das faturas por conta da
sinalização das bandeiras tarifárias. A nova sinalização tarifária entrou em vigor em janeiro de
2015 e seu o impacto econômico pode ser visto na Tabela (7).

Tabela 7 - Impacto financeiro produzido pela sinalização tarifária.


Valor da fatura Adicional Bandeira Vermelha Aumento
(R$) (R$) Percentual

JANEIRO 163.762,34 10.405,58 6,35

FEVEREIRO 128.409,06 7.429,10 5,78

MARÇO 168.219,11 19.606,05 11,65

ABRIL 174.080,08 19.430,17 11,16

MAIO 194.759,63 21.268,62 10,92

4.4 SIMULAÇÃO DAS MODALIDADES THS

A UFAC recentemente optou por ser tarifada na modalidade horossazonal verde, para
saber se essa foi uma escolha correta, será feita a simulação do uso das modalidades THS verde
e azul, na comparação dos resultados teremos a modalidade mais adequada para a universidade.

Como os dados do ano de 2015 estão comprometidos, será utilizado a memória de massa
do mês de novembro de 2014, por ser a única memória recente confiável. Levando em
consideração que o processo de climatização da UFAC já havia terminado e que nenhuma
grande carga foi adicionada depois desse período, não há nenhum prejuízo quanto ao uso desses
dados para se estabelecer a melhor tarifa na atualidade, sendo que as características de consumo
continuam praticamente as mesmas.

A curva de carga do mês em questão, considerando a maior demanda medida entre


todos os intervalos de 15 minutos, é apresentada no Gráfico (6).
35

kW Curva de Carga de Novembro de 2014


1800
1600
1400
1200
1000
800
600
400
200
0
00:00
01:00
02:00
03:00
04:00
05:00
06:00
07:00
08:00
09:00
10:00
11:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
18:00
19:00
20:00
21:00
22:00
23:00
Maior Valor de Demanda Medido no Intervalo

Gráfico 6 - Curva de carga considerando o maior valor por intervalo.

Os valores de consumo e demanda da Tabela (8), foram retirados da memória de massa,


já os valores das tarifas THS com impostos, praticados no mês de novembro de 2014, foram
obtidos junto a concessionária local, ANEXO (L).

Tabela 8 - Valores de consumo e demanda do mês de novembro de 2014.


Dados do Mês de Novembro de 2014
Consumo na Fora Ponta 378.212 kWh

Consumo na Ponta 51.044 kWh

Demanda Medida na Fora Ponta 1.668 kW

Demanda Medida na Ponta 1.226 kW

Na primeira simulação, Tabela (9), foi utilizada uma demanda contratada de 1480 kW,
já que esse foi o valor escolhido pela UFAC recentemente. Nesse caso comparamos a
modalidade verde com demanda contratada de 1480 kW, com a modalidade azul com 1480 kW
de demanda contratada na ponta e na fora ponta.
36

Tabela 9 - Simulação usando 1480 kW como demanda contratada para todos os períodos.
THS VERDE
Componentes Consumo Tarifa c/ Imp. (R$) Valor (R$)
Consumo Ponta 51.044 1,61569 82.471,28
Demanda 1.668 17,205076 28.698,07
Consumo F. Ponta 378.212 0,225036 85.111,32
Demanda Ultra. 188 34,410152 6.469,11
Total 202.749,77

THS AZUL
Componentes Consumo Tarifa c/ Imp. (R$) Valor (R$)
Consumo Ponta 51.044 0,350317 17.881,58
Demanda Ponta 1.480 52,163252 77.201,61
Consumo F. Ponta 378.212 0,225036 85.111,32
Demanda F. Ponta 1.668 17,205076 28.698,07
Dem. Ultra. Ponta 0 104,326504 0,00
Dem. Ultra. F. Ponta 188 34,410152 6.469,11
Total 215.361,68

Os resultados mostram que, para essas condições, a tarifa azul traria um acréscimo de
R$ 12.611,91 em relação a tarifa verde. Porém, os valores de demanda contratada ainda não são
adequados, já que estão distantes dos valores medidos, o que incide em uma fatura mais cara.

A diferença entre os valores totais é motivada pela demanda contratada de 1480 kW na


ponta, sendo que a demanda medida na ponta foi 1226 kW. Optando por uma demanda
contratada na ponta de 1200 kW, próximo do valor medido, os resultados mostram uma leve
economia na opção da tarifa azul, Tabela (10).
37

Tabela 10 - Simulação usando 1480 kW na fora ponta e 1200 kW na ponta.


THS VERDE
Componentes Consumo Tarifa c/ Imp. (R$) Valor (R$)
Consumo Ponta 51.044 1,61569 82.471,28
Demanda 1.668 17,205076 28.698,07
Consumo F. Ponta 378.212 0,225036 85.111,32
Demanda Ultra. 188 34,410152 6.469,11
Total 202.749,77

THS AZUL
Componentes Consumo Tarifa c/ Imp. (R$) Valor (R$)
Consumo Ponta 51.044 0,350317 17.881,58
Demanda Ponta 1.226 52,163252 63.952,15
Consumo F. Ponta 378.212 0,225036 85.111,32
Demanda F. Ponta 1.668 17,205076 28.698,07
Dem. Ultra. Ponta 0 104,326504 0,00
Dem. Ultra. F. Ponta 188 34,410152 6.469,11
Total 202.112,22

Adequando a demanda contrata na fora ponta para um valor mais próximo do medido,
no caso 1600 kW, temos uma economia de R$ 6.469,11 em ambas modalidades, Tabela (11).

Tabela 11 - Simulação usando 1600 kW na fora ponta e 1200 kW na ponta.


THS VERDE
Componentes Consumo Tarifa c/ Imp. (R$) Valor (R$)
Consumo Ponta 51.044 1,61569 82.471,28
Demanda 1.668 17,205076 28.698,07
Consumo F. Ponta 378.212 0,225036 85.111,32
Demanda Ultra. 0 34,410152 0,00
Total 196.280,66

THS AZUL
Componentes Consumo Tarifa c/ Imp. (R$) Valor (R$)
Consumo Ponta 51.044 0,350317 17.881,58
Demanda Ponta 1.226 52,163252 63.952,15
Consumo F. Ponta 378.212 0,225036 85.111,32
Demanda F. Ponta 1.668 17,205076 28.698,07
Dem. Ultra. Ponta 0 104,326504 0,00
Dem. Ultra. F. Ponta 0 34,410152 0,00
Total 195.643,11
38

A Tabela (12) simula uma demanda contratada na fora ponta acima do valor medido.
Usando 1850 kW, a economia, em relação a simulação com 1480 kW, e de R$ 3.337,78.

Tabela 12 - Simulação usando 1850 kW na fora ponta e 1200 kW na ponta.


THS VERDE
Componentes Consumo Tarifa c/ Imp. (R$) Valor (R$)
Consumo Ponta 51.044 1,61569 82.471,28
Demanda 1.850 17,205076 31.829,39
Consumo F. Ponta 378.212 0,225036 85.111,32
Demanda Ultra. 0 34,410152 0,00
Total 199.411,99

THS AZUL
Componentes Consumo Tarifa c/ Imp. (R$) Valor (R$)
Consumo Ponta 51.044 0,350317 17.881,58
Demanda Ponta 1.226 52,163252 63.952,15
Consumo F. Ponta 378.212 0,225036 85.111,32
Demanda F. Ponta 1.850 17,205076 31.829,39
Dem. Ultra. Ponta 0 104,326504 0,00
Dem. Ultra. F. Ponta 0 34,410152 0,00
Total 198.774,43
39

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

5.1 NOVA ESTRUTURA TARIFÁRIA

A nova estrutura tarifária é uma tentativa de gerenciamento do sistema pelo lado da


demanda. O intuito da adoção da modalidade Branca, com seu novo posto tarifário, é a alteração
da curva de carga dos consumidores residências, distribuindo o consumo de forma mais
equânime durante as horas do dia, visando assim, aliviar o sistema nos horários de maior
carregamento.
As Bandeiras tarifárias, além de repassarem os custos extras da geração para os
consumidores, também visam mudanças na rotina de consumo, nesse caso, não somente dos
residenciais, mas de todos os grupos. Ao estabelecer com antecedência uma tarifa mais cara,
por conta dos problemas enfrentados na geração, espera-se que os consumidores, para evitarem
maiores gastos, diminuam o consumo, contribuindo para desafogar o sistema.
Somente com o passar do tempo poderemos dizer se as medidas tomadas agora irão
surtir o efeito desejado no complexo sistema energético brasileiro.

5.2 ESTUDO DE CASO

Observando as Tabelas (9) a (12), nota-se que as componentes consumo fora ponta e
demandas fora ponta têm as mesmas contribuições nas duas modalidades THS, sendo que as
tarifas de demandas fora ponta da azul são iguais as tarifas de demandas na verde. Portanto, a
diferença entre os valores totais entre as duas modalidades é estabelecida pelas componentes
de consumo na ponta e as de demandas na ponta, sendo que as de demanda na ponta só existem
na azul.
As curvas de carga da UFAC, Gráficos (1) e (6), mostram que o maior consumo, e os
maiores picos de demanda acontecem no horário fora de ponta, por conta dessas características,
quando estabelecidos valores ideais de demanda contratada nas duas modalidades, há uma
pequena economia na opção tarifária azul em comparação com a verde. Por ser uma economia
pequena, caso o comportamento de consumo da universidade no mês estudado, se repetisse de
maneira semelhante nos demais meses, a opção mais apropriada de modalidade tarifária seria a
THS verde. Nessa modalidade não existiria a preocupação com demanda na ponta, e como foi
visto na comparação entra as Tabelas (9) e (10), uma demanda faturada na ponta distante da
contratada, gera um acréscimo considerável na modalidade azul.
40

A grande questão é que a UFAC demostra um comportamento sazonal, Gráficos (2) e


(3), ou seja, não se pode esperar que as características de consumo e demanda de ponta e fora
de ponta vistos no mês de novembro de 2014, aconteçam novamente nos demais meses. Sendo
assim, para se indicar a modalidade THS mais apropriada, seria necessário comparar os
resultados das simulações de ambas as tarifas, ao longo do período de um ano. Infelizmente,
pelos motivos já expostos anteriormente, não se tem os dados para realizar essa comparação.
O que pode ser afirmado é que a opção pela demanda contratada de 1480 kW não é
correta. Na comparação feita entre as Tabelas de (10) a (12), percebe-se ser mais viável
contratar uma demanda acima da medida do que pagar por tarifa de ultrapassagem.
Considerando o fato do mês de novembro ser historicamente o que tem a maior demanda
medida durante o ano, e que os outros meses tem demanda medida, ou semelhante, ou menor,
a demanda contratada mais adequada seria 1600 kW.
Por fim, é inadmissível que a UFAC faça uma escolha de tarifa e demanda e esqueça
do assunto durante anos, sem tem qualquer tipo de acompanhamento técnico, como aconteceu
entre dos anos de 2011 e 2014. Essa atitude gerou custo de energia fora de controle e o
consequente aumento da fatura, Tabela (6). O contrato de fornecimento de energia elétrica da
universidade precisa ser anualmente revisado, atualizando sempre que necessário a modalidade
tarifária e a demanda contratada.
41

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABRADEE, Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica 2014. Bandeiras


Tarifárias. 2014. Disponível em: < http://www.abradee01.
org/uploader/BandeirasTarifarias_7371.pdf >. Acesso em 8 de jul. de 2015.

ABRADEE. Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica. Visão Geral do


Setor. 2015a Disponível em: < http://www.abradee.com.br/setor-eletrico/visao-geral-do-
setor>. Acesso em 15 de maio de 2015.

ABRAADE, Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica. Tarifas de Energia.


2015b. Disponível em: < http://www.abradee.com.br/setor-de-distribuicao/tarifas-de-
energia/tarifas-de-energia>. Acesso em 04 de jul. de 2015

ANEEL. Agencia Nacional de Energia Elétrica. Resolução normativa nº414 de 09 de


Setembro de 2010. Estabelece as Condições Gerais de Fornecimento de Energia Elétrica de
forma atualizada e consolidada. 2010a. Disponível em: <
http://www.aneel.gov.br/cedoc/ren2010414.pdf> Acesso em: 10 de jun. de 2015.

ANEEL. Agencia Nacional de Energia Elétrica. Nota técnica nº 360 de 06 de Dezembro de


2010. SRE-SRD/ANEEL. Estrutura tarifária para o serviço de distribuição de energia elétrica:
proposta geral do projeto. 2010b. Disponível em: <
http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/audiencia/arquivo/2010/120/documento/nota_tecnica_n%
C2%BA_360_2010_sre-srd-aneel.pdf >. Acesso em 03 de jul. de 2015.

ANEEL. Agencia Nacional de Energia Elétrica. Estrutura Tarifária para o Serviço de


distribuição de energia elétrica: Sumário Executivo - Ótica do consumidor. 2010c.
Disponível em:<http://www.aneel.gov.br/arquivos/PDF/Sum%C3%A1rio
%20Executivo%20(2).pdf.>. Acesso em: 08 de jul. de 2015

ANEEL. Agencia Nacional de Energia Elétrica. Resolução Normativa Nº 435, De 24 de Maio


De 2011. Define a estrutura dos Procedimentos de Regulação Tarifária – PRORET, que
consolida a regulamentação acerca dos processos tarifários: Sub módulo 7.1 Procedimentos
gerais. 2011. Disponível em:< http://www.legnet.com.br/sislegnet/integra/cliente-1/pais-
1/un55489.htm> Acesso em 15 de jun. de 2015.
42

ANEEL. Agencia Nacional de Energia Elétrica Relatório de Acionamento das Bandeiras


Tarifárias até março de 2015. 2015a. Disponível em:
<http://www.aneel.gov.br/arquivos/PDF/Relatorio_do_Acionamento_das_Bandeiras_Tarifari
as.pdf>. Acesso em abr. 20 de maio de 2015.

ANEEL. Agencia Nacional de Energia Elétrica. Relatório de Acionamento das Bandeiras


Tarifárias. 2015b. Disponível em: <http://www.aneel.gov.
br/arquivos/PDF/Relatorio_do_Acionamento_das_Bandeiras_Tarifarias_jul2015.pdf>. Acesso
em 05 de jul. de 2015.

BRASIL. Casa Civil. Decreto nº 86.463, de 13 de Outubro de 1981. Altera o Decreto nº


41.019, de 26 de fevereiro de 1957, que regulamenta os serviços de energia elétrica, e o Decreto
nº 62.724, de 17 de maio de 1968, que estabelece normas gerais de tarifação para as empresas
concessionárias de serviços públicos de energia elétrica, e dá outras providências. 1981.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03 /decreto/antigos/D86463.htm>. Acesso
em 15 de maio de 2015.

BRASIL. Casa Civil. Lei nº 9.074, de 7 de Julho 1995. Estabelece normas para outorga e
prorrogações das concessões e permissões de serviços públicos e dá outras providências. 1995.
Diário Oficial da União, Brasília, 08 de julho de 1995. Seção I, p. 10125. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9074cons.htm>.

BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Empresa de Pesquisa Energética. Balanço


Energético Nacional 2007: Ano base 2006 Relatório final. Rio de Janeiro: EPE. 2007.

DOILE, G. N. D. Regulação do setor elétrico: histórico, agência reguladora, atualidades e


perspectivas futuras. 2013. Disponível em: < http://www.trabalhosfeitos.
com/ensaios/Regula%C3%A7%C3%A3o-Do-Setor-El%C3%A9trico-Hist%C3%B3rico -
Ag%C3%AAncia/599664.html >. Acesso em 05 de maio de 2015.

FIGUEIRO, I. C. Tarifa horária para os consumidores residenciais sob o foco das redes
elétricas inteligentes. 2013. 65 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) -
Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, Rio grande do Sul, 2013.
43

IRIBARREM, F. O Fim da Tarifa Convencional. 2013. Disponível em:


<http://www.agrolink.com.br/colunistas/o-fim-da-tarifa-convencional_4692.html>. Acesso
em: 15/06/2015.

PEDROSA, R. G. Estudo do Modele Brasileiro de Tarifação do Uso de Energia Elétrica.


2012. 46 f. Trabalho de Conclusão de Curso (graduação em engenharia elétrica com ênfase em
sistemas de energia e automação)- Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São
Paulo, São Carlos, São Paulo, 2012.

PROCEL. Programa nacional de conservação de Energia Elétrica. Manual prático PROCEL:


manual de tarifação de energia elétrica. 2011. Disponível em:
<http://www.eletrobras.com/elb/main.asp?TeamID=%7B60F8B9E9-77F5-4C5B-9E94-
B1CC0CEF1EAB%7D>. Acesso em: 01 de jul. de 2015.

SÁ MENEZES, H. L. de. Avaliação da Aplicação da Modalidade Tarifária Horária


Branca: Estudo de Caso Para Consumidores Residenciais. 2014. 85 f. Monografia (graduação
em Engenharia de Energia)- Universidade de Brasília. Brasília, 2014.

SILVA, E. L. da. Formação de Preços em Mercados de Energia Elétrica. Porto Alegre:


Sagra Luzzato.2001.
44

ANEXOS
A - Autorização de Acesso e Uso de Dados
45

B – Histórico de Medição da UFAC


46
47

C – Contrato em Vigor até abril de 2015


48
49

D – Último Aditivo do Contrato em Vigor até abril de 2015


50

E –Contrato Atual
51
52

F – Notificação 2011
53

G – Notificação 2012
54

H – Notificação 2013
55

I – Notificação 2014
56
57

J – Notificação 2015
58

K – Fotos da Medição do dia 02/06/2015


59

L – Tarifas THS com Impostos de 11/2014

Tarifa THS Verde com Impostos

Tarifa THS Azul com Impostos

Das könnte Ihnen auch gefallen