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Assinatura do Orientador:
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________
Prof. Dr. José Humberto Monteiro (Orientador)
Universidade Federal do Acre
_______________________________________
Prof. Esp. José Elieser de Oliveira Júnior
Universidade Federal do Acre
_______________________________________
Prof. MSc. Waldemar D’Ávila Maciel Júnior
Universidade Federal do Acre
iii
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador, Prof. Dr. Humberto Monteiro, pela atenção, compreensão e sabedoria
elétrica da UFAC.
desses anos.
conhecimento repassado.
Aos verdadeiros amigos que fiz durante o curso, pelo companheirismo e a cumplicidade
imprescindíveis.
v
RESUMO
O estudo da tarifação é imprescindível para o consumo de energia elétrica sem custos elevados.
As recentes mudanças na estrutura tarifária trouxeram novos parâmetros a serem utilizados na
tarifação de energia elétrica. Tais parâmetros precisam ser observados na tomada de decisões
acerca do tipo de modalidade de faturamento. Esses motivos incentivaram a apresentação da
estrutura tarifária brasileira e a realização do estudo da tarifação da energia da Universidade
Federal do Acre (UFAC), dando ênfase à otimização do contrato de energia e seu subsequente
impacto econômico. Para tanto, foi preciso uma análise sobre a legislação que regulamenta a
tarifação de energia elétrica no Brasil e um levantamento dos dados referentes ao consumo de
energia elétrica da universidade. De posse dos dados, foi realizado o estudo da tarifação de
energia considerando as mudanças ocorridas recentemente. Constatou-se que a simples escolha
de valores adequados de demanda contratada traria uma economia de R$ 1.269.332,12 durante
o período 2011/2014, além disso foram comparados os resultados de seis cenários com
diferentes demandas contratadas utilizando as modalidades horossazonal verde e azul. Os
resultados obtidos mostram o comportamento da fatura de energia da universidade durante os
últimos anos juntamente com o seu impacto econômico e apontam para as opções adequadas
de modalidade tarifaria e demanda contratada.
ABSTRACT
The study pricing is essential for the electrical power consumption without high costs. The
recent changes in the tariff structure brought new parameters to be used in the pricing of
electricity. These parameters must be observed when making decisions about the type of
billing method. These reasons have encouraged the presentation of the Brazilian tariff
structure and the study of the charging energy of the Federal University of Acre (UFAC),
emphasizing the optimization of the energy agreement and its subsequent economic impact.
Therefore, an analysis of the legislation regulating the charging of electric power in Brazil
and a survey of data on the energy consumption of the university had to. Possession of the
data was conducted energy pricing study considering the changes recently. It was found that
the simple choice of appropriate values contracted demand would bring savings of R $
1,269,332.12 during the period 2011/2014, besides the results of six scenarios were
compared with different demands contracted using the green horossazonal modalities and
blue. The results show the university's energy bill's behavior during the past few years along
with their economic impact and indicate the appropriate options of tariff mode and
contracted demand.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 1
1.1 MOTIVOS .................................................................................................................. 1
1.2 OBJETIVOS ............................................................................................................... 2
1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 2
1.2.2 Objetivos Específicos ...................................................................................... 2
1.3 ESTRUTURA............................................................................................................. 3
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................................... 4
2.1 ESTRUTURA DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO ........................................... 4
2.2 SETOR DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA ....................................... 5
2.3 DEFINIÇÕES DO SETOR DE DISTRIBUIÇÃO ..................................................... 6
2.3.1 Consumo .......................................................................................................... 6
2.3.2 Demanda .......................................................................................................... 6
2.3.3 Demanda Contratada ....................................................................................... 6
2.3.4 Demanda Medida ............................................................................................. 6
2.3.5 Demanda Faturável .......................................................................................... 6
2.3.6 Demanda de Ultrapassagem ............................................................................ 7
2.3.7 Consumidor e Unidade Consumidora.............................................................. 7
2.3.8 Classes e Subclasses de Consumo ................................................................... 7
2.3.9 Grupo e Subgrupo Tarifário ............................................................................ 8
2.3.10 Componentes Tarifárias ................................................................................... 9
2.4 MODALIDADES TARIFÁRIAS ............................................................................ 12
2.4.1 Modalidade Convencional ............................................................................. 13
2.4.2 Modalidade Horossazonal Verde................................................................... 15
2.4.3 Modalidade Horossazonal Azul..................................................................... 17
2.4.4 Modalidade Branca ........................................................................................ 18
2.5 NOVA ESTRUTURA TARIFÁRIA ........................................................................ 19
2.5.1 Posto Tarifário Intermediário ........................................................................ 20
2.5.2 Modalidade Branca ........................................................................................ 21
2.5.3 Modalidade Convencional Binômia .............................................................. 21
2.5.4 Sinalização Sazonal ....................................................................................... 21
2.5.5 Bandeiras ....................................................................................................... 21
x
3 METODOLOGIA ........................................................................................................ 25
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................... 27
4.1 APRESENTAÇÃO DO ESTUDO DE CASO ......................................................... 27
4.2 ANÁLISE DE 2011 A 2014 ..................................................................................... 28
4.3 ANÁLISE DE 2015 .................................................................................................. 33
4.4 SIMULAÇÃO DAS MODALIDADES THS .......................................................... 34
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 39
5.1 NOVA ESTRUTURA TARIFÁRIA ........................................................................ 39
5.2 ESTUDO DE CASO ................................................................................................ 39
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 41
ANEXOS ............................................................................................................................. 44
A - Autorização de Acesso e Uso de Dados ........................................................................ 44
B – Histórico de Medição da UFAC ................................................................................... 45
C – Contrato em Vigor até abril de 2015............................................................................. 47
D – Último Aditivo do Contrato em Vigor até abril de 2015 .............................................. 49
E –Contrato Atual ................................................................................................................ 50
F – Notificação 2011 ........................................................................................................... 52
G – Notificação 2012 ........................................................................................................... 53
H – Notificação 2013 ........................................................................................................... 54
I – Notificação 2014 ............................................................................................................ 55
J – Notificação 2015 ............................................................................................................ 57
K – Fotos da Medição do dia 02/06/2015 ........................................................................... 58
L – Tarifas THS com Impostos de 11/2014 ........................................................................ 59
1
1 INTRODUÇÃO
Existem vários tipos de definições para energia elétrica e, entre todas as possíveis,
encontramos nos livros de física que a energia é também uma mercadoria que pode ser
comercializada. No entanto, essa comercialização tem regras bem interessantes e características
peculiares, o que a difere bastante dos outros tipos de mercadoria que conhecemos (SILVA,
2001).
Essa mercadoria é fundamental para o funcionamento e manutenção do modelo de vida
empregado atualmente, por isso, a energia elétrica necessita, tanto de um modelo econômico
comercial que seja devidamente estudado e regulamentado, visando transações harmoniosas e
seguras, quanto de avaliações de consumo e custos gerados para seus consumidores finais.
A avaliação do consumo de energia elétrica e seu impacto econômico é efeito através
do estudo da tarifação da energia. Um estudo bem feito pode diminuir os gastos com energia
elétrica sem que necessariamente haja diminuição no consumo, ou seja, mantem-se a
produtividade diminuindo os custos, característica almejada por todos que querem ser
competitivos no mundo empresarial, ou simplesmente querem economizar recursos, como é
caso dos consumidores não comerciais.
1.1 MOTIVOS
1.2 OBJETIVOS
1.3 ESTRUTURA
O presente trabalho está estruturado em cinco seções e doze anexos. A primeira seção
aborda a apresentação do tema, mostrando com isso aspectos relacionados a motivação que
levou a sua elaboração e ainda os objetivos específicos a serem alcançados com o mesmo.
A segunda seção mostra uma revisão literária que aborda temas como legislação e
regulamentação do setor elétrico no Brasil, bem como sua organização, os principais conceitos
e definições utilizados no setor de distribuição e os modelos tarifários.
A terceira seção apresenta a metodologia definida e utilizada para coleta,
processamento e análise de dados e as dificuldades encontradas. A quarta seção aborda a análise
dos diferentes dados coletados ao longo deste trabalho, e a discussão dos resultados obtidos
para cada variável estudada, dando ênfase a avaliação econômica. A quinta seção por sua vez
contém as considerações finais sobre o assunto, e indica a melhor opção de contratação de
demanda por parte da Universidade Federal do Acre (UFAC).
Os anexos apresentam os históricos de medições da UFAC, os contratos firmados entre
a UFAC e a Eletrobrás distribuição Acre e as notificações encaminhadas pela distribuidora a
para universidade.
4
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Com base nisso, no ano de 1996 foi instituída a Agência Nacional de Energia Elétrica
(ANEEL) uma autarquia sob regime especial, vinculada ao Ministério de Minas e Energia
(MME), responsável pela publicação de documentos que normatizam e padronizam diversos
serviços do setor elétrico (SÁ MENEZES, 2014).
Nesse período também foram criados outros agentes do setor elétrico, como é o caso
do Operador Nacional do Sistema (ONS) e do Mercado Atacadista de Energia (MAE). (SÁ
MENEZES, 2014).
Com o crescente número de agentes e empresas do setor elétrico houve a necessidade
de definir as atribuições e estabelecer uma estrutura organizacional que relacionasse de forma
eficiente os diversos atores envolvidos no sistema. A Figura 1 apresenta a estrutura dessa cadeia
hierárquica que é composta pelo Conselho Nacional de Políticas Energéticas (CNPE), Comitê
de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), Ministério das Minas e Energias (MME),
Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Agencia Nacional de Energia Elétrica (ANEEL),
Operador do Sistema (ONS), Câmara de comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e os
agentes envolvidos na geração transmissão comercialização de energia (ABRADEE, 2015a).
No total, existem 63 áreas de concessão no Brasil, podendo ter mais de uma área de
concessão por estado. A maior parte dessas concessionárias são de capital privado, cerca de
73%, as demais possuem capital público (ABRADEE, 2015a).
2.3.1 Consumo
2.3.2 Demanda
A Resolução Normativa 410/2010 define demanda como sendo a média das potências
elétricas ativas ou reativas, solicitada ao sistema elétrico pela parcela de carga instalada em
operação na unidade consumidora durante um intervalo de tempo de 15 minutos, sendo expressa
em quilowatts (kW) e quilovolt-ampère-reativo (kvar), respectivamente.
cada uma, o que acontece em decorrência do perfil de renda ou pelo tipo de atividade exercida
(ANEEL, 2010a).
Embora não seja o alvo desse TCC é importante mencionar que uma parte expressiva
da fatura de energia elétrica é composta por encargos e os impostos. De acordo com o gráfico
da ABRADEE, apresentado na Figura 6, a atual composição tarifária média do Brasil, incluindo
todos os consumidores brasileiros, mostra um percentual de 30% somente com tributos.
12
não dependia do período do ano (sazonalidade). Essa modalidade tarifária é aplicada a unidades
consumidoras pertencentes aos dois grupos, mas com componentes diferentes para cada um
deles. No grupo A é aplicada em sua forma binômia, faturando energia consumida e demanda
de potência. Para o grupo B tem caraterística monômia, sendo faturado apenas o consumo de
energia (ANEEL, 2014a).
A modalidade tarifária convencional para o grupo A foi colocada em processo de
extinção pela Resolução nº479 de 2012 da ANEEL. Antes disso a contratação da modalidade
tarifária convencional por unidades consumidoras do grupo A era restrita aos subgrupos A3a,
A4 e AS que possuíssem um limite de contratação de demanda de 300 kW.
A ANEEL estabeleceu datas de reenquadramento, diferentes para cada distribuidora,
vinculadas ao terceiro ciclo de revisão tarifária. Para a Eletrobras Distribuição Acre os prazos
foram os seguintes:
Consumidores com demanda contratada maior ou igual a 150 kW foram
enquadradas nas modalidades azul ou verde até 23/08/2014;
Consumidores com demanda contratada inferior a 150 kW devem enquadrar-se
nas modalidades azul ou verde até 23/08/2017.
A exceção fica por conta daqueles que possuem carga em subestações particulares com
potência igual ou inferior a 112,5 kVA, que podem optar também pela tarifa de baixa tensão,
ainda que atendidos em tensão primária (IRIBARREM, 2013).
No método de cálculo utilizado nessa modalidade soma-se as parcelas de consumo e
demanda, quando aplicadas aos consumidores do grupo A. Quando há ultrapassagem da
demanda contratada, é acrescentado à soma os custos da demanda de ultrapassagem. Para o
grupo B é composta apenas pela parcela de consumo. De acordo com (PROCEL, 2011) cada
parcela é calculada da seguinte forma:
Onde:
PU = Parcela de Ultrapassagem;
Te = Tarifa de consumo de energia;
Td = Tarifa de demanda contratada;
Tu = Tarifa de ultrapassagem de demanda;
15
CM = Consumo Medido;
DC = Demanda Contratada;
DM = Demanda Medida no mês da ultrapassagem;
DF = Demanda Faturável.
Na modalidade tarifária horossazonal verde (THS verde) utiliza-se uma única tarifa
sobre a demanda contratada e diferentes tarifas sobre a energia consumida, variando de forma
horária ao longo do dia. Antes das mudanças que ocorreram na estrutura tarifária, a tarifa sobre
a energia consumida também variava de forma sazonal ao longo do ano. Somente as unidades
consumidoras dos subgrupos A3a, A4 e AS podem optar por essa modalidade. Sendo ainda
possível para os consumidores destes subgrupos a contratação das modalidades tarifária
horossazonal azul (THS azul) e convencional binômia, de acordo com o contrato de demanda
(ANEEL, 2010a).
A variação da tarifa sobre a energia consumida de forma sazonal ao longo do ano era
definida pelos extintos períodos úmidos, cinco ciclos consecutivos de faturamento referentes
aos meses de dezembro a abril, e seco, sete ciclos consecutivos de faturamento referentes aos
meses de maio a novembro.
A tarifação dessa modalidade é composta pelo seguinte grupo de equações (PROCEL,
2011):
Onde:
Onde:
A Figura 10 apresenta os postos tarifários de ponta, intermediária e fora ponta que são
aplicados a essa modalidade tarifária (SÁ MENEZES, 2014).
No entanto, a resolução normativa 479/2013 restringiu a aplicação da tarifa branca
devido aos altos custos que serão impostos as distribuidoras de energia, responsáveis pela
aquisição desses medidores para todos os consumidores que optarem pela modalidade. Por hora,
espera-se a publicação da resolução específica com a definição dos procedimentos e critérios a
serem observados, para que a modalidade branca possa ser aplicada.
O cálculo da tarifa para essa modalidade é realizado pela soma das parcelas de
consumo de energia de cada posto tarifário, conforme a Equação (2.10).
Onde:
Em face disso, a ANEEL apresentou, no ano de 2011, a proposta geral de uma nova
estrutura tarifária para o serviço de distribuição de energia elétrica. Esta proposta, já teve
algumas mudanças testadas e colocadas em pratica, outras ainda estão em fase de teste e se
limitam a algumas áreas, com previsão de entrarem em vigência ao longo dos próximos anos
(ANEEL, 2011).
De acordo com (PEDROSA, 2012), as principais diferenças propostas no cálculo das
modalidades tarifarias são a criação de um novo posto tarifário, criação da modalidade branca,
a extinção da modalidade convencional binômia, a extinção da sinalização sazonal e a aplicação
das bandeiras tarifárias.
elétrico está ocioso. A (ANEEL, 2011) mantém os postos horários ponta e fora ponta para o
grupo A.
A extinção dessa modalidade tarifária era um fato já anunciado, tendo em vista que o
sistema das distribuidoras não poderia atender eternamente cargas elétricas de grandes
consumidores individuais sem qualquer preocupação com o horário de ponta (IRIBARREM,
2013).
Fazendo uso da modicidade tarifária, a ANEEL tentou sem sucesso incentivar a
migração dos consumidores para as modalidades THS, sendo necessário promover essa
mudança de maneira compulsória através da normativa 479/2012.
2.5.5 Bandeiras
2013 para entrar em vigor em 2014, entretanto, a ANEEL resolveu adiar a implementação tendo
mais um ano para estudar o novo sistema.
As bandeiras tarifárias são três, como em um semáforo, e são aplicadas em todas as
modalidades de tarifação, inclusive nas modalidades convencional monômia e binômia paras
quais não havia sinalização sazonal. As bandeiras verde, amarela e vermelha indicam as
seguintes situações:
Bandeira verde: Condições favoráveis de geração de energia;
Bandeira amarela: Condições de geração menos favoráveis;
Bandeira vermelha: Condições mais custosas de geração.
Inicialmente, o emprego das bandeiras tarifárias era estabelecido pelo ONS conforme
os valores do Custo Marginal de Operação (CMO) e do Encargo de Serviço de Sistema por
Segurança Energética (ESS_SE) de cada subsistema.
O Custo Marginal de Operação (CMO) representa o custo total para se produzir uma
unidade adicional de energia dadas às condições do momento. Quando esse custo está elevado
indica que os níveis de água nos reservatórios encontram-se baixos, ou que há previsão de
aumento de consumo de energia. Nessas condições as usinas termelétricas entram em operação
para compensar respectivamente, a falta de água dos reservatórios das usinas hidrelétricas e o
aumento de consumo, onerando assim o sistema. Os Encargos de Serviço do Sistema (ESS) são
os custos decorrentes da manutenção da confiabilidade e da estabilidade do Sistema Interligado
Nacional (SIN). Esses custos são provenientes da solicitação de despacho do ONS para geração
fora da ordem de mérito, ou seja, despachar a geração de térmica, mesmo sendo mais cara, com
intuito de garantir a segurança futura do suprimento energético nacional (ABRADE, 2014).
Esse método de acionamento das bandeiras esteve em vigor no processo de teste e
durante os dois primeiros meses de 2015 (ANEEL, 2015a). A regra utilizada era seguinte:
Bandeira verde: CMO + ESS_SE inferior ao valor de 200,00 R$/MWh. A tarifa não
sofria nenhum acréscimo;
Bandeira amarela: CMO + ESS_SE igual ou superior a 200,00 R$/MWh e inferior
a 350,00 R$/MWh. A tarifa sofria um acréscimo de R$15,00/MWh sobre o custo
da energia.
Bandeira vermelha: CMO + ESS_SE igual ou superior a 350,00 R$/MWh. A tarifa
sofria um acréscimo de R$30,00/MWh sobre o custo da energia.
23
Durante esse período as bandeiras eram definidas para cada um dos subsistemas
existentes no País, Tabela 3. Assim, todas as distribuidoras desses respectivos subsistemas
tinham a mesma bandeira tarifária quando acionada (ANEEL, 2015a).
A partir de março de 2015 o gatilho para o acionamento das bandeiras passou a ser o
Custo Variável Unitário (CVU) da última usina a ser despachada por ordem de mérito ou
segurança energética segundo condições de operação avaliadas mensalmente pelo ONS, Tabela
4, sendo que agora uma única bandeira é definida para todo o Sistema Interligado Nacional
(ANEEL, 2015b).
Tabela 4 - Maior CVU dentre as usinas despachadas por ordem de mérito.
3 METODOLOGIA
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
1400
1200
1000
800
600
400
200
0
00:00
01:00
02:00
03:00
04:00
05:00
06:00
07:00
08:00
09:00
10:00
11:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
18:00
19:00
20:00
21:00
22:00
23:00
Média dos Dias Utéis Domingo dia 16 Sábado dia 15
Demada Medida em kW
1800
1600
1400
1200
1000
800
600
400
200
0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Valor da Fatura em R$
300.000,00
250.000,00
200.000,00
150.000,00
100.000,00
50.000,00
-
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Os parâmetros utilizados na escolha das demandas contratadas são dos anos anteriores
a cada aditivo simulado, garantindo, assim, que essa mesma decisão pudesse ter sido tomada a
época. Por conta da tendência de aumento gradativo na carga da UFAC, foi usada a maior
demanda medida do ano anterior. Dessa forma, os cálculos foram feitos com a demanda
contratada de 950 kW para o ano de 2011, 988 kW para 2012, 1301 kW para 2013 e, por fim,
1424 kW para o de 2014. A simulação é apresentada na Tabela (6).
No total a economia que poderia ter sido feita é de R$ 1.269.332,12, 16% do valor
faturado no período. Considerando separadamente os anos de 2013 e 2014, onde os valores das
demandas medidas são muito maior que a da contratada, temos uma diminuição de 20,5% e
25% respectivamente.
32
Valor economizado em R$
645.265,81
471.946,54
109.738,62
42.381,15
Gráfico 5 - Estimativa de economia que poderia ter sido feita com adequação da demanda contratada.
Infelizmente, por conta do tipo de medidor que era utilizado, não existem dados de
consumo e demanda de ponta e fora de ponta desse período, com eles poderia ser feita a
simulação do quanto a UFAC teria economizado se tivesse feito opção pelas modalidades
horossazonal.
Esse período ainda foi marcado pelo acréscimo nos valores das faturas por conta da
sinalização das bandeiras tarifárias. A nova sinalização tarifária entrou em vigor em janeiro de
2015 e seu o impacto econômico pode ser visto na Tabela (7).
A UFAC recentemente optou por ser tarifada na modalidade horossazonal verde, para
saber se essa foi uma escolha correta, será feita a simulação do uso das modalidades THS verde
e azul, na comparação dos resultados teremos a modalidade mais adequada para a universidade.
Como os dados do ano de 2015 estão comprometidos, será utilizado a memória de massa
do mês de novembro de 2014, por ser a única memória recente confiável. Levando em
consideração que o processo de climatização da UFAC já havia terminado e que nenhuma
grande carga foi adicionada depois desse período, não há nenhum prejuízo quanto ao uso desses
dados para se estabelecer a melhor tarifa na atualidade, sendo que as características de consumo
continuam praticamente as mesmas.
Na primeira simulação, Tabela (9), foi utilizada uma demanda contratada de 1480 kW,
já que esse foi o valor escolhido pela UFAC recentemente. Nesse caso comparamos a
modalidade verde com demanda contratada de 1480 kW, com a modalidade azul com 1480 kW
de demanda contratada na ponta e na fora ponta.
36
Tabela 9 - Simulação usando 1480 kW como demanda contratada para todos os períodos.
THS VERDE
Componentes Consumo Tarifa c/ Imp. (R$) Valor (R$)
Consumo Ponta 51.044 1,61569 82.471,28
Demanda 1.668 17,205076 28.698,07
Consumo F. Ponta 378.212 0,225036 85.111,32
Demanda Ultra. 188 34,410152 6.469,11
Total 202.749,77
THS AZUL
Componentes Consumo Tarifa c/ Imp. (R$) Valor (R$)
Consumo Ponta 51.044 0,350317 17.881,58
Demanda Ponta 1.480 52,163252 77.201,61
Consumo F. Ponta 378.212 0,225036 85.111,32
Demanda F. Ponta 1.668 17,205076 28.698,07
Dem. Ultra. Ponta 0 104,326504 0,00
Dem. Ultra. F. Ponta 188 34,410152 6.469,11
Total 215.361,68
Os resultados mostram que, para essas condições, a tarifa azul traria um acréscimo de
R$ 12.611,91 em relação a tarifa verde. Porém, os valores de demanda contratada ainda não são
adequados, já que estão distantes dos valores medidos, o que incide em uma fatura mais cara.
THS AZUL
Componentes Consumo Tarifa c/ Imp. (R$) Valor (R$)
Consumo Ponta 51.044 0,350317 17.881,58
Demanda Ponta 1.226 52,163252 63.952,15
Consumo F. Ponta 378.212 0,225036 85.111,32
Demanda F. Ponta 1.668 17,205076 28.698,07
Dem. Ultra. Ponta 0 104,326504 0,00
Dem. Ultra. F. Ponta 188 34,410152 6.469,11
Total 202.112,22
Adequando a demanda contrata na fora ponta para um valor mais próximo do medido,
no caso 1600 kW, temos uma economia de R$ 6.469,11 em ambas modalidades, Tabela (11).
THS AZUL
Componentes Consumo Tarifa c/ Imp. (R$) Valor (R$)
Consumo Ponta 51.044 0,350317 17.881,58
Demanda Ponta 1.226 52,163252 63.952,15
Consumo F. Ponta 378.212 0,225036 85.111,32
Demanda F. Ponta 1.668 17,205076 28.698,07
Dem. Ultra. Ponta 0 104,326504 0,00
Dem. Ultra. F. Ponta 0 34,410152 0,00
Total 195.643,11
38
A Tabela (12) simula uma demanda contratada na fora ponta acima do valor medido.
Usando 1850 kW, a economia, em relação a simulação com 1480 kW, e de R$ 3.337,78.
THS AZUL
Componentes Consumo Tarifa c/ Imp. (R$) Valor (R$)
Consumo Ponta 51.044 0,350317 17.881,58
Demanda Ponta 1.226 52,163252 63.952,15
Consumo F. Ponta 378.212 0,225036 85.111,32
Demanda F. Ponta 1.850 17,205076 31.829,39
Dem. Ultra. Ponta 0 104,326504 0,00
Dem. Ultra. F. Ponta 0 34,410152 0,00
Total 198.774,43
39
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Observando as Tabelas (9) a (12), nota-se que as componentes consumo fora ponta e
demandas fora ponta têm as mesmas contribuições nas duas modalidades THS, sendo que as
tarifas de demandas fora ponta da azul são iguais as tarifas de demandas na verde. Portanto, a
diferença entre os valores totais entre as duas modalidades é estabelecida pelas componentes
de consumo na ponta e as de demandas na ponta, sendo que as de demanda na ponta só existem
na azul.
As curvas de carga da UFAC, Gráficos (1) e (6), mostram que o maior consumo, e os
maiores picos de demanda acontecem no horário fora de ponta, por conta dessas características,
quando estabelecidos valores ideais de demanda contratada nas duas modalidades, há uma
pequena economia na opção tarifária azul em comparação com a verde. Por ser uma economia
pequena, caso o comportamento de consumo da universidade no mês estudado, se repetisse de
maneira semelhante nos demais meses, a opção mais apropriada de modalidade tarifária seria a
THS verde. Nessa modalidade não existiria a preocupação com demanda na ponta, e como foi
visto na comparação entra as Tabelas (9) e (10), uma demanda faturada na ponta distante da
contratada, gera um acréscimo considerável na modalidade azul.
40
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Casa Civil. Lei nº 9.074, de 7 de Julho 1995. Estabelece normas para outorga e
prorrogações das concessões e permissões de serviços públicos e dá outras providências. 1995.
Diário Oficial da União, Brasília, 08 de julho de 1995. Seção I, p. 10125. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9074cons.htm>.
FIGUEIRO, I. C. Tarifa horária para os consumidores residenciais sob o foco das redes
elétricas inteligentes. 2013. 65 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) -
Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, Rio grande do Sul, 2013.
43
ANEXOS
A - Autorização de Acesso e Uso de Dados
45
E –Contrato Atual
51
52
F – Notificação 2011
53
G – Notificação 2012
54
H – Notificação 2013
55
I – Notificação 2014
56
57
J – Notificação 2015
58