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pt.wikipedia.org/wiki/Marshall_McLuhan
Marshall McLuhan
Marshall
McLuhan,
1936
Nacionalidade canadense
Religião Católico
O estudioso era filho de um corretor de imóveis, Herbert Ernest McLuhan, e uma professora
e atriz, Elsie Naomi. Após uma falência nos negócios, seu pai alista-se no exército canadense
para servir na Primeira Guerra Mundial. Após um ano de conflito, Herbert tem seus serviços
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dispensados e a família McLuhan se muda para a capital da província de Manitoba,
Winnipeg. Assim, McLuhan chega, ainda aos 4 anos a cidade aonde cresceria. Em sua
formação mais tenra, o autor frequentou a Kelvin Technical School.
Começou sua formação superior no curso de Engenharia, mas formou-se Bacharel em Artes
em 1933, quando ganhou a University Gold Medal in Arts and Sciences (Medalha de Ouro da
Universidade em Artes e Ciências). Em 1934 ingressou no Mestrado em Literatura Inglesa.
Ambos pela Universidade de Manitoba, no Canadá. No Outono de 1934, ingressou na
Universidade de Cambridge, onde teve contato com os especialistas em literatura inglesa: I.
A. Richards e F. R. Leavis. Formou-se em 1936, ano em que também foi professor-assistente
na Universidade de Winsconsin-Madison. Formou-se mestre em 1940 e doutor em 1942 com
a tese: “O lugar de Thomas Nashe no aprendizado de seu tempo”.
Marshall e Corinne McLuhan tiveram seis filhos: Eric, Mary e Teresa (gêmeas), Stephanie,
Elizabeth e Michael. Os custos para manter uma grande família fizeram com que McLuhan
aceitasse palestrar e fazer consultas em grandes empresas como IBM e AT&T. Em setembro
de 1979, sofreu um derrame que afetou sua fala. A Universidade de Toronto tentou fechar
seu centro de pesquisa logo após, mas houve protestos, o mais notável por Woody Allen.
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McLuhan nunca se recuperou do derrame e faleceu enquanto dormia em 31 de Dezembro
de 1980.
O autor estudava o impacto das novas tecnologias e os efeitos dos meios de comunicação na
sociedade. Em seu estudo, desenvolveu uma série de conceitos que alcançaram grande
fama e foram amplamente divulgados e têm sido revisitados por pesquisadores da
comunicação da atualidade.[1]
As opiniões sobre os conceitos que cunhou se dividem. Alguns o apontam como "guru da
comunicação" e visionário (como Peter Burke, que o classifica como mais aventuroso e
especulativo do que os historiadores [2]), outros o criticam e dizem que seu trabalho era
superficial e baseado em determinismo tecnológico.
Durante sua vida e depois de sua morte, McLuhan influênciou muitos críticos culturais,
pensadores e teóricos da mídia, tais como: Neil Postman, Jean Baudrillard, Timothy
Leary,Terence McKenna, William Irwin Thompson, Paul Levinson, Douglas Rushkoff, Jaron
Lanier, Hugh Kenner, e John David Ebert. Também influenciou líderes políticos , como Pierre
Elliott Trudeau e Jerry Brown.
Em 51, é lançado o primeiro produto de seu estudo no campo que se convencionou chamar
de cultura popular. Seu primeiro livro, The Mechanical Bride: Folklore of Industrial Man.
Inclusive, o título deriva de uma peça dadaísta de Marcel Duchamp.
O livro é composto de vários pequenos textos que podem ser lidos em qualquer ordem, o
que ele estilizou como a "abordagem mosaico" de escrever um livro.
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Cada texto começa com um artigo de jornal ou revista ou uma propaganda, seguido pela
análise de McLuhan. O autor escolheu os anúncios e artigos incluídos em seu livro não
apenas para chamar atenção para os seus simbolismos e suas implicações para as pessoas
jurídicas que os criaram e divulgaram, mas também para ponderar sobre o que essa
publicidade implica sobre a sociedade em geral a que se destina.
Além do estudo dessas transformações, McLuhan nos apresenta como se reconfigura essa
Galáxia de Gutenberg nos tempos da comunicação eletrônica. Foi com esta a obra que
popularizou-se o termo Aldeia Global.
Em sua terceira obra, Understanding Media: The Extension of Man (Os Meios de Comunicação
como Extensões do Homem), o autor "passa em revista as tecnologias do passado e do
presente e mostra como os meios de comunicação de massa afetam profundamente a vida
física e mental do Homem e mostra como elas nos estão levando, do mundo linear,
aristotélico, tipográfico, mecânico, da Primeira Revolução Industrial, para o mundo
audiotáctil, tribalizado, cósmico, da Era Eletrônica".[5] A concepção de McLuhan acerca dos
media e da cultura é resumida em três afirmações fundamentais. A primeira é a de que “os
media são extensões dos homens”; a segunda a de que “o meio é a mensagem”; e a terceira
a de que “os media são uma espécie de motor da história”.[6]
Na primeira parte do livro, McLuhan propõe que os meios em si, e não o conteúdo que
carregam, é que deveriam ser o foco de estudo — popularmente citado como "o meio é a
mensagem". Para justificar-se, McLuhan, defende que: " Toda tecnologia gradualmente cria
um ambiente humano totalmente novo. Os ambientes não são envolvidos passivos mas
processos ativos".
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A compreensão de McLuhan é que um meio afeta a sociedade na qual desempenha um
papel não pelo conteúdo que transmite, mas pelas características do meio em si. McLuhan
apontou a lâmpada elétrica como uma clara demonstração desse conceito. Uma lâmpada
elétrica não possui conteúdo da mesma forma que um jornal possui artigos ou uma televisão
possui programas televisivos, mas ainda assim é um meio que possui um efeito social; isto é,
uma lâmpada elétrica possibilita ações humanas durante a noite que, do contrário, seriam
envolvidas por escuridão. Ele descreve a lâmpada elétrica como um meio sem conteúdo.
McLuhan afirma que "uma lâmpada elétrica cria um ambiente por sua mera presença”.[7] De
forma mais controversa, ele postulou que o conteúdo possuía um pequeno efeito na
sociedade—em outras palavras, não importava se uma televisão transmite programas
infantis ou programas violentos, para exemplificar—o efeito da televisão na sociedade seria
idêntico.
Ainda na primeira parte do livro, o autor trata de outros dos seus conceitos polêmicos, os
meios quentes e frios. Os quais diferencia: "Há um princípio básico no qual se pode
distinguir um meio quente, como o rádio, de um meio frio, como o telefone, de um meio
quente como o cinema, de um meio frio como a televisão. Um meio quente é aquele que
prolonga um único dos sentidos em alta definição. "Alta definição" se refere a um estado de
alta saturação de dados. Visualmente uma fotografia se distingue pela alta definição. Já uma
caricatura ou um desenho animado são de baixa definição, pois fornecem pouca informação
visual. O telefone é um meio frio, de baixa definição, por que ao ouvido é fornecida uma
magra quantidade de informação. A fala é um meio frio de baixa definição, por que muito
pouco é fornecido e muita coisa deve ser preenchida pelo ouvinte. De outro lado, os meios
quentes não deixam muita coisa para ser preenchida ou completada pela audiência".[8]
Sendo assim, argumenta que esses diferentes meios provocam diferentes efeitos no
usuários.
Alguns teóricos atacaram as definições e o tratamento de McLuhan à palavra "meio", por ser
muito simplista.
Umberto Eco, por exemplo, afirma que o meio de McLuhan funde canais, códigos e
mensagens sob o abrangente do termo meio, confundindo o veículo, o código interno e o
conteúdo de uma determinada mensagem em sua obra.[9]
Em Media Manifestos, Régis Debray, assim como Eco, se incomoda com o essa aproximação
reducionista, resumindo suas ramificações. A lista de objeções poderia ser e tem sido
alongada indefinidamente:
- confundir tecnologia em si com seu uso do meio faz deste uma força abstrata e
indiferenciada, e produz sua imagem em um "público" imaginário para consumo de massa;
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Além disso, quando Wired o entrevistou em 1950, Debray afirmou que via McLuhan "mais
como um poeta do que um historiador, um mestre em colagem intelectual em vez de um
analista sistemático(...). McLuhan enfatiza exageradamente a tecnologia como agente por
trás das mudanças culturais. Como se estas ocorressem à custa da utilização que as
mensagens e códigos fazem da tecnologia."[11]
Dwight Macdonald, por sua vez, censura McLuhan por seu foco na televisão e por seu estilo
"aforístico" de prosa. Investe que o autor preencheu Understanding Media com
"contradições, non sequiturs, fatos que estão distorcidos e fatos que não são fatos, exageros
e imprecisão retórica crônica." [12]
"O trabalho de McLuhan foi uma culminação particular de uma teoria estética que tornou-se,
negativamente, uma teoria social [...] Ela é um determinismo tecnológico aparentemente
sofisticado que possui o significante efeito de indicar um determinismo social e cultural [...]
Se o meio - seja o impresso ou a televisão - é a causa, de todas as outras causas, tudo o que
o homem vê ordinariamente como história é imediatamente reduzido a efeitos" (Williams
1990, 126/7)
David Carr afirma que houve uma longa linha de "acadêmicos que construíram uma carreira
desconstruindo os esforços de McLuhan em definir o ecossistema moderno do meio," seja
pelo o que eles enxergam como ignorância de McLuhan frente ao contexto socio-histórico ou
o estilo de seu argumento.[14]
Seu estilo de escrita eclético também foi elogiado por suas sensibilidades pós-modernas[15] e
sua adequação ao espaço virtual.[16]
Trabalho clássico de McLuhan, este livro co-escrito com o designer gráfico Quentin Fiore, foi
finalizado, compilado e produzido por Jerome Agel. Foi publicado em 1967.O livro foi um dos
grandes best sellers do autor, vendendo cerca de um milhão de cópias ao redor do mundo.
Suas 160 páginas são fruto da ideia de transpor os efeitos dos meios sobre o homem em sua
composição visual, reconhecidas como uma composição experimental que foge dos padrões
tradicionais desse meio.
O trabalho adapta o termo “massage” na iniciativa de denotar o efeito que cada meio possui
nos sentidos humanos. Em verdade, a definição do título é resultado de um erro tipográfico,
como descreve o sobrinho de Marshal McLuhan, que ao voltar do tipógrafo atentou que no
lugar da palavra “message” havia a palavra “massage”. McLuhan, na ocasião, preferiu o título
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com o erro, alegando que estava na proposta certa. Atualmente, existem quatro possíveis
leituras da última palavra do título, sendo elas: "Mensagem" e "Mess Age", "massagem" e
"Mass Age".[17]
Sua primeira versão brasileira saiu logo após seu lançamento em New York, [18] com o título
“Os meios são a massagem: um Inventário de Efeitos”. Recentemente, no ano do centenário do
autor (2011), a Editora Imã fez uma nova tradução, adaptando o título para “O meio é a
mensagem: um Inventário de Efeitos”.[19]
Neste livro, Marshall McLuhan trabalha o argumento que primeiramente aparece no prólogo
da obra “The Gutenberg Galaxy”(1962). A ideia de que os meios são “extensões” dos homens
- seus sentidos, mentes e corpos. A obra apresenta conceitos sobre o desenvolvimento dos
meios eletrônicos e seus derivados efeitos sobre os indivíduos e a sociedade. Nele, Mcluhan
descreve pontos-chaves sobre as mudanças na percepção humana a respeito do mundo e
como ela é afetada por cada meio diferente.
Escrito há 40 anos, McLuhan antecipa neste livro os possíveis efeitos do que ele chama de
“circuitação eletrônica”, que se encaixaria no que hoje entendemos como a internet. Ele
chama a atenção para a compreensão em torno da iniciação de um novo ambiente, da
liberdade criativa e informativa que ali surgia. Um ambiente totalmente distinto e
desconectado daquele da imprensa e do livro, caracterizado por uma tecnologia sequencial,
especializada e categorizante.
Nesta obra sua o autor afirma que: "a nova interdependência eletrônica cria o mundo à
imagem de uma aldeia global". Quando ele falou isso, a coisa mais parecida com a internet
que existia eram as redes de computadores militares norte-americanas. Computadores
pessoais domésticos e até portáteis interligados mundialmente eram apenas um sonho,
distante.[20]
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Uma versão em áudio da famosa obra de McLuhan foi feita pela Columbia Records. A
gravação consiste em declarações feitas pelo autor interrompidas por outros oradores. A
sonoplastia inclui pessoas que falam em várias fonações e falsetes, sons discordantes
e músicas incidentais dos anos 60, no que poderia ser considerada uma tentativa deliberada
de traduzir as imagens desconexas vistas na TV em formato de áudio, resultando na
prevenção de uma corrente de pensamento consciente. Várias técnicas de gravação de áudio
e declarações são utilizados para ilustrar a relação entre o que é falado, o discurso literário e
as características dos meios eletrônicos de áudio. O biógrafo de McLuhan, Philip Marchand,
denominou a gravação como “o equivalente a um vídeo de McLuhan em 1967.”
"I wouldn't be seen dead with a living work of art." — Curador de Museu
Em sua quarta obra, Guerra e paz na aldeia global, o autor se utiliza novamente de sua
"abordagem mosaico". Criando uma colagem de imagens e textos ele ilustra seu
pensamento de como a tecnologia elétrica "estimula mais descontinuidade, diversidade e
divisão do que a sociedade mecânica antiga".
McLuhan teve como inspiração o romance Finnegans Wake de James Joyce. Prolongando-se
no estudo das guerras ao longo da história, utiliza-se deste como um indicador de como a
guerra pode ser realizada no futuro. O romance que o norteia é conhecido por ser um
gigante criptograma que revela um padrão cíclico de toda a história do homem através de
seus "Ten Thunders" ou "Dez Trovões".
Cada "trovão" abaixo é uma junção de 100 caracteres de outras palavras para criar uma
declaração que ele compara a um efeito que cada tecnologia tem sobre a sociedade em que
ela é introduzida.
A fim de absorver o maior entendimento de cada um, o leitor deve quebrar os conjuntos em
palavras separadas e fala-las em voz alta para perceber o efeito falado de cada palavra. Há
muita controvérsia sobre o que cada conjunto verdadeiramente significa.
Em De Cliché para Arquétipo, McLuhan estende esses dois termos para além dos seus
significados verbais ou literários habituais. Nesta obra, McLuhan, com a colaboração do
poeta canadense Wilfred Watson, abordou as implicações do clichê verbal e do arquétipo.
Um fato importante, mas raramente notado, que ele introduziu nesse livro foi o conceito
de ''Teatro Global'', sucedendo Aldeia Global.
O autor entende que, em seu nível mais simples, um clichê é uma sonda perceptual, que
promete novas informações, mas apenas reitera antigas formas estereotipadas de
compreensão. Segundo McLuhan, um clichê é uma ação normal, como uma frase, que é
usada tão frequentemente que seus efeitos são "anestesiados".[21]
Já o arquétipo, para ele, "é uma extensão do citado, meio, tecnologia ou meio
ambiente".Ambiente incluiria também os tipos de consciência e mudanças cognitivas trazidas
sobre as pessoas por elas. Essa lógica assemelha-se ao contexto psicológico que Carl
Jung descreveu. McLuhan também diz que existe um fator de interação entre o clichê e o
arquétipo, uma duplicidade.
Outro tema do livro Finnegans Wake que ajuda a entender a mudança paradoxal do clichê ao
arquétipo, é "tempos passados são passatempos". Sendo as tecnologias dominantes de uma
época os jogos e passatempos de uma idade mais avançada. No século 20, o número de
"tempos passados" que eram ao mesmo tempo disponíveis era tão vasto como para criar
anarquia cultural.
Pascal, no século XVII, nos diz que o coração tem suas razões que a própria razão
desconhece. O Teatro do Absurdo é essencialmente uma comunicação para a razão de
algumas das línguas silenciosas do coração que, em duas ou três centenas de anos, tem
tentado esquecer tudo. No mundo do século XVII as línguas do coração foram empurrados
para dentro do inconsciente pelo clichê de impressão dominante.[23]
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As línguas do coração, ou outro modo que McLuhan definiu a cultura oral, fizeram o
arquétipo por meio da imprensa, transformando-o em clichê.
Livro póstumo de Marshall McLuhan. Redigido em co-autoria com Bruce R. Powers fora
publicado homonimamente 9 anos após a sua morte.
A essência do conceito que permeia esta obra se baseia na mudança de percepção de mundo dos
usuários dessas novas tecnologias. Para os autores o desenvolvimento dessas tecnologias
estariam transpondo as culturas mundiais para uma unidade de ambiência, que chamou vila
global.[24] Assim, a obra apresenta a última revisão do autor de seus estudos trazendo
consigo a mais recente abordagem visionária feita por ele com o conceito de vila global.
Contribuinte basilar no fornecimento de uma base teórica sólida para a compreensão das
implicações culturais dos avanços tecnológicos e suas implicações a partir do surgimento de
uma rede eletrônica mundial.
A primeira edição de “Aldeia Global” data de meados da década de 1960, e pode ser
considerada percursora da narrativa globalizante. Sua última ponderação sobre o tema se
concretiza como um dos mais importantes de seus trabalhos. Nele, McLuhan elabora
amplamente sua concepção de 'Espaço Acústico', juntamente com Burke, promovendo,
diante disso, uma aprofundada crítica em cima do padrão ao qual caminhava o modelo de
comunicação do século XX.
A partir disso, desenvolve os conceitos de Espaço visual e Espaço acústico. McLuhan faz uma
distinção entre a visão de mundo existente no Espaço Visual (modelo linear, quantitativo,
clássico e geométrico) e no Espaço Acústico (modelo qualitativo com uma topologia
paradoxal complexa). "Espaço Acústico tem o caráter básico de uma esfera cujo foco ou
centro está, simultaneamente, em todos os lugares e cuja margem está em lugar
nenhum".[25]
Para ilustrar os dois espaços ele aponta o modelo linear (visual) e seu modo quantitativo de
percepção, como uma característica do mundo ocidental. Enquanto que, o modelo
multifacetado(acústico) e seu modo qualitativo de percepção, é tratado como característica
do mundo oriental. Na perspectiva que o homem ocidental não possuiria a capacidade do
oriental de transitar de um comportamento a outro sem um custo à sua saúde mental.
Em defesa dessa concepção, ele argumenta que: De um lado, a mídia impressa adota e
preserva o espaço visual; enquanto de outro, meios como a televisão e as tecnologias
de database (satéiletes e internet), impulsionam seus usuários para um universo mais
dinâmico, multicentralizado no que seria o Espaço Acústico. Alertando, diante disso, que
essa movimentação muito possivelmente não aconteceria suavemente/automaticamente,
mas que seria um processo consciente. O autor aponta que, com o advento da aldeia global,
enquanto resultado do worldwide communication, essas duas visões de mundo co-existiriam
e precisariam ser entendidas simultaneamente, e não a partir de um ponto de vista fixo. A
transição do Espaço Visual para o Acústico não foi automática com o advento da rede
mundial, mas teria que ser um projeto deliberado.
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O "ambiente universal de fluxo eletrônico simultâneo", [26] inerentemente, favorece o Espaço
Acústico. Ainda sim, nós somos retidos por hábitos de aderir a um ponto de vista fixo. Não
existem barreiras para o som, nós ouvimos de todas as direções de uma só vez. Ainda sim, o
Espaço Acústico e o Visual são inseparáveis. O intervalo de ressonância é a fronteira invisível
entre eles.
McLuhan trouxe para a educação um novo enfoque, baseado em suas teorias sobre
comunicação. “Uma rede mundial de computadores tornará acessível, em alguns minutos,
todo o tipo de informação aos estudantes do mundo inteiro”.
"Em nossas cidades, a maior parte da aprendizagem ocorre fora da sala de aula. A
quantidade de informações transmitidas pela imprensa excede, de longe, a quantidade de
informações transmitidas pela instrução e textos escolares", explica McLuhan, em seu livro
"Revolução na Comunicação".[27]
Na civilização da imprensa, que teve seu início marcado pelo surgimento da mesma, as
relações sociais se destribalizaram.
Na civilização da eletricidade, que também teve seu início marcado pelo surgimento do que
a nomeia, as relações sociais humanas passam a ser tribalizadas novamente, pois os meios
de comunicação que surgiram permitem maior interação entre os indivíduos.
Os conceitos de Meios quentes e Meios frios também foram elaborados por McLuhan.
Segundo seu pensamento, cada mudança na tecnologia em suas diversas etapas tem como
consequência mudanças na estrutura da sociedade. Essas mudanças não ocorreriam ao
acaso pois “o surgimento de uma tecnologia não ocorre por uma tentativa isolada do
desenvolvimento técnico em si, mas sim por uma tentativa de transformar, reproduzir, e
documentar as experiências do homem (MCLUHAN, 1974, cap. 6).” [3]
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O conceito é apresentado na primeira parte de Understanding Media. McLuhan afirma que
diferentes meios estimulam diferentes graus de participação por parte de uma pessoa que
escolhe consumir tal meio de comunicação. Alguns meios, como os filmes, eram "quentes"—
isto é, eles demandam um único sentido (neste caso, a visão), de uma maneira que uma
pessoa não precise exercer muito esforço em preencher detalhes do que, no caso, é a
imagem cinematográfica. McLuhan apresenta esse exemplo em contraste ao da televisão,
sendo esta um "meio frio". Segundo ele, este último requer mais esforço da parte de um
espectador para determinar-lhe significado. Se enquadram assim namesma classe dos
quadrinhos, que, devido a suas mínimas apresentações de detalhes visuais, requerem um
alto grau de esforço para preencher com detalhes que o cartunista pode ter tido a intenção
de retratar. Assim, um filme é dito por McLuhan como sendo "quente", intensificando a "alta
definição" de um único sentido", exigindo a atenção do espectador, e um livro de quadrinhos
como "frio" e de "baixa definição", exigindo muito mais participação consciente pelo leitor
para extrair valor.[30]
"Qualquer meio quente permite menos participação do que um frio, como uma palestra
possibilita menos participação do que um seminário, e um livro, menos participação do que
um diálogo."[31]
Meios quentes normalmente, mas não sempre, fornecem completo envolvimento sem
estímulos consideráveis. Por exemplo, impressões ocupam espaço visual, utilizam da visão,
mas podem imergir seus leitores. Meios quentes favorecem precisão analítica, análise
quantitativa e ordenação sequencial, como são normalmente sequenciais, lineares e lógicos.
Eles enfatizam um sentido (por exemplo, de vista ou som) sobre os outros. Por esta razão,
meios quentes podem também incluir o rádio, o cinema, a palestra e a fotografia.
Meios frios, por outro lado, são normalmente, mas não sempre, aqueles que fornecem baixo
envolvimento com estímulos substanciais. Eles requerem mais participação ativa por parte
do usuário, incluindo a percepção de padronizações abstratas e compreensão simultânea de
todas as partes. Portanto, de acordo com McLuhan, meios frios incluem a
televisão, seminários e desenhos. McLuhan descreve o termo "meio frio" como emergente
do jazz e música popular, e, nesse contexto, é utilizado para significar "destacado".[32]
Esse conceito parece forçar os meios em categorias binárias. Apesar disso, os meios quentes
e frios de McLuhan existem em graus contínuos: são mais corretamente medidos em uma
escala do que em termos dicotômicos.
Segundo esse conceito desenvolvido por McLuhan, os meios são extensões dos sentidos dos
homens. Essa dita extensão foi batizada pelo mesmo como “prótese técnica”. Para
exemplificar esse conceito podemos imaginar que a roda é uma extensão dos pés e da
capacidade de locomoção, o telefone a ampliação da nossa fala, uma pinça é a extensão da
mão que proporciona maior precisão ao pegar algo. A relação entre o homem e o meio é
simbiótica, e é preciso considerar esse aspecto para compreender os processos de
transformação social advindos de inovações tecnológicas.
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Diante de uma realidade teórica de valorização apenas da mensagem no processo de
entendimento da comunicação, Marshall reposiciona no centro do debate os meios técnicos
que envolvem essas mensagens. Como cita a professora Filomena Bomfim UFSJ, "A
preocupação inicial era com a apreensão da mensagem. Ele queria provocar um processo de
aprendizagem mais efetivo". [33] Ele coloca as novas tecnologias como um ambiente,
defendendo que suas inter-relações com os sentidos do homem criam uma ambientação de
vivência e ação do homem.
Marshal compreende o meio como uma forma de extensão dos sentidos humanos servindo
como canal a suas potencialidades. Ele apreende o termo “meio” enquanto artefatos; e,
partindo dessa lógica, o capta como além de um simples prolongamento. Ilustra-o
designando, por exemplo, a fala como meio de comunicação do pensamento; as roupas
como uma extensão da pele, a roda como uma extensão do sistema locomotor; o livro como
uma extensão da visão; e, o computador como uma invenção da tecnologia eletrônica do
século XX, que consiste numa extensão ainda mais radical, prologando o próprio sistema
nervoso central.
Esse conceito fora desenvolvido primeiramente no seu livro Os Meios de Comunicação como
Extensões do Homem. Nele, McLuhan inicia a abordagem incitando o leitor sobre a
centralidade do entendimento do desenvolvimento das tecnologias e suas transformações.
Levantando, ainda, que essas inovações resultavam, cada uma, em um novo ambiente
diferenciado, com efeitos e cargas diretamente ligadas com seus lugares simbólicos.[35]
Apresentado como uma desconstrução da obsessão pelo conteúdo dentro dos estudos da
comunicação. O autor identificava que essa obsessão era um resquício da cultura letrada,
incapaz de se adaptar às novas condições tecnológicas. Ainda destaca a necessidade de
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abandonar o excessivo esforço demandado para a interpretação do conteúdo e a
necessidade centralizar as atenções no que deveria ser o verdadeiro alvo dela: o meio.
"Trata-se de uma formulação excessiva pela qual o autor pretende sublinhar que o meio,
geralmente pensado como simples canal de passagem do conteúdo comunicativo, mero
veículo de transmissão da mensagem, é um elemento determinante da comunicação."[36]
Nesse conceito, o autor aborda as relações sinestésicas entre o meio e o sentido explorado
pela extensão. Assim, o meio deve ser analisado como “um conjunto de expressões que uma
linguagem midiática pode decodificar ao ser apropriada por outro usuário”.[37] O meio afeta
a sociedade assumindo um papel de não ser apenas transmissor da mensagem, mas ser ele
próprio a mensagem.
Como paradigma da aldeia global, ele elegeu a televisão. Era este um meio de comunicação
de massa em nível internacional, que começava a ser integrado via satélite. Desprezando, no
entanto, que as formas de comunicação da aldeia são essencialmente bidirecionais e entre
dois indivíduos. Podemos perceber um modelo comunicacional caracterizado,
principalmente, por uma quase-interação mediada[39] proporcionada pela ausência de
feedback e pela disponibilidade de diversos tipos de informações a um número
indeterminado receptores.
Esse conceito recebeu severas críticas e chegou a ser considerado utópico e paradisíaco à
sua época. No entanto, com o advento da Internet, é possível verificar que a ideia de Aldeia
Global é tangível. Apesar de o acesso à Internet não estar disponível para todos, a rede
causou modificações em diversos aspectos do comportamento social como um todo.
Em Leis de Mídia (1988), publicado postumamente por seu filho Eric, McLuhan resumiu suas
ideias sobre a mídia em um tétrade conciso dos efeitos dele. O tétrade é um meio
alternativo para discutir o efeito da tecnologia na sociedade. Tais efeitos são divididos em
quatro categorias(aperfeiçoamento, obsolência, recuperação e reversão) e exibidas
simultaneamente. Em vez de usar um modelo baseado na casualidade, o tétrade organiza
um artefato como um "intervalo de ressonância": um objeto que transcende o tempo; e é
afetado tanto por seus próprios atributos quanto pelo meio ambiente que o cerca.
O principal objetivo do tétrade é criar uma "consciência abrangente", tanto dos artefatos
quanto de seus arredores. Foi projetado como uma ferramenta pedagógica. McLuhan parte
de seu mentor, Harold Innis ao sugerir que o meio "superaquece", ou reverte para uma
forma oposta, quando levado ao extremo.
A criação dessa ferramenta exige que o usuário busque o equilíbrio mental entre o espaço
acústico e visual. Exigindo o poder cognitivo de ambos os hemisférios direito e esquerdo do
cérebro. O tétrade é obtido através de um processo de questionamento, com base no
conhecimento do desenvolvimento histórico, social e tecnológico. São utilizadas quatro
perguntas para analisar qualquer meio:
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Essas questões resultam nos quatro efeitos citados
anteriormente, cujos estão em relação de ressonância (ou
transferência) um com o outro. As partes do tétrade estão
em relação de complementaridade. As leis do tétrade
existem simultaneamente, não sucessivamente ou
cronologicamente, e permite que o "entrevistador"
explore a "gramática e sintaxe" da "linguagem" dos meios
de comunicação
Visualmente, um tétrade pode ser montado como quatro diamantes formando um X com o
nome Mídia no centro. Os dois diamantes da esquerda são Aperfeiçoar (Enhancement) e
Recuperar (Retrieval), qualidades ilustrativas. Os dois diamantes da direita são Obsolescer
(Obsolescence) e Reverter (Reversal), qualidades de fundamento.
A obra de McLuhan, pelo seu estilo e abordagem peculiar, foi muito criticada por várias
correntes teóricas dentro da academia. Tanto por historiadores mais analíticos como Peter
Burke; quanto por marxistas como: Raymond Williams e Enzensberger.
Burke, em seu livro Uma História Social da Mídia, criticou McLuhan pelo seu formalismo em
relação a Televisão. Considera suas ideias extremamente abstratas e ignorando as
características especificas de determinadas culturas:
“ "Atualmente, essa vanguarda apolítica encontrou seu ventríloquo e profeta na figura de Marshall ”
McLuhan, um ator a quem faltam, é verdade, todas e quaisquer categorias analíticas para a
compreensão de processos sociais, cujos livros, apesar de confusos, podem servir de playground
de observações incontroladas sobre a indústria da consciência."
[42]
O Meio é a Mensagem
Aldeia Global
Os meios de comunicação como extensões do homem
A Galáxia de Gutenberg
Revolução na Comunicação
Referências
1. ↑ Burke; Briggs, Peter; Asa (2004). Uma História Social da Mídia. Rio de Janeiro: Zahar. p. 30
2. ↑ L.Eisenstein, Elizabeth (1998). A Revolução da Cultura Impressa. São Paulo: Editora Ática.
p. 8
3. ↑ McLuhan, Marshall. OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO COMO EXTENSÕES DO HOMEM . [S.l.:
s.n.]
4. ↑ SERRA, Paulo (2007). Manual de Teoria da Comunicação. Covilhã: [s.n.]
5. ↑ McLuhan, Marshall. Understanding Media. [S.l.: s.n.] p. 8
6. ↑ McLuhan, Marshall (1974). Understanding Media. [S.l.]: Editora Pensamento - Cultrix.
p. 38 - 50
7. ↑ Regis Debray. «Media Manifesto» (PDF). Consultado em 4 de julho de 2014
8. ↑ Regis Debray. «Media Manifesto» (PDF). Consultado em 4 de julho de 2014
9. ↑ Joscelyne, Andrew. «Debray on Technology»
10. ↑ Mullen, Megan. «Coming to Terms with the Future He Foresaw: Marshall McLuhan's
Understanding Media»
17/18
11. ↑ Mullen, Megan. «Coming to Terms with the Future He Foresaw: Marshall McLuhan's
Understanding Media»
12. ↑ Carr, David (6 de janeiro de 2011). «Marshall McLuhan: Media Savant». The New York
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