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SER VOCACIONADO:

Na Igreja de Cristo ninguém tem autonomia para se autonomear. Pastor,


Presbíteros e Diáconos, todos, sem exceção, precisam ser vocacionados por Deus
para estes ofícios (Hb 5.4). .As únicas pessoas que têm o direito de ser ouvidas
são aquelas a quem Deus enviou e que falam a palavra de Sua boca. Portanto,
para qualquer homem exercer autoridade, duas coisas são requeridas:
o chamamento [divino] e o desempenho fiel do ofício por parte daquele
que foi chamado.

A CI/IPB., Art 108, prescreve isto, com uma perfeita compreensão bíblica:

.Vocação para ofício na Igreja é a chamada de Deus, pelo Espírito Santo,


mediante o testemunho interno de uma boa consciência e a aprovação do povo de
Deus, por intermédio de um concílio.. (Vd. também, Art 109 e §§).

Calvino (1509-1564) comenta:


.O que torna válido um ofício é a vocação, de modo que ninguém pode
exercê-lo correta ou legitimamente sem antes ser eleito por Deus (...).
Nenhuma forma de governo deve ser estabelecida na Igreja segundo o
juízo humano, senão que os homens devem atender à ordenação divina;
e, ainda mais, que devemos seguir um procedimento de eleição preestabelecido,
para que ninguém procure satisfazer seus próprios desejos. (...)
Segundo é a promessa de Deus de governar sua Igreja, assim ele reserva
para si o direito exclusivo de prescrever a ordem e forma de sua administra
ção..57
.A Deus pertence com exclusividade o governo de sua Igreja. Portanto,
a vocação não pode ser legítima a menos que proceda dele..58
O serviço que prestamos a Deus deve ser visto não como uma fonte de lucro ou
projeção, mas como resultado de um chamado irrevogável de Deus. Paulo em seu
ministério tinha esta consciência, de ser apóstolo pela vontade de Deus (Vd. Rm
1.1;
1Co 1.1; 2Co 1.1; Ef 1.1; Cl 1.1, etc.).

2. O PRESBÍTERO:
Introdução:
A) TERMINOLOGIA:

A palavra .Presbítero. é uma transliteração do grego Presbu/teroj que significa


.mais velho. (em relação ao mais novo), .ancião., indicando também um ofício
eclesi
ástico. .Bispo. é a tradução da palavra grega e)pi/skopoj,78 passando pelo latim
(episcopus) que significa .supervisor., .guardião., .superintendente..
B) PRESBÍTERO NA LITERATURA CLÁSSICA:
Este vocábulo, que já era usado desde Píndaro (c. 518- c. 445 a.C.), parece ter
passado por três sentidos: .mais velho.,79 depois, o de .maior importância. e,
finalmente,
o .mais honrado., não havendo nenhuma associação do .mais velho. como
sendo, por exemplo, o .mais fraco.. A idéia presente é de honra e respeito, daí o
conceito de .tomar o primeiro lugar.;80 e, aquilo que, comparativamente, é mais
importante
ou .imperativo..81
Partindo daí, concebe-se a idéia de alguém que assume determinadas funções
oficiais,
como .embaixador. e comandante de um exército, estando, portanto, a idéia
embutida de alguém que .sustenta., .cuida de. e .preocupa-se com. os que estão
sob a sua guarda; ou, ainda que não oficialmente constituído, um .conselheiro..
1) NO ANTIGO TESTAMENTO:
O Antigo Testamento emprega a palavra no sentido literal, de .mais velho.
(Gn 18.11; 19.4; 43.33; 1Sm 2.22; Sl 71.18; Is 20.4) e, também, referindo-se aos
.anciãos do povo. e .anciãos de Israel. . que algumas vezes representavam concí-
lios locais ., os quais tiveram grande relevância na vida de Israel, participando
inclusive
da administração pública (Vd. Ex 3.16; 4.29; 12.21; Dt 16.18; 21.2ss; 22.15; Js
20.4; Rt 4.2; 1Sm 4.3; 8.4; 30.26; Ed 5.9ss; 6.7; 10.14; Jr 29.1; Ez 14.1; 20.1).
Notemos
também, que este costume não era exclusivo de Israel; outros povos também
tinham seus .anciãos. [Gn 50.7 [ARA: .principais. (2 vezes) LXX: presbu/teroi; Nm
22.7].

Posteriormente, no período interbíblico, conforme podemos ver os reflexos ainda


no Novo Testamento, o .ancião. era o membro do Sinédrio que, segundo
compreens
ão corrente, tinha suas origens ligadas aos setenta anciãos escolhidos por Moisés
(Nm 11.16ss).
O .Presbítero. era certamente o .mais velho. em contraste com o .jovem.. Quanto
à idade para ser considerado presbítero, não sabemos; tem sido sugerido entre 50
e
56 anos; no entanto, a comunidade de Qumran exigia a idade mínima de 30 anos
para exercer o ofício de Presbítero.82 No Egito, documentos antigos indicam a exist
ência de presbítero de 45, 35 e 30 anos.83
2) NO NOVO TESTAMENTO:
a) Conforme o uso corrente:
No Novo Testamento encontramos a associação dos .anciãos. como aqueles
que perseguiram a Jesus e aos apóstolos (Mt 16.21; 27.1; At 6.12). Também
são relacionados às tradições recebidas dos rabinos, que eram consideradas no
mesmo nível da Palavra de Deus:84 .tradição dos anciãos. (Mt 15.2; Mc 7.3,5).
O Novo Testamento emprega o termo . como já era habitual ., referindo-se ao
mais velho em relação ao mais moço (Lc 15.25/1Tm 5.1; 1Pe 5.5); à geração mais
velha em contraste com a mais nova (At 2.17) e, também, aos nossos ancestrais
(Hb
11.2).
Entre os judeus, até o ano 70 AD . quando o Templo de Jerusalém foi destruído .
, os oficiais da sinagoga de Jerusalém eram denominados de .Presbíteros.. 85
A palavra aparece 66 vezes no Novo Testamento. A primeira vez que ocorre
referindo-se à Igreja é em At 11.30, indicando a liderança destes irmãos. Os
presbíteros participam com os apóstolos das decisões conciliares de Jerusalém
(At 15.2,4,22,23; 16.4); Paulo dá as últimas orientações aos presbíteros de Éfeso
(At 20.17); os presbíteros de Jerusalém reúnem-se com Tiago, Paulo e Lucas (At
21.18).
1. O Ofício de Presbítero: Não sabemos precisar quando surgiu o ofício de
Presbítero. Contudo, conforme
acentua Bavinck (1854-1921), .quando nós nos lembramos que entre os judeus
o governo do ancião, seja na vida cívica ou nas sinagogas, era uma prática
comum, não devemos nos surpreender com o fato de que dentre os outros
membros da igreja alguns tenham sido escolhidos para assumir a responsabilidade
pela supervisão e disciplina..86
Como vimos, em At 11.30 já registra a sua existência nas Igrejas da Judéia. Pouco
antes do ano 50 AD. encontramos Paulo promovendo nas Igrejas da Galácia, a
eleição de Presbíteros; é relevante aqui o plural (At 14.23). Em 1 Coríntios 12.28,
eles
aparecem sob o nome de .governos.,87 provavelmente, referindo-se àqueles que
presidem (Rm 12.8/1Ts 5.12),88 que seguram bem o leme da igreja mantendo-a na
direção certa.89 Por volta do ano 62 AD. os encontramos na Igreja de Filipos
juntamente
com os diáconos, parecendo indicar algo comum na estrutura da Igreja (Fp
1.1). Pouco mais tarde, lemos Paulo orientando Tito a promover a eleição de
presbí-
teros (Tt 1.5). A Epístola de Tiago, escrita a diversas igrejas, aponta para a
estrutura
comum de vários presbíteros em cada igreja (Tg 1.1/5.14/1Pe 5.1-2). O Novo
Testamento
nos indica que as Igrejas eram governadas por presbíteros, não apenas por
um (At 14.23/Tt 1.5).

O Presbítero é eleito pela Igreja, entre os crentes e com profundo senso de rever
ência (At 14.23).90 Calvino comenta que .porque eles sabiam muito bem que
era coisa de suma importância, não se atreviam a intentá-la senão com
grande temor, considerando detidamente o que tinham em mãos. E cumpriam
seu dever principalmente pedindo a Deus que lhes desse espírito de
conselho e discernimento..91
No Livro de Atos, vemos que os Presbíteros dirigiam a Igreja junto com os
apóstolos
(At 15.2,4,6,22,23; 16.4),92 sendo inclusive as suas sugestões acatadas, como
foi o caso particular de Paulo (At 21.18-26); competindo também a eles .alimentar.
(poimai/nw = pastorear, cuidar, apascentar)93 o rebanho (At 20.28). Presbítero e
Bispo descrevem o mesmo ofício nas páginas do Novo Testamento (At
20.17,28).94
É o Espírito Quem constitui os Bispos, contudo, é natural que aqueles que são
vocacionados
por Deus se sintam chamados para este ofício (1Tm 3.1). No entanto, como
comenta Calvino, ..... visto ser o mesmo um ofício laborioso e difícil; e os
que o aspiram devem ponderar prudentemente se são capazes de suportar
uma responsabilidade tão pesada..95
Este ofício é excelente (1Tm 3.1)(kalo/j = bom, útil). A palavra grega indica algo
que é essencialmente bom, formoso, gentil . a idéia de beleza estética está
classicamente
presente nesta palavra ., útil e honroso. Portanto, quem se sente chamado
para o episcopado, deseja algo que é em si mesmo de grande beleza, utilidade e
honradez.96 Deve ser observado, contudo, que esta vocação, como os talentos em
geral, não visa auferir lucro ou benefícios pessoais, antes, como vimos, edificar a
Igreja.
Deus Se digna em utilizar-se de Seus servos neste honroso serviço.
Entre os presbíteros, há aqueles que presidem e outros que, além disso, se
dedicam
à pregação e ao ensino; todos devem ser honrados com justiça (1Tm 5.17/1Pe
5.5). A esfera do trabalho do Presbítero não se limitava a estas atividades, estando
embutida também, a visita solidária aos enfermos (Tg 5.14).
Certamente devido a responsabilidade e honra do presbiterato, no caso de
disciplina,
esta deve ser exemplar, a começar do processo em si (1Tm 5.19-20).
Para falar do cuidado com o rebanho, Pedro emprega duas palavras antagônicas
para estabelecer o contraste, dizendo que o pastorado deve ser espontaneamente
(e(kousi/wj = intencionalmente, deliberadamente. *1Pe 5.2; Hb 10.26), não por
constrangimento
(a)nagkastw=j = forçadamente, compulsoriamente. *1Pe 5.2), como se
fosse um fardo, algo aflitivo.97 Em outro contexto, Calvino comenta: .O Senhor
espera
que seus servos sejam solícitos e prazerosos em obedecê-lo, em demonstrar
alegria, agindo sem qualquer hesitação. Resumindo, Paulo quer dizer
que a única maneira para se fazer justiça à sua vocação seria desempenhando
sua função com um coração voluntário e de forma solícita..98 Contudo,
isto não indica ausência de responsabilidade, nem negligência; pelo contrário,
nós, conscientes do nosso chamado, devemos aceitar com alegria o ônus do
nosso
ofício (Vd. 1Co 9.16,17; Jd 3),99 sem contudo querer exercer um domínio senhorial
(katakurieu/w = subjugar *Mt 20.25; Mc 10.42; At 19.16; 1Pe 5.3) que seria
prejudicial
à Igreja (1Pe 5.3), mas nos tornando modelo (tu/poj = padrão)(1Pe 5.3/Fp
3.17; 1Ts 1.7; 2Ts 3.9; 1Tm 4.12; Tt 2.7). Devemos ter sempre consciência de que
estamos servindo a Deus por meio do rebanho que pertence a Ele . comprado com
o Seu próprio sangue (At 20.28) ., e, foi Ele mesmo Quem nos confiou (At 20.28;
1Pe 5.2-4). O nosso Supremo Pastor é Quem por Sua graça nos recompensará
(1Pe
5.4).
2. Requisitos para o Ofício de .Presbítero.:

Na introdução das Institutas (1541), referindo-se às Escrituras e aos que a


ensinam,
Calvino escreveu: .Portanto, o ofício dos que receberam mais ampla ilumina ção
de Deus que os outros consiste em dar aos simples o que lhes é necessário
neste assunto e em saber estender-lhes a mão para os conduzir e os ajudar a
encontrar
a essência do que Deus nos quer ensinar em Sua Palavra. Ora, a melhor
maneira de fazer isso é com as passagens que tratam dos assuntos principais e,
por
conseguinte, as que estão contidas na filosofia cristã..130
Os ministros devem ter consciência da graça de Deus em seu ministério; eles são
servos como os demais, tendo, contudo, uma tarefa especial: .Ministros são
aqueles
que colocam seus serviços à disposição de Cristo, para que alguém possa
crer nele. Além do mais, eles não possuem nada propriamente seu do quê
se orgulhar, visto que também não realizam nada propriamente seu, e não
possuem virtude para excelência alguma exceto pelo dom de Deus, e cada
um segundo sua própria medida; o que revela que tudo quanto um indiví-
duo venha a possuir, sua fonte se acha em outrem. Finalmente, ele os mant
ém todos juntos como por um vínculo comum, visto que tinham necessidade
do auxílio mútuo..131
O ensino da Palavra é um privilégio responsabilizador; consiste em partilhar com
o nosso próximo as riquezas que o Espírito tem nos concedido: .Quando o Senhor
nos abençoa, também nos convida a seguirmos seu exemplo e a sermos
generosos
para com o nosso próximo. As riquezas do Espírito não são para serem
guardadas para nós mesmos, mas sempre que alguém as recebe deve
também passá-las a outrem. Isto deve ter uma aplicação especial aos ministros
da Palavra, mas também tem uma aplicação geral a todos os homens,
a cada um em sua própria esfera..132
Mesmo a igreja tendo a oportunidade de ler as Escrituras individualmente, aos
presbíteros compete a tarefa de ensinar a Palavra com sistematicidade,
simplicidade
e profundidade, adequando o ensino ao nível de seu público. Calvino traduz a
metá-
fora usada por Paulo, .maneja bem. (o)rqotome/w)133 (2Tm 2.15) por .dividindo
bem.,

fazendo a seguinte aplicação: .Paulo (...) designa aos mestres o dever de gravar
ou ministrar a Palavra, como um pai divide um pão em pequenos peda-
ços para alimentar seus filhos. Ele aconselha Timóteo a .dividir bem., para
não suceder que, como fazem os homens inexperientes que, cortando a superf
ície, deixam o miolo e a medula intactos. Tomo, porém, o que está expresso
aqui como uma aplicação geral e como uma referência à judiciosa
ministração da Palavra, a qual é adaptada para o proveito daqueles que a
ouvem.134 Há quem a mutile, há quem a desmembre, há quem a distorce,
há quem a quebre em mil pedaços, e há quem, como observei, se mantém
na superfície, jamais penetrando o âmago da doutrina. Ele contrasta todos
esses erros com a boa ministração, ou seja, um método de exposição adequado
à edificação. Aqui está uma regra pela qual devemos julgar cada interpreta
ção da Escritura..135
Calvino acentuou a responsabilidade do Presbítero: Deus Se dignou em nos
consagrar
a Si mesmo .as bocas e línguas dos homens, para que neles faça ressoar
Sua própria voz...136 (Grifos meus). Portanto, os pastores não estão a seu
próprio serviço, mas de Cristo; eles não buscam discípulos para si mesmos, mas
para
Jesus Cristo: .A fé não admite glorificação senão exclusivamente em Cristo.
Segue-se que aqueles que exaltam excessivamente a homens, os privam
de sua genuína grandeza. Pois a coisa mais importante de todas é que eles
são ministros da fé, ou seja: conquistam seguidores, sim, mas não para eles
mesmos, e, sim, para Cristo..137

A esfera da autoridade do presbítero é derivada da Palavra: .A primeira regra do


ministro é não tentar fazer coisa alguma sem estar baseado nalgum mandamento
..138 .A Escritura é a fonte de toda a sabedoria, e os pastores terão de extrair dela
tudo o que eles expõem diante do seu rebanho..139
Todo o ofício do Presbítero gira em torno da Palavra: .Porque devemos ter
como coisa resolvida que todo o ofício deles se limita à administração da
Palavra de Deus, toda a sua sabedoria consiste somente no conhecimento
dessa Palavra, e toda a sua eloqüência ou oratória se restringe à pregação
da mesma. Se se afastarem dessa norma, serão tolos em seus sentidos, gagos
em seu falar, traiçoeiros e infiéis em seu ofício, sejam eles profetas, ou bispos,
ou mestres, ou pessoas estabelecidas em dignidade mais alta..140
Deste modo, aquele que prega deve ter consciência de que o púlpito não é o lugar
para se exercitar as opiniões pessoais e subjetivas, mas sim, para pregar a
Palavra,
anunciando todo o desígnio de Deus, sob a iluminação do Espírito. O Espírito
honra exclusivamente a Sua Palavra, não a nossa. Lloyd-Jones (1899-1981),
numa
série de sermões pregados (1963) sobre Isaías 1.1-18, declarou corretamente:
.Não estou aqui para ventilar minhas próprias idéias e teorias, porém para
expor a Palavra de Deus..141 Sem a Palavra, o púlpito torna-se um lugar que no
máximo serve como terapia para aliviar as tensões de um auditório cansado e
ansioso
em busca de refrigério para as suas necessidades mais imediatamente
percebidas.
Ele pode conseguir o alívio do sintoma, mas não a cura para as suas reais
necessidades.
Os presbíteros foram chamados por Deus não para pregarem suas opiniões, mas,
o Evangelho de Cristo. E mais, o Evangelho deve ser anunciado em sua inteireza,
sem misturas, adições e cortes: Isso nos distingue essencialmente dos falsos
mestres:
..A verdade do evangelho. deve ser considerada como sendo sua genu
ína pureza ou, o que vem a ser a mesma coisa, sua pura e sólida doutrina.
Pois os falsos apóstolos não aboliam totalmente o evangelho, mas o adulteravam
com suas noções pessoais, de modo que ele logo passava a ser falso
e mascarado. Isso é sempre assim quando nos apartamos, mesmo em grau
mínimo, da simplicidade de Cristo. Quão impudentes, pois, são os papistas
ao se vangloriarem de que possuem o evangelho, pois ele não só é corrompido
por uma infinidade de invenções, mas também é mais que adulterado
por dogmas infindáveis e pervertidos..142
sabedoria concedida por Deus (Cf. Tg 3.17). Esta palavra quando aplicada à
autoridade
constituída, denota eqüidade, magnanimidade. Na literatura clássica este termo
era empregado para representar .o caráter daqueles que têm mente nobre,
do sábio que permanece meigo diante dos insultos, do juiz que é clemente
no julgamento, e do rei que é bondoso no seu reino. Desta forma, aparecem
freqüentemente em retratos do soberano ideal, e em elogios acerca de homens
de alta posição..143
É a palavra que reconhece que há ocasiões nas quais a aplicação pura e simples
da lei seria injusta; feriria o próprio princípio da lei. Os gregos diziam que .a
epieikeia
devia ter lugar naqueles casos em que a estrita justiça se tornava injusti-
ça por sua generalização..144.Epieikeia é a qualidade do homem que sabe
que as leis e prescrições não são a última palavra; do homem que sabe
quando não se deve aplicar a letra da Lei..145 Aquele que tem a consciência de
que legalidade não é necessariamente sinônimo de legitimidade. O que está certo
do ponto de vista legal pode estar equivocado do ponto de vista moral.146
10) Governe bem a sua própria casa: A palavra para governar é proi/sthmi,
que significa também, .administrar., .reger., .liderar., .presidir.. 1Tm 3.4,5,12; Tt
1.6.147 A palavra era empregada no grego clássico no sentido de .proteger.,
.guardar
. e ajudar. (Eurípides, Demóstenes, Políbio).
Os presbíteros que .presidem bem. a Igreja devem ser honrados
proporcionalmente
(1Tm 5.17).148 O governar bem está associado ao que Paulo escreveu aos
Romanos: .o que preside, com diligência (spoudh/). (Rm 12.8).
A palavra traduzida por diligência (spoudh/), indica um comportamento que se
esfor
ça por fazer todo o possível para alcançar o seu objetivo. Ela esta relacionada no
Novo Testamento à solicitude fraterna: Paulo, preso em Roma pede a Timóteo
esta
urgência em encontrá-lo (2Tm 4.9,21). Depois, em outro contexto, solicita o
mesmo
a Tito (Tt 3.12). Paulo descreve a amizade benfazeja de Onesíforo, quem o
procurou
solicitamente quando muitos de seus amigos o haviam abandonado: .Estás ciente
de que todos os da Ásia me abandonaram; dentre eles cito Fígelo e Hermógenes.
Conceda o Senhor misericórdia à casa de Onesíforo, porque, muitas vezes, me
deu
ânimo e nunca se envergonhou das minhas algemas; antes, tendo ele chegado a
Roma, me procurou solicitamente (spoudai/wj) até me encontrar. O Senhor lhe
conceda, naquele Dia, achar misericórdia da parte do Senhor. E tu sabes, melhor
do
que eu, quantos serviços me prestou ele em Éfeso. (2Tm 1.15-18). Paulo pede a
Tito
que encaminhe a Zenas e a Apolo, orientando-o para que nada falte àqueles ir-
mãos: .Encaminha com diligência (spoudai/wj) Zenas, o intérprete da lei, e Apolo, a
fim de que não lhes falte coisa alguma. (Tt 3.13). Ainda falando sobre diversos
deveres
da vida cristã e, em especial descrevendo a fraternidade, Paulo recomenda: .No
zelo (spoudh/), não sejais remissos; sede fervorosos de espírito, servindo ao
Senhor
. (Rm 12.11).(2Co 8.7-8).
Essa palavra tem implicações éticas, visto que está associada, por exemplo, ao
esforço que os crentes devem despender em manter a unidade do Espírito (Ef
4.3),
ao zelo em socorrer a outros irmãos (Gl 2.9-10; 2Co 8.7,8,16) e, em corrigir uma
injusti
ça (2Co 7.11-12). Ela também está relacionada ao crescimento espiritual com
um fim escatológico. O escritor de Hebreus referindo-se a alguns heróis da fé que
viveram
na esperança da promessa de Deus quanto ao descanso futuro, e de outros
homens que foram incrédulos, escreve: .Esforcemo-nos (Spouda/zw), pois, por
entrar
naquele descanso..... (Hb 4.11). Quanto à esperança da vinda de Cristo e à nossa
maneira de viver hoje, Pedro escreve: .Esperando e apressando (speu/dw) a vinda
do dia de Deus, por causa do qual os céus incendiados serão desfeitos e os
elementos
abrasados se derreterão. (2Pe 3.12). A idéia aqui expressa, não é a de que
possamos modificar o dia do regresso de Cristo. A palavra traduzida por .apressar.
(speu/dw), indica um desejo intenso pelo que virá, envolvendo a idéia de
diligenciar
com zelo, solicitude, urgenciar, etc. Ela revela uma pressa prazerosa daquilo que
ter
á de ocorrer. Falando sobre a necessidade que os crentes têm de usar dos meios
de graça, Pedro orienta: .Por isso mesmo, vós, reunindo toda a vossa diligência
(spoudh/), associai com a vossa fé a virtude; com a virtude, o conhecimento; (...)
Por
isso, irmãos, procurai, com diligência (Spouda/zw) cada vez maior, confirmar a
vossa
vocação e eleição; porquanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo
algum.
(2Pe 1.5,10). O Cristianismo é essencialmente um caminho de vida, fundamentado
na prática do Evangelho, conforme ensinado por Jesus Cristo. A santificação é,
portanto,
um desafio a perseguirmos este caminho, nos empenhando por fazer a vontade
de Deus. Por isso, a santificação nos fala de caminharmos sempre em direção ao
alvo proposto por Deus, com os nossos corações humildes, desejosos de agradar
a
Deus, de fazer a Sua vontade com o sentimento adequado. Daí a exortação de
Pedro
de que nos esforcemos por ser achados pelo Senhor .sem mácula.: .Por essa
razão, pois, amados, esperando estas coisas, empenhai-vos (spouda/zw) por
serdes
achados por ele em paz, sem mácula e irrepreensíveis. (2Pe 3.14).
Paulo diz aos tessalonicenses do seu esforço para poder visitá-los (1Ts 2.17).
Pedro demonstrou esta mesma diligência em ensinar o Evangelho às Igrejas (2Pe
1.15). Judas revela o mesmo ao escrever a sua Epístola (Jd 3). Paulo roga a Timó-
teo que procure, esforce-se por apresentar-se a Deus como obreiro aprovado
(2Tm
3.15).
Deste modo, Paulo está nos dizendo que o presbítero deve ter empenho
semelhante
na administração dos negócios da igreja.
11) Criando seus filhos com disciplina e respeito: 1Tm 3.4. Disciplina, obedi-
ência (u(potagh/) (*2Co 9.13; Gl 2.5; 1Tm 2.11) tem o sentido de .submissão. e
respeito
(semno/thj = respeito, reverência, dignidade). (*1Tm 2.2; 3.4; Tt 2.7). Esta palavra
indica uma atitude correta, nobre e honrada, acompanhada de ordem e decên
cia.149 Deste modo, a educação com disciplina e obediência, envolve uma
combina-
ção harmoniosa entre dignidade e cortesia, independência e humildade, disciplina
e
amor.
Recordemos um pouco: No Antigo Testamento vemos a educação sendo
amplamente
praticada dentro do lar, sendo os mestres os próprios pais (Ex 10.2; 12.26;
13.8). A família sempre desempenhou um papel fundamental dentro da educação
judaica, sendo extremamente preventiva e orientadora. Mesmo dentro de um
processo
evolutivo, a educação familiar jamais foi substituída ou preterida. A educação
dos filhos era algo prioritário e constante, considerando em seu currículo os
grandes
feitos de Deus na História. Na instituição da Páscoa, Deus já os instrui a respeito
do
que aconteceria e como os pais deveriam ensinar seus filhos: .Guardai, pois, isto
por
estatuto para vós outros e para vossos filhos, para sempre. E, uma vez dentro na
terra que o SENHOR vos dará, como tem dito, observai este rito. Quando vossos
filhos
vos perguntarem: Que rito é este? Respondereis: É o sacrifício da Páscoa ao
SENHOR, que passou por cima das casas dos filhos de Israel no Egito, quando
feriu
os egípcios e livrou as nossas casas. Então, o povo se inclinou e adorou. (Ex
12.24-
27).
Notemos que a educação judaica tinha como elemento de extrema relevância as
perguntas, as quais certamente eram estimuladas, feitas pelos filhos aos pais ou
aos
sacerdotes: .Quando vossos filhos vos perguntarem: Que rito é este?
Respondereis....
. (Ex 12.26); .Naquele mesmo dia, contarás a teu filho, dizendo..... (Ex 13.8);
.Quando teu filho amanhã te perguntar: Que é isso? Responder-lhe-ás..... (Ex
13.14); .Quando teu filho, no futuro, te perguntar, dizendo: Que significam os
testemunhos,
e estatutos, e juízos que o SENHOR, nosso Deus, vos ordenou? Então, dir
ás a teu filho..... (Dt 6.20,21); .Passai adiante da arca do SENHOR, vosso Deus,
ao
meio do Jordão; e cada um levante sobre o ombro uma pedra, segundo o número
das tribos dos filhos de Israel, para que isto seja por sinal entre vós; e, quando
vossos
filhos, no futuro, perguntarem, dizendo: Que vos significam estas pedras?, ent
ão, lhes direis..... (Js 4.5-6). .As doze pedras que tiraram do Jordão, levantou-as
Josué em coluna em Gilgal. E disse aos filhos de Israel: Quando, no futuro, vossos
filhos perguntarem a seus pais, dizendo: Que significam estas pedras?, fareis
saber
a vossos filhos, dizendo..... (Js 4.20-21).
Antes de o povo entrar na Terra Prometida, Deus, por intermédio de Moisés,
exorta
a Israel: .Tão-somente guarda-te a ti mesmo e guarda bem a tua alma, que te não
esqueças daquelas coisas que os teus olhos têm visto, e se não apartem do teu
cora
ção todos os dias da tua vida, e as farás saber a teus filhos e aos filhos de teus
filhos.
Não te esqueças do dia em que estiveste perante o SENHOR, teu Deus, em
Horebe, quando o SENHOR me disse: Reúne este povo, e os farei ouvir as minhas
palavras, a fim de que aprenda a temer-me todos os dias que na terra viver e as
ensinar
á a seus filhos. (Dt 4.9-10).
Deus orienta aos pais a usarem de vários meios para ensinar seus filhos a Lei a
fim de que não se esquecem de Deus, nem de Seus atos soberanos na história:
.Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR. Amarás, pois, o
SENHOR,
teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força.

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