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O documento analisa o Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal (PDDM) de Caetité-BA à luz do Estatuto da Cidade. O PDDM de Caetité foi elaborado em 2006 para cumprir a lei, mas sem participação popular eficaz. O plano ignorou a expansão urbana em curso impulsionada pela mineração e não garantiu a função social da cidade.
O documento analisa o Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal (PDDM) de Caetité-BA à luz do Estatuto da Cidade. O PDDM de Caetité foi elaborado em 2006 para cumprir a lei, mas sem participação popular eficaz. O plano ignorou a expansão urbana em curso impulsionada pela mineração e não garantiu a função social da cidade.
O documento analisa o Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal (PDDM) de Caetité-BA à luz do Estatuto da Cidade. O PDDM de Caetité foi elaborado em 2006 para cumprir a lei, mas sem participação popular eficaz. O plano ignorou a expansão urbana em curso impulsionada pela mineração e não garantiu a função social da cidade.
A política de desenvolvimento urbano no país consolida com a Lei de n°
10.257 (Estatuto da cidade) a garantia de um espaço que priorize o pleno desenvolvimento das suas funções sociais. Portanto esse trabalho tem a finalidade de realizar uma breve analise crítica do Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal (PDDM) de Caetité – BA, com o intuito de contribuir com o reconhecimento, a caracterização dos aspectos sociais, e a garantia da regularização de zonas de interesses socais. Nesse sentido preza por apontar parâmetros instituídos pelo próprio Estatuto da Cidade e o modo de como o município Caetiteense conceituou a política de desenvolvimento municipal, frente ao modo de produção econômica existente na cidade, e a regulamentação do PDDM como instrumento capaz de construir o direito social. Localizada a 645 quilômetros de Salvador, Caetité possuía de acordo ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estáticas (IBGE, 2010) uma população de 47.515 habitantes, apresentando uma taxa de urbanização de 58,88% e tendo sua população predominantemente residindo em área urbana, sendo uma parcela de mais de 28 mil habitantes.
CONSOLIDAÇÃO DO ESPAÇO URBANO:
Criado a partir da lei estadual de nº 995 de 26/02/1810, o município de Caetité
consolida-se o seu espaço urbano a partir de atividades econômicas baseadas, principalmente na agricultura de subsistência, que influenciou na estruturação espacial do município (TEIXEIRA, S/A). Compondo o território de identidade do Alto Sertão Produtivo, o município de Caetité vê uma crescente expansão urbana no final do século XX e inicio do século XXI devido a forte influencia da economia que se consolidou a partir da indústria mineradora e no setor comercial. Segundo os paramentos da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI, 2016) o município teve um crescimento na sua taxa populacional entre os anos de 1991 a 2000 de 1,4% ao ano, e dos anos de 2000 a 2010 uma taxa de crescimento de 0,4% ao ano, tendo uma projeção de crescimento até o ano de 2020, superando a população de 51 mil habitantes. Em 1999 o município começa a se estruturar sua organização espacial baseada numa conjuntura mineradora com a implantação das Industrias Nucleares do Brasil (INB), a mineração de pedras preciosas, e mais tarde a criação do complexo gerador de energia eólica, garantindo a consolidação do município, e do território do Sertão Produtivo como importante entreposto econômico e político do Estado. Com a perspectiva de crescimento em torno da economia municipal, os primeiros indícios de leis que regulamentam o espaço, e conceitua paramentos sociais, entra em vigor no município a Lei orgânica de 05 de abril de 1990, que com as promessas de desenvolvimento em relação à mineração, visava-se um plano de desenvolvimento e, sobretudo de condicionantes urbanas, destacando de forma superficial parâmetros de parcelamento do solo, o zoneamento da cidade e exposto no artigo 7° o intuito de elaboração e execução do Plano Diretor do município, com a finalidade de garantir a função social do espaço da cidade.
PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO DO MUNICÍPIO (PDDM) PÓS-
OBRIGATORIEDADE DO ESTATUTO DA CIDADE:
Segundo Lopes e Henrique (2010) nas pesquisas integradas a
Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia, referente às cidades médias e pequenas, destacam as contradições em adjetivar o porte da cidade com relação à aglomeração populacional e subsequentemente o tamanho conduz aos estudos de hierarquização urbana, que por sua vez conceitua-se o “tamanho” da cidade com relação ao seu contingente populacional. Assim a denominação de cidades media e pequena, é inserido na classificação de que são cidades pequenas aquelas com até 20 mil habitantes, e cidades médias são consideradas aquelas superiores a tal quantidade. De certo modo o conceito de cidades medias e pequenas conduz a uma adjetivação popular referente a escala de grandeza, levando em consideração ao porte populacional (LOPES E HENRIQUE, 2010, P. 18). De fato com a implementação do Estatuto da Cidade, consta a determinação do Plano Diretor no artigo 41 do Estatuo da Cidade (2001) definindo a obrigatoriedade do mesmo levando em conta a aglomeração populacional. Consta no Estatuto das Cidades, a obrigatoriedade do PDDM para cidades:
I – com mais de vinte mil habitantes;
II – integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas; III – onde o Poder Público municipal pretenda utilizar os instrumentos previstos no 4o do art. 182 da Constituição Federal; IV – integrantes de áreas de especial interesse turístico; V – inseridas na área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de âmbito regional ou nacional. De tal modo, após a obrigatoriedade do Plano Diretor o que antes era uma peça técnica que condizia o uso e ocupação do solo e expansão do território urbano, inscrito na Constituição Federal de 1988, passa a ter uma abrangência relativa contemplando todo espaço território do município, levando em consideração, teoricamente, a participação popular, e a responsabilidade social da terra (LOPES E HENRIQUE, 2010). Segundo Santos (2017) o Estatuto respalda de forma jurídica o plano diretor como um instrumento normativo de implantação de políticas urbanas municipais, representando um avanço instituído pela Constituição Federal de 1988. Nota-se com a implementação do Estatuto da Cidade (2001) a tentativa da construção do direito social de um espaço caracterizado apropriado para a população. Sampaio (2018) implica na criação de paradigmas relacionados ao espaço urbano das cidades medias e pequenas, criticando a aplicação de uma ideologia expansionista confundida a noção de desenvolvimento. Tal conceituação acarreta em equívocos que tratam o desenvolvimento urbano das cidades medias e pequenas, apenas como um inchaço populacional, se alastrando para os Planos Diretores a ideia de solucionar um crescimento ilimitado, fugindo assim da conjuntura apresentada pelas cidades de menor porte. IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL EM CAETITÉ:
Pós-regulamentação do Estatuto da cidade, Lei de n° 10.257 (2001), institui a
obrigatoriedade do Plano Diretor conforme implicações discriminadas no art. 41 do Estatuto, visando caracterizar medidas como instrumento básico de políticas de desenvolvimento de expansão urbana, visando assegurar a função social do espaço urbano, descrito nos art. 39 e 40. A elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento do Município de Caetité se deu em contexto de perspectivas de crescimento urbano, e expansões econômicas visados na implementação da indústria mineradora, implantada em 1999 e ampliadas a partir de 2008 (SEI, 2016). Embora surgir a promessa de desenvolvimento do município, e o crescimento eminente às únicas leis que regulamentava o uso do solo urbano, foi à lei orgânica, ou seja, o código de postura do município, datado de 1990, e o código de obras, instituídos a partir de 2003. Com a obrigatoriedade do plano diretor destaca-se a obrigatoriedade para o município, entrando nos critérios populacional, e inserido em um ambiente de significativo impacto ambiental, devido às atividades mineradoras. A lei de n° 632 e instituída no município de Caetité em 2006, sobe uma perspectiva de cumprir a legalidade instituída pelo Estatuto das Cidades. Segundo Santos (2019) grande parte dos municípios de médio e pequeno porte apresentaram dificuldades em garantir com eficácia as ferramentas do Estatuto da Cidade, ficando a elaboração do Plano até o final do prazo de cinco anos definidos pelo Estatuto. Sampaio (2018) caracteriza a implementação do Plano Diretor de Caetité como um caso emblemático, que surgiu apenas para constar na obrigatoriedade instituída pelo Estatuto da Cidade, sendo ignorado pelo poder público e privado, considerando como ineficaz diante as premissas exigidas por lei. Consta no artigo 40 do estatuto da Cidade a garantia de um processo de planejamento participativo, onde ficará por responsabilidades dos poderes Executivo e Legislativo dos municípios a promoção de audiências públicas que conduzirá a uma efetiva participação da população assegurando principalmente a função social da cidade. A promulgação da lei de n° 632, o Plano de Desenvolvimento do município, foi referido por Sampaio (2018) como um processo lastimável, que foi elaborado sem a participação da sociedade civil, e aprovado apenas para cumprir pautas, sem ao menos considerar o processo de expansão da malha urbana do município.
ANALISE DO PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO MUNICÍPIO DE CAETITÉ