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Legislação e normas técnicas referentes ao ambiente de trabalho

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Ms. Cristhiane Eliza dos Santos

Revisão Textual:
Profa. Esp. Márcia Ota
Legislação e normas técnicas referentes ao
ambiente de trabalho

Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:


• Introdução ao tema
• Orientações para leitura obrigatória
• Material Complementar

Fonte: Thinkstock/Getty Images


Objetivos
• Levar aos alunos ao conhecimento de informações técnicas e legais (normas e
legislações específicas relacionadas ao trabalho na sua forma mais abrangente) que o
capacitem a aplicar esses conhecimentos em sua rotina.

Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o
último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.

Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo,
você poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou
alguns dias e determinar como o seu “momento do estudo”.

No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões


de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e
auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns
de discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além
de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço
de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE
Legislação e normas técnicas referentes ao ambiente de trabalho

Introdução ao tema
Para que se tenha uma melhor compreensão das normas e legislações aplicadas ao
ambiente de trabalho, vamos primeiro entender o que é o ambiente de trabalho.

O ambiente de trabalho poderia se resumir em um local onde se desenvolvem as


ações de trabalho, convivência e permanência dos trabalhadores, enquanto no exercício
de suas atividades laborais.

Desde a Revolução Industrial até os dias de hoje, não só o ambiente de trabalho


passou por uma grande evolução, como também as relações trabalhistas.

A Constituição de 1988 teve uma preocupação em assegurar ao ser humano a


garantia à saúde e segurança contra o crescimento da exploração de mão de obra,
proporcionando sua integridade física, psíquica e mental, por via de novas ideias na
batalha dos trabalhadores por um meio ambiente saudável, habitat de trabalho - que não
se resume apenas no chão da fábrica, mas em qualquer outro lugar que seja para exercer
suas atividades.

A CLT no seu Capítulo V determina que tanto empregado quanto empregador devem
se submeter às normas de segurança e ainda conta com vários mecanismos legais para
proteção do trabalhador.

As NRs regulamentadas pela Portaria nº 3.214 de 08 de junho de 1978, tratam da


Segurança e Medicina do trabalho.

Vale apena destacar a NR 4 – Serviços Especializados em Segurança e Medicina


do Trabalho que tem a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do
trabalhador em seu local de trabalho. Também dimensiona o SESMT das organizações,
levando-se em conta o grau de risco e o número de empregados.

A NR 7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSOP) tem


por objetivo a promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores.
Note que esta NR tem interface com muitas outras: nasce a partir de um PPRA (NR9)
e tem apoio de ação na NR4 (composição de um SESMT), NR15 (insalubridade),
NR16 (periculosidade), NR17 (ergonomia), NR6 (EPIs), NR1 (disposições gerais), NR24
(condições sanitárias).

A NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, estabelece a obrigatoriedade


da elaboração e implementação de um programa de Higiene Ocupacional visando à
preservação da saúde e integridade física dos trabalhadores, através da antecipação,
reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais
existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho.

Estes conceitos ficarão mais claros com as leituras indicadas e as videoaulas que
constituem esta Unidade.

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Leitura Obrigatória
As nossas legislações assim como as relações do trabalho tiveram uma evolução
considerável. Por isso, é fundamental que todos compreendam como essas legislações
funcionam atualmente. Importante salientar que a Constituição de 1988 foi um marco
na evolução da legislação referente à segurança do trabalho.

Vale lembrar que saímos de uma atividade essencialmente agrícola com interferência
da igreja, passando por períodos de ditatura, em que houve inspiração no regime
fascista de Mussolini, chegando aos dias de hoje em uma democracia.

Atento(a) a esses aspectos, inicie suas leituras pelo Capítulo II da Constituição, (Dos
Direitos Sociais) art. 7°, incisos XXII, XXIII, XXVIII e XXXIII, ou seja, da página 64 a 65
e 67 a 69 da obra de Costa Machado, Constituição Federal Interpretada, disponível na
Biblioteca Virtual Universitária. Para acessar esta obra, percorra o seguinte caminho:
Após entrar em sua “área do aluno”, no menu à esquerda da tela, clique em “E-books – Bib.
Virtual Universitária”. No topo da tela que abrirá, haverá um campo de busca para autor,
título, assunto, etc. para que você digite Constituição Federal Interpretada e clique na capa
que aparecer como resultado. Terá, então, a seguinte interface de leitura:

Note a seta ao lado direito da tela para avançar página a página,


assim como perceba que os ícones no rodapé da tela correspondem
a determinadas funções, entre as quais: ampliar a visualização
(zoom), marcar a obra como favorita, imprimir trechos que escolher
e pular para um número específico de página.
Além da Constituição, é importante salientar que o Decreto-Lei
5.452, de 01 de maio de 1943, que é a nossa Consolidação das
Leis Trabalhistas (CLT), especificamente no Capítulo V do Título II
(relativo à Segurança e Medicina do Trabalho).

Atento(a) a esses aspectos, inicie suas leituras pelo Capítulo V da Seção II a V da CLT, ou
seja, da página 33 a 37, CLT - 2016, disponível na Biblioteca Virtual Universitária.
Para acessar esta obra, percorra o seguinte caminho:
Após entrar em sua “área do aluno”, no menu à esquerda da tela, clique em “E-books – Bib.
Virtual Universitária”. No topo da tela que abrirá, haverá um campo de busca para autor, título,
assunto, etc. para que você digite CLT 2016 e clique na capa que aparecer como resultado.
Terá, então, a seguinte interface de leitura:
Note a seta ao lado direito da tela para avançar página a
página, assim como perceba que os ícones no rodapé da
tela correspondem a determinadas funções, entre as quais:
ampliar a visualização (zoom), marcar a obra como favorita,
imprimir trechos que escolher e pular para um número
específico de página.

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UNIDADE
Legislação e normas técnicas referentes ao ambiente de trabalho

Ambiente de Trabalho
Para que se tenha uma melhor compreensão das normas e legislações que vamos
estudar, primeiro, falaremos sobre ambiente de trabalho para deixar claro qual a definição
e a legislação a ser seguida.

Começando pela terminologia, ambiente é um termo com origem no latim “ambĭens”,


que significa “que rodeia”. Partindo desta definição, o ambiente é formado por diversas
condições, tanto físicas como sociais, culturais e econômicas.

Já com a origem da palavra trabalho, não podemos fazer a mesma analogia, mas, de
qualquer modo, vamos conhecer a sua origem:

Trabalho vem do latim tripalium, termo formado pela junção dos elementos tri, que
significa “três”, e palum, que quer dizer “madeira”.
Tripalium era o nome de um instrumento de tortura constituído de três estacas de madeira
bastante afiadas e que era comum em tempos remotos na região europeia.

Desse modo, originalmente, “trabalhar” significava “ser torturado”.

No século XIV, começou a ter o sentido genérico que hoje lhe atribuímos, qual seja, o
de “aplicação das forças e faculdades (talentos, habilidades) humanas para alcançar um
determinado fim”.

Com a especialização das atividades humanas, imposta pela evolução cultural


(especialmente a Revolução Industrial) da humanidade, a palavra trabalho tem hoje uma
série de diferentes significados, de tal modo que o verbete, no Dicionário do “Aurélio”,
lhe dedica vinte acepções básicas e diversas expressões idiomáticas.

As definições acima nos permitem concluir que o ambiente de trabalho poderia


se resumir em um local onde se desenvolvem as ações de trabalho, convivência e
permanência dos trabalhadores, enquanto no exercício de suas atividades laborais.

É habitual associar o ambiente de trabalho às relações humanas. Se um trabalhador


se der bem com os seus superiores e com os seus colegas, é sinal que está em um bom
ambiente de trabalho. Se, ao contrário, esse trabalhador passará a vida reclamando dos
colegas de trabalho e estará sempre criando confusão com estes e, certamente, este não
será um bom ambiente de trabalho.

Mas não é só este tipo de ambiente que nos interessa para estudo, temos que considerar
que o ambiente de trabalho é composto por um conjunto de atitudes e situações, materiais
ou abstratos, que dependem umas das outras e agem de direta o indiretamente na qualidade
de vida das pessoas comprometendo ou não o resultado do trabalho.

Diante desse contexto, vamos estudar o meio ambiente de trabalho que tem legislação
que começa lá com a Constituição e passa pela CLT, Normas Regulamentadoras e
outros dispositivos legais que já estudamos na Unidade I.

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Vamos ver a seguir o que a legislações nos dizem, começando com a Constituição.

Legislação
Constituição Federal de 1988
A Constituição Federal de 1988, no artigo 200, inciso
VIII, pondera acerca das atribuições do Sistema Único de
Saúde – SUS, no que se refere à colaboração no amparo
ao meio ambiente, nele compreendido o do trabalho, bem
como nos artigos 6º e 7º dos direitos sociais da Carta
Magna de 1988, estes nos incisos XII e XIII, que trata da
proteção à redução dos riscos inerentes ao trabalho por via
de normas visando à saúde, higiene e segurança, bem como
o adicional de remuneração para as atividades penosas,
insalubres ou perigosas, conforme previsto em lei para todos
os trabalhadores urbanos e/ou rurais, sempre buscando as
melhores condições no seio social com o direito à dignidade da pessoa humana do artigo
1º, inciso III da Carta Maior.
Seção II - Da Saúde

Art. 196º - A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e
ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação.

Art. 197º - São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao poder
público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle,
devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por
pessoa física ou jurídica de direito privado.

Art. 198º - As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e
hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes
diretrizes:
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem
prejuízo dos serviços assistenciais;
III - participação da comunidade.

Parágrafo único O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195,
com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, além de outras fontes.

Art. 199º - A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.

§ 1º As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema


único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou
convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.

§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às


instituições privadas com fins lucrativos.

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UNIDADE
Legislação e normas técnicas referentes ao ambiente de trabalho

§ 3º É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na


assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.

§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos,


tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem
como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado
todo tipo de comercialização.

Art. 200º - Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos
da lei:

I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para


a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos,
hemoderivados e outros insumos;

II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de


saúde do trabalhador;

III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;

IV - participar da formulação da política e da execução das ações de


saneamento básico;

V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e


tecnológico;

VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor


nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;

VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e


utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;

VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

Por outro lado, o artigo 225 e incisos IV, VI e parágrafo 3º:


“Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações”;

IV - Exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente


causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto
ambiental, a que se dará publicidade;

VI - Promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização


pública para a preservação do meio ambiente;

Parágrafo 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente


sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados.

Interessante notar a saúde física, psíquica, biológica do empregado no ambiente de


trabalho, bem como sua segurança enquanto um direito fundamental à cidadania, do
inciso II, art.1º da Carta de Outubro de 1988.

A Revolução Industrial foi um grande marco na questão dos direitos dos trabalhadores,
pois não tinham preocupação com a saúde ou segurança do trabalhador, mas sim com
a produção em massa.

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No Brasil, tivemos os sindicalistas que desde o início do século XX, também, sempre
lutaram por melhores condições de trabalho.

Diante de tantas lutas, o meio ambiente do trabalho, que é onde o trabalhador


desenvolve suas atividades por longas horas, merece, sem sombras de dúvidas, uma
preocupação.

Com efeito, o meio ambiente do trabalho é considerado para nossa Constituição


Federal de 1988, direito fundamental do trabalhador e para tanto, deve-se sempre estar
equilibrado em todos os aspectos.

Dessa forma, a lei é fundamental para assegurar ao ser humano a garantia à saúde
e segurança contra o crescimento da exploração de mão de obra, proporcionando sua
integridade física, psíquica e mental, por via de novas ideias na batalha dos trabalhadores
por um meio ambiente saudável, habitat de trabalho - que não se resume apenas ao chão
da fábrica, mas em qualquer outro lugar que seja para exercer suas atividades laborais.

Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e o ambiente do trabalho


A CLT, que foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988, no seu Capítulo
V, cuida da segurança e da medicina do trabalho, dispondo de vários mecanismos para
efetiva dignidade ao trabalhador no seu local de trabalho.

Os artigos 157 e 158, do referido Capítulo V da CLT, determinam que tanto


empregador quanto empregado devem se submeter às normas de segurança e medicina
do trabalho, pelo qual o primeiro é obrigado a fornecer equipamentos necessários para
o labor, bem como orientar, fiscalizar o uso dos EPI’S.

O artigo 161 da CLT, descrito abaixo na íntegra, nos deixa claro a responsabilidade
do Delegado Regional do Trabalho e também diz que a decisão está pautada no laudo
técnico do serviço competente.
“O Delegado Regional do Trabalho, à vista do laudo técnico do serviço competente que
demonstre grave e iminente risco para o trabalhador, poderá interditar estabelecimento,
setor de serviço, máquina ou equipamento, ou embargar obra, indicando na decisão,
tomada com a brevidade que a ocorrência exigir, as providências que deverão ser
adotadas para prevenção de infortúnios de trabalho.

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UNIDADE
Legislação e normas técnicas referentes ao ambiente de trabalho

§ 1º - As autoridades federais, estaduais e municipais darão imediato apoio às medidas


determinadas pelo Delegado Regional do Trabalho.

§ 2º - A interdição ou embargo poderão ser requeridos pelo serviço competente da


Delegacia Regional do Trabalho e, ainda, por agente da inspeção do trabalho ou por
entidade sindical.

§ 3º - Da decisão do Delegado Regional do Trabalho poderão os interessados recorrer,


no prazo de 10 dias, para o órgão de âmbito nacional competente em matéria de
segurança e saúde do trabalhador, ao qual será facultado dar efeito suspensivo ao
recurso.

§ 4º - Responderá por desobediência, além das medidas penais cabíveis, quem, após
determinada a interdição ou embargo, ordenar ou permitir o funcionamento do
estabelecimento ou de um dos seus setores, a utilização de máquina ou equipamento,
ou o prosseguimento de obra, se, em consequência, resultarem danos a terceiros.

§ 5º - O Delegado Regional do Trabalho, independente de recurso, e após laudo técnico


do serviço competente, poderá levantar a interdição.

§ 6º - Durante a paralisação dos serviços, em decorrência da interdição ou embargo, os


empregados receberão os salários como se estivessem em efetivo exercício.

Normas Regulamentadoras
A Portaria nº 3.214 de 08 de junho de 1978, do Mistério do Trabalho e Emprego,
aprova as Normas Regulamentadoras – NR – do Capítulo V, Título II, da Consolidação
das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho.

O Ministro de Estado do Trabalho, no uso de suas atribuições legais, considerando o


disposto no art. 200, da consolidação das Leis do Trabalho, com redação dada pela Lei
n.º 6.514, de 22 de dezembro de 1977, resolve:

Art. 1º Aprovar as Normas Regulamentadoras - NR - do Capítulo V, Título II, da


Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho.

Vamos detalhar as seguintes NR’s:

NR 4 – Serviços Especializados em Segurança e Medicina do Trabalho


Este NR tem como finalidade promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador
em seu local de trabalho. O SESMT é composto por: Médico do Trabalho, Engenheiro
de Segurança do Trabalho, Enfermeiro, Técnico de Segurança do Trabalho, auxiliar de
enfermagem. A função desta equipe é proporcionar segurança através do ambiente de
trabalho, incluindo adequação e orientação de máquinas e equipamentos, verificando e
orientando o uso de EPI´s, orientando para que se cumpram as NR´s e quaisquer outros
procedimentos de segurança implementados dentro da organização.

Para saber o dimensionamento, basta fazer o cruzamento do grau de risco da empresa


com o número de empregados:

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Quadro 1: Tabela de dimensionamento do SESMT
N° de empregados no Acima de 5000
Grau 50 101 251 50 1001 2001 3500
estabelecimento para cada grupo
de a a a a a a a
de 4000 ou fração
Risco 100 205 500 1000 2000 3500 5000
Técnicos acima 2000**
Técnico Seg. Trabalho 1 1 2 1
Engenheiro Seg. Trabalho 1* 1 1*
1 Aux. Enferm. do Trabalho 1 1 1
Enfermeiro do Trabalho 1*
Médico do Trabalho 1* 1* 1 1
Técnico Seg. Trabalho 1 1 2 5 1
Engenheiro Seg. Trabalho 1* 1 1 1*
2 Aux. Enferm. do Trabalho 1 1 1 1
Enfermeiro do Trabalho 1
Médico do Trabalho 1* 1 1 1
Técnico Seg. Trabalho 1 2 3 4 6 8 3
Engenheiro Seg. Trabalho 1* 1 1 2 1
3 Aux. Enferm. do Trabalho 1 2 1 1
Enfermeiro do Trabalho 1
Médico do Trabalho 1* 1 1 2 1
Técnico Seg. Trabalho 1 2 3 4 5 8 10 3
Engenheiro Seg. Trabalho 1* 1* 1 1 2 3 1
4 Aux. Enferm. do Trabalho 1 1 2 1 1
Enfermeiro do Trabalho 1
Médico do Trabalho 1* 1* 1 1 2 3 1

O desrespeito deste dimensionamento é passível de multa.

NR 7 – Serviços Especializados em Segurança e Medicina do Trabalho


Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece a obrigatoriedade de elaboração
e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam
trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional - PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do
conjunto dos seus trabalhadores.

Embora haja obrigatoriedade, a legislação acaba sendo muito genérica, e não deixa
claro que o PCMSO (NR7), nasce a partir de um PPRA (NR9), e tem apoio de ação
na NR4 (composição de um SESMT), NR15 (insalubridade), NR16 (periculosidade),
NR17 (ergonomia), NR6 (EPIs), NR1 (disposições gerais), NR24 (condições sanitárias)
e conforme o caso as específicas NR18 (PCMAT), NR22 (mineração), NR25 (resíduos
industriais) e NR29 (trabalho portuário), além das rurais NRR2, NRR4 e NRR5.

NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais


Estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação de um programa
de Higiene Ocupacional, visando à preservação da saúde e integridade física dos
trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle
da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de
trabalho. A NR 9 tem sua existência jurídica assegurada, em nível de legislação ordinária,
nos artigos 176 a 178 da CLT.

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Legislação e normas técnicas referentes ao ambiente de trabalho

Consideram-se riscos ambientais, agentes físicos, químicos e biológicos existentes


no ambiente de trabalho que em função de concentração, intensidade ou tempo de
exposição podem causar danos à saúde do trabalhador.

Agentes físicos: Ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas,


radiações ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o infrassom e o ultrassom.

Agentes químicos: Poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que,


pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou serem absorvidos pelo
organismo através da pele ou por ingestão.

Agentes biológicos: Bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus,


entre outros.

Importante destacar que o PPRA deve ser realizado anualmente, sempre que houver
ações a serem realizadas, as mesmas deverão ter sua eficácia comprovada.

Quando apontadas quaisquer situações de risco que coloquem em situação


grave e iminente risco, um ou mais trabalhadores devem interromper de imediato
as suas atividades, comunicando o fato ao superior hierárquico direto para as
devidas providências.

Interdição e Embargo
Os instrumentos de defesa e amparo do habitat do trabalho estão dispostos, de forma
genérica, nos artigos 196 e 200 da Constituição Federal de 1988, em Constituições
Estaduais e Municipais (Leis Orgânicas) e na CLT.

Pensando no princípio da prevenção da saúde humana, o meio ambiente clama por


instrumentos facilitadores para viabilizar um ambiente de trabalho adequado, por via de
importantes meios protetivos, tais como: Estudo Prévio de Impacto Ambiental – EPIA,
Comissões Internas de Prevenção de Acidentes – CIPA’s, entre outros.

A interdição de estabelecimento, equipamento e embargo da obra são instrumentos


de proteção que “têm a finalidade de eliminar a insalubridade do meio ambiente do
trabalho”, se ocasionar grave risco iminente ao trabalhador que competirá ao Delegado
Regional do Trabalho, por força do artigo 161 da CLT e artigo 229 da Constituição
Estadual de São Paulo.

Do artigo 161 da CLT:


Art. 161 - O Delegado Regional do Trabalho, à vista do laudo técnico do serviço
competente que demonstre grave e iminente risco para o trabalhador, poderá interditar
estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento, ou embargar obra,
indicando na decisão, tomada com a brevidade que a ocorrência exigir, as providências
que deverão ser adotadas para prevenção de infortúnios de trabalho. (Redação conforme
a Lei nº 6.514, de 22.12.1977).

§ 1º - As autoridades federais, estaduais e municipais darão imediato apoio às medidas


determinadas pelo Delegado Regional do Trabalho. (Incluído conforme Lei nº 6.514,
de 22.12.1977).

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§ 2º - A interdição ou embargo poderão ser requeridos pelo serviço competente da
Delegacia Regional do Trabalho e, ainda, por agente da inspeção do trabalho ou por
entidade sindical. (Incluído conforme Lei nº 6.514, de 22.12.1977).

§ 3º - Da decisão do Delegado Regional do Trabalho poderão os interessados recorrer,


no prazo de 10 (dez) dias, para o órgão de âmbito nacional competente em matéria
de segurança e medicina do trabalho, ao qual será facultado dar efeito suspensivo ao
recurso. (Incluído conforme Lei nº 6.514, de 22.12.1977).

§ 4º - Responderá por desobediência, além das medidas penais cabíveis, quem, após
determinada a interdição ou embargo, ordenar ou permitir o funcionamento do
estabelecimento ou de um dos seus setores, a utilização de máquina ou equipamento,
ou o prosseguimento de obra, se, em consequência, resultarem danos a terceiros.
(Incluído conforme Lei nº 6.514, de 22.12.1977).

§ 5º - O Delegado Regional do Trabalho, independente de recurso, e após laudo técnico


do serviço competente, poderá levantar a interdição. (Incluído conforme Lei nº 6.514,
de 22.12.1977).

§ 6º - Durante a paralisação dos serviços, em decorrência da interdição ou embargo, os


empregados receberão os salários como se estivessem em efetivo exercício. (Incluído
conforme Lei nº 6.514, de 22.12.1977).

Da Constituição Estadual de São Paulo:


Artigo 229 - Compete à autoridade estadual, de ofício ou mediante denúncia de risco
à saúde, proceder à avaliação das fontes de risco no ambiente de trabalho e determinar
a adoção das devidas providências para que cessem os motivos que lhe deram causa.

Vale lembrar que o trabalhador continuará recebendo o salário normalmente, haja


vista que a interdição do estabelecimento, máquinas ou embargo da obra, se deu por
parte da empresa, que vigorará até a autoridade competente autorizar o funcionamento.

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UNIDADE
Legislação e normas técnicas referentes ao ambiente de trabalho

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Livros
CLT interpretada
ACHADO, Costa. CLT interpretada. Editora Manole, 2º edição. São Paulo. 2009.

Direito previdenciário
ALSENAPP, Ricardo Berned. Direito previdenciário. Editora Pearson, São Paulo. 2015.

Acidente do trabalho entre a seguridade social e a responsabilidade civil: elementos para uma
teoria do bem-estar e da justiça social
SANTOS, Marco Fridolin Sommer. Acidente do trabalho entre a seguridade social e a
responsabilidade civil: elementos para uma teoria do bem-estar e da justiça social. São
Paulo: LTr, 2005. 176 p. ISBN 8536107383.

Vídeos
Hierarquia das normas
https://youtu.be/qb3pJ39QzuE
Vídeo-Aula 01: Introdução às NR’s
https://youtu.be/dPKWyGqnG2A

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Referências
Constituição da República Federativa do Brasil. Serie Legislação Brasileira, Editora
Saraiva, 2012.

FIORILLO, Celso Antônio Pacheco. Curso de direito ambiental brasileiro. 13ª. ed.
rev. atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2012.

MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho. 28ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.

SANTOS, Antônio Silveira R. dos. Meio ambiente do trabalho: Disponível em:


<http://jus.com.br/revista/texto/1202>. Acesso em: 7 de maio 2013.

SILVA, José Afonso da. Direito ambiental constitucional. 8ª. ed. Atual. São Paulo:
Editora Malheiros, 2010.

SIRVINSKAS. Luís Paulo. Tutela constitucional do meio ambiente. 2010, São


Paulo: Saraiva.

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