FØRUM

3EMIOSE $ESIGN #OMUNICOLOGIA

3EMIØTICA E COMUNICA ÎO
*/3³ ,5): &)/2).

2ESUMO !LGUNS PESQUISADORES DO CAMPO DA #OMUNICA ÎO TÐM AlRMADO QUE SEU OBJETO SÎO
OS MEIOS DE COMUNICA ÎO DE MASSA E QUE ESSE OBJETO EXIGE A ELABORA ÎO DE TEORIAS ES
PECÓlCAS PARA SEU TRATAMENTO 0OR ISSO A 3EMIØTICA NÎO PODERIA SER USADA NOS ESTUDOS
DE COMUNICA ÎO %STE TRABALHO PRETENDE MOSTRAR QUE APENAS UMA TEORIA DA SIGNIlCA ÎO
PODE EXPLICAR RIGOROSAMENTE A QUESTÎO DO PRODUTOR COLETIVO DOS OBJETOS DOS MEIOS DE
COMUNICA ÎO DE MASSAS BEM COMO O PAPEL EXERCIDO PELO ENUNCIATÉRIO NA PRODU ÎO
DISCURSIVA DAS MÓDIAS
0ALAVRAS CHAVE ENUNCIA ÎO ENUNCIADOR ENUNCIATÉRIO ETHOS PATHOS

!BSTRACT 3OME RESEARCHERS FROM THE lELD OF COMMUNICATION HAVE STATED THAT THEIR OBJECTS OF
STUDY ARE THE MEANS FOR MASS COMMUNICATION AND PURPORTED THAT THOSE OBJECTS DEMAND
THE ELABORATION OF SPECIlC THEORIES FOR THEIR TREATMENT 4HEREFORE 3EMIOTICS SHOULD BE
BANISHED FROM THAT lELD OF STUDIES )N THIS PAPER HOWEVER ) INTEND TO SHOW THAT IT IS
ONLY THROUGH A THEORY OF SIGNIlCATION THAT WE CAN THOROUGHLY EXPLAIN I THE MATTER OF
THE COLLECTIVE PRODUCTION OF THE OBJECTS OF MASS COMMUNICATION AND II THE ROLE PLAYED
BY THE ENUNCIATEE IN THE MASS MEDIAS DISCOURSE PRODUCTION
+EY WORDS ENUNCIATION ENUNCIATOR ENUNCIATEE ETHOS PATHOS

5-! 0/,´-)#! .! ­2%! $% #/-5.)#!£²/

5MA POLÐMICA TEM AGITADO A ÉREA DE #OMUNICA ÎO QUAL Ï SEU OBJETO COMO
DEVE ELE SER TRATADO %SSA DISCUSSÎO PODERIA SER CONSIDERADA UM EXERCÓCIO ACADÐMI
CO NÎO TIVESSE ELA PROFUNDAS REPERCUSSÜES SOBRE OS 0ROGRAMAS DE 0ØS GRADUA ÎO


HISTORICAMENTE CONSTITUÓDOS PROVOCANDO INTERDI ÎO EXCLUSÎO E PROSCRI ÎO DE LINHAS

 
DE INVESTIGA ÎO DE ORIENTA ÜES TEØRICAS E MESMO DE PESQUISADORES 7ILSON 'OMES
REPRESENTANTE DA ÉREA DE #OMUNICA ÎO NA #APES EM DECLARA ÜES Ì 2EVISTA DA &APESP

s
&)/2).
   AlRMOU QUE Ï PRECISO LIMPAR O LIXÎO DA ÉREA DE #OMUNICA ÎO 0ARA ELE
O OBJETO DA #OMUNICA ÎO SÎO OS MEIOS DE COMUNICA ÎO DE MASSA A IMPRENSA O
RÉDIO A TELEVISÎO O CINEMA ETC E ESSE OBJETO EXIGE A CRIA ÎO DE TEORIAS ESPECÓlCAS

,5):
PARA ESTUDÉ LO

*/3³
! ÉREA DE #OMUNICA ÎO FAZ PARTE DA MACRO ÉREA DE #IÐNCIAS 3OCIAIS !PLICADAS
NA QUAL SE ENCONTRAM TAMBÏM !DMINISTRA ÎO #IÐNCIA DA )NFORMA ÎO $IREITO E
3ERVI O 3OCIAL %SSA MACRO ÉREA ESTUDA FENÙMENOS QUE PODEM SER ABORDADOS DE
DIFERENTES PONTOS DE VISTA TEØRICOS CRIADOS EM OUTRAS ÉREAS !SSIM EM !DMINISTRA
 ÎO ESTUDA SE O GERENCIAMENTO DE EMPRESAS ETC Ì LUZ DA 4EORIA DAS /RGANIZA ÜES
CRIADA NO INTERIOR DA 3OCIOLOGIA
.O QUE TANGE Ì ÉREA DE #OMUNICA ÎO Ï PRECISO CONSIDERAR INICIALMENTE QUE SØ
UMA DIVISÎO DISCIPLINAR QUE ESTÉ SENDO POSTA EM XEQUE COM OS NOVOS AVAN OS DA
CIÐNCIA QUE EXIGE ABORDAGENS INTER OU MULTIDISCIPLINARES PERMITE ESTABELECER QUE
SEU OBJETO SÎO APENAS OS MEIOS DE COMUNICA ÎO DE MASSA ! COMUNICA ÎO Ï A A ÎO
DOS HOMENS SOBRE OUTROS HOMENS CRIANDO RELA ÜES INTERSUBJETIVAS E FUNDANDO A SO
CIEDADE )SSO ALARGA O OBJETO DA COMUNICA ÎO INCLUINDO NELE UMA GAMA CONSIDERÉVEL
DE FENÙMENOS QUE VÎO DESDE A CONVERSA ÎO COTIDIANA ATÏ A INTERNET .A VERDADE
SERIA PRECISO NUMA CONCEP ÎO MENOS RESTRITIVA AMPLIAR O CAMPO DA #OMUNICA ÎO
E NÎO O RESTRINGIR .O ENTANTO CONSIDEREMOS PARA EFEITO DE ARGUMENTA ÎO QUE O
OBJETO DESSA ÉREA SEJAM APENAS OS MEIOS DE COMUNICA ÎO DE MASSA %LES PODEM SER
ESTUDADOS DO PONTO DE VISTA DA SIGNIlCA ÎO PRODUZIDA DO IMPACTO QUE PROVOCAM
NA SOCIEDADE DA RECEP ÎO PELOS SEUS DESTINATÉRIOS E ASSIM POR DIANTE %M CADA UM
DESSES CASOS AS TEORIAS PARA ESTUDÉ LOS NÎO SÎO SINGULARES MAS TEORIAS GERAIS DA
SIGNIlCA ÎO COMO A 3EMIØTICA TEORIAS DAS MUDAN AS SOCIAIS CRIADAS PELA 3OCIOLO
GIA TEORIAS DA RECEP ÎO DAS LINGUAGENS ETC
\ N  \ OUTUBRO 

/S TEXTOS CRIADOS PELOS MEIOS DE COMUNICA ÎO SÎO PRODUTOS DE LINGUAGENS E

POR CONSEGUINTE PODEM SER EXAMINADOS PELAS TEORIAS LINGàÓSTICAS E SEMIØTICAS .ÎO
HÉ UMA TEORIA PARA CADA UMA DAS LINGUAGENS POIS UMA TEORIA SINGULAR PARA CADA
LINGUAGEM NÎO SERIA UM PROJETO CIENTÓlCO !lNAL COMO JÉ ENSINAVAM OS lLØSOFOS
MEDIEVAIS .OMINANTUR SINGULARIA SED SIGNIlCANTUR UNIVERSALIA -ESMO QUE AS
CIÐNCIAS HUMANAS NÎO SEJAM CIÐNCIAS NO MESMO SENTIDO EM QUE O SÎO A &ÓSICA OU A
1UÓMICA ELAS TÐM COMPROMISSO COM A GENERALIZA ÎO DAS AlRMA ÜES E COM A VERI
GALÉXIA

 3ÎO NOMEADAS AS COISAS SINGULARES MAS SÎO SIGNIlCADAS AS UNIVERSAIS


 lCA ÎO DAS CONCLUSÜES 0ORTANTO SE OS MEIOS DE COMUNICA ÎO PODEM SER ESTUDADOS
3%-)¼4)#!

DO PONTO DE VISTA DA SIGNIlCA ÎO UMA TEORIA SEMIØTICA DEVE PODER SER EMPREGADA
NO SEU ESTUDO JÉ QUE A 3EMIØTICA SE PROPÜE COMO TEORIA DA SIGNIlCA ÎO / SENTIDO
GERADO POR UM lLME NÎO Ï DIFERENTE DAQUELE CRIADO POR UM ROMANCE / QUE DISTIN
%

GUE UM OBJETO DO OUTRO Ï APENAS A FORMA DE MANIFESTAR ESSA SIGNIlCA ÎO Ï O PLANO

#/-5.)#!£²/

DA EXPRESSÎO .O ENTANTO AS TEORIAS SEMIØTICAS MODERNAS ESTÎO BUSCANDO ANALISAR

AS DIFERENTES MANIFESTA ÜES POSSÓVEIS DA SIGNIlCA ÎO E PORTANTO NÎO SÎO ALHEIAS A
NENHUMA FORMA DE EXPRIMIR O SENTIDO
/UVEM SE ÌS VEZES RAZÜES PELAS QUAIS Ï NECESSÉRIO CRIAR UMA TEORIA PARTICULAR
s

PARA AS MÓDIAS 6AMOS AQUI ELENCAR TRÐS QUE SÎO RECORRENTES

 

 AO CONTRÉRIO DOS TEXTOS VERBAIS OS TEXTOS MIDIÉTICOS SÎO PRODUZIDOS POR DI

FERENTES ENUNCIADORES POR EXEMPLO A SIGNIlCA ÎO DE UM lLME Ï CRIADA PELO
ILUMINADOR PELO DIRETOR DE FOTOGRAlA PELO lGURINISTA ETC E POR ISSO Ï PRECISO
UMA TEORIA PARA EXPLICAR O FAZER DESSE SUJEITO COLETIVO
 NOS MEIOS DE COMUNICA ÎO DE MASSA Ï PRECISO TER MUITA CLAREZA A RESPEITO DO
PÞBLICO A QUEM O PRODUTO SE DIRIGE O TARGET COMO DIZEM OS PUBLICITÉRIOS E
POR ISSO O PÞBLICO Ï UM CO ENUNCIADOR COMO OCORRE POR EXEMPLO NAS NOVELAS
DE TELEVISÎO
 OS TEXTOS DA MÓDIA SÎO COMPLEXOS UMA VEZ QUE ELES SÎO MANIFESTADOS POR DI
FERENTES LINGUAGENS POR EXEMPLO UM JORNAL Ï UM COMPOSTO DE TEXTOS VERBAIS
FOTOS GRÉlCOS ETC E POR ISSO Ï PRECISO QUE HAJA UMA TEORIA ESPECÓlCA PARA
ESSES TEXTOS

3OBRE A TERCEIRA RAZÎO Ï PRECISO DIZER QUE A 3EMIØTICA DISCURSIVA E NARRATIVA SE

TEM OCUPADO NÎO SØ DAS MANIFESTA ÜES DO SENTIDO EXPRESSAS POR UMA ÞNICA LINGUA
GEM MAS TAMBÏM DAQUELAS EM QUE ISSO Ï FEITO POR MEIO DE DIFERENTES LINGUAGENS
³ O QUE ELA VAI CHAMAR hSEMIØTICAS SINCRÏTICASv .O ENTANTO NÎO SE PRETENDE DISCUTIR
GALÉXIA

ESSA QUESTÎO NESTE TRABALHO 6AMOS NOS DEBRU AR SOBRE AS DUAS PRIMEIRAS
/ QUE SERIA UMA TEORIA PRØPRIA DOS TEXTOS QUE RESULTAM DE UM FAZER COLETIVO
.O CASO DO CINEMA SERIA UMA DESCRI ÎO DO FAZER DO ILUMINADOR DO DIRETOR DE FOTO
\

GRAlA DO lGURINISTA ETC -AS UMA DESCRI ÎO DO FAZER REAL NÎO Ï UMA TEORIA %SSE
N  \ OUTUBRO 

PROBLEMA DO ENUNCIADOR COLETIVO NA REALIDADE Ï UM FALSO PROBLEMA POIS DO PONTO

DE VISTA DA SIGNIlCA ÎO O QUE O ENUNCIATÉRIO O RECEPTOR APREENDE Ï UM TODO DE
SENTIDO E NÎO O SENTIDO DADO PELA ILUMINA ÎO PELO lGURINO ETC / PROBLEMA REAL
Ï COMO SE PROCESSA A ENUNCIA ÎO NAS LINGUAGENS SINCRÏTICAS COMO AS DIFERENTES
LINGUAGENS QUE A CONSTITUEM MANIFESTAM UM TODO ORGANIZADO DE SENTIDO )SSO DIZ


RESPEITO A UMA TEORIA GERAL DA ENUNCIA ÎO DADO QUE NÎO SÎO APENAS AS MÓDIAS QUE

 
APRESENTAM TEXTOS SINCRÏTICOS .AS ARTES HÉ INÞMEROS EXEMPLOS O TEATRO A ØPERA
E ASSIM POR DIANTE

s
&)/2).
! QUESTÎO Ï QUE QUANDO SE EXAMINA A PROBLEMÉTICA DA PRODU ÎO DO DISCURSO
NAS MÓDIAS PENSA SE NO ENUNCIADOR REAL DE CARNE E OSSO E NÎO NUMA INSTÊNCIA
SIGNIlCANTE EFEITO DO DISCURSO

,5):
0OR OUTRO LADO QUANDO SE ESTUDA O PÞBLICO ALVO O TARGET TEM SE A IMPRESSÎO

*/3³
DE QUE ISSO Ï UMA CARACTERÓSTICA PECULIAR AOS MEIOS DE COMUNICA ÎO DE MASSA E NÎO
UM FATO PRØPRIO DE TODO E QUALQUER ATO DE COMUNICA ÎO
.ESTE TRABALHO VAMOS PENSAR ESSAS DUAS INSTÊNCIAS O PRODUTOR DO DISCURSO E
SEU RECEPTOR Ì LUZ DA 3EMIØTICA FRANCESA PARA MOSTRAR O EQUÓVOCO DAQUELES QUE
AlRMAM NADA TER A 3EMIØTICA A OFERECER AOS ESTUDOS DE COMUNICA ÎO

! %.5.#)!£²/

"ENVENISTE  MOSTRA QUE A ENUNCIA ÎO Ï A INSTÊNCIA DO hEGO HIC ET NUNCv

/ hEUv Ï INSTAURADO NO ATO DE DIZER hEUv Ï QUEM DIZ hEUv ! PESSOA A QUEM O hEUv
SE DIRIGE Ï ESTABELECIDA COMO hTUv / hEUv E O hTUv SÎO OS ACTANTES DA ENUNCIA ÎO
OS PARTICIPANTES DA A ÎO ENUNCIATIVA !MBOS CONSTITUEM O SUJEITO DA ENUNCIA ÎO
PORQUE O PRIMEIRO PRODUZ O ENUNCIADO E O SEGUNDO COMO UMA ESPÏCIE DE lLTRO Ï
LEVADO EM CONSIDERA ÎO PELO hEUv NA CONSTRU ÎO DO ENUNCIADO / hEUv REALIZA O ATO
DE DIZER NUM DETERMINADO TEMPO E NUM DADO ESPA O h!QUIv Ï O ESPA O DO hEUv A
PARTIR DO QUAL TODOS OS ESPA OS SÎO ORDENADOS hAÓv hLÉv ETC hAGORAv Ï O MOMENTO
EM QUE O hEUv TOMA A PALAVRA E A PARTIR DELE TODA A TEMPORALIDADE LINGàÓSTICA
Ï ORGANIZADA ! ENUNCIA ÎO Ï A INSTÊNCIA QUE POVOA O ENUNCIADO DE PESSOAS DE
TEMPOS E DE ESPA OS
/ MECANISMO BÉSICO COM QUE SE INSTAURAM NO TEXTO PESSOAS TEMPOS E ESPA OS
Ï A DEBREAGEM %LA PODE SER DE DOIS TIPOS A ENUNCIATIVA E A ENUNCIVA ! PRIMEIRA
\ N  \ OUTUBRO 

PROJETA NO ENUNCIADO O hEU AQUI AGORAv DA ENUNCIA ÎO OU SEJA INSTALA NO INTERIOR

DO ENUNCIADO OS ACTANTES ENUNCIATIVOS hEUTUv OS ESPA OS ENUNCIATIVOS hAQUI AÓ
ETCv E OS TEMPOS ENUNCIATIVOS PRESENTE PRETÏRITO PERFEITO  FUTURO DO PRESENTE 
! DEBREAGEM ENUNCIVA CONSTRØI SE COM O hELE O ALHURES E O ENTÎOv O QUE SIGNIlCA
QUE NESSE CASO OCULTAM SE OS ACTANTES OS ESPA OS E OS TEMPOS DA ENUNCIA ÎO /
ENUNCIADO Ï ENTÎO CONSTRUÓDO COM OS ACTANTES DO ENUNCIADO Š PESSOA  OS ES
GALÉXIA

 #HAMAMOS PRETÏRITO PERFEITO  A FORMA VERBAL QUE INDICA ANTERIORIDADE AO MOMENTO DA ENUNCIA ÎO
E PRETÏRITO PERFEITO  A FORMA QUE ASSINALA A CONCOMITÊNCIA A UM MARCO TEMPORAL PRETÏRITO


 PA OS DO ENUNCIADO AQUELES QUE NÎO ESTÎO RELACIONADOS AO AQUI E OS TEMPOS DO
3%-)¼4)#!

ENUNCIADO PRETÏRITO PERFEITO  PRETÏRITO IMPERFEITO PRETÏRITO MAIS QUE PERFEITO

FUTURO DO PRETÏRITO OU PRESENTE DO FUTURO FUTURO ANTERIOR E FUTURO DO FUTURO  !
DEBREAGEM ENUNCIATIVA PRODUZ BASICAMENTE UM EFEITO DE SENTIDO DE SUBJETIVIDADE
%

ENQUANTO A ENUNCIVA GERA FUNDAMENTALMENTE UM EFEITO DE SENTIDO DE OBJETIVI

#/-5.)#!£²/

DADE #OMO SE VÐ A ENUNCIA ÎO DEIXA MARCAS NO ENUNCIADO E COM ELAS PODE SE

RECONSTRUIR O ATO ENUNCIATIVO %STE NÎO Ï DA ORDEM DO INEFÉVEL MAS Ï TÎO MATERIAL
QUANTO O ENUNCIADO NA MEDIDA EM QUE ELE SE ENUNCIA 0ODEMOS DISTINGUIR POIS NOS
TEXTOS A ENUNCIA ÎO ENUNCIADA E O ENUNCIADO !QUELA Ï O CONJUNTO DE ELEMENTOS
s

LINGàÓSTICOS QUE INDICA AS PESSOAS OS ESPA OS E TEMPOS DA ENUNCIA ÎO BEM COMO

 

TODAS AS AVALIA ÜES JULGAMENTOS PONTOS DE VISTA QUE SÎO DE RESPONSABILIDADE DO

hEUv REVELADOS POR ADJETIVOS SUBSTANTIVOS VERBOS ETC / ENUNCIADO Ï O PRODUTO DA
ENUNCIA ÎO DESPIDO DAS MARCAS ENUNCIATIVAS
! ENUNCIA ÎO Ï A INSTÊNCIA LINGàÓSTICA LOGICAMENTE PRESSUPOSTA PELA EXISTÐNCIA
DO ENUNCIADO )SSO SIGNIlCA QUE UM ENUNCIADO COMO h4ODO HOMEM Ï MORTALv PRES
SUPÜE UM h%U DIGO TODO HOMEM Ï MORTALv %SSA AlRMA ÎO PARECE UM TRUÓSMO JÉ
QUE SE EXISTE UM DITO HÉ UM DIZER QUE O PRODUZIU .O ENTANTO Ï PRENHE DE CONSE
QàÐNCIAS TEØRICAS 1UANDO SE PROJETA UM hEUv NO INTERIOR DO ENUNCIADO DE TAL FORMA
QUE SE DIGA h%U DIGO QUE TODO HOMEM Ï MORTALv HAVERÉ AINDA ASSIM UMA INSTÊNCIA
PRESSUPOSTA QUE TERÉ PRODUZIDO ESSE ENUNCIADO h%U DIGO EU DIGO QUE TODO HOMEM
Ï MORTALv )SSO IMPLICA QUE Ï PRECISO DISTINGUIR DUAS INSTÊNCIAS O hEUv PRESSUPOSTO E
O hEUv PROJETADO NO INTERIOR DO ENUNCIADO 4EORICAMENTE ESSAS DUAS INSTÊNCIAS NÎO
SE CONFUNDEM A DO hEUv PRESSUPOSTO Ï A DO ENUNCIADOR E A DO hEUv PROJETADO NO
INTERIOR DO ENUNCIADO Ï A DO NARRADOR #OMO A CADA hEUv CORRESPONDE UM hTUv HÉ
UM hTUv PRESSUPOSTO O ENUNCIATÉRIO E UM hTUv PROJETADO NO INTERIOR DO ENUNCIADO
O NARRATÉRIO !LÏM DISSO O NARRADOR PODE DAR A PALAVRA A PERSONAGENS QUE FALAM EM
DISCURSO DIRETO INSTAURANDO SE ENTÎO COMO hEUv E ESTABELECENDO AQUELES COM QUEM
ELAS FALAM COMO hTUv .ESSE NÓVEL TEMOS O INTERLOCUTOR E O INTERLOCUTÉRIO
GALÉXIA

/ ENUNCIADOR E O ENUNCIATÉRIO SÎO O AUTOR E O LEITOR O PRODUTOR DO TEXTO E SEU

RECEPTOR #ABE PORÏM UMA ADVERTÐNCIA NÎO SÎO O AUTOR E O LEITOR REAIS EM CARNE
E OSSO MAS O AUTOR E O LEITOR IMPLÓCITOS OU SEJA UMA IMAGEM DO AUTOR E DO LEITOR
\

CONSTRUÓDA PELO TEXTO

N  \ OUTUBRO 

 0RESENTE DO FUTURO Ï A FORMA VERBAL QUE INDICA UMA CONCOMITÊNCIA A UM MARCO TEMPORAL FUTURO
FUTURO ANTERIOR Ï A FORMA QUE ASSINALA ANTERIORIDADE A UM MARCO TEMPORAL FUTURO E FUTURO DO FUTURO
Ï A FORMA QUE MARCA UMA POSTERIORIDADE A UM MARCO TEMPORAL FUTURO


! )-!'%- $/ %.5.#)!$/2

 
1UANDO FALAMOS EM hEUv E hTUv FALAMOS EM ACTANTES DA ENUNCIA ÎO OU SEJA

s
EM POSI ÜES DENTRO DA CENA ENUNCIATIVA AQUELE QUE FALA E AQUELE COM QUEM SE FALA

&)/2).
.O ENTANTO NOS DIFERENTES TEXTOS ESSAS POSI ÜES SÎO CONCRETIZADAS E ESSES ACTANTES
TORNAM SE ATORES DA ENUNCIA ÎO / ATOR Ï UMA CONCRETIZA ÎO TEMÉTICO lGURATIVA

,5):
DO ACTANTE 0OR EXEMPLO O ENUNCIADOR Ï SEMPRE UM hEUv MAS NO TEXTO -EMØRIAS
0ØSTUMAS DE "RÉS #UBAS ESSE hEUv Ï CONCRETIZADO NO ATOR h-ACHADO DE !SSISv

*/3³
.UNCA Ï DEMAIS INSISTIR QUE NÎO SE TRATA DO -ACHADO REAL EM CARNE E OSSO MAS DE
UMA IMAGEM DO -ACHADO PRODUZIDA PELO TEXTO
! QUESTÎO Ï ENTÎO VER COMO SE CONSTRØI A IMAGEM DO ENUNCIADOR ISTO Ï O ATOR
DA ENUNCIA ÎO 0ARA PENSAR A QUESTÎO VOLTEMOS Ì 2ETØRICA DE !RISTØTELES .UMA
DETERMINADA PASSAGEM O %STAGIRITA AlRMA

³ O ETHOS CARÉTER QUE LEVA Ì PERSUASÎO QUANDO O DISCURSO Ï ORGANIZADO DE TAL MANEIRA QUE
O ORADOR INSPIRA CONlAN A #ONlAMOS SEM DIlCULDADE E MAIS PRONTAMENTE NOS HOMENS DE BEM
EM TODAS AS QUESTÜES MAS CONlAMOS NELES DE MANEIRA ABSOLUTA NAS QUESTÜES CONFUSAS OU QUE SE
PRESTAM A EQUÓVOCOS .O ENTANTO Ï PRECISO QUE ESSA CONlAN A SEJA RESULTADO DA FOR A DO DISCURSO
E NÎO DE UMA PREVEN ÎO FAVORÉVEL A RESPEITO DO ORADOR !RISTØTELES ) A 

2OLAND "ARTHES COMENTANDO ESSA PASSAGEM DIZ QUE OS ETHE SÎO hOS TRA OS DE
CARÉTER QUE O TRIBUNO DEVE MOSTRAR AO AUDITØRIO POUCO IMPORTA SUA SINCERIDADE
PARA CAUSAR BOA IMPRESSÎO  / ETHOS Ï NO SENTIDO PRØPRIO UMA CONOTA ÎO /
ORADOR ENUNCIA UMA INFORMA ÎO E AO MESMO TEMPO AlRMA SOU ISSO SOU AQUILOv
   %M TERMOS MAIS ATUAIS DIR SE IA QUE O ETHOS NÎO SE EXPLICITA NO ENUN
CIADO MAS NA ENUNCIA ÎO 1UANDO UM PROFESSOR DIZ hEU SOU MUITO COMPETENTEv
ESTÉ EXPLICITANDO UMA IMAGEM SUA NO ENUNCIADO )SSO NÎO SERVE DE PROVA NÎO LEVA Ì
CONSTRU ÎO DO ETHOS / CARÉTER DE PESSOA COMPETENTE CONSTRØI SE NA MANEIRA COMO
\ N  \ OUTUBRO 

ORGANIZA AS AULAS COMO DISCORRE SOBRE OS TEMAS ETC ° MEDIDA QUE ELE VAI FALANDO
SOBRE A MATÏRIA VAI DIZENDO hSOU COMPETENTEv #OMO VIMOS ACIMA A ENUNCIA ÎO
NÎO Ï DA ORDEM DO INEFÉVEL 0OR CONSEGUINTE O ETHOS EXPLICITA SE NA ENUNCIA ÎO
ENUNCIADA OU SEJA NAS MARCAS DA ENUNCIA ÎO DEIXADAS NO ENUNCIADO 0ORTANTO
A ANÉLISE DO ETHOS DO ENUNCIADOR NADA TEM DO PSICOLOGISMO QUE MUITAS VEZES
PRETENDE INlLTRAR SE NOS ESTUDOS DISCURSIVOS 4RATA SE DE APREENDER UM SUJEITO CONS
TRUÓDO PELO DISCURSO E NÎO UMA SUBJETIVIDADE QUE SERIA A FONTE DE ONDE EMANARIA O
GALÉXIA

ENUNCIADO E DE UM PSIQUISMO RESPONSÉVEL PELO DISCURSO / ETHOS Ï UMA IMAGEM DO

AUTOR NÎO Ï O AUTOR REAL Ï UM AUTOR DISCURSIVO UM AUTOR IMPLÓCITO


 !RISTØTELES INDAGA EM SUA 2ETØRICA QUAIS SÎO AS RAZÜES QUE INSPIRAM CONlAN A
3%-)¼4)#!

NUM ORADOR !lRMA

(É TRÐS COISAS QUE INSPIRAM CONlAN A NO ORADOR PORQUE HÉ TRÐS RAZÜES QUE NOS LEVAM Ì
%

CONVIC ÎO INDEPENDENTEMENTE DAS DEMONSTRA ÜES 3ÎO O BOM SENSO A PRUDÐNCIA A SABEDORIA

#/-5.)#!£²/

PRÉTICA PHRØNESIS  A VIRTUDE ARETÏ E BENEVOLÐNCIA EÞNOIA  /S ORADORES PODEM AFASTAR SE DA

VERDADE POR TODAS ESSAS RAZÜES OU POR UMA DENTRE ELAS 0OR CAUSA DA FALTA DE BOM SENSO PODEM
NÎO EXPRIMIR UMA OPINIÎO CORRETA POR CAUSA DE SUA MALVADEZA PODEM MESMO PENSANDO BEM NÎO
EXPRESSAR AQUILO QUE PENSAM MESMO SENDO PRUDENTES E HONESTOS PODEM NÎO SER BENEVOLENTES
0OR ESSAS RAZÜES OS ORADORES PODEM MESMO CONHECENDO A MELHOR SOLU ÎO NÎO ACONSELHÉ LA .ÎO
s

HÉ NENHUM OUTRO CASO )) A

 

%SSE PASSO DA OBRA DO %STAGIRITA DEVE SER LIDO COMO NOS MOSTRAM OS COMEN
TADORES COMO UMA DESCRI ÎO DO ETHOS DO ORADOR 5M ORADOR INSPIRA CONlAN A SE
SEUS ARGUMENTOS SÎO RAZOÉVEIS PONDERADOS SE ELE ARGUMENTA COM HONESTIDADE
E SINCERIDADE SE ELE Ï SOLIDÉRIO E AMÉVEL COM O AUDITØRIO 0ODEMOS ENTÎO TER
TRÐS ESPÏCIES DE ÏTHE A A PHRØNESIS QUE SIGNIlCA O BOM SENSO A PRUDÐNCIA
A PONDERA ÎO OU SEJA QUE INDICA SE O ORADOR EXPRIME OPINIÜES COMPETENTES E
RAZOÉVEIS B A ARETÏ QUE SIGNIlCA A VIRTUDE MAS VIRTUDE TOMADA NO SEU SENTIDO
PRIMEIRO DE hQUALIDADES DISTINTIVAS DO HOMEMv LATIM UIR UIRI  PORTANTO A CO
RAGEM A JUSTI A A SINCERIDADE NESSE CASO O ORADOR APRESENTA SE COMO ALGUÏM
SIMPLES E SINCERO FRANCO AO EXPOR SEUS PONTOS DE VISTA C A EÞNOIA QUE SIGNIlCA
A BENEVOLÐNCIA E A SOLIDARIEDADE NESSE CASO O ORADOR DÉ UMA IMAGEM AGRADÉVEL
DE SI PORQUE MOSTRA SIMPATIA PELO AUDITØRIO / ORADOR QUE SE UTILIZA DA PHRØNESIS
SE APRESENTA COMO SENSATO PONDERADO E CONSTRØI SUAS PROVAS MUITO MAIS COM
OS RECURSOS DO LOGOS DO QUE COM OS DOS PATHOS OU DO ETHOS EM OUTRAS PALAVRAS
COM OS RECURSOS DISCURSIVOS  O QUE SE VALE DA ARETÏ SE APRESENTA COMO DESBOCADO
FRANCO TEMERÉRIO E CONSTRØI SUAS PROVAS MUITO MAIS COM OS RECURSOS DO ETHOS
O QUE USA A EÞNOIA APRESENTA SE COMO ALGUÏM SOLIDÉRIO COM SEU ENUNCIATÉRIO
GALÉXIA

COMO UM IGUAL CHEIO DE BENEVOLÐNCIA E DE BENQUEREN A E ERIGE SUAS PROVAS MUITO

MAIS COM BASE NO PATHOS
$OMINIQUE -AINGUENEAU DIZ QUE O ETHOS COMPREENDE TRÐS COMPONENTES O
\

CARÉTER QUE Ï O CONJUNTO DE CARACTERÓSTICAS PSÓQUICAS REVELADAS PELO ENUNCIADOR Ï

N  \ OUTUBRO 

O QUE CHAMARÓAMOS O ETHOS PROPRIAMENTE DITO  O CORPO QUE Ï O FEIXE DE CARACTE

RÓSTICAS FÓSICA QUE O ENUNCIADOR APRESENTA O TOM A DIMENSÎO VOCAL DO ENUNCIADOR
DESVELADA PELO DISCURSO    
1UANDO SE FALA EM ETHOS DO ENUNCIADOR ESTAMOS FALANDO EM ATOR E NÎO EM
ACTANTE DA ENUNCIA ÎO 5M ATOR Ï hUMA UNIDADE LEXICAL DE TIPO NOMINAL QUE


INSERIDA NO DISCURSO Ï SUSCETÓVEL DE RECEBER NO MOMENTO DE SUA MANIFESTA ÎO

 
INVESTIMENTOS DA SINTAXE NARRATIVA DE SUPERFÓCIE E DA SEMÊNTICA DISCURSIVAv 'REI
MAS #OURTÒS   0OR SER O LUGAR DE CONVERGÐNCIA E DE INVESTIMENTO DE UM

s
&)/2).
COMPONENTE SINTÉXICO E DE UM COMPONENTE SEMÊNTICO O ATOR DEVE TER PELO MENOS
UM PAPEL ACTANCIAL E UM PAPEL TEMÉTICO / ATOR PODE ENlM SER lGURATIVIZADO
,EMBRAM 'REIMAS E #OURTÒS

,5):
*/3³
$O PONTO DE VISTA DA PRODU ÎO DO DISCURSO PODER SE É DISTINGUIR O ACTANTE DA ENUNCIA ÎO
QUE Ï UM ACTANTE LOGICAMENTE IMPLÓCITO LOGICAMENTE PRESSUPOSTO PELO ENUNCIADO DO ATOR DA
ENUNCIA ÎO NESSE ÞLTIMO CASO O ATOR SERÉ POR EXEMPLO h"AUDELAIREv NA MEDIDA EM QUE SE DElNE
PELA TOTALIDADE DE SEUS DISCURSOS   

! ANÉLISE DO ÏTHOS DO ENUNCIADOR Ï COMO JÉ SE DISSE A ANÉLISE DO ATOR DA

ENUNCIA ÎO .O ENTANTO VERIlCAMOS QUE HÉ DIFERENTES NÓVEIS ENUNCIATIVOS NUM
TEXTO ENUNCIADOR NARRADOR E INTERLOCUTOR .ÎO HÉ QUALQUER DIlCULDADE PARA
DETERMINAR O QUE SE PODERIA CHAMAR O ETHOS DO INTERLOCUTOR JÉ QUE ESTE Ï UMA
PERSONAGEM CONSTRUÓDA NA OBRA COM TODAS AS SUAS CARACTERÓSTICAS FÓSICAS E PSÓQUI
CAS / PROBLEMA Ï DISTINGUIR O CARÉTER DO ENUNCIADOR E O DO NARRADOR ³ 'REIMAS
QUEM NOS DÉ A PISTA PARA FAZER ESSA DISTIN ÎO $IZ ELE EM PASSAGEM CITADA ACIMA
QUE O ENUNCIADOR TOMADO COMO ATOR DA ENUNCIA ÎO DElNE SE PELA TOTALIDADE DE
SUA OBRA 1UANDO ANALISAMOS UMA OBRA SINGULAR PODEMOS DElNIR OS TRA OS DO
NARRADOR QUANDO ESTUDAMOS A OBRA INTEIRA DE UM AUTOR Ï QUE PODEMOS APREENDER
O ETHOS DO ENUNCIADOR .O CASO DE UM JORNAL QUANDO ANALISAMOS O TEXTO DE UM
ARTICULISTA *OSÏ 3IMÎO POR EXEMPLO  DElNIMOS OS TRA OS DE UM NARRADOR APENAS
QUANDO INVESTIGAMOS O JORNAL COMO UMA TOTALIDADE DE SENTIDO ENCONTRAMOS UM
ENUNCIADOR QUE DENOMINAMOS COMO hO %STADÎOv hA &OLHAv hO *"v ³ A PERCEP ÎO
INTUITIVA DESSE ENUNCIADOR ÞNICO QUE NOS LEVA A AlRMA ÜES COMO h/ %STADÎO
TEM UMA LINHA MAIS DElNIDA DO QUE A &OLHA POIS ESTA ACOLHE UMA PLURALIDADE
\ N  \ OUTUBRO 

DE OPINIÜES MAIORv
.ORMA $ISCINI DE #AMPOS MOSTRA QUE A TOTALIDADE EM QUE SE BUSCA O CARÉTER DO
ENUNCIADOR Ï DIFERENCIAL CONSTRUÓDA PARA OS PROPØSITOS DA ANÉLISE 0OR EXEMPLO SE
VAMOS ESTABELECER OS ÏTHE DO QUE SE CHAMA COMUMENTE IMPRENSA SÏRIA E IMPREN
SA SENSACIONALISTA VERIlCAMOS QUE OS JORNAIS / %STADO DE 3ÎO 0AULO E &OLHA DE 3
0AULO ESTÎO ENGLOBADOS DENTRO DA MESMA TOTALIDADE ENQUANTO .OTÓCIAS 0OPULARES
PERTENCE A OUTRA TOTALIDADE .O ENTANTO SE A ANÉLISE VISA A MOSTRAR A DISTIN ÎO ENTRE
GALÉXIA

OS ÏTHE DO %STADÎO E DA &OLHA CADA UM DESSES JORNAIS CONSTITUI UMA TOTALIDADE

   


 /NDE SE ENCONTRAM NA MATERIALIDADE DISCURSIVA DA TOTALIDADE AS MARCAS DO
3%-)¼4)#!

ÏTHOS DO ENUNCIADOR $ENTRO DESSA TOTALIDADE PROCURAM SE RECORRÐNCIAS EM QUAL

QUER ELEMENTO COMPOSICIONAL DO DISCURSO OU DO TEXTO NA ESCOLHA DO ASSUNTO NA
CONSTRU ÎO DAS PERSONAGENS NOS GÐNEROS ESCOLHIDOS NO NÓVEL DE LINGUAGEM USADO
%

NO RITMO NA lGURATIVIZA ÎO NA ESCOLHA DOS TEMAS NAS ISOTOPIAS ETC .UM JORNAL A
#/-5.)#!£²/

IMAGEM DO ENUNCIADOR SE MOSTRA ATÏ MESMO NO TAMANHO DAS LETRAS UTILIZADAS NO

NÞMERO DE COLUNAS OCUPADAS PELA MANCHETE E ASSIM POR DIANTE
6ALENDO NOS DE UMA ANÉLISE FEITA POR .ORMA $ISCINI DE #AMPOS DOS JORNAIS
/ %STADO DE 3ÎO 0AULO E &OLHA DE 3 0AULO DE UM LADO E .OTÓCIAS 0OPULARES DE
s

OUTRO     TRACEMOS OS ELEMENTOS PRINCIPAIS DOS ÏTHE DA CHAMADA
 

IMPRENSA SÏRIA E DA DENOMINADA IMPRENSA SENSACIONALISTA .A DITA IMPRENSA SÏRIA

A DIAGRAMA ÎO Ï EQUILIBRADA RESPEITA SE A DIVISÎO DA PÉGINA PADRONIZADA EM SEIS
COLUNAS OS TEXTOS E AS FOTOS APRESENTAM UMA DISTRIBUI ÎO SIMÏTRICA AS MANCHETES
SÎO COMPOSTAS POR LETRAS REGULARMENTE PEQUENAS NÎO HÉ CONTRASTES GRITANTES DE
CORES E DE LETRAS 3UA TEMÉTICA PRIVILEGIADA SÎO A POLÓTICA NACIONAL A ECONOMIA A
POLÓTICA INTERNACIONAL O PRIMEIRO CADERNO TRATA DAS NOTÓCIAS POLÓTICAS 3EU DOMÓNIO
NARRATIVO Ï O PÞBLICO 0OR ISSO AS NOTÓCIAS POLICIAIS POR EXEMPLO SÎO DADAS COM
MUITA DISCRI ÎO #OM O APAGAMENTO DAS MARCAS DA ENUNCIA ÎO NO ENUNCIADO POR
EXEMPLO COM O USO DAS FORMAS IMPESSOAIS DE NARRAR  CRIA SE UM EFEITO DE SENTIDO
DE OBJETIVIDADE E DE DISTANCIAMENTO #OM O APAGAMENTO DA ENUNCIA ÎO Ï COMO SE
AS NOTÓCIAS SE ENUNCIASSEM A SI MESMAS O QUE GERA UM EFEITO DE SENTIDO DE VERDADE
#OM O USO DE PROCEDIMENTOS COMO OUVIR OS DOIS LADOS PRODUZ SE UM SIMULACRO DE
ISEN ÎO 5TILIZA SE A NORMA CULTA DA LÓNGUA E EVITAM SE AS GÓRIAS E OS PALAVRÜES (É
UMA BUSCA DA EXPLICA ÎO DA NOTÓCIA E DA TOMADA DE POSI ÜES .ADA NESSES JORNAIS
Ï HIPERBØLICO TUDO ESTÉ NA hJUSTA MEDIDAv
%M .OTÓCIAS 0OPULARES OS PADRÜES SÎO COMPLETAMENTE DIFERENTES .A PRIMEIRA
PÉGINA A MANCHETE EM LETRAS ENORMES EM NEGRITO MAIS ESPESSAS DO QUE O PADRÎO
DOS OUTROS JORNAIS OCUPA MAIS DA METADE DA PÉGINA !S FOTOS SÎO IMENSAS E NELAS
GALÉXIA

O COLORIDO Ï EXTREMAMENTE FORTE ! PRIMEIRA PÉGINA PARECE ANÉRQUICA PORQUE

NELA OS TÓTULOS E AS FOTOS PARECE AMONTOAREM SE ! TEMÉTICA PRIVILEGIADA EM .O
TÓCIAS 0OPULARES Ï OS FAITS DIVERS OS ESPORTES AS hDICASv DE SOBREVIVÐNCIA NO AQUI
\

E AGORA A VIDA DOS ARTISTAS OS ASSUNTOS REFERENTES AO MISTICISMO AO ESOTERISMO

N  \ OUTUBRO 

"USCAM SE OS EVENTOS MAIS EXTRAVAGANTES E TRÉGICOS DA VIDA PRIVADA &ICA SE NO

DOMÓNIO IMEDIATO DA EXPERIÐNCIA POR EXEMPLO ESSE JORNAL NÎO TEM EDITORIAIS 
! LINGUAGEM UTILIZADA Ï UMA VARIANTE POPULAR REPLETA DE GÓRIAS E TERMOS CHULOS
h#ORNO ELÏTRICO CAUSA BLECAUTEv  Ï A MANCHETE DE NOTÓCIA A RESPEITO
DE UM MARIDO TRAÓDO QUE SUBIU NUM POSTE DE ELETRICIDADE E CAUSOU UM APAGÎO


5SAM SE MUITOS AUMENTATIVOS POR EXEMPLO h4IMÎOv h6ERDÎOv h&OGÎOv PARA FAZER

 
REFERÐNCIA AOS TIMES DE FUTEBOL #ORINTHIANS 0ALMEIRAS E "OTAFOGO (É MUITAS FOTOS
E POUCAS PALAVRAS MANCHA BASTANTE AREJADA E LETRAS COM TIPOS GRANDES  )SSO DÉ

s
&)/2).
UM RITMO ACELERADO Ì ENUNCIA ÎO 4UDO EM .OTÓCIAS 0OPULARES Ï HIPERBØLICO .ÎO
SE APAGAM TODAS AS MARCAS DA ENUNCIA ÎO NO ENUNCIADO -OSTRAM SE MUITAS FOTOS
DE MULHERES SEMIDESPIDAS $EBOCHA SE DO MUNDO COM POR EXEMPLO MANCHETES

,5):
ENGANADORAS OU FRASES MALICIOSAS h0ADRE -ARCELO VAI MUDAR DE )GREJAv  

*/3³
REFERINDO SE Ì MUDAN A DO LOCAL DE CELEBRA ÎO DAS MISSAS DO 0ADRE -ARCELO h%X
CLUSIVO FURO MUNDIAL *OHN +ENNEDY CASOU ONTEM EM 3ÎO 0AULOv  SOBRE
UM INDIVÓDUO QUE TINHA O NOME DE *OHN +ENNEDY E QUE SE CASOU !O FALAR SOBRE
ARTISTAS DE TELEVISÎO MISTURAM SE REALIDADE E lC ÎO POR EXEMPLO h8UXA CANSOU DE
BEIJAR &REDv   &RED ERA A PERSONAGEM DE UMA NOVELA MOSTRADA NA ÏPOCA
EM QUE O JORNAL FOI PUBLICADO
%SSAS MARCAS COMPOSICIONAIS E ESTILÓSTICAS PERMITEM COMPOR O ETHOS DA IMPREN
SA SÏRIA E O DA SENSACIONALISTA !QUELE Ï SUTIL lNO BUSCA COMPREENDER O MUNDO
EM QUE VIVE APRESENTA SE COMO ALGUÏM APARENTEMENTE ISENTO CONlÉVEL PORQUE
TRANSMITE UM SABER ENGLOBANTE DO MUNDO 3EU CORPO Ï SØBRIO E CONTIDO SEUS GESTOS
SÎO CALCULADOS / TOM DE SUA VOZ Ï SÏRIO MAS BRANDO Ï UMA VOZ QUE NÎO SE ELEVA
PAUSADA E RITMADA SUA EXPRESSÎO Ï EQUILIBRADA ³ UM ETHOS DE RESERVA E ELEGÊNCIA
UM ETHOS DA hJUSTA MEDIDAv *É O ETHOS DO ENUNCIADOR CRIADO POR .OTÓCIAS 0OPULARES
Ï MAIS RUDE FALA COM FRANQUEZA EXIBE SUA VIRILIDADE QUE SE OBSERVA NO APELO ERØ
TICO EXPLÓCITO DAS MULHERES SEMINUAS SEM hFRESCURASv SEM A CONTEN ÎO DADA PELAS
NORMAS DA POLIDEZ ³ UM ATOR REDUNDANTE hESPA OSOv IMPACIENTE O QUE SE NOTA
NA ENUNCIA ÎO ACELERADA %SSE ATOR TEM UM CORPO AVESSO Ì CONTEN ÎO SEUS GESTOS
SÎO ATABALHOADOS %LE NÎO FALA GRITA 3EU TOM DE VOZ NADA TEM DA INTENSIDADE DAS
VOZES CONSIDERADAS BEM EDUCADAS
#OMO SE VÐ EMBORA O JORNAL SEJA UMA CRIA ÎO COLETIVA OS DIFERENTES FAZERES
DOS DIVERSOS SUJEITOS REAIS QUE ATUAM EM SUA PRODU ÎO ESTÎO SUBORDINADOS A UMA
\ N  \ OUTUBRO 

INSTÊNCIA SIGNIlCANTE ÞNICA QUE PERMITE QUE O PRODUTO SEJA APREENDIDO COMO UM
TODO DE SENTIDO ,ANDOWSKI     0ARA O ESTUDO DO SENTIDO DO OBJETO
MIDIÉTICO NÎO TÐM NENHUM RELEVO OS VÉRIOS FAZERES DOS SUJEITOS REAIS MAS O QUE
IMPORTA Ï APREENSÎO DA IMAGEM DO ENUNCIADOR VEICULADA PELO TEXTO / QUE FOI DITO
PARA O JORNAL VALE TAMBÏM PARA O CINEMA A TELEVISÎO ETC .O CINEMA POR EXEMPLO
O ENUNCIADOR Ï O DIRETOR NÎO EVIDENTEMENTE O DIRETOR DE CARNE E OSSO MAS SUA
IMAGEM CONSTRUÓDA PELA SUA OBRA
GALÉXIA


 ! )-!'%- $/ %.5.#)!4­2)/
3%-)¼4)#!

#OMO JÉ SE DISSE O hEUv SEMPRE SE DIRIGE A UM hTUv E PORTANTO A CADA INSTÊNCIA

DA ENUNCIA ÎO EM QUE UM ACTANTE DIZ hEUv CORRESPONDE UM hTUv !O ENUNCIADOR
%

ESTÉ EM CORRELA ÎO O ENUNCIATÉRIO AO NARRADOR O NARRATÉRIO AO INTERLOCUTOR O

#/-5.)#!£²/

INTERLOCUTÉRIO #ABE AINDA LEMBRAR 'REIMAS ENUNCIADOR E ENUNCIATÉRIO CONSTITUEM

O SUJEITO DA ENUNCIA ÎO   !O COLOCAR O ENUNCIATÉRIO COMO UMA DAS INS
TÊNCIAS DO SUJEITO DA ENUNCIA ÎO 'REIMAS QUER RESSALTAR SEU PAPEL DE CO ENUNCIADOR
#OM EFEITO A IMAGEM DO ENUNCIATÉRIO CONSTITUI UMA DAS COER ÜES DISCURSIVAS A QUE
s

OBEDECE O ENUNCIADOR NÎO Ï A MESMA COISA PRODUZIR UM TEXTO PARA UM ESPECIALISTA

 

NUMA DADA DISCIPLINA OU PARA UM LEIGO PARA UMA CRIAN A OU PARA UM ADULTO /
ENUNCIATÉRIO Ï TAMBÏM UMA CONSTRU ÎO DO DISCURSO .ÎO Ï O LEITOR REAL MAS UM
LEITOR IDEAL UMA IMAGEM DE UM LEITOR PRODUZIDA PELO DISCURSO !SSIM COMO NO TEXTO
PARTICULAR SE CONSTRØI A IMAGEM DO NARRADOR ENQUANTO Ï NUMA TOTALIDADE DISCURSIVA
QUE SE ENCONTRA O ETHOS DO ENUNCIADOR TAMBÏM NUM TEXTO SINGULAR SE CONSTRØI A
IMAGEM DO NARRATÉRIO SEJA ELE EXPLÓCITO OU IMPLÓCITO ENQUANTO NUMA TOTALIDADE
DISCURSIVA RECORTADA PARA OS lNS DA ANÉLISE CONSTRØI SE A IMAGEM DO ENUNCIATÉRIO
%SSA DISTIN ÎO REMETE Ì POSSIBILIDADE DE UMA DIFEREN A ENTRE AS DUAS IMAGENS
³ PRECISO ANALISAR COMO SE CONSTRØI A IMAGEM DO ENUNCIATÉRIO ISTO Ï ESSE ATOR
DA ENUNCIA ÎO QUE NÎO Ï UMA INSTÊNCIA ABSTRATA E UNIVERSAL O hTUv PRESSUPOSTA
PELA EXISTÐNCIA DO ENUNCIADO !O CONTRÉRIO Ï UMA IMAGEM CONCRETA A QUE SE DESTINA
O DISCURSO / ENUNCIATÉRIO COMO VIMOS NÎO Ï UM SER PASSIVO QUE APENAS RECEBE
AS INFORMA ÜES PRODUZIDAS PELO ENUNCIADOR MAS Ï UM PRODUTOR DO DISCURSO QUE
CONSTRØI INTERPRETA AVALIA COMPARTILHA OU REJEITA SIGNIlCA ÜES
0ARA PENSAR O ENUNCIATÉRIO COMO ATOR DA ENUNCIA ÎO VAMOS VOLTAR NOVAMENTE Ì
2ETØRICA DE !RISTØTELES .UM ATO DE COMUNICA ÎO TRÐS ELEMENTOS ACHAM SE ENVOL
VIDOS O ORADOR O AUDITØRIO E O DISCURSO OU EM OUTROS TERMOS O ETHOS O PATHOS E
O LOGOS !TUALMENTE PODER SE IA DIZER QUE NUM ATO COMUNICATIVO HÉ UMA RELA ÎO
GALÉXIA

ENTRE TRÐS INSTÊNCIAS O ENUNCIADOR O ENUNCIATÉRIO E O DISCURSO

-OSTRA O %STAGIRITA QUE OS ARGUMENTOS VÉLIDOS PARA CERTOS AUDITØRIOS DEIXAM DE
SÐ LO PARA OUTROS OS ARGUMENTOS VÉLIDOS EM CERTOS MOMENTOS NÎO O SÎO EM OUTROS
\

OS ARGUMENTOS VÉLIDOS EM DETERMINADOS LUGARES NÎO ATINGEM O RESULTADO ESPERADO

N  \ OUTUBRO 

EM OUTROS / ORADOR PORTANTO PARA CONSTRUIR SEU DISCURSO PRECISA CONHECER SEU
AUDITØRIO -AS CONHECER O QUÐ / PATHOS OU O ESTADO DE ESPÓRITO DO AUDITØRIO
/ PATHOS Ï A DISPOSI ÎO DO SUJEITO PARA SER ISTO OU AQUILO 0OR CONSEGUINTE BEM
ARGUMENTAR IMPLICA CONHECER O QUE MOVE OU COMOVE O AUDITØRIO A QUE O ORADOR
SE DESTINA !RISTØTELES ) )) A  !RISTØTELES TRATA LONGAMENTE DAS PAIXÜES QUE


MOVEM O AUDITØRIO NO LIVRO )) DA 2ETØRICA #ÓCERO NO $E ORATORE AlRMA hNOBIS

 
TAMEN QUI IN HOC POPULO FOROQUE UERSAMUS SATIS EST EA DE MORIBUS HOMINUM ET
SCIRE ET DICERE QUAE NON ABHORRENT AB HOMINUM MORIBUSv )   0OR ESSA RAZÎO

s
&)/2).
ASSIM O ROMANO DElNE AS QUALIDADES DO ORADOR h!CUTO HOMINE NOBIS OPUS EST
ET NATURA USUQUE CALLIDO QUI SAGACITER PERUESTIGET QUID SUI CIUES QUIBUS ALIQUID
DICENDO PERSUADERE UELIT COGITENT SENTIANT OPINENTUR EXSPECTENTv )  

,5):
/ PATHOS NÎO Ï A DISPOSI ÎO REAL DO AUDITØRIO MAS A DE UMA IMAGEM QUE O

*/3³
ENUNCIADOR TEM DO ENUNCIATÉRIO %SSA IMAGEM ESTABELECE COER ÜES PARA O DISCURSO
POR EXEMPLO Ï DIFERENTE FALAR PARA UM AUDITØRIO DE MILITANTES POLÓTICOS OU PARA
UM AUDITØRIO QUE JULGA A POLÓTICA UMA COISA ABORRECIDA .ESSE SENTIDO O AUDITØ
RIO O ENUNCIATÉRIO O TARGET COMO DIZEM OS PUBLICITÉRIOS FAZ PARTE DO SUJEITO DA
ENUNCIA ÎO Ï PRODUTOR DO DISCURSO NA MEDIDA EM QUE DETERMINA ESCOLHAS LIN
GàÓSTICAS DO ENUNCIADOR %VIDENTEMENTE ESSAS ESCOLHAS NÎO SÎO NECESSARIAMENTE
CONSCIENTES
! IMAGEM DO ENUNCIATÉRIO Ï UM PAPEL TEMÉTICO QUE Ï COMPOSTO DE UMA COM
PLEXA REDE DE RELA ÜES #ÓCERO DIZ QUE O ORADOR PRECISA SABER O QUE PENSAM COGITENT
SENTEM SENTIANT OPINAM OPINENTUR ESPERAM EXSPECTENT AQUELES A QUEM SE DESEJA
PERSUADIR )SSO QUER DIZER QUE ESSA IMAGEM CONSUBSTANCIADA NUM PAPEL TEMÉTICO
TEM UMA DIMENSÎO COGNITIVA DE UM LADO IDEOLØGICA DA ORDEM DO SABER COGITENT
DE OUTRO DA ORDEM DO CRER OPINENTUR UMA DIMENSÎO PATÐMICA SENTIANT E UMA
DIMENSÎO PERCEPTIVA EXSPECTENT
/ 0RESIDENTE ,ULA PARECE TER UMA PERCEP ÎO MUITO AGUDA DA IMAGEM DO ENUN
CIATÉRIO A QUEM SE DIRIGE .UM DE SEUS DISCURSOS SOBRE AS REFORMAS DA PREVIDÐNCIA
AlRMOU QUE NÎO ERA JUSTO QUE UMA PROCURADORA OU UMA PROFESSORA UNIVERSITÉRIA
SE APOSENTASSEM AOS  ANOS ENQUANTO UMA CORTADORA DE CANA SE APOSENTA AOS
 ANOS $ISSE QUE IRIA MUDAR ESSA SITUA ÎO / ENUNCIATÉRIO PODERIA SER TEMATIZADO
COMO O hPOVÎOv QUE Ï CONSTITUÓDO DE UMA REDE DE RELA ÜES SEMÊNTICAS PERCEBE A
SOCIEDADE BRASILEIRA COMO UM LUGAR DE PRIVILÏGIOS E INJUSTI AS SENTE REVOLTA DIANTE
\ N  \ OUTUBRO 

DESSE ESTADO DE COISAS E ESPERA UM SALVADOR QUE MUDE ESSA SITUA ÎO 0OR ISSO O
ETHOS DO ENUNCIADOR CONSTRUÓDO NO DISCURSO PRESIDENCIAL Ï O DE UM SALVADOR DE UM
REDENTOR $AÓ O TOM MESSIÊNICO DE SEU DISCURSO Ï ELE QUEM VAI REPARAR AS INJUSTI
 AS .ÎO EXISTE NESSE DISCURSO A MEDIA ÎO DEMOCRÉTICA DO #ONGRESSO .ACIONAL AS

 0ARA NØS QUE NOS OCUPAMOS DESSE POVO E DO FORO BASTA CONHECER OS COSTUMES DAS PESSOAS E DIZER
AQUELAS COISAS QUE NÎO CONTRARIAM A OPINIÎO DELAS
GALÉXIA

 ³ NECESSÉRIO UM HOMEM AGUDO HÉBIL POR NATUREZA E EXPERIÐNCIA QUE TENHA UMA SAGAZ PERCEP ÎO
DO QUE PENSAM SENTEM OPINAM E ESPERAM SEUS CIDADÎOS E AQUELES A QUEM DESEJA PERSUADIR PELO
SEU DISCURSO


 MUDAN AS DAR SE ÎO PELA VONTADE DO PRESIDENTE %M  EM 0ELOTAS O 0RESIDENTE
3%-)¼4)#!

AlRMOU h1UANDO CASEI ENGRAVIDEI MINHA GALEGA NA PRIMEIRA NOITE PORQUE PER
NAMBUCANO NÎO DEIXA POR MENOSv / ETHOS DO MACHO QUE ASSOCIA DESEMPENHO
SEXUAL Ì VALENTIA Ì CORAGEM QUE SE APRESENTA COMO O HOMEM SIMPLES E SINCERO
%

DIRIGE SE A UM ENUNCIATÉRIO CUJO PATHOS TEM O MESMO PERlL

#/-5.)#!£²/

6EJAMOS DE MANEIRA RÉPIDA APENAS Ì GUISA DE ILUSTRA ÎO COMO OS JORNAIS /

%STADO DE 3ÎO 0AULO E &OLHA DE 3 0AULO CONSTROEM SEUS ENUNCIATÉRIOS %STE TEM
TEXTOS MENORES DO QUE AQUELE TEM MAIS FOTOS E FOTOS MAIORES E TEM PÉGINAS
MENOS COMPACTAS !PRESENTA UMA SE ÎO INTERNACIONAL MENOS DENSA %XIBE COM
s

GRANDE FREQàÐNCIA QUADROS AZUIS EM QUE SÎO EXPLICADOS OS ANTECEDENTES DA NO

 

TÓCIA QUE ESTÉ SENDO DADA E PARÐNTESES EXPLICATIVOS PARA AS SIGLAS APRESENTADAS
POR EXEMPLO #0) #OMISSÎO 0ARLAMENTAR DE )NQUÏRITO  4#5 4RIBUNAL DE #ONTAS
DA 5NIÎO  434 4RIBUNAL 3UPERIOR DO 4RABALHO  /S TEXTOS SÎO ESCRITOS NO QUE SE
PODERIA CHAMAR A NORMA CULTA REAL /S PERÓODOS DOS TEXTOS NÎO SÎO MUITO LONGOS
$É MAIS ESPA O DO QUE O %STADO PARA A CULTURA E AS DIVERSÜES APRESENTANDO COM
MUITA FREQàÐNCIA MOVIMENTOS CULTURAIS ALTERNATIVOS 4EM UM OMBUDSMAN QUE
AOS DOMINGOS APRESENTA CRÓTICAS ÌS VEZES BASTANTE DURAS AO JORNAL .A PÉGINA
DOS EDITORIAIS APRESENTA ALÏM DE UMA CHARGE ARTIGOS DE CRONISTAS SEDIADOS NO
2IO EM 3ÎO 0AULO E EM "RASÓLIA E ARTIGOS DE COLABORADORES VARIÉVEIS *É O %STA
DÎO APRESENTA TEXTOS MAIORES DO QUE OS DA &OLHA E TEM PÉGINAS MAIS COMPACTAS
3UA SE ÎO INTERNACIONAL E SEU CADERNO DE %CONOMIA SÎO MAIS DENSOS DO QUE OS
DA &OLHA 4RAZ MENOS EXPLICA ÜES DOS ANTECEDENTES DAS NOTÓCIAS E OS PARÐNTESES
EXPLICATIVOS APARECEM APENAS EM SITUA ÜES EXCEPCIONAIS /S TEXTOS SÎO ESCRITOS NO
QUE SE PODERIA DENOMINAR A NORMA CULTA ESCOLAR /S PERÓODOS SÎO MAIS LONGOS E A
SINTAXE MAIS COMPLEXA 3EU CADERNO DE CULTURA DÉ MAIS ESPA O Ì CULTURA ERUDITA E
Ì CULTURA POPULAR TIDA COMO MAIS SOlSTICADA .ÎO TEM OMBUDSMAN E SUA PÉGINA
DE EDITORIAIS APRESENTA SOMENTE A POSI ÎO DO JORNAL E AS CARTAS DOS LEITORES 3EUS
EDITORIAIS SÎO COM MAIS FREQàÐNCIA MODALIZADOS PELA CERTEZA ENQUANTO A &OLHA
GALÉXIA

MODULA FREQàÐNTEMENTE SEUS PONTOS DE VISTA PELA CONTINGÐNCIA EXEMPLO TÓPICO

DISSO Ï APRESENTAR UM ASSUNTO SOB A FORMA DE UMA INTERROGA ÎO QUE Ï RESPONDIDA
POR TRÐS ARTICULISTAS UM RESPONDE AlRMATIVAMENTE OUTRO NEGATIVAMENTE OUTRO
\

EM TERMOS 0ODERÓAMOS CONTINUAR A ENUMERAR DIFEREN AS ENTRE OS DOIS JORNAIS .O

N  \ OUTUBRO 

ENTANTO ESSAS BASTAM PARA PENSARMOS NA IMAGEM DO ENUNCIATÉRIO CONSTRUÓDA POR

ESSES ØRGÎOS DA IMPRENSA
/ ENUNCIATÉRIO DO %STADÎO Ï UM HOMEM QUE PERTENCE ÌS ELITES DO PAÓS QUE
CONHECE BEM OS FATOS DA POLÓTICA E DA ECONOMIA PARA QUEM PORTANTO NÎO Ï PRE
CISO EXPLICAR A TODO MOMENTO OS ANTECEDENTES DAS NOTÓCIAS O PAPEL EXERCIDO POR


DETERMINADAS PERSONALIDADES CITADAS NOS TEXTOS E O SIGNIlCADO DAS SIGLAS DE ØRGÎOS

 
GOVERNAMENTAIS ³ UM CONSUMIDOR DA CULTURA ERUDITA E DAS MANIFESTA ÜES CONSIDE
RADAS MAIS SOlSTICADAS DA CULTURA POPULAR %SSE HOMEM TEM POSI ÜES POLÓTICAS BEM

s
&)/2).
DElNIDAS Ï CONSERVADOR EM MATÏRIA DE ECONOMIA E POLÓTICA ³ CHEIO DE CERTEZAS
E PORTANTO O JORNAL PODE APRESENTAR SE COM POSI ÜES BEM MARCADAS ENFATIZANDO
MENOS A RELATIVIDADE E A PLURALIDADE DE OPINIÜES 0ARA ELE A LEITURA Ï O MEIO MAIS

,5):
IMPORTANTE DE OBTEN ÎO DE INFORMA ÜES *É O ENUNCIATÉRIO DA &OLHA Ï O DESCOLADO

*/3³
ARTISTAS PROFESSORES UNIVERSITÉRIOS ETC QUE TEM INTERESSES MUITO VARIADOS .ÎO Ï
QUE NÎO SE INTERESSE PELA POLÓTICA MAS SEU INTERESSE POR ELA Ï RELATIVO 0OR ISSO NÎO
CONHECE TODOS OS ØRGÎOS GOVERNAMENTAIS NEM TODOS OS ATORES DA POLÓTICA OU DA
ECONOMIA NACIONAIS )NTERESSA SE APENAS PELAS GRANDES QUESTÜES DA POLÓTICA INTERNA
CIONAL ³ CONSUMIDOR DE TODAS AS MANIFESTA ÜES CULTURAIS ENTRE ELAS AS ALTERNATIVAS
4EM CURIOSIDADE PELAS MATÏRIAS RELATIVAS A COMPORTAMENTO VEJA SE POR EXEMPLO
A PAUTA DA 2EVISTA DA &OLHA .ÎO SE INFORMA APENAS PELOS JORNAIS E POR ISSO NÎO
DEDICA MUITO TEMPO A SUA LEITURA ³ PLURALISTA 0ARA O LEITOR DO %STADÎO O MUNDO
Ï OBJETO DO CONHECIMENTO E CAMPO DE A ÎO PARA O LEITOR DA &OLHA O MUNDO Ï
OBJETO DE CONTEMPLA ÎO / TOM DO PRIMEIRO Ï VIRIL EDUCADO SÏRIO PEREMPTØRIO O
DO SEGUNDO Ï LEVEMENTE BLASÏ TINGIDO POR UMA CERTA IRONIA
#OMO SE VÐ CADA UM DOS JORNAIS CONSTRØI SEU PÞBLICO SEU LEITOR A PARTIR DE
CARACTERÓSTICAS DISCURSIVAS %SSA IMAGEM DO ENUNCIATÉRIO PASSA A SER UM CO ENUN
CIADOR NA MEDIDA EM QUE ELA DETERMINA A ESCOLHA DAS MATÏRIAS QUE ENTRARÎO NO
JORNAL A FORMA COMO OS TEXTOS SÎO REDIGIDOS A DISPOSI ÎO DA PÉGINA ETC 0OR OUTRO
LADO O ENUNCIATÉRIO ADERE AO DISCURSO PORQUE NELE SE VÐ CONSTITUÓDO COMO SUJEITO
IDENTIlCANDO SE COM UM DADO ETHOS DO ENUNCIADOR
! ElCÉCIA DO DISCURSO OCORRE QUANDO O ENUNCIATÉRIO INCORPORA O ETHOS DO
ENUNCIADOR %SSA INCORPORA ÎO PODE SER HARMÙNICA QUANDO ETHOS E PATHOS AJUS
TAM SE PERFEITAMENTE Ï O CASO DO ENUNCIATÉRIO DA &OLHA OU DO %STADO OU COMPLE
MENTAR QUANDO O ETHOS RESPONDE A UMA CARÐNCIA DO PATHOS Ï O CASO DOS MANUAIS
\ N  \ OUTUBRO 

DE AUTO AJUDA EM QUE A UM ENUNCIATÉRIO INSEGURO CONFUSO QUE BUSCA SEGURAN A

CORRESPONDE UM ENUNCIADOR CHEIO DE CERTEZAS / -INISTRO DA *USTI A -ÉRCIO 4OMÉS
"ASTOS AlRMOU QUE ERA UMA AFRONTA Ì 0REFEITA DE 3ÎO 0AULO JOGAR UMA GALINHA
SOBRE ELA COMO lZERAM ALGUNS ESTUDANTES DA &ACULDADE DE $IREITO DO ,ARGO DE 3ÎO
&RANCISCO DA MESMA FORMA COMO SERIA AFRONTOSO JOGAR UM VEADO SOBRE UM HOMEM
%LE TEVE DEPOIS DE VARIADOS PROTESTOS QUE PEDIR DESCULPAS PELA INFELICIDADE DE SUA
FRASE PORQUE ELA REVELAVA PRECONCEITO CONTRA OS HOMOSSEXUAIS %VIDENTEMENTE ELE
GALÉXIA

SE DIRIGIU A UM ENUNCATÉRIO QUE NÎO ADMITE ESSE TIPO DE PRECONCEITO E PORTANTO

SEU DISCURSO NÎO FOI ElCAZ


 ! ElCÉCIA DISCURSIVA ESTÉ DIRETAMENTE LIGADA Ì QUESTÎO DA ADESÎO DO ENUNCIA
3%-)¼4)#!

TÉRIO AO DISCURSO / ENUNCIATÉRIO NÎO ADERE AO DISCURSO APENAS PORQUE ELE Ï APRE
SENTADO COMO UM CONJUNTO DE IDÏIAS QUE EXPRESSAM SEUS POSSÓVEIS INTERESSES MAS
PORQUE SE IDENTIlCA COM UM DADO SUJEITO DA ENUNCIA ÎO COM UM CARÉTER COM UM
%

CORPO COM UM TOM !SSIM O DISCURSO NÎO Ï APENAS UM CONTEÞDO MAS TAMBÏM UM
#/-5.)#!£²/

MODO DE DIZER QUE CONSTRØI OS SUJEITOS DA ENUNCIA ÎO / DISCURSO AO CONSTRUIR UM

ENUNCIADOR CONSTRØI TAMBÏM SEU CORRELATO O ENUNCIATÉRIO
/NDE SE ENCONTRAM NA MATERIALIDADE DISCURSIVA DA TOTALIDADE AS MARCAS DO PA
THOS DO ENUNCIATÉRIO $ENTRO DESSA TOTALIDADE PROCURA SE RECORRÐNCIAS EM QUALQUER
s

ELEMENTO COMPOSICIONAL OU NO ESTILO DO DISCURSO %M OUTRAS PALAVRAS AS MARCAS DA

 

PRESEN A DO ENUNCIATÉRIO NÎO ESTÎO NO ENUNCIADO hO DITOv MAS NA ENUNCIA ÎO ENUN

CIADA ISTO Ï NAS MARCAS DEIXADAS PELA ENUNCIA ÎO NO ENUNCIADO hO DIZERv
!NALISEMOS SUCINTAMENTE UM PROGRAMA DE TELEVISÎO O DO 2ATINHO PARA EXA
MINAR A ElCÉCIA DE SEU DISCURSO #OMO MOSTRAMOS ACIMA NÎO SE TRATA DE BUSCAR A
IMAGEM DO ENUNCIATÉRIO NUM PROGRAMA ESPECÓlCO MAS NO PROGRAMA VISTO COMO
UMA TOTALIDADE
/ PROGRAMA DO 2ATINHO TEM BASICAMENTE DUAS VERTENTES UMA QUE SE PODERIA
CHAMAR JORNALÓSTICA E DE SERVI OS E OUTRA EM QUE SE APRESENTAM ATRA ÜES ARTÓSTI
CAS /S SERVI OS PRESTADOS PELO PROGRAMA SÎO REALIZA ÎO DE EXAMES DE $.! PARA
DETERMINA ÎO DE PATERNIDADE BUSCA DE FAMILIARES DESAPARECIDOS AJUDA PARA QUE A
PESSOA POSSA COME AR UM PEQUENO NEGØCIO OU REALIZAR UM SONHO !S NOTÓCIAS SÎO
AQUELAS BASTANTE hBIZARRASv QUE MOSTRAM A hMISÏRIA HUMANAv FATOS POLICIAIS BRIGAS
FAMILIARES COMPORTAMENTOS SEXUAIS MINORITÉRIOS OU NÎO TÎO MINORITÉRIOS ASSIM
DOEN AS ESTRANHAS FENÙMENOS PARANORMAIS !S NOTÓCIAS MOSTRAM TUDO O QUE Ï
hEXTRAVAGANTEv E TRÉGICO NA VIDA PRIVADA 1UANDO SE FALA DE POLÓTICA FALA SE APENAS
DAQUILO QUE ATINGE DIRETA E IMEDIATAMENTE O TELESPECTADOR AUMENTO DA CONTRIBUI
 ÎO DO ).33 CRIA ÎO DA TAXA DE LIXO E DE ILUMINA ÎO ETC 4RATA SE DE NOTÓCIAS MAIS
DO ÊMBITO PRIVADO DO QUE DO PÞBLICO .O QUE DIZ RESPEITO ÌS ATRA ÜES ARTÓSTICAS
GALÉXIA

APRESENTA SE AQUILO QUE Ï CONSIDERADO BREGA CANTORES SERTANEJOS CANTORES DA hDOR

DE COTOVELOv ETC
/ ESTILO DO APRESENTADOR Ï ESCRACHADO E POLITICAMENTE INCORRETO $OIS EXEM
\

PLOS MOSTRAM ISSO #OMENTANDO O CASAMENTO DA 0REFEITA DE 3ÎO 0AULO DISSE QUE
N  \ OUTUBRO 

DURANTE O ALMO O DA FESTA FOI SERVIDO PICADINHO DE CARNE !lRMOU QUE SE TIVESSE
SIDO CONVIDADO DARIA A ELA UM PRESENTE MUITO BOM COMO UMA BAIXELA DE PRATA OU
UM SERVI O DE JANTAR DE PORCELANA E QUE PORTANTO NÎO ADMITIRIA QUE LHE SERVISSEM
PICADINHO 2IDICULARIZOU O CARDÉPIO UM ALMO O DE COMIDAS TRADICIONAIS DE FAZENDA
#OMO SE OBSERVA O APRESENTADOR FAZ DERRISÎO DO ESTILO DE VIDA DAS CLASSES ALTAS E


EXALTA UM ESTILO DE VIDA POPULARESCO EM QUE SE BUSCA UM CERTO hLUXOv !lNAL COMO

 
DIZIA *OÎOZINHO 4RINTA QUEM GOSTA DE POBREZA Ï INTELECTUAL 0OR OUTRO LADO SEU
ESTILO Ï POLITICAMENTE INCORRETO POR EXEMPLO UM HOMOSSEXUAL QUE FOI RECLAMAR

s
&)/2).
QUE SEU PARCEIRO ERA SEXUALMENTE INSACIÉVEL FOI OBJETO DE TODOS OS TIPOS DE BRINCA
DEIRAS AS HISTØRIAS DAS PESSOAS QUE VÎO PEDIR EXAME DE $.! PARA COMPROVA ÎO DE
PATERNIDADE SÎO REPRESENTADAS SOB O MODO DE ESCÉRNIO PERMITE SE E INCENTIVA SE

,5):
QUE AS MULHERES QUE ACOMPANHAM O HOMEM QUE VAI SER SUBMETIDO A EXAME PARA

*/3³
COMPROVA ÎO DE PATERNIDADE BRIGUEM ENTRE SI E PORTANTO SEJAM APRESENTADAS COMO
DESEQUILIBRADAS ENQUANTO O HOMEM lCA OLHANDO E UM LETREIRO DIZ hE O BONITÎO
NEM AÓv -UITAS VEZES O QUE Ï DITO Ï PERMEADO DE EXPRESSÜES DE DUPLO SENTIDO OU
FRANCAMENTE GROSSEIRAS
2ATINHO APRESENTA UM BOM SENSO RUDE EM QUE NÎO HÉ LUGAR PARA NENHUMA
lNURA INTELECTUAL OU ELABORA ÎO DAS IDÏIAS 3OBRE ECOLOGIA REPRESSÎO Ì CRIMINALIDA
DE VIDA CONJUGAL ETC REPETE PRECONCEITOS E CHAVÜES / CANTOR 7AGUINHO PRESO POR
NÎO PAGAR PENSÎO ALIMENTÓCIA FOI AO PROGRAMA PARA DEFENDER SE SEGUNDO ELE DO
QUE DIZIA SUA EX MULHER .UM DADO MOMENTO 2ATINHO DIZ PARA SEU AUDITØRIO QUE O
CANTOR NÎO PODERIA lCAR COMO O MAU NA HISTØRIA POIS UM HOMEM NÎO FAZ UM lLHO
SOZINHO $ESLOCOU A QUESTÎO DO PAGAMENTO DA PENSÎO ALIMENTÓCIA PARA A GERA ÎO
DE UM BEBÐ E PORTANTO TORNOU A EX MULHER CULPADA DO QUE ACONTECEU
/ APRESENTADOR MOSTRA INDIGNA ÎO CONTRA O SISTEMA POLÓTICO #ONSIDERA QUE OS
POLÓTICOS NÎO FAZEM NADA E SÎO EM GERAL CORRUPTOS !PRESENTA SE COMO ALGUÏM
QUE NÎO TEM MEDO QUE Ï FRANCO NO FALAR QUE AFRONTA A TUDO E A TODOS INCLUSIVE AS
LEIS E AS DECISÜES JUDICIAIS #OM FREQàÐNCIA AlRMA QUE PODEM PROCESSÉ LO PORQUE
ELE NÎO TEM MEDO !S /.'S SÎO PARTE DO SISTEMA CONTRA O QUAL SE INSURGE ³ O CASO
DAS INSTITUI ÜES QUE SE DEDICAM Ì PRESERVA ÎO DO MEIO AMBIENTE E DA 3OCIEDADE
0ROTETORA DOS !NIMAIS
/ REGISTRO LINGàÓSTICO UTILIZADO Ï O POPULAR MUITAS VEZES BEIRANDO O CHULO !
NORMA CULTA Ï MUITAS VEZES USADA COM AFETA ÎO COMO QUE DIZENDO QUE SE TRATA DE
\ N  \ OUTUBRO 

UMA LINGUAGEM DE HOMOSSEXUAIS 4UDO Ï ANÉRQUICO NO PROGRAMA DA DECORA ÎO Ì

CONDU ÎO / PROGRAMA RECUSA A CERIMÙNIA E A RITUALIZA ÎO DAS CLASSES MAIS ELEVADAS ³
UM TEXTO QUE NÎO PARECE PRONTO POIS AS MARCAS DE SUA FEITURA ESTÎO NELE PRESENTES ³
ANTES UM TEXTO IN lERI DO QUE UM TEXTO FACTUS 4UDO Ï APRESENTADO HIPERBOLICAMENTE
NO MODO DO EXCESSO ! INTENSIDADE DA VOZ DO APRESENTADOR Ï BEM FORTE .A VERDADE
PODE SE DIZER QUE ELE GRITA / ANDAMENTO DO PROGRAMA Ï ACELERADO
%SSAS CARACTERÓSTICAS PERMITEM NOS TRA AR O ETHOS DO APRESENTADOR E O PATHOS DE
GALÉXIA

SEU AUDITØRIO / ENUNCIADOR APRESENTA UM ETHOS MASCULINO FRANCO NO FALAR hESPA O

SOv QUE NÎO TEM MEDO 3EU ENUNCIATÉRIO TAMBÏM Ï O ESTEREØTIPO DO PAPEL MASCULINO


 TRADICIONAL 0ARA ELE O MUNDO NÎO Ï LUGAR DE CONHECIMENTO NEM CAMPO DE A ÎO OU
3%-)¼4)#!

DE MUDAN A MAS LUGAR DE DIVERSÎO COM BASE EM ESTEREØTIPOS E PRECONCEITOS 0OR

ISSO NO PROGRAMA NÎO SE BUSCAM A OBJETIVIDADE OU O DISTANCIAMENTO REmEXIVO MAS A
SUBJETIVIDADE E O ENVOLVIMENTO CÞMPLICE 3USCITA O RISO PRECONCEITUOSO E O BOM SENSO
%

GROSSEIRO .ADA HÉ NO PROGRAMA DO GROTESCO REGENERADOR OU DA CARNAVALIZA ÎO POIS

#/-5.)#!£²/

NÎO HÉ NO QUE Ï APRESENTADO NENHUMA POSITIVIDADE MAS UMA NEGATIVIDADE FUNDADA

NO ESCÉRNIO QUE BUSCA REITERAR OS PAPÏIS SOCIAIS TRADICIONAIS .ADA DEVE SER MUDADO
NO MUNDO NELE CADA UM DEVE DESEMPENHAR BEM SEU PAPEL
/ PROGRAMA DO 2ATINHO Ï UM DISCURSO ElCAZ PORQUE O ENUNCIATÉRIO RECONHECE
s

NELE SEU DISCURSO JÉ QUE ELE FOI CRIADO A PARTIR DE UMA IMAGEM SUA MUITO BEM FEITA
 

!DERE A UM ENUNCIADOR EM QUE SE VÐ )SSO EXPLICA A LONGEVIDADE E A AUDIÐNCIA DO

PROGRAMA
/S ATORES DA ENUNCIA ÎO IMAGENS DO ENUNCIADOR E DO ENUNCIATÉRIO CONSTITUEM
SIMULACROS DO AUTOR E DO LEITOR CRIADOS PELO TEXTO 3ÎO ESSES SIMULACROS QUE DETER
MINAM TODAS AS ESCOLHAS ENUNCIATIVAS SEJAM ELAS CONSCIENTES OU INCONSCIENTES
QUE PRODUZEM OS DISCURSOS 0ARA ENTENDER BEM O CONJUNTO DE OP ÜES ENUNCIATIVAS
PRODUTORAS DE UM DISCURSO E PARA COMPREENDER SUA ElCÉCIA Ï PRECISO APREENDER AS
IMAGENS DO ENUNCIADOR E DO ENUNCIATÉRIO COM SUAS PAIXÜES E QUALIDADES CRIADAS
DISCURSIVAMENTE
#OMO SE OBSERVA O SUJEITO COLETIVO DA PRODU ÎO DOS OBJETOS MIDIÉTICOS NÎO
EXISTE DO PONTO DE VISTA DA SIGNIlCA ÎO POIS ELE DEVE CONSTITUIR SE NUMA IMAGEM
UNITÉRIA DO ENUNCIADOR PARA QUE A SIGNIlCA ÎO POSSA SER APREENDIDA COMO TOTALIDA
DE 0OR OUTRO LADO O PAPEL CO ENUNCIATIVO DO RECEPTOR COMO JÉ MOSTRAVA !RISTØTELES
ESTÉ PRESENTE EM QUALQUER TIPO DE COMUNICA ÎO E NÎO CONSTITUI UMA ESPECIlCIDADE
DOS OBJETOS CRIADOS PELOS MEIOS DE COMUNICA ÎO DE MASSA

2%&%2´.#)!3
GALÉXIA

!2)34¼4%,%3   2HÏTORIQUE 0ARIS ,IBRAIRIE 'ÏNÏRALE &RAN AISE

"!24(%3 2OLAND   ! RETØRICA ANTIGA )N #/(%. *EAN ET ALII 0ESQUISAS DE RETØRICA 0ETRØPOLIS
6OZES P  
"%.6%.)34% %   0ROBLEMAS DE LINGàÓSTICA GERAL #AMPINAS 0ONTES 4OMOS ) E ))
\

#!-0/3 .ORMA $ISCINI DE   / ESTILO NOS TEXTOS 3ÎO 0AULO #ONTEXTO
N  \ OUTUBRO 

#·#%2/ - 4   $E ORATORE 0ARIS ,ES "ELLES ,ETRES

&)/2). *OSÏ ,UIZ   !S ASTÞCIAS DA ENUNCIA ÎO AS CATEGORIAS DE PESSOA ESPA O E TEMPO 3ÎO
0AULO ­TICA
'2%)-!3 ! * #/524%3 *   3ÏMIOTIQUE DICTIONNAIRE RAISONNÏ DE LA THÏORIE DU LANGAGE 0ARIS
(ACHETTE


,!.$/73+) %RIC   ,A SOCIÏTÏ RÏmÏCHIE ESSAIS DE SOCIO SÏMIOTIQUE 0ARIS ³DITIONS DU 3EUIL

 
-!).'5%.%!5 $   / CONTEXTO DA OBRA LITERÉRIA 3ÎO 0AULO -ARTINS &ONTES
-/52! -ARILUCE   $ILEMAS DA COMUNICA ÎO 2EVISTA 0ESQUISA &APESP 3ÎO 0AULO N  P  

s
DEZ

&)/2).
*/3³ ,5): &)/2). Ï DOUTOR EM ,INGàÓSTICA LIVRE DOCENTE EM 4EORIA E

,5):
!NÉLISE DO 4EXTO PELA 5NIVERSIDADE DE 3ÎO 0AULO E PROFESSOR ASSOCIA
DO DO $EPARTAMENTO DE ,INGàÓSTICA DA &ACULDADE DE &ILOSOlA ,ETRAS

*/3³
E #IÐNCIAS (UMANAS DA 530 ATUALMENTE Ï MEMBRO DO #ONSELHO
$ELIBERATIVO DO #.0Q ³ AUTOR DENTRO OUTROS DE !S ASTÞCIAS DA
ENUNCIA ÎO   JOLUl UOLCOMBR

!RTIGO RECEBIDO EM  DE SETEMBRO

E APROVADO EM  DE OUTUBRO DE 

\ N  \ OUTUBRO 
GALÉXIA