Sie sind auf Seite 1von 8

EPIFISIÓLISE

ARTIGO DE ATUALIZAÇÃO

Epifisiólise*
CLÁUDIO SANTILI1

ABSTRACT da hipertrófica. O estresse mecânico, aplicado à placa fisá-


ria enfraquecida, facilita o escorregamento da epífise em
Epiphysiolysis relação ao colo femoral (epifisiolistese).
Epiphysiolysis is the most common orthopedic hip dis- Na terapêutica atual preconiza-se a fusão da placa epifi-
ease during adolescence. In the beginning, it is character- sária (epifisiodese) mediante a fixação in situ com um úni-
ized by increased height of the growth plate which, through co parafuso canulado, tanto nos pré-deslizamentos como
mechanical stress, causes slipping of the proximal femoral nos escorregamentos leves e moderados. Nos casos graves
epiphysis in relation to the femoral neck (epiphysiolysis). a indicação de osteotomias corretivas é motivo de polêmi-
When the diagnosis is obtained at an early stage, the ill- ca devido ao grande número de complicações resultantes.
ness can be treated relatively easily and safely by means of Embora a doença ocorra na adolescência, o escorrega-
epiphysiodesis in situ. However, in moderate and severe mento acarreta alteração mecânica em articulação de car-
forms, the treatment, besides involving complex procedures, ga, e isto pode desencadear, no futuro, a osteoartrose dege-
is connected with a higher incidence of serious complica- nerativa do quadril, daí a necessidade de estabelecer preco-
tions, as chondrolysis and avascular necrosis of the femo- cemente o diagnóstico e instituir tratamento adequado(1-3).
ral head. The authors report and discuss some clinical, Lamentavelmente, apesar do quadro clínico característi-
epidemiological, and laboratory aspects, emphasizing the co e hoje bastante divulgado, o médico ainda perde a opor-
need for early diagnosis and treatment, as a way to pre- tunidade do diagnóstico precoce por não atinar que a doença
vent biomechanical repercussions in the hip during adult- deve ser investigada em todo adolescente que apresente
hood. história clínica de claudicação e dor no membro inferior
associada à limitação funcional da rotação interna, abdu-
Unitermos – Epifisiólise; escorregamento epifisário femoral pro- ção e flexão do quadril.
ximal; quadril
Key words – Epiphysiolysis; slipped proximal femoral epiphysis; ETIOLOGIA/EPIDEMIOLOGIA
hip
A doença incide com maior freqüência na pré-adoles-
cência e adolescência, mormente entre 11 e 13 anos nas
CONSIDERAÇÕES GERAIS meninas e entre os 13 e 15 anos nos meninos, muito embo-
ra possa ocorrer fora destas faixas etárias.
Epifisiólise do quadril é afecção caracterizada pelo au-
É também muito mais comum nos biótipos obesos, adi-
mento da espessura, e conseqüente enfraquecimento, da
poso-genitais, com características de atraso do desenvol-
placa de crescimento proximal do fêmur no nível da cama-
vimento sexual secundário e nos adolescentes altos e ma-
gros, com crescimento rápido em curto período de tempo
* Trabalho realizado no Departamento de Ortopedia e Traumatologia da
(estirão). Essas observações levaram a pesquisas quanto à
Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, Pavilhão “Fernandinho Simon-
sen” (Diretor: Prof. Dr. Osmar Pedro Arbix de Camargo). etiologia endócrina, desde Wilson, em 1936(4), Harris, em
1. Professor Adjunto e Chefe do Grupo de Ortopedia e Traumatologia Pe- 1950(5), até Loder et al(6), que, em 1993, constataram que
diátrica da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. 95% dos portadores estão acima do percentil de peso para
Endereço para correspondência: Departamento de Ortopedia e Traumatolo- o seu grupo etário.
gia da Santa Casa de São Paulo – Grupo de Ortopedia e Traumatologia Pe-
diátrica, Rua Cesário Mota Junior, 112 – 01277-900 – São Paulo, SP. E-mail:
Não há, no entanto, comprovação de qualquer fator etio-
santili@originet.com.br e gopsta@teletrin.com.br lógico único para o desenvolvimento da doença, havendo
Copyright RBO2001 citações de fatores traumáticos, mecânicos, nutricionais e
Rev Bras Ortop _ Vol. 36, Nº 3 – Março, 2001 49
C. SANTILI

metabólicos por Crawford, em 1988(7), e, até mesmo, a pos- parte do núcleo epifisário (sinal de Trethowan) e, quando
sibilidade de doença auto-imune com envolvimento de não o faz, sugere a presença do escorregamento(19). Além
imunocomplexos(8,9). da osteopenia detectada no colo femoral, atribuída ao rela-
Embora na maioria dos casos a investigação laboratorial tivo desuso ou à hipervascularização reacional, nos escor-
resulte negativa, ela se torna necessária quando a doença regamentos de maior monta pode-se notar uma linha de
acomete pacientes fora dos limites etários clássicos, como esclerose sobreposta à imagem do colo (sinal do crescente
crianças de mais baixa idade ou adultos acima dos 18 anos. de Steel), que traduz a visão radiográfica frontal da epífi-
Nesses casos, alterações compatíveis com doenças endó- se, escorregada para posterior em relação ao colo.
crinas ou metabólicas graves, como ocorre na insuficiên-
cia renal crônica (IRC), devem ser diagnosticadas e trata- CLASSIFICAÇÕES CLÍNICAS
das conjuntamente com o escorregamento epifisário. Com base na duração dos sintomas, considerando-se
A doença pode acometer dois a três habitantes em cada desde o início do quadro, a dor e a claudicação, o escorre-
100.000, sendo duas vezes mais freqüente nos meninos que gamento epifisário proximal do fêmur (EEPF) pode ser clas-
nas meninas (7). Embora questionável, a raça negra é referi- sificado clinicamente, segundo Fahey e O’Brien(20), em:
da também como mais suscetível à doença(10-12). – Agudo: com início súbito dos sintomas, sendo feito o
O lado esquerdo é o mais freqüentemente acometido e a diagnóstico em tempo inferior a três semanas;
bilateralidade varia desde 25% dos casos(13) até acima de – Crônico: início gradual dos sintomas e apresenta-se
60% para autores como Jensen et al(14), Ward et al(15) e para o diagnóstico com mais de três semanas de duração;
Weinstein(16). Outra constatação epidemiológica interessan- – Crônico-agudizado: combinação dos dois tipos, ou
te é que, uma vez diagnosticada num dos quadris, o risco seja, há história de dor e claudicação crônica e insidiosa, e
de ocorrer no outro lado é maior nos 18 meses subseqüen- subitamente existe intensificação abrupta dos sintomas,
tes(6,17). geralmente desencadeada por trauma leve.
Para Loder et al(21), além do caráter agudo, crônico ou
QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO crônico-agudizado do escorregamento, é importante o re-
A manifestação inicial da doença pode ser insidiosa e conhecimento da condição de estabilidade da cabeça em
intermitente, como na maioria dos casos, ou súbita, com relação ao colo, na indicação do procedimento a adotar no
grande limitação funcional e dor. tratamento da afecção. Assim, são estáveis os escorrega-
Os sintomas são: claudicação, atitude de rotação exter- mentos nos quais os pacientes conseguem deambular com
na do membro inferior afetado e dor de intensidade variá- ou sem auxílio de muletas. São instáveis os escorregamen-
vel, relacionada com os esforços físicos. No início a dor é tos que não possibilitam a deambulação dos pacientes,
localizada na região inguinal ou no quadril, podendo irra- mesmo com auxílio de muletas.
diar-se para a porção ântero-medial da coxa e do joelho(7,18).
No exame clínico, existe limitação funcional da rotação AVALIAÇÃO PELOS MÉTODOS DE IMAGEM –
interna, abdução e flexão do quadril e, na dependência do CLASSIFICAÇÃO RADIOGRÁFICA
montante do escorregamento, pode haver, em menor ou A radiografia simples, se bem executada, possibilita, na
maior grau, a necessidade de rodar externamente o mem- quase totalidade das vezes, a identificação dos sinais indi-
bro examinado para conseguir progredir no movimento de cativos da doença, estando sempre recomendada nas duas
flexão (manobra de Drehman). incidências, a de frente (ântero-posterior) e a de Lauens-
A confirmação do diagnóstico é feita mediante radio- tein(22) (ou rã ou dupla abdução); nesta última, evidenciam-
grafias simples em projeção ântero-posterior (AP) da bacia se melhor os sinais iniciais de deslizamento(23).
em posição de rã ou dupla abdução (Lauenstein), nas quais, Contrariando o clássico conceito de que nos escorrega-
antes mesmo do deslocamento da epífise em relação ao mentos crônicos e moderados haveria o desvio da epífise
colo, pode-se avaliar a altura ou espessura aumentada de para medial e posterior, gerando deformidade em varo e
placa de crescimento, que se torna também lisa, “careca”, em retroversão, alguns autores têm afirmado que o desvio
perdendo seu característico aspecto serrilhado devido às da cabeça ocorre exclusivamente para posterior e perpen-
impressões mamilares. Uma linha traçada na porção supe- dicularmente em relação à anteversão do colo(24-26). Exis-
rior do colo femoral, na radiografia em AP, deve atravessar tem, inclusive, autores que consideram que o deslocamen-
50 Rev Bras Ortop _ Vol. 36, Nº 3 – Março, 2001
EPIFISIÓLISE

to é do colo e não da cabeça femoral, que permanece no A quantidade do deslizamento pode ainda ser conside-
seu local original por estar presa pelo ligamento redondo rada percentualmente: até 33% da largura do colo seria
ao fundo do acetábulo(27). escorregamento leve; até 66%, moderado; e, acima disso,
Assim, pode haver, em raros casos, a necessidade de outro grave.
método de imagem para a confirmação e identificação do Em 1967, Southwick(31), por sua vez, quantificou em
escorregamento. Além da radiografia simples, a ultra-so- graus, tomando como parâmetros os limites radiográficos
nografia preconizada por Kallio et al(28,29), a tomografia axial da epífise nas radiografias de frente (AP) e, principalmen-
computadorizada (TAC), a cintilografia óssea, a ressonân- te, no perfil (Lauenstein). Unem-se com uma linha os pon-
cia magnética e a reconstrução tomográfica tridimensional tos extremos da epífise e a seguir traça-se sua perpendicu-
são exames que, embora eventualmente solicitados, nem lar, que formará um determinado ângulo com uma terceira
sempre são disponíveis e, na maioria das vezes, pouco linha que é a paralela ao eixo da diáfise. Para efeito de
acrescentam no esclarecimento diagnóstico da doença. cálculo durante a osteotomia corretiva (realizada no nível
Se o escorregamento for agudo, funciona como verda- do trocanter menor), o autor considera como normal o ân-
deiro descolamento epifisário, notando-se a solução de gulo epifísio-diafisário de 145º, na projeção de frente, e na
continuidade entre a epífise e o colo femoral, sem sinais incidência de perfil de até -10º (desvio 10º para posterior).
adaptativos de neoformação óssea. Já nos escorregamen- Baseado nos ângulos encontrados na incidência de per-
tos crônicos e progressivos, algumas vezes, observa-se o fil (posição de rã ou Lauenstein), estabelece a seguinte clas-
próprio colo femoral apoiando-se no rebordo acetabular; o sificação: escorregamentos leves, até 30º; moderados, en-
osso metafisário que vai sendo formado pela placa epifisá- tre 30 e 60º; e graves, acima de 60º.
ria segue a direção da cabeça femoral, que gradativamente
desliza para posterior, conferindo ao colo um aspecto en- TRATAMENTO
curvado, e a gibosidade assume a forma de um “cajado”. A O tratamento mediante repouso em tração, seguido de
imagem do trocanter menor bem visível denota a posição imobilização gessada, apregoado por Waldenström em
de exagerada rotação externa em que se encontra o mem- 1930(32), e mais recentemente por Betz et al, em 1990(33), é
bro inferior. Já nos escorregamentos crônicos e agudiza- pouco prático, considerando-se o tamanho de muitos des-
dos, essas imagens se mesclam e são sugestivas tanto de ses adolescentes acometidos. É pouco higiênico e não as-
agudização quanto de cronicidade, não existindo, portan- segura a fusão da fise(34). São estas as principais razões para
to, “continuidade” entre o colo e a epífise, havendo uma o seu abandono, sem considerarmos o risco de condrólise,
“ruptura” ou lise entre ambos, mas o colo demonstra sinais que é particularmente mais comum após a imobilização,
de regularidade adaptativa dada pela remodelação crônica. quando comparada com os métodos atuais de fixação in-
Radiograficamente, os EEPF podem ser classificados, com terna, que permitem a livre movimentação articular.
o objetivo de uniformizar as denominações, estabelecen- Uma vez diagnosticado o escorregamento epifisário
do-se os padrões que correlacionam o tipo diagnosticado (EEPF), é praticamente um consenso atual que o tratamento
com a conduta terapêutica a ser adotada. cirúrgico seja instituído imediatamente, com o objetivo de
A classificação mais utilizada na prática é a que quanti- promover a epifisiodese e evitar a progressão do desliza-
fica proporcionalmente o escorregamento da epífise em mento(35).
relação ao colo(4,30): Dessa forma, nos pré-deslizamentos, nos escorregamen-
Grau 0 (pré-deslizamento): “alargamento” da placa epi- tos leves ou mesmo moderados com boa mobilidade clíni-
fisária, que sofre aumento da sua altura e torna-se lisa, per- ca, a fixação in situ da epífise com um único parafuso ca-
dendo o aspecto “serrátil” dado pelos processos mamila- nulado é o tratamento de eleição(13,15,36,37). Podem também
res, típicos da cartilagem de crescimento normal. ser utilizados parafusos de esponjosa de 6,5mm(38-41), ou
Grau I (mínimo ou leve): a epífise desloca-se até 1/3 da mesmo fios rosqueados(42). Porém, a precisão e segurança,
largura do colo femoral. qualquer que seja o método, dependem da certificação do
Grau II (moderado): a epífise desloca-se até a metade da melhor posicionamento da síntese metálica, que é no cen-
largura do colo femoral. tro da epífise e perpendicularmente à placa de crescimento
Grau III (grave): a epífise desloca-se mais da metade da em ambas as incidências, devendo-se respeitar a margem
largura do colo femoral. de 0,5cm da superfície radiográfica da cabeça femoral(25).
Rev Bras Ortop _ Vol. 36, Nº 3 – Março, 2001 51
C. SANTILI

Deve-se evitar, principalmente, a colocação do parafuso lizadas exatamente no local da deformidade, como são as
nos segmentos superior e lateral da cabeça – isto previne o osteotomias trapezoidais ou as cuneiformes no nível do
comprometimento circulatório da epífise e o desencadea- colo(53,54). Porém, os altíssimos índices de complicações
mento da necrose avascular. O mesmo deve-se afirmar em vasculares acometendo a cabeça femoral imputam-nas
relação à colocação de dois ou mais parafusos, pois, além como de “alto risco” e são hoje procedimentos de exceção,
de não haver vantagem mecânica tão significativa na esta- estando praticamente abandonados(55-58).
bilização e resistência ao torque, constitui um risco aumen- Existem ainda as osteotomias extracapsulares, na base
tado de necrose(43,44). do colo e as intertrocantéricas(59-62). De difícil execução e
Vários são os métodos e táticas de demarcação da pele grande dificuldade para a estabilização dos fragmentos os-
para a introdução do parafuso percutaneamente(18,45,46); no teotomizados, possuem ainda o inconveniente de não con-
entanto, o conceito mais importante é a consideração de seguir correções mecânicas suficientemente satisfatórias
que a EEPF não é e não funciona como uma fratura do colo nos escorregamentos graves(63).
do fêmur do adulto. Existem evidências de ocorrência da condrólise espon-
Ao operar esses quadris deve ser considerada a retrover- taneamente como evolução natural da doença, mas, certa-
são existente, pois a cabeça escorrega para posterior em mente, também está ligada ao aumento de pressão, impos-
relação ao colo. Posicione-se o adolescente em mesa ra- to a esta articulação pelo grau de valgização efetuado nes-
diotransparente com os membros livres. Opera-se o lado sas osteotomias(64).
afetado em discreta rotação externa, de 25 a 30º; desta for-
ma, a cabeça “vem” mais anteriormente dentro do acetá- COMPLICAÇÕES
bulo. Nos escorregamentos acima de 20º, o fio-guia deve Embora possam ocorrer várias complicações, principal-
adentrar o osso na região ântero-lateral do terço proximal mente em decorrência do tratamento dos EEPF, como a fra-
do fêmur. Não fazer a perfuração na cortical lateral, fazê- tura da região subtrocantérica devida ao enfraquecimento
la preferentemente na crista intertrocantérica(47), caso con- cortical lateral pela penetração de parafusos ou fios, úni-
trário, não se consegue atingir o centro da epífise. Após a cos ou múltiplos, bursites, infecções superficiais ou pro-
demarcação do ponto inicial de entrada do fio-guia, lem- fundas, neoformação óssea sobre o material de síntese ou
brar da atitude de rotação externa do membro e, em decor- em partes moles, quebra de material metálico intra ou ex-
rência, introduzir o guia com inclinação paralela ao solo, tra-articular, etc.(7,65), as mais graves são a condrólise e a
na direção do centro do colo e cabeça femoral, sob escopia necrose avascular da cabeça femoral.
frontal. Após a introdução do guia por aproximadamente 4 A condrólise corresponde à morte tecidual da cartila-
a 5cm, interromper a progressão, colocar o quadril na po- gem hialina de revestimento articular e, muito embora não
sição de Lauenstein e conferir se a direção é a ideal – guia se conheça sua etiologia(66), há autores que a atribuem a
em direção ao centro da epífise. Após isso conferido, faz- um processo de auto-agressão após os achados de imuno-
se a complementação do procedimento tomando-se o cui- complexos no líquido e na sinóvia articular(9). É caracteri-
dado de evitar a “zona cega” da cabeça, deixando uma zada clinicamente por rigidez articular dolorosa, produzindo
margem de 0,5cm antes da superfície radiográfica da cabe- claudicação e intensa limitação funcional com atitude vi-
ça, em ambas as projeções(25,38,48). ciosa em semiflexão, abdução e rotação externa. O exame
Embora a remodelação óssea do colo seja observada em radiográfico evidencia pinçamento do espaço articular, que
alguns pacientes(20,49-51), não se sabe ao certo quais serão os normalmente tem de 3 a 5mm, com redução em mais de
casos sujeitos a este benefício após a fixação e, assim, nos 2mm(66) e irregularidade nas superfícies articulares, tanto
escorregamentos moderados ou graves também se pode do acetábulo quanto da cabeça femoral.
indicar a fixação in situ associada com a ressecção osteo- A condrólise pode ocorrer na evolução natural da epifi-
plástica da “gibosidade” (queilectomia), indicada por Hern- siólise, sendo mais comum nas mulheres que nos homens(7).
don et al, em 1963(52). Embora sua ocorrência seja relatada como mais freqüente
Nessas situações de escorregamentos moderados e gra- em negros que em brancos(68), há estudos que indicam que
ves, são também muito utilizadas as osteotomias correti- esta afirmação é infundada(69). Por exemplo, Bishop et al(70),
vas e, sem dúvida, aquelas que melhor proporcionam a re- em 1978, encontraram que a condrólise ocorrera naquela
posição anatômica são as osteotomias intracapsulares, rea- população estudada devido ao atraso na busca pelo atendi-
52 Rev Bras Ortop _ Vol. 36, Nº 3 – Março, 2001
EPIFISIÓLISE

mento, tornando-se, portanto, casos crônicos e mais gra- ma, deve ser evitada a colocação do material de fixação no
ves. Esse fato é também apontado por Schmidt e Gregg(71) segmento superior e lateral da epífise, pois está particular-
em 1985 e Spero et al(72) em 1992, que, além disso, encon- mente associada com esta complicação(83), o que obviamen-
traram falhas técnicas na fixação, inclusive com penetra- te fica muito mais difícil de evitar quando se utilizam dois
ção articular persistente do material de fixação. ou mais parafusos ou pinos de fixação(65).
A condrólise é mais freqüente após alguns métodos de As tentativas de melhorar a posição mecânica do escor-
tratamento. Ocorre com a inatividade articular determina- regamento inicial, quer seja ele estável ou instável, me-
da pela imobilização gessada ou por processo irritativo diante manobras intempestivas, estão contra-indicadas(58),
decorrente da persistência de pino ou parafuso penetrando embora taxas elevadas dessa complicação ocorram nos es-
a articulação; ambos são deletérios e podem desencadear a corregamentos instáveis, com ou sem o emprego de méto-
condrólise(73,74), tanto quanto as alterações mecânicas pro- dos de tração longitudinal ou “suaves” manobras de redu-
duzidas no terço proximal do fêmur, como ocorre nas os- ção, segundo Loder et al(21).
teotomias corretivas com componente de valgização(31,63,64). Nos escorregamentos moderados e graves as tentativas
Ocorrendo a condrólise, devem ser estabelecidos exer- cirúrgicas de obter melhor posição do quadril, mediante
cícios ativos, hidroterapia para ganho ou manutenção da osteotomias, podem resultar num grande problema e o mais
mobilidade articular ou mesmo instituído o repouso no lei- temido deles é a necrose avascular da cabeça femoral. Por
to sob tração, pois o espaço articular pode recuperar-se isso, embora nem tanto compensatórias do desvio proxi-
parcial ou totalmente, no prazo de um a dois anos do iní- mal, são empregadas com relativo sucesso as osteotomias
cio(74-76). Quando não há regressão do quadro clínico, ten- na base do colo(59-62). As osteotomias com base no trocan-
tar métodos de salvamento, como a capsulectomia subtotal ter menor(31) são muito mais seguras quanto à preservação
circunferencial, seguida de manipulações para movimen- da vascularização cefálica, mas compensam muito menos
tação passiva pós-operatória após infiltrações com marcaí- a deformidade; além de ser de difícil execução(7), podem
na(77). ser seguidas de graves complicações(58,63,64).
Obviamente, o local mais apropriado para promover essa
NECROSE AVASCULAR DA CABEÇA FEMORAL correção seria no colo femoral, onde se estabelece a defor-
Embora seja também relatada como eventual evolução midade entre a cabeça e o colo. Tanto assim, que vários
no curso natural da doença, a necrose avascular é muito foram os adeptos das osteotomias no nível do colo femo-
mais rara nos casos não tratados(78). Diferentemente da con- ral(42,53,54,56). A despeito dos elevados índices desta compli-
drólise, que, como vimos, pode ser também desencadeada cação, existem ainda autores que as indicam como alterna-
por muitas formas de tratamento, a osteonecrose da cabeça tiva de salvamento de quadris gravemente acometidos(84-
femoral está intimamente relacionada com alguns proce- 86), enquanto a maioria dos autores, hoje, considera-a um

dimentos(7). procedimento de exceção e em vias de abandono(7,58).


Essa temida complicação foi no passado associada com
alguns fatores predisponentes, como a raça negra(79), mas FIXAÇÃO PROFILÁTICA DO QUADRIL CONTRA-
estudos mais recentes mostram que, se submetidos ao ade- LATERAL
quado tratamento e no tempo correto, não existem diferen-
ças étnicas quanto ao desenvolvimento dessa complica- Devido às possibilidades de complicações decorrentes
ção(70,80). de qualquer tratamento, mesmo mediante a fixação in situ,
Brodetti(81), em 1960, desenvolveu importante estudo so- a profilaxia de um possível escorregamento epifisário no
bre a vascularização da epífise femoral e encontrou que o quadril contralateral ao afetado é muito controvertida(87).
quadrante superior e posterior é o mais deficiente em ter- Clinicamente, são apontados como parâmetros que podem
mos circulatórios, sendo esta uma região que deve ser evi- ser adotados para respaldar tal procedimento:
tada quando se introduz qualquer material de síntese para • Sinais radiográficos de pré-deslizamento
promover a fixação. • Endocrinopatias ou alterações metabólicas reconheci-
Até mesmo a simples fixação in situ, nos escorregamen- das
tos crônicos, leves e estáveis, pode resultar em desastrosa • Biótipos típicos e propensos à doença
necrose parcial ou total da cabeça femoral(82). Dessa for- • Baixo nível socioeconômico-social
Rev Bras Ortop _ Vol. 36, Nº 3 – Março, 2001 53
C. SANTILI

• Potencial de crescimento residual, havendo crianças socioeconômicas e pacientes da raça negra. Nós, no Pavi-
de baixa idade que podem, inclusive, ficar com discrepância lhão Fernandinho Simonsen, baseados num grande núme-
dos membros inferiores se tiver fixado apenas um dos lados. ro de casos bem sucedidos e com muito baixa morbidade
Muito embora Crawford(7) advirta quanto aos riscos de com a fixação in situ mediante um único parafuso canula-
eventual complicação, recomendando a “profilaxia” ape- do, temos realizado a fixação profilática nas crianças fe-
nas nas endocrinopatias e desarranjos metabólicos, exis- mininas abaixo dos 12 anos de idade e nos meninos abaixo
tem diferentes opiniões. Laredo Filho et al(12) indicam a dos 14 anos(88). Devemos, portanto, fixar as epífises de pa-
pinagem profilática nos quadris em risco de deslizamento, cientes portadores de endocrinopatias ou doenças metabó-
como os pacientes portadores de doença endócrina de base, licas com enfraquecimento das placas de crescimento, em
pacientes do sexo feminino, pacientes de baixas condições qualquer idade.

REFERÊNCIAS
1. Cowell H.R.: The significance of early diagnosis and treatment of slip- 18. Koval K.J., Lehman W.B., Rose D., Koval R.P., Grant, A., Strongwater,
ping of the capital femoral epiphysis. Clin Orthop 48: 89-94, 1966. A.: Treatment of slipped capital femoral epiphysis with a cannulated
2. Boyer D., Michelson M.R., Ponseti I.V.: Slipped capital femoral epi- screw technique. J Bone Joint Surg [Am] 71: 1370-1377, 1989.
physis: long-term follow-up and study of one hundred and twenty one 19. Klein A., Joplin R.J., Reidy J.A., Hanelin J.: Slipped capital femoral
patients. J Bone Joint Surg [Am] 63: 85-95, 1981. epiphysis – Early diagnosis and treatment facilitated by “normal” roent-
3. Carney B.T., Weinstein S.L., Noble J.: Long-term follow-up of slipped genograms. J Bone Joint Surg [Am] 34: 233-239, 1952.
capital femoral epiphysis. J Bone Joint Surg [Am] 73: 667-674, 1991. 20. Fahey J.J., O’Brien E.T.: Acute slipped capital femoral epiphysis: re-
4. Wilson P.D.: Conclusions regarding the treatment of slipping of the up- view of the literature and report of ten cases. J Bone Joint Surg [Am] 47:
per femoral epiphysis. Surg Clin North Am 16: 733-752, 1936. 1105-1127, 1965.
5. Harris W.R.: The endocrine basis for slipping of the upper femoral epi- 21. Loder R.T., Richards B.S., Shapiro P.S., et al: Acute slipped capital fem-
physis. J Bone Joint Surg [Br] 32: 5-11, 1950. oral epiphysis: the importance of physeal stability. J Bone Joint Surg
6. Loder R.T., Aronson D.D., Greenfield M.L.: The epidemiology of bilat- [Am] 75: 1134-1140, 1993.
eral slipped capital femoral epiphysis: a study of children in Michigan. J 22. Lauenstein W.: Bemerkungen zum, Neigungswinkel des schenkelhal-
Bone Joint Surg [Am] 75: 1141-1147, 1993. ses. Langebecks Arch Chir 40: 93, 1980.
7. Crawford A.H.: Current concepts review slipped capital femoral epi- 23. Waldenström H.: Slipping of the upper femoral epiphysis. Surg Gynec
physis. J Bone Joint Surg [Am] 70: 1422-1427, 1988. Obstet 71: 198-210, 1940.
8. Eisenstein A., Rotschield S.: Biochemical abnormalities in patients with 24. Griffith M.J.: Slipping of the capital femoral epiphysis. Ann R Coll Surg
slipped capital femoral, epiphysis and chondrolysis. J Bone Joint Surg Engl 58: 34-42, 1976.
[Am] 58: 459-465, 1976.
25. Nguyen D., Morrissy R.T.: Slipped capital femoral epiphysis rationale
9. Morrissy R.T., Kalderon A.E., Gerdes M.H.: Synovial immunofluores- for the technique of percutaneous in situ fixation. J Pediatr Orthop 10:
cence in patients with slipped capital femoral epiphysis. J Pediatr Or- 341-346, 1990.
thop 1: 55-60, 1981.
26. Cooperman D.R., Charles L.M., Pathria M., et al: Post-mortem descrip-
10. Kelsey J., Southwick W.O.: Etiology, mechanism, and incidence of
tion of slipped capital femoral epiphysis. J Bone Joint Surg [Br] 74:
slipped capital femoral epiphysis. Instr Course Lect 21: 182-185, 1972.
595-599, 1992.
11. Resnick D., Niwayama G.: “Slipped capital femoral epiphysis” in Diag-
27. Chung S.M.K., Batterman S.C., Brighton C.T.: Chear strength of the
nosis of bone and joint disorders, vol. 3, U.S.A., W.B. Saunders, p.p.
human femoral capital epiphyseal plate. J Bone Joint Surg [Am] 58: 94-
2305-2308, 1981.
103, 1976.
12. Laredo Filho J., Braga Jr. M.B., Ishida A., Bortoletto A.: Estudo crítico
da indicação da pinagem preventiva do lado sadio na epifisiólise proxi- 28. Kallio P.E., Lequesne G.W., Paterson D.C., et al: Ultrasonography in
mal do fêmur unilateral. Rev Bras Ortop 22: 173-176, 1987. slipped capital femoral epiphysis: diagnosis and assessment of severity.
J Bone Joint Surg [Br] 73: 884-889, 1991.
13. Morrissy R.T.: Slipped capital femoral epiphysis – Natural history and
etiology in treatment. Instr Course Lect 29: 81-86, 1980. 29. Kallio P.E., Paterson D.C., Foster B.K., et al: Classification in slipped
capital femoral epiphysis: sonographic assessment of stability and re-
14. Jensen H.P., Steink M.S., Mikkelsen S.S., Thonsen P.B.: Hip physioly-
modeling. Clin Orthop 294: 196-203, 1993.
sis. Bilaterality in 62 cases followed for 20 years. Acta Orthop Scand
61: 419-420, 1990. 30. Wilson P.D.: The treatment of slipping of the upper femoral epiphysis
15. Ward W.T., Stefko J., Wood K.B., et al: Fixation with a single screw for with minimal displacement. J Bone Joint Surg [Am] 20: 379-399, 1938.
slipped capital femoral epiphysis. J Bone Joint Surg [Am] 74: 799-809, 31. Southwick W.O.: Osteotomy through the lesser trochanter for slipped
1992. capital femoral epiphysis. J Bone Joint Surg [Am] 49: 807-834, 1967.
16. Weinstein S.L.: Natural history and treatment outcomes of childhood 32. Waldenström H.: On necrosis of the joint cartilage by epiphyseolysis
hip disorders. Clin Orthop 344: 227-242, 1997. capitis femoris. Acta Chir Scand 67: 936-946, 1930.
17. Morrissy R.T.: “Chronic slipped capital femoral epiphysis. Natural his- 33. Betz R.R., Steel H.H., Emper W.D., et al: Treatment of slipped capital
tory and treatment” in American Academy of Orthopaedic Surgeons An- femoral epiphysis: spica-cast immobilization. J Bone Joint Surg [Am]
nual Meeting, 59, Washington, 1992. 72: 587-600, 1990.

54 Rev Bras Ortop _ Vol. 36, Nº 3 – Março, 2001


EPIFISIÓLISE

34. Meier M.C., Meyer L.C., Fergunson R.L.: Treatment of slipped capital 55. Gage J.R., Sundberg M.D., Nolan D.R., Sletten R.G., Winter R.B.: Com-
femoral epiphysis with a spica cast. J Bone Joint Surg [Am] 74: 1522- plications after cuneiform osteotomy for moderately or severely slipped
1529, 1992. capital femoral epiphysis. J Bone Joint Surg [Am] 60: 157-165, 1978.
35. Dietz F.R.: Traction reduction of acute and acute on chronic slipped cap- 56. Sampaio F., Preuss A.O.: Osteotomia do colo no tratamento da epífise
ital femoral epiphysis. Clin Orthop 302: 101-110, 1994. femoral superior. Rev Bras Ortop 24: 348-354, 1989.
36. Zionts L.E., Simonian P.T., Harvey J.P.J.R.: Transient penetration of the 57. Clarke H.J., Wilkinson J.A.: Surgical treatment for severe slipping of
hip joint during in situ cannulated-screw fixation of slipped capital fem- the upper femoral epiphysis. J Bone Joint Surg [Br] 72: 854-858, 1990.
oral epiphysis. J Bone Joint Surg [Am] 73:1054-1060, 1991. 58. Prado J.C.L., Santili C., Soni J.F., Polesello G., Podgaeti A.: Escorrega-
37. Aronson D.D., Loder R.T.: Treatment of the unstable (acute) slipped mento epifisário proximal do fêmur em sua forma de apresentação pro-
capital femoral epiphysis. Clin Orthop 322: 99-110, 1992. gressiva agudizada. Rev Bras Ortop 31: 17-27, 1996.
38. Elias N., Almeida A.L., Oliveira L.P., Mesquita K.C.: Epifisiólise proxi- 59. Kramer W.G., Craig W.A., Noel S.A.: Compensating osteotomy at the
mal do fêmur. Fixação “in situ” com um único parafuso. Rev Bras Ortop base of the femoral neck for slipped capital femoral. J Bone Joint Surg
28: 829-832, 1993. [Am] 58: 796-800, 1976.
39. Herman M.J., Dormans J.P., Davidson R.S., Drummond D.S., Gregg 60. Cunha F.M., Duarte B.S., Silva G.D.V., Pacheco Jr. J.: Epifisiólise pro-
J.R.: Screw fixation of grade III slipped capital femoral epiphysis. Clin ximal do fêmur: osteotomia na base do colo. Rev Bras Ortop 19: 98-
Orthop 322: 77-85, 1996. 102, 1984.
40. Lomelino R.O., Motta Fº G., Schott P.C.M., Mendes H.M.: Epifisiolis- 61. Paccola C.A., Antunes L.F.B.B., Filho G.C.: Osteotomia base cervical
tese proximal do fêmur: fixação “in situ”. Rev Bras Ortop 31: 28-32, para a epifisiólise femoral proximal. Rev Bras Ortop 24: 150-158, 1989.
1996. 62. Abraham E., Garst J., Barmada R.: Treatment of moderate to severe
41. Elias N., Simbalista Neto L.: Fixação da epifisiólise minimamente inva- slipped capital femoral epiphysis with extracapsular base-of-neck os-
siva – Descrição de técnica. Rev Bras Ortop 33: 560-562, 1998. teotomy. J Pediatr Orthop 13: 294-302, 1993.
42. Prado J.C.L.: Escorregamento epifisário proximal do fêmur. Acta Ortop 63. Salvati E.A., Robinson A.J., O’Dowd T.J.: Southwick osteotomy for se-
Latinoam 1: 363-379, 1974. vere chronic slipped capital femoral epiphysis: results and complica-
43. Kibiloski L.J., Doane R.M., Karol L.A., et al: Biomechanical analysis tions. J Bone Joint Surg [Am] 62: 561-570, 1980.
of single- versus double-screw fixation in slipped capital femoral epi- 64. Frymoyer J.W.: Chondrolysis of the hip following Southwick osteotomy
physis at physiological load levels. J Pediatr Orthop 9: 627-630, 1989. for severe slipped capital femoral epiphysis. Clin Orthop 99: 120-124,
44. Aronson D.D., Carlson W.E.: Slipped capital femoral epiphysis: a pro- 1974.
spective study of fixation with a single screw. J Bone Joint Surg [Am] 65. Blanco J.S., Taylor B., Johnstonce I.I.: Comparison of single pin versus
74: 810-819, 1992. multiple pin fixation in treatment of slipped capital femoral epiphysis. J
45. Busch M.I., Morrissy R.T.: Slipped capital femoral epiphysis. Orthop Pediatr Orthop 12: 384-389, 1992.
Clin North Am 18: 637-647, 1987. 66. Ingran A., Clarke M.S., Clark C.S., Marshall W.R.: Chondrolysis com-
46. Ramalho Jr. A., Cipolla W.W., Jardim L.F., Pegoraro M.: Epifisiolistese plicating slipped capital femoral epiphysis. Clin Orthop 165: 99-109,
proximal do fêmur: fixação “in situ” com um único parafuso canulado. 1982.
Rev Bras Ortop 30: 31-38, 1995. 67. Bowen J.R.: “Developmental disorders of the hip” in Scoles P.V.: Pedi-
47. Crider R.J., Krell T., McGuire M., Kummer F., Strongwater A.: Antero- atric Orthopedics in Clinical Practice. 2ª ed. U.S.A., Year Book Medical
lateral approach for moderate to severe slipped capital femoral epiphys- Publishers, Inc., p.p. 171-78, 1988.
is. J Pediatr Orthop 8: 661-665, 1988. 68. Tillema D.A., Golding J.S.R.: Chondrolisis following slipped capital
48. Brodsky J.W., Barnes D.A., Tullos H.S.: Unrecognized pin penetration femoral epiphysis in Jamaica. J Bone Joint Surg [Am] 53: 1528-1540,
of the hip joint. Contemp Orthop 9: 13-20, 1984. 1971.
49. Jones J.R., Paterson D.C., Hiller T.M., Foster B.K.: Remodeling after 69. Kennedy J.P., Weiner D.S.: Results of slipped capital femoral epiphysis
pinning for slipped capital femoral epiphysis. J Bone Joint Surg [Br] 72: in the black population. J Pediatr Orthop 10: 224-227, 1990.
568-573, 1990. 70. Bishop J.O., Oley T.J., Stephens A.C.T., Tullos H.S.: Slipped capital
50. Siegel D.B., Kasser J.R., Sponseller P., et al: Slipped capital femoral femoral epiphysis. A study of 50 cases in black children. Clin Orthop
epiphysis: a quantitative analysis of motion, gait, and femoral remodel- 135: 93, 1978.
ing after in situ fixation. J Bone Joint Surg [Am] 73: 659-666, 1991. 71. Schmidt R., Gregg J.R.: Subtrochanteric fractures complicating pin fix-
51. Wong-Chung J., Strong M.L.: Physeal remodeling after internal fixation ation of slipped capital femoral epiphysis. Orthop Trans 9: 497, 1985.
of slipped capital femoral epiphyses. J Pediatr Orthop 11: 2-5, 1991. 72. Pero C.R., Masciale J.P., Tornetta P.I.I.I., et al: Slipped capital femoral
52. Herndon C.H., Heyman C.H., Bell D.M.: Treatment of slipped capital epiphysis in black children: incidence of chondrolysis. J Pediatr Orthop
femoral epiphysis by epiphysiodesis and osteoplasty of the femoral neck. 12: 444-448, 1992.
A report of further experiences. J Bone Joint Surg [Am] 45: 999-1012, 73. Walters R., Simon S.R.: “Joint destruction: a sequel of unrecognized pin
1963. penetration in patients with slipped capital femoral epiphyses” in The
53. Dunn D.M.: The treatment of adolescent slipping of the upper femoral hip: proceedings of the eighth open scientific meeting of the Hip Soci-
epiphysis. J Bone Joint Surg [Br] 46: 621-629, 1964. ety. U.S.A. The C.V. Mosby Company, 1980.
54. Fish J.B.: Cuneiform osteotomy of the femoral neck in the treatment of 74. Vrettos B.C., Hoffman E.B.: Chondrolysis in slipped upper femoral ep-
slipped capital femoral epiphysis. J Bone Joint Surg [Am] 66: 1153- iphysis: long-term study of the aetiology and natural history. J Bone
1168, 1984. Joint Surg [Br] 75: 956-961, 1993.

Rev Bras Ortop _ Vol. 36, Nº 3 – Março, 2001 55


C. SANTILI

75. Southwick W.O.: Slipped capital femoral epiphysis. J Bone Joint Surg 83. Stambough J.L., Davidson R.S., Ellis R.D., Gregg J.R.: Slipped capital
[Am] 66: 1151-1152, 1984. femoral epiphysis: an analysis of 80 patients as to pin placement and
76. Laredo Filho J., Braga Jr. M.B., Carrasco M.J.M., Auchen M.F.Z.: Con- number. J Pediatr Orthop 6: 265-273, 1986.
drólise do quadril. Rev Bras Ortop 21: 1-4, 1986. 84. Tukiama G., Pereira E.S.: Osteotomia trapezoidal do colo femoral –
77. Roy D.R., Crawford A.H.: Idiopathic chondrolysis of the hip: manage- Análise de 20 quadris. Rev Bras Ortop 28: 55-63, 1993.
ment by subtotal capsulectomy and aggressive rehabilitation. J Pediatr
85. Fish J.B.: Cuneiform osteotomy of the femoral neck in the treatment of
Orthop 8: 203-207, 1988.
slipped capital femoral epiphysis: a follow-up note. J Bone Joint Surg
78. Howorth B.: Pathology. Slipping of the capital femoral epiphysis. Clin [Am] 76: 46-59, 1994.
Orthop 48: 33-48, 1966.
79. Orofino C., Innis J.J., Lowrey C.W.: Slipped capital femoral epiphysis 86. Barros J.W., Oliveira E.F., Barsam N.H.M., Fernandes C.D., Miana
in negroes – A study of ninety-five cases. J Bone Joint Surg [Am] 42: L.O.A.: Osteotomia do colo femoral no tratamento da epifisiólise grave.
1079-1083, 1960. Rev Bras Ortop 30: 489-492, 1995.
80. Aronson D.D., Loder R.T.: Slipped capital femoral epiphysis in black 87. Jerre R., Billing L., Hansson G., et al: The contralateral hip in patients
children. J Pediatr Orthop 12: 74-79, 1992. primarily treated for unilateral slipped upper femoral epiphysis: long-
81. Brodetti A.: The blood supply of the femoral neck and head in relation term follow-up of sixty-one hips. J Bone Joint Surg [Br] 76: 563-567,
to the damaging effects of nails and screws. J Bone Joint Surg [Br] 42: 1994.
794-801, 1960. 88. Rocha E.F.: Escorregamento epifisário proximal do fêmur: tratamento
82. Krahn T.H., Canale S.T., Beaty J.H., et al: Long-term follow-up of pa- mediante fixação “in situ” com um único parafuso canulado. [Tese, São
tients with avascular necrosis after treatment of slipped capital femoral Paulo, Dissertação de mestrado] São Paulo: Faculdade de Ciências Mé-
epiphysis. J Pediatr Orthop 13: 154-158, 1993. dicas da Santa Casa de São Paulo, 2000.

56 Rev Bras Ortop _ Vol. 36, Nº 3 – Março, 2001

Das könnte Ihnen auch gefallen