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Parte I
1. Introdução
O nosso sistema jurídico é constituído por diversas normas, entre elas as normas
jurídicas e as normas morais que se distinguem pelo facto de as normas jurídicas serem dotadas
de coecibilidade.
1.1 Tutela
● tutela preventiva
● reconstituição in natura à pretende restituir o lesado a uma situação status quo ante
Tipos de Tutela:
Havendo uma violação de um direito do cidadão, o Estado coloca à disposição dos cidadãos
meios para reparar essa violação. Está-se, pois, perante a tutela pública.
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Ana Costa – Solicitadoria – 2.º ano – 1.º Semestre – 2007/2008
Direito Processual Civil Sumários
Ainda assim, estes meios constituem excepções pois por norma tem que se recorrer aos
Funções do Estado:
● Legislativa
● Executiva ou administrativa
● Jurisdicional
É caracterizada por interpretar a lei como um meio para atingir os objectivos, como o
bem público ou a prossecução do interesse público. Assim sendo, a função administrativa vai
Pelo contrário, a função jurisdicional é caracterizada por interpretar a lei como um fim
último a atingir. Assim, o Estado não age como interessado, age antes como terceiro ou supra-
Embora o Estado esteja sempre disponível a cumprir o seu dever de resolver litígios, é
necessários que as partes levem até ele o conhecimento dos factos, através do pedido,
particular a acciona.
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2.1 Acção
Ä traduz-se no direito do particular, que se considera lesado e que não pode agir
pela sua própria força, provocar a actividade dos tribunais para que, reconhecendo o
seu direito (de acção), se lhe concede a tutela jurisdicional adequada (art. 2.º, n.º 2)
O particular tem de requerer o direito de acção ao Estado para que assim, através da
Espécies de acção:
(1) Acções de condenação (art. 4.º, n.º 2/b) à são aquelas que visam exigir a prestação de um
(2) Acção constitutiva (art. 4.º, n.º 2/c) à tem por fim autorizar uma mudança na ordem jurídica
(3) Acção de Simples Apreciação (art. 4.º, n.º 2/a) à consiste em obter unicamente a
Ex. - o senhor A diz que a vaca que está a pastar é dele, mas B diz que esta lhe
- o senhor A diz que “aquele” terreno onde o B cultivou é dele e o senhor B contrapõe
dizendo que não existe terreno nenhum. Resolução: simples apreciação negativa
sentença condenatória. Assim sendo, tem que haver um título executivo (ex. escritura publica).
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Tipos ou espécies de acções executivas (arts. 4.º, n.º 3 e 45.º, n.º 2):
● prestação de facto (ex. alguém que se comprometeu a pintar um quadro e não o fez)
2.2 Processo
1.ª conjunto de actos que vão ser praticados em juízo, na propositura e no desenvolvimento da
acção
3.ª o processo identifica-se como um caderno no sentido de auto, quando pedimos para consultar
um processo
realizados pelos tribunais e pelos particulares que perante eles actuam ou litigam durante o
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bem como das formalidades que devem ser observados em juízo na propositura ou no
desenvolvimento dele.
Se pretendemos a resolução definitiva de um caso, temos que nos socorrer do Direito Civil
e não do Direito Processual Civil. Assim, por exemplo, para saber se A deve a B, devemos recorrer
ao Direito Civil.
as normas de Direito Processual Civil que facultam a resolução, antes devem ir ao Direito Civil
buscar a resolução.
Visa atingir um interesse público supremo, que é a paz social e segurança jurídica, não
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Antes de 1876
● este direito era uma mera fusão do direito e processo romano e canónico
● reforma judiciaria
● surge a sistematização
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Este Código começa a ser alvo de críticas por parte de um grande processualista, Alberto
Características:
Mais uma vez surgem críticas dirigidas aos tribunais colectivas, porque julgavam as
matérias de facto sem nenhuma possibilidade de fiscalização contra os resultados das provas
produzidas
â
Surge o Código de 1961
Começou a ser preparado por José Alberto Reis e Antunes Varela sente necessidade de
publicar um novo.
Tendências actuais:
● admissibilidade da prática dos actos das partes por intermédio da telecópia (fax) ou por
correio electrónico
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Estes princípios visam orientar o legislador nas opções de política legislativa, configuram-
● Princípio do Dispositivo
● Princípio do Contraditório
● Princípio da Preclusão
● Princípio da Oralidade
● Princípio da Imediação
Contudo, havia necessidade de desenvolver estes princípios supra. Assim, o CPC de 1961
Realçou:
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● Princípio da Cooperação
Princípios:
É um princípio que atravessa todo o CPC, encontrando-se disperso por várias normas
Ónus do Impulso Processual Inicial à este princípio vai condicionar o objecto do processo.
esta necessidade de formulação do pedido vai conformar o objecto do processo, ou seja, o juiz só
pode decidir o processo sobre aquilo que as partes dão a conhecer ao juiz
Consequências:
(1) assume-se como conformação do objecto do processo àconsagrado nos arts. 661.º e 668.º/e,
(2) o processo só se inicia sobre o impulso da parte e não sobre o impulso do juiz. No Processo
Penal o Estado pode, ele próprio, avançar se estiver conhecimento, em crimes semi-públicos e
públicos
(3) as partes, através do pedido e da defesa, circunscrevem o thema decidendum à o juiz não
tem que saber se àquela acção em concreto conviria uma causa de pedir diversa da apresentada
pelo autor
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Causa de pedir factos concretos que servem de fundamento à pretensão formulada pelo
autor &
Pedido é a pretensão de tutela jurisdicional formulada pelo autor (ex. acção de divórcio
litigioso devido a adultério. Causa de pedir – violação do dever de fidelidade; pedido – divórcio em
si)
(4) tal como para a instauração do processo se exige o pedido da parte (impulso processual
inicial) também o seu ordenamento ulterior depende da solicitação das partes (impulso processual
subsequente)
(5) as partes podem por termo ao processo e determinar o conteúdo da sentença de mérito
e da acção, não podendo pedir novo processo igual), confissão (confirmação do que as partes
(6) a adução (trazer para o processo) do material de facto a utilizar pelo juiz para a decisão do
(7) a matéria de facto não é decidida e acordo com a livre convocação do juiz mas segundo aquilo
que resultar de rígidos critérios legais, ou seja, não vigora o critério da prova livre, mas sim o
Limitações:
(1) factos notórios (ex. quando, num processo, uma parte está grávida – art. 514.º, n.º 1)
(2) factos que o tribunal tem conhecimento em virtude do exercício das suas funções (art. 514.º,
n.º 2)
Œ Domínio dos Factos à os actos alegados por uma das partes podem ser contestados pela
outra parte
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Articulados:
● contestação (réu)
● tréplica (autor)
● réplica (réu)
• Domínio da Prova à de acordo com este princípio, as partes devem, em posição de igualdade,
de poder propor no processo todos os meios de prova constituendos (ainda vão acontecer –
ex. testemunhar) ou a ele juntar todos os meios de prova pré-constituendos (ex. documentos
adicionais à petição)
sentença, seja facultada às partes a discussão em que a decisão se baseia, ou seja, não se deve
Este princípio caracteriza-se por permitir que o tribunal investigue e esclareça os factos
Exemplos:
● o tribunal pode chamar uma testemunha que não foi indicada por nenhuma das partes
● o tribunal pode determinar a junção ao processo de documentos necessários à descoberta
da verdade material
●o tribunal pode ordenar a realização da prova pericial, porém, esta prova também pode
ser requerida pelas partes
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Uma vez ultrapassada uma determinada fase processual, as partes deixam de poder
Uma vez exercido um prazo que haja sido fixado por lei ou determinado pelo juiz,
1.º articulados
5.º sentença
Assim sendo, segundo este princípio, uma vez ultrapassada uma desta fases, as partes
● justo impedimento
● articulados supervenientes
De acordo com o art. 644.º e com a Portaria n.º 799/2006, de 11 de Agosto, podemos
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2.º negativo (litigância de ma fé) à art. 102.º-A do Código das Custas Judiciais e art.
456.º
Comportamentos não se podem ter em tribunal (art. 254.º e também o art. 457.º, n.º 1/a/b):
● expedientes
Consequências:
Segundo este princípio, deve procurar-se o máximo resultado processual com o mínimo de
emprego de actividade, ou seja, cada processo deve resolver o máximo de litígios possíveis e
de formalidades).
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Ana Costa – Solicitadoria – 2.º ano – 1.º Semestre – 2007/2008
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Segundo este princípio, o processo deve ser organizado em termos de se chegar à sua
natural conclusão.
Materializa-se em:
8.º Princípio da Igualdade das Partes (art. 3.º-A CPC e art. 13.º da CRP)
A nível económico este princípio é potenciado pelos tribunais através da Lei n.º 47/2007,
Parte II
Formas de Processo Civil é o conjunto ordenado de actos a realizar, bem como das
Existe um princípio a que esta temática obedece: Princípio das Tipicidade Legal das
Formas de Processo.
Segundo este princípio, para recorrermos a tribunal temos de recorrer a uma forma de
processo previsto na lei. As partes não podem adaptar a forma de processo como bem entendem.
1.º factor: tipo de providência requerida à tipo de providência que condiciona o processo
declarativo ou executivo
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2.º factor: valor dos interesses em jogo à de acordo com este factor, vê-se a diferença entre
3.º factor: natureza da relação material à chega-se à conclusão da forma de processo que
● processo sumaríssimo
de facto)
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concreta que resulta da lei para situação real trazida a juízo pelo requerente.
Processo Executivo usa-se quando se pretende dar realização material coactiva às decisões
judiciais, às prescrições oficiais ou às estipulações negociais que no plano do Direito Privado dela
necessitam.
Nota: o processo de execução tem, por via de regra, um processo declarativo anterior (ex. nos
procedimentos cautelares, tal como o arresto – aqui existe uma fase declarativa (o requerente
avança para o tribunal com o requerimento do arresto) e existe também uma fase executiva
improcedente)
● acordo (as partes decidem pôr termo ao litígio através de acordo), a não ser que haja
incumprimento do acordo
● casos em que não existe uma sentença condenatória mas sim outro título executivo, tal
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Nota: despacho (decisão a meio de um processo) ≠ sentença (decisão final quando termina o
processo)
Tanto o processo ordinário como o sumário e o sumaríssimo passam por várias fases.
Assim, os processos ordinário (arts. 467.º a 782.º) e sumário (arts. 783.º a 791.º) são
1.º articulados
3.º instrução
5.º sentença
Já o processo sumaríssimo (arts. 793.º a 800.º) é tão só constituído por três fases:
1.º articulados
3.º sentença
Devemos ter em conta o art. 462.º, sendo que a par desse devemos ter igualmente em
conta a noção de alçada. Assim, podemos entender por alçada o limite dentro do qual o tribunal
julga sem admissibilidade de recuso ordinário; quando esse valor é ultrapassado, o tribunal deixa
de ter competência.
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Ana Costa – Solicitadoria – 2.º ano – 1.º Semestre – 2007/2008
Direito Processual Civil Sumários
Assim…
… o processo sumaríssimo emprega-se tendo em conta o valor da alçada, que é inferior a 5.000€,
– ex. contrato)
Basta que apenas se verifique um destes factores para estarmos perante um processo
Mesmo que obedeça a um dos critérios mas se o valor for superior a 5.000€, o processo
Se o valor não exceder os 5.000€ e, se por exemplo, for entrega de uma coisa imóvel e
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Nota: todas as acções se instauram no Tribunal de 1.ª Instância, também designado Tribunal de
Comarca
quando em causa está o cumprimento de uma obrigação pecuniária, sempre que exista um
contrato, se houver lugar a indemnização não se poderá aplicar de todo este regime.
No art. 7.º encontra-se a noção de injunção. Esta visa a obtenção célere de um título
executivo, permitindo avançar para um processo executivo. De referir ainda que com a injunção
Quem é competente para receber esse processo de injunção? Esse processo não vai, sequer,
diploma.
Contudo, isto não passou de um cenário utópico dado que no âmbito da injunção basta haver
oposição da outra parte para que a acção vá para tribunal: havendo oposição, há lugar a um título
executivo. Deste modo, já não há injunção junto de um secretariado mas sim junto de um
Diplomas importantes:
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requerimento
A injunção dá entrada e, no prazo de 5 dias, o secretário deve enviar uma carta registada
para o requerido, o qual pode fazer, dentro de 15 dias, uma de três coisas:
2.º pagar
● arts. 14.º e 15.º à aposição da forma executória (quando o requerido opta por “nada
fazer” e oposição (aí o requerente tem que avançar para uma nova petição inicial)
● art. 16.º à distribuição (de forma aleatória distribui-se o serviço do tribunal pelos
magistrados desse tribunal
e seguindo-se logo a audiência – o juiz tem um prazo de 30 dias para marcar uma audiência e,
Nota: neste regime não há réu nem autor, mas sim requerente (aquele que requer a injunção) e
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Ana Costa – Solicitadoria – 2.º ano – 1.º Semestre – 2007/2008
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Toda a execução tem por base um título pelo qual se determina o fim e os limites da acção
mercê da especial força provatória que se encontra munido, torna dispensável o processo
declarativo (ou novo processo declarativo) para certificar a existência do direito do portador.
Nota: para se ter um título executivo ele tem que estar previsto no art.46.º CPC
Abrangem:
● decisões dos tribunais arbitrais à uma decisão do tribunal que não é cumprida pode levar
a um título executivo (art. 46.º, n.º 1/a à arts. 48.º e 49.º)
Notas:
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Ana Costa – Solicitadoria – 2.º ano – 1.º Semestre – 2007/2008
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● as decisões podem ser impugnadas através de recurso para o tribunal superior que
proferiu a decisão, ou mediante reclamação para o próprio tribunal que proferiu a decisão
● prazo para interposição de recurso (30 dias – art. 685.º) à se esse prazo for
ultrapassado, a decisão transita em julgado
● art. 47.º, n.º 1 à o recurso tem efeito suspensivo; quando se suspendem os efeitos da
decisão recorrida, tem que se esperar pela decisão final.
● art. 692.º à um recurso tem efeito meramente devolutivo à quando não se tem que
esperar pela decisão final
• documentos exarados ou autenticados por notário ou serviço com competência para a prática
Os actos, como por exemplo, uma habilitação de herdeiros, podem ser feitos numa
Outrora, apenas as escrituras públicas eram tidas como títulos executivos porém,
Documento autenticado à ex. documentos que as partes submetem a apreciação, tal como
fotocópia de certificado
Ž documentos particulares assinados pelo devedor (art. 46.º, n.º 1/c) à documentos emitidos
pelo devedor, tais como cheques, livranças, declarações de dívida, facturas emitidas, etc.
• documentos particulares a que seja atribuída força executiva (art. 46.º, n.º 1/d) à ex.
requerimento de injunção
(1) Processo Executivo Especial à ex. processo de execução de alimentos (arts. 1118.º a 1121.º),
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(2) Processo Executivo Comum à este processo segue forma única, prevista no art. 465.º
● etc.
1.ª Diferença
2.ª Diferença
●nos Processos de Jurisdição Voluntária a função exercida pelo juiz não é de intérprete
e de aplicador da lei, mas de verdadeiro gestor de negócios. É por isso que se diz que no
de natureza jurisdicional
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Ana Costa – Solicitadoria – 2.º ano – 1.º Semestre – 2007/2008
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O Processo de Jurisdição Contenciosa rege-se pelo art. 664.º, ou seja, pelo Princípio do
nos termos do consignado no art. 659.º, n.º 3, in fine, enquanto que no Processo de Jurisdição
3.º Livre Modificabilidade das Decisões ou das Providências de Jurisdição Voluntária (art.
1441.º, n.º 1)
ser alteradas, no Processo de Jurisdição Contencioso há um esgotamento das decisões, tal como
4.º Inadmissibilidade de Recurso para o STJ (art. 1411.º, n.º 2 vs. art. 678.º, n.º 1)
7. Incidentes da Instância
Pressupõe a resolução de uma questão secundária mas que, sendo acessória da questão
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Ana Costa – Solicitadoria – 2.º ano – 1.º Semestre – 2007/2008
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Característica comum:
Ž a parte contrária pode lançar mão da oposição, contando que o faça no prazo de 10 dias a partir
• quer o requerimento quer a oposição são articulados (vide art. 151.º, n.º 2)
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Ana Costa – Solicitadoria – 2.º ano – 1.º Semestre – 2007/2008
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Funções:
30.000€
(3) o valor serve para se saber se a causa excede o valor da alçada do tribunal e, portanto, se há
(4) o valor serve para se apurar o montante das custas e demais encargos legais
Critério geral para se saber o valor da causa: o valor deve representar a utilidade económica
A par destes critérios especiais, devemos ter ainda em conta os que estão previstos no
art. 307.º, tal como as acções de despejo, em que o seu valor é o da renda anual.
Outros artigos a ter em conta são: arts. 309.º, 310.º, 311.º e 312.º (este artigo é muito
importante).
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● o réu pode impugnar o valor atribuído pelo autor (art. 314.º, n.º 1) à ex. numa acção de
divórcio o autor dá um valor de 5.000€, mas o valor tem que ser de 30.000,01€, nos termos
● compete ao juiz fixar o valor da causa de acordo com o art. 315.º, n.º 2
Exemplos:
um veículo que é matriculado em país estrangeiro. O acidentado não culpado pode demandar a
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Ana Costa – Solicitadoria – 2.º ano – 1.º Semestre – 2007/2008
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(3) oposição mediante embargos de terceiros à numa acção executiva é penhorado um bem de
terceiro que não responde pela dívida. Esse terceiro pode defender o seu direito de propriedade
Este incidente (que é o que mais perturba) visa, na pendência de uma causa, habilitar no
processo os sucessores da parte falecida para com eles prosseguirem os termos da demanda (art.
Este incidente é autuado por apenso a menos que a qualidade de herdeiro já tenha sido
nos autos com base na junção da certidão de sentença ou da junção da escritura de habilitação.
É um incidente destinado a tornar líquido um pedido genérico quando este se refira a uma
Pedido genérico é o que a lei faculta que seja formulado sempre que o conteúdo da
471.º)
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Ana Costa – Solicitadoria – 2.º ano – 1.º Semestre – 2007/2008
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Os procedimentos cautelares são distintos das acções que vêm previstas no art. 4.º. E,
Estas figuras retiram a sua importância prática não da sua capacidade autónoma de, per
● da prevenção de prejuízos que, não rara vezes, advém da demora da decisão definitiva
● falta de autonomia
● eles são instrumentos dado que não tutelam direitos, visando antes e tão só acautelar os
efeitos úteis da decisão final, mas todo o processo é instrumental. Apesar disto, a doutrina
hipotética, segundo a qual os procedimentos cautelares são emitidos na hipótese de vir a ser
● são provisórios, isto é, têm uma duração limitada no tempo, só existindo até que a decisão
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Ana Costa – Solicitadoria – 2.º ano – 1.º Semestre – 2007/2008
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1.º fumus boni iuris à probabilidade séria da existência do direito invocado, ou seja, o juiz não
Ónus da proposição da acção: este recai sobre o autor e surge como contrapartida à acção
Assume um lugar de destaque por via do art. 392.º, dado que se aplicará subsidiariamente
Requisitos:
1.º fumus boni iuris (art. 387.º, n.º 1) à sempre que hajam indícios por questões de celeridade
2.º periculum in mora (arts. 381.º, n.º 1 e 387.º, n.º 1) à só as lesões graves e de difícil
reparação é que podem ser acauteladas, isto é, ficam excluídas as lesões de difícil reparação mas
que não sejam graves ou de gravidade reduzida, e as lesões que ainda que graves sejam de fácil
reparação. Contudo, de referir que essas lesões devem ser iminentes e actuais, não se podendo
3.º adequação da providência solicitada à situação de lesão iminente (art. 381.º, n.º 1) à o
●pode-se visar a entrega de bens móveis ou imóveis que constituam o objecto da acção a
um terceiro, seu fiel depositário…
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Ana Costa – Solicitadoria – 2.º ano – 1.º Semestre – 2007/2008
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4.º o prejuízo que resulte do decretamento da providência não deve ser superior ao dano que
com ela se pretende evitar (art. 387.º, n.º 2) à faz apelo a um juízo de proporcionalidade, ou
seja, o juiz não deve decretar ao arguido um dano superior ao que se pretende evitar
5.º a providência a obter não deve estar abrangida por qualquer outro dos procedimentos
cautelares (art. 381.º, n.º 3) à carácter subsidiário do procedimento cautelar comum, o que
significa que o requerente de um procedimento cautelar não pode requerê-lo se não estiver
(1) art. 382.º, n.º 1 à os procedimentos cautelares podem ser decididos nas férias judiciais se
tiverem carácter urgente (vide art. 12.º LOFTJ e art. 144.º CPC)
(3) art. 383.º, n.º 1 à preliminar (procedimento cautelar antes da acção principal) ou incidente
(4) art. 383.º, n.º 1, in fine à pode haver um procedimento cautelar no âmbito de ma acção
declarativa ou executiva
(5) quem pode requerer? Por norma é o autor mas o réu também o pode fazer numa única
situação: reconvinte (aquele que deduz a reconvenção); reconvindo (aquele contra o qual é
deduzida a reconvenção)
(6) art. 384.º, n.º 1 à com a petição inicial devem logo indicar-se os meios de prova
(7) art. 385.º, n.º 1 à regra: audiência do requerido; excepção: procedimento cautelar decretado
(8) art. 385.º, n.º 2 à alusão à oposição (prazo de 10 dias) – vide art. 383.º, n.º 3
(9) art. 384.º, n.º 3 por remissão dos arts. 302.º a 304.º à número de testemunhas (8 no total e
3 em cada facto)
(10) arts. 390.º, n.º 2 e 387.º, n.º 3 à o tribunal pode obrigar o requerente para prestar uma
caução ao requerido
(11) art. 388.º, n.º 1/a/b à o requerido pode deduzir a oposição ou recorrer
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arrolamento)
Arresto
através de acção de condenação. Mas, B como foge de A, A receia que na referida acção B
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Arrolamento
Ex. falecida uma pessoa, o herdeiro receia que, antes de se efectuar a partilha dos bens
da herança, o herdeiro B que vivia com o de cuius, aliene ou dissipe bens pertencentes à herança.
Ex. A, proprietário do rés-do-chão do prédio, quer expulsar B, alegando que este, além
de ter ocupado, durante a noite, aquela fracção, mudando a fechadura da porta, ameaça disparar
Ex. A, proprietário do primeiro e último andares de um prédio, tem receio que as obras
iniciadas pelo seu vizinho do rés-do-chão venham a afectar seriamente os alicerces da casa ou do
prédio. Como tal, pode requerer o embargo de obra nova (tanto pode ser judicial como
extrajudicial)
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Ana Costa – Solicitadoria – 2.º ano – 1.º Semestre – 2007/2008
Direito Processual Civil Sumários
● art. 419.º
Ex. a Assembleia Geral de sociedade anónima delibera sobre uma matéria que não constava
da ordem de trabalhos desse dia. B, sócio, entende que essa deliberação, na qual não votou,
● art. 396.º à prazo de 10 dias a contar da deliberação para requerer a sua suspensão
Alimentos Provisórios
Ex. A, abandonada pelo marido, tem três filhos. Vendo-se sem meios próprios de
torne, para si e para os seus filhos, a situação intolerável, decide requerer a fixação de alimentos
provisórios
Ex. A, estudante, pretende de B, responsável pelo acidente de viação que causou a morte
dos seus pais, lhe pague, imediatamente, uma quantia indemnizatória que permita o seu sustento
● art. 403.º
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Parte III
Pressupostos Processuais
1. Noção e Classificação
uma decisão sobre o pedido formulado, concedendo ou indeferindo a providência cautelar. Assim,
os pressupostos processuais são indispensáveis para que o juiz possa apreciar o mérito
Condições de Acção requisitos indispensáveis para que a acção proceda, ou seja, para
que ela seja julgado procedente, para que o autor tenha razão de acordo com o direito substantivo
Œ positivos à são os requisitos cuja existência é essencial para que o juiz se deva pronunciar
● personalidade judiciária
● capacidade judiciária
● legitimidade
● interesse processual
● patrocínio judiciário
pedido
Ex. - litispendência (art. 497.º) à quando existe um litígio com litígio pendente.
- compromisso arbitral
tribunal pois a sua verificação reveste-se de interesse público, nos termos do art. 495.º.
Quando falta algum dos pressupostos, há uma consequência, correspondendo essa, quase
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pessoa tem de instaurar uma acção em seu próprio nome ou contra si próprio ser instaurada uma
acção
Segundo este princípio, quem tiver personalidade jurídica tem personalidade judiciária.
nacionais ou estrangeiros, gozam de personalidade judiciária visto todos eles poderem ser
Contudo, há excepções a este princípio, o que significa que há casos em que se pode ter
personalidade judiciária e não personalidade jurídica. Essas excepções estão previstas nos arts.
6.º e 7.º.
Tal situação conduz à absolvição do réu da instância em virtude de estarmos perante uma
personalidade judiciária, pese embora existir um caso em que essa falta pode ser ultrapassada
(art. 8.º).
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Não possuem capacidade judiciária os que podem intervir pessoal mas não livremente (ex.
inabilitados) e também aqueles que não podem intervir pessoal e livremente, tal qual os menores e
interditos.
Porém, segundo o art. 9.º, n.º 2, há pessoas que têm capacidade de exercício de direitos mas
qualitativamente limitada: é o caso dos inabilitados (art. 153.º, n.º 1 CC) e dos menores (art. 127.º
CC). O legislador também se está a referir aos casos em que a capacidade de exercício de
● assistência
● representação
Menores:
Nota: o curador pode ser ad hoc ou ad litem (designado curador provisório – art. 11.º)
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4. Legitimidade
Ä ser parte legítima na o processo, ou seja, é ter o pode de dirigir a pretensão deduzida
O autor terá legitimidade se for ele quem juridicamente poder fazer valer a pretensão
em face do demandado.
Por seu turno, o réu terá legitimidade se for ele quem possa se opor à procedência da
pretensão.
No fundo, trata-se de saber a posição processual que as partes devem ter numa relação
jurídica processual.
Enquanto que a capacidade e personalidade judiciárias são qualidades pessoais das partes,
ou seja, requisitos absolutos genericamente exigidos para que a pessoa possa estar em juízo, a
legitimidade consiste, pelo contrário, numa posição da parte perante determinada acção.
Vide art. 26.º que nos diz que a legitimidade tem que ver com a titularidade do interesse
em litígio. Assim sendo, o autor será parte legítima quando tem interesse directo em demandar e
o interesse em contradizer.
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Ex. um vendedor vende a outrem 60 toneladas de chumbo mas não cumpre. Assim, o comprador
entra com uma acção contra o vendedor devido ao incumprimento. O vendedor diz que quem
●para o Dr. Barbosa de Magalhães, as partes são legítimas tal e qual como é configurado
pelo autor
●para o Dr. Alberto Reis, este propõe que as partes só devem ser averiguadas se forem
legítimas, num processo final, na tramitação do processo, e não na parte inicial da acção,
●a posição que vingou foi a do Dr. Barbosa de Magalhães (art. 26.º, n.º 3), ou seja, a
legitimidade tem que ser averiguada logo no início da acção
Neste exemplo mencionado, o vendedor final é a parte que não é legítima logo é absolvido.
Concluindo, antes de se deixar o processo evoluir, há que saber se o réu contra quem foi
Problemas de Legitimidade
1.º partir de uma ficção, ou seja, deve partir-se do princípio que o direito e a obrigação
alegados pelo autor existem apesar de, efectivamente, não se poder averiguar se existem ou não
unilateralmente pelo autor, isto é, deve ler-se a petição inicial e, não estando na análise do mérito
da causa, deve averiguar-se quem são os dois pólos da relação hipotética controvertida. Se estes
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Há legitimidades extraordinárias:
● protecção de interesses privados (ex. acção subrogatória prevista no art. 606.º CC)
Isto significa que num dos lados da relação processual temos mais que uma pessoa.
Œ litisconsórcio à há uma pluralidade de sujeitos mas uma única relação material controvertida
Litisconsórcio
Exemplos:
(1) A e B emprestaram, pelo prazo de 12 meses, a C a quantia de 500€. Se, findo o prazo, C não
pagar de forma voluntária a quantia quem deverá propor a acção declarativa de condenação?
(litisconsórcio voluntário)
(2) E intenta contra F uma acção de divisão de coisa comum, mais concretamente de um prédio
rústico sito em Leiria. Nessa acção, o autor alegou que, sendo comproprietário do imóvel, não
está obrigado a permanecer na indivisa, assistindo-lhe o direito de concretizar a sua quota (arts.
1403.º e 1412.º e arts. 1052.º a 1057.º). Sabendo que o referido prédio também pertencia a B,
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possibilidade de a acção ser proposta por todos contra todos ou contra todos os sujeitos da
Porém, o litisconsórcio pode ser necessário, exigindo-se que todos os sujeitos constem no
Œ lei
• negocial (pode haver um acordo entre as partes em que se obriga a que todos estejam
Ex. acção destinada a exigir a restituição de coisa depositada por duas ou mais pessoas
quando se estipulou que essa coisa só podia ser levantada por todos os depositantes em conjunto
Ex. - acção de divisão de coisa comum (todos têm que estar presentes, sob pena da
acção não produzir efeitos numa das partes que não intervenha)
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Coligação
instaurada uma acção contra a Seguradora por cada uma das empresas, então, a acção poderá ser
1.º identidade da causa de pedir (art. 30.º) à ex. M e N, quando estão a passar numa passadeira
de peões, são atropelados por P, sendo, como tal, ambas vítimas do mesmo acidente de viação.
Deste modo, M e N podem coligar-se numa mesma acção, demandando a seguradora do lesante
2.º dependência entre os pedidos à ex. A vende a B um automóvel. B empresta esse automóvel a
C, logo A pode pedir contra B a anulação da venda celebrada e contra C a entrega de coisa certa
3.º a procedência dos pedidos depende da apreciação dos mesmo factos ou do mesmo direito à
4.º os pedidos deduzidos contra os vários réus baseiam-se na invocação da obrigação cartular,
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1.º a todos os pedidos cumulados deve corresponder a mesma forma de processo, salvo se a
diversidade da forma de processo decorrer unicamente do diferente valor dos pedidos (vide
Adequação Formal)
Nota: cumulativamente têm que se verificar pelo menos um dos requisitos positivos e todos os
Importante: ver o art. 28.º, n.os 1 e 3 à acções que têm que ser propostas por ambos ou contra
ambos os cônjuges
Assim, quem vai requerer verdadeiramente a acção é o mandatário judicial, sendo que tem
competência para tal uma vez que recebeu um mandato para representar outrem em juízo.
Œ os particulares não têm serenidade de espírito para litigar por si próprios, devendo, como tal,
• as partes, na maioria das ocasiões, não têm conhecimentos técnicos nem a experiência
necessária para valorar a sua razão em face do direito aplicado, ou seja, a razão pessoal,
Ž o exercício do patrocínio judiciário pode ser feito de modo pleno pelos advogados (podem
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Acções em que é obrigatória a constituição de advogado (art. 32.º; vide art. 60.º, n.º 1)
Ex. numa acção de despejo (de valor de 2.500€), é admissível recurso, logo admite-se a
constituição de advogado
Se, por ora, for obrigatório o patrocínio judiciário e as partes não conferirem mandato, a
consequência será a absolvição do réu na instância no caso de ser o autor a não o fazer. No caso
de ser o réu, a sua defesa fica sem efeito, considerando-se confessados todos os factos
Como se confere um mandato judicial? Temos que fazer uma de três coisas previstas no art.
35.º
regra
mandantes
● com poderes gerais (art. 37.º, n.º 1) à confere aos mandatários o poder de
representação, o poder de substabelecer, de receber cheques ou custos de parte
● com poderes especiais (art. 37.º, n.º 2) à poderes para confessar, desistir (vai ser dada
razão à parte contrária: pode ser desistência da instância – daquele processo em concreto –
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Ana Costa – Solicitadoria – 2.º ano – 1.º Semestre – 2007/2008
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terminar o processo por acordo). Deste modo, o mandatário, para além dos poderes gerais,
tem também os poderes especiais, podendo agir sem a presença do mandante, o que é usual no
processo de inventário
Poderes de Substabelecer (art. 36.º, n.º 2) transmitem-se os poderes que forma dados
aos mandatários pelo cliente a um colega advogado ou solicitador, desde que tenha competência
Este poder pode ser feito sem reserva (implica a exclusão do mandatário anterior) ou
com reserva (o mandatário apenas dá poderes ao seu colega naquele acto em concreto assim, uma
vez passado o julgamento, o mandatário continuará a ter o processo em mãos) à vide art. 36.º,
n.º 3.
Nota:
acção.
Este pressuposto prende-se com o facto de o poder jurisdicional estar repartido entre os
Jurisdição ≠ Competência
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Ana Costa – Solicitadoria – 2.º ano – 1.º Semestre – 2007/2008
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â Ä
diferentes tribunais. Assim sendo, a repartição do poder de julgar entre os vários tribunais faz-
se em vários planos, tendo nós que primeiramente fazer apelo a duas modalidades de competência:
(1) internacional à fracção do poder jurisdicional atribuída aos tribunais portugueses no seu
conjunto em face dos tribunais estrangeiros para julgar acções que têm algum elemento de
conexão com ordens jurídicas estrangeiras (art. 17.º, n.º 2 LOFTJ e art. 61.º)
Ex. A propõe contra B, sua mulher, uma acção de divórcio litigioso no Tribunal Judicial de V.
N. Gaia. A e B são portugueses e emigrantes na Suíça desde 1985, tendo ambos domicílio em
Genebra.
2.º em Julho de 2006, quando passavam férias em Portugal, B abandonou o lar conjugal em
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Neste caso em concreto, temos um elemento conexo com a ordem jurídica estrangeira: eles
Há que atender ao art. 61.º que remete para o art. 65.º. Através deste último preceito
(1) regime comum (arts. 65.º e 65.º-A) à atribui competência internacional aos tribunais
portugueses
(2) existe, igualmente, um regime convencional (art. 65.º, n.º 1) à segundo este, teremos que
averiguar se há ou não competência internacional. Deste modo, teremos que nos socorrer do
Ä a que situações se aplica? Segundo o seu art. 1.º, n.º 1, aplica-se a matérias
da sua aplicação
1.º princípio do favor debitoris, isto é, do favorecimento do devedor (art. 2.º do Regulamento)
à o réu que tenha domicílio no território de um dos estados deve ser demandado nos tribunais
desse país
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2.º se uma pessoa estiver domiciliada num Estado-membro só pode ser demandada perante
tribunais de um outro Estado quando os tribunais deste sejam competentes por força dos
critérios especiais previstos nos arts. 5.º a 2.º do Regulamento (art. 3.º, n.º 1 do Regulamento)
3.º se o réu/requerido não tiver domicílio num Estado-membro, a competência é regulada pela
lei do Estado do foro, isto é, pelo seu direito interno, sem prejuízo das competências exclusivas
Nota:
● para resolver questões internacionais teremos que nos socorrer primeiramente do regime
regime comum
● se existir um problema de competência internacional que se prenda com um país que não
seja membro da UE, ou com matérias excluídas do âmbito de aplicação do Regulamento em
tribunais, de acordo com a natureza das matérias em causa. De facto, o art. 209.º da CRP
● Tribunal Constitucional
● Tribunal de Contas
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Ana Costa – Solicitadoria – 2.º ano – 1.º Semestre – 2007/2008
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Desde logo, em função da natureza das matérias, podem distinguir-se duas ordens
gozando de competência não discriminada, tal como dispõem os arts. 18.º, n.º 1 LOFTJ, 211.º, n.º 1
Comarca, segundo o consignado no art. 16.º, n.º 1 LOFTJ (ex. se tivermos uma acção de 100.000€,
cabe recurso até ao STJ mas a acção tem que ser instaurada no Tribunal da Comarca,
obrigatoriamente).
A organização e funcionamento dos tribunais judiciais está regulada na LOFTJ, sendo que
Diz-nos o art. 15.º, n.º 1 LOFTJ que o território português se divide em:
● distritos judiciais (Guimarães, Porto, Coimbra, Lisboa, Évora e Faro), sendo que em
cada um deles existe um Tribunal da Relação que exerce jurisdição na área do respectivo
distrito judicial (art. 47.º, n.º 2 LOFTJ) à nota: caso alguém dos Açores ou da Madeira
● círculos judiciais (art. 15.º, n.os 1 e 2 LOFTJ) à circunscrição que abrange uma ou
várias comarcas (ex. círculos judiciais de Leiria: Leiria, Marinha Grande, etc.)
● comarca judicial (arts. 62.º, n.º 1 e 63.º, n.º 1 LOFTJ) à circunscrição ou área judicial
que abrange a área do concelho, existindo em cada comarca um tribunal de 1.ª instância (ex.
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no distrito judicial de Coimbra existem várias comarcas: Coimbra, Leiria, Marinha Grande,
Alcobaça, etc.)
• Categorias de Tribunais:
● tem três secções: cível, criminal e social (art. 27.º, n.º 1 LOFTJ), sendo que cada um
deles tem várias secções
● art. 28.º LOFTJ à funciona em plenária (reúnem-se todos os juízes do STJ), em pleno
de secções (reunião de todas as secções ou cíveis, ou criminais, ou sociais) ou em pleno
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competência
Nota:
● art. 1094.º e 1095.º CPC e art. 56.º, n.º 1/f LOFTJ à excepções à regra de que todas as
acções têm que ser instauradas junto de um Tribunal de 1.ª Instância (revisão de sentenças
estrangeiras)
● vide art. 36.º/c LOFTJ à acções propostas contra juízes do STJ e juízes
desembargadores
● cada tribunal (STJ e Tribunais da Relação) têm três secções: a cível, a criminal e a
social, pelo que cada matéria será julgada pela respectiva secção competente pata o efeito,
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Varas Cíveis à têm competência no âmbito do Processo Ordinário (art. 97.º, n.º 1/c LOFTJ)
Juízos Cíveis à têm competência no âmbito do Processo Sumário (art. 99.º LOFTJ)
Juízo de Pequena Instância Cível à tem competência no âmbito do Processo Sumaríssimo (art.
101.º LOFTJ)
Ž Critério de Competência em Razão de Valor (art. 68.º CPC e arts. 104.º e ss LOFTJ)
●os tribunais, em razão do seu valor, são de estrutura singular (art. 104.º LOFTJ),
colectiva (art. 105.º, n.º 1 LOFTJ) ou de júri (art. 13.º do Código de Processo Penal)
Nota: as acções que excedem o valor da alçada da Relação são da competência do Tribunal
Importante: art. 646.º, n.º 1 CPC à se uma das partes requerer a provação da audiência de
discussão e julgamento, deixa de haver intervenção do Tribunal Colectivo (este só decide sobre
matéria de facto). Assim, só há intervenção por parte deste Tribunal se as partes o tiverem
Consoante o tipo de acção que está m causa, teremos vários critérios de competência.
●foro real ou da situação dos bens, que corresponde às acções relativas a imóveis (art.
73.º) à competência: tribunal local onde se localiza o imóvel
cumprida
Espécies de Obrigações:
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acção? Em Leiria
● foro do autor, que respeita às acções de divórcio e de separação de pessoas e bens (art.
75.º)
●acções de honorários (art. 76.º) à competência: no caso de o cliente não pagar, tribunal
competente é aquele onde o serviço foi prestado
Pode a vontade das partes afastar as regras a nível de competência? Em princípio não,
tal como o extrapolado no art. 100.º, n.º 1 CPC. Contudo, no critério em razão do território, há
razão do território mas no âmbito do trabalho, já não é possível afastar essas regras.
1.º acordo entre as partes reduzido a escrito (vide art. 99.º, n.º 4 CPC)
3.º deve designar-se o critério da designação do tribunal que fica a ser competente
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2.º pactos atributivos à atribuem-se competências aos tribunais portugueses, que, em princípio,
não teriam essa competência, quer a nível convencional, quer a nível comum
incompetência:
Œ incompetência absoluta (art. 101.º) à surge quando temos uma infracção de regras em razão
• incompetência relativa (art. 108.º) à surge quando temos uma infracção de regras fundadas
● a incompetência absoluta pode ser arguida pelas partes e pode ser oficiosamente
conhecida pelo tribunal em qualquer estado do processo
● a incompetência relativa só pode ser invocada pelo réu no prazo da contestação art. 109.º,
Efeitos:
● incompetência absoluta à absolvição do réu da instância (arts. 105.º, n.º 1, 288.º, n.º 1/a e
494.º/a)
● incompetência relativa à a instância não se extingue, havendo remessa dos autos para o
tribunal competente, o que se processa oficiosamente (arts. 111.º, n.º 3, 493.º, n.º 2 e 494.º/
a)
Parte IV
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Generalidades
Qualquer pretensão que a parte queira formar em tribunal/juízo tem que obedecer a
determinadas normas, que vão orientar a usa acção, de modo a conhecer não só os seus próprios
inicial, que se torna necessário para lançar mão da acção. De referir que também existe o impulso
processual subsequente, segundo o qual as partes têm que conhecer os direitos que têm a nível
1.ª articulados
3.ª instrução
Apesar de o Processo Ordinário ter estas cinco fases, não é obrigatório que todas elas se
verifiquem (ex. desistência, confissão, transacção). Por questões formais, na fase de saneamento
e condensação do processo, o juiz pode tomar logo uma decisão, não se verificando, como tal, as
Estas fases não são estanques entre si, podendo surgir actos inerentes a cada fase em
outras fases do processo. Por exemplo, o juiz pode proferir uma decisão final (sentença) na fase
de saneamento. Quer isto dizer que qualquer característica de uma fase concreta pode ser
apresentada noutra fase, tal como a prova documental (esta pode ser junta na fase dos
que ocorre posteriormente aos articulados ou que o sujeito apenas tem conhecimento
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Fase instrutória do processo que se destina à definição dos termos da acção e da defesa,
O juiz apenas se vai limitar em aplicar o direito à matéria de facto, sendo que é sobre as
partes que recai o ónus de levar para os autos a matéria de facto relevante para o processo (art.
664.º).
A condensação, por seu turno, consiste em “pegar” na matéria que interessa ao processo e
do processo)
Fase que se destina à assunção dos meios de prova, sendo que as provas podem ser
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É uma fase que tem por fim a produção ou a recolha dos elementos de prova sobre os
factos que, interessando à decisão da causa, não tenham sido devidamente esclarecidos na fase
facto controvertida (aquela que importa provar) e essencial para o julgamento da causa.
Ciclo processual marcado pelos debates entre os mandatários das partes, quer sejam
● decisão da matéria de facto, sob a forma de resposta aos quesitos (art. 653.º, n.º 2)
●decisão final ou sentença propriamente dita que se traduz na aplicação do direito à
matéria de facto que foi dada como provada (arts. 658.º e 659.º)
Porquê do seu nome? Prende-se com o modo como eles devem ser elaborados:
1.º petição inicial à estabelecer um facto por artigo, sendo que se pode entender por artigo
como proposições gramaticais, numérica e sequencialmente encadeadas entre si (cada artigo deve
conter um facto – art. 151.º, n.º 2 – uma vez que a base instrutória tem que observar a forma de
impugnação
peremptória
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● contestação reconvenção
3.º réplica à só pode haver quando o réu, na contestação, deduziu alguma excepção (quer seja
dilatória, quer seja peremptória) ou formulou pedido reconvencional (art. 502.º, n.º 1)
4.º tréplica à quando na réplica o autor alterar o pedido ou a causa de pedir (arts. 272.º e
273.º) ou deduzir alguma excepção contra o pedido reconvencional, pode o réu, excepcionalmente,
5.º articulados supervenientes à este articulado pode haver, excepcionalmente, e, tal como o
nome indica, destina-se a trazer ao processo os factos posteriores ao último articulado da parte,
bem como os factos que ela só posteriormente teve conhecimento (art. 506.º, n. os 1 e 2)
● devem ser redigidos em língua portuguesa (arts. 139.º, n.º 1 e 474.º/h) à consequência:
recusa da petição por parte da Secretaria quando não esteja redigido em português
● devem ser assinados pela parte ou pelo mandatário judicial (art. 474.º/g) à acto de
responsabilização do próprio autor
● devem ser apresentados em duplicado e, quando o articulado seja oposto a mais do que
uma pessoa, oferecer-se-ão tantos duplicados quantos forem os interessados que vivam em
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●
indicação do tribunal onde a acção é proposta – corresponde ao endereço.
1/a
● a designação das partes dá para aferir a litispendência ou o caso julgado (art. 497.º)
●forma de processo (art. 467.º, n.º 1/c) – se for processo especial basta indicar “sob a
forma de processo especial”. Se a acção for sob a forma de processo comum, é obrigatório
2.º narração (al. d) à é a exposição dos factos, isto é, são as ocorrências concretas da vida real,
De referir que há factos que são essenciais (os que constituem a causa do pedir) e factos
que, por ora, são acessórios/complementares. Os factos essenciais são aqueles que têm que ser
alegados para que a acção seja declarada procedente. Já os factos acessórios/instrumentais são
aqueles que só indirectamente interessam à solução do pleito por servirem para demonstrar a
Ex. uma acção de divórcio litigioso fundada na violação do dever de fidelidade entre os
cônjuges. Nesta acção, o facto essencial é o adultério, enquanto que é facto instrumental que
o outro cônjuge haja sido visto a sair durante a noite do dia X de um motel, acompanhado de
outrem.
A importância desta distinção é que se não se alegar um facto essencial, a acção é julgada
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Tem que se terminar sempre uma petição inicial com o pedido, sob pena de tornar essa
petição inepta, tal como articula o art. 193.º, n.º 2/a. A formulação do pedido torna-se, de veras,
importante pois o tribunal apenas condena em objecto daquilo que se pede, não podendo condenar
para além do que não se pede (art. 661.º, n.º 1), podendo, contudo, condenar em menos daquilo que
se pede.
Requisitos do pedido:
● característica da viabilidade à o pedido deve ser viável, isto é, deve corresponder aos
factos alegados a às correspondentes normas jurídicas invocadas
Tipos de pedido:
● pedidos alternativos (art. 468.º) à ex. pagar ao autor a quantia x ou entregar o veículo
com a matrícula y
● pedidos de prestações vincendas (art. 472.º) à prestações que ainda se vão vencer (ex.
pagamento de juros que se irão vencer na pendência da acção)
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A petição inicial deve ser assinada pela parte ou pelo mandatário judicial, sob pena de não
inicial (art. 467.º, n.º 3), exceptuando nos processos de carácter urgente, tal como dispõe o art.
467.º, n.os 5 e 6.
Pode também, o autor, menções facultativas (art. 467.º, n.º 2), isto é, pode apresentar o
a) entrega na Secretaria Judicial, é a designada entrega em mãos, feita na Secretaria Geral (aí
será carimbado um duplicado com a data de entrega). Tudo o que seja pós petição entregar-se-á
b) remessa por correio, sob registo (é a data de registo que conta como entrada da petição
inicial)
taxativamente enumeradas no art. 474.º. Há somente que fazer uma ressalva ao à alínea i) do
predito artigo: normalmente o papel utilizado é uma folha A4 com cores pálidas… (vide DL .º 112/
90, de 4 de Abril).
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A recusa deve ser feita por escrito e acompanhada do fundamento da recusa. A solução
para essa recusa passa, segundo o que dispõe o art. 475.º, pela reclamação (para o juiz) ou pelo
recurso (até à Relação). Porém, uma outra solução passa pela apresentação de nova petição inicial
ou pela apresentação do documento em falta (se for essa a causa da recusa), nos termos do art.
Não estando presente nenhuma das situações do art. 474.º, a Secretaria recebe a
petição, apondo-lhe um carimbo com data. Este carimbo é muito importante, pois a instância
inicia-se pela proposição da acção e esta considera-se proposta logo que seja recebida na
Ä serve para distribuir o serviço do tribunal pelos vários juízes que prestam
serviço no tribunal
Aspectos importantes:
● art. 214.º à a distribuição tem lugar diariamente e de forma autónoma de modo a evitar a
Fase da Autuação
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no qual vão ser juntas, em folhas numeradas e cosidas a fio, todas as peças processuais e todos
Antes de 1995 todos os processos tinham que passar pela intervenção liminar do juiz, ou
seja, o juiz tinha que constatar e ver todos os processos de modo a averiguar se os mesmos
234.º-A.
Casos em que existe despacho liminar/indeferimento: art. 234.º-A, n.º 1 que remete para o art.
234.º, n.º 4.
Perante tal situação, o autor pode tomar uma das seguintes atitudes:
3.º impugnação por via de recurso, independentemente do valor do processo (art. 234.º-A, n.º 2)
A Secretaria tem que levar ao conhecimento do réu (notificar) que contra ele foi
Por outras palavras, poder-se-á dizer que é o acto pelo qual se dá conhecimento ao réu
que foi proposta contra ele uma acção determinada, e se chama esse mesmo réu ao processo para
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Œ transmissão de conhecimento
Vide art. 233.º que nos indica os elementos a transmitir obrigatoriamente ao citando (pessoa que
É a Secretaria que leva o processo ao gabinete do juiz, para que ele profira a sentença,
Secretaria (art. 234.º, n.º 1) uma vez que a citação não necessita de uma apreciação técnico-
jurídica e de modo a libertar o juiz, pelo que, via de regra, é a Secretaria que a promove.
Contudo, o juiz poderá fazê-lo através de despacho judicial, constituindo esta a excepção, a par
Momento da realização da citação: via de regra, a citação tem lugar após a distribuição inicial.
Porém, há casos em que a citação precede a distribuição – são os designados casos da citação
urgente. Esta citação urgente é requerida pelo autor e vem prevista no art. 478.º.
Ex. o réu estar com uma doença grave, vindo a falecer em breve tempo, o facto do réu
Pessoal
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• entrega por via postal registada à tem que ser registada com aviso de recepção (art. 236.º,
n.º 1), tendo que ser enviada ou para a residência ou para o local de trabalho do citando.
Contudo, de referir que a citação por esta via pode ser efectuada na pessoa de terceiro
(art. 234.º, n.º 4), tendo aqui a Secretaria que dar cumprimento ao art. 241.º.
Art. 237.º à quando o citando é uma pessoa colectiva, a carta vai para a sede, podendo ser
assinada pelo funcionário, sendo que assim se tem por observa a citação
239.º)
O art. 239.º, n.º 7 diz-nos que a citação por intermédio de solicitador de execução pode
Art. 239.º, n.º 8 à se o autor tiver declarado na petição inicial que pretende que a
citação seja levada a cabo por um funcionário judicial; se assim for está sujeita a custas (art.
Art. 234.º, n.º 6 à o que sucede se não se indicar solicitador de execução (este preceito
Edital
Tem lugar quando o citando se considere ausente, em parte incerta, nos termos dos arts.
244.º e 248.º.
3 editais: na “porta” do tribunal, na porta da última residência que o citando teve no país,
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dos editais)
Citação promovida por Mandatário Judicial (arts. 245.º, 246.º e 233.º, n.º 3)
Esta citação é muitas das vezes a mais eficaz e pode ser feita por um advogado,
solicitador de execução ou funcionário forense e não raramente pelo signatário. De referir que
30 + 30…)
● art. 195.º à falta absoluta de citação (nulidade principal – ex. quando a citação
na lei (nulidade secundária – o seu prazo é o que tiver sido indicado para a contestação – ex.
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citação)
A arguição da nulidade pode ser invocada em qualquer fase do processo e pode ser
reconhecida oficiosamente pelo tribunal, nos termos do que estabelecem os arts. 204.º, n.º 2 e
202.º).
Efeitos da Citação
Materiais
Œ cessação da boa-fé do possuidor (art. 481.º/a) à ex. A, alegando que o prédio rústico lhe
pertence, instaura uma acção contra B. B era possuidor do prédio, tendo-o cultivado e adquirido
este é citado para a acção, ele passa a ser considerado como possuidor de má-fé. Quais as
• interrupção dos prazos de prescrição (art. 323.º, n.º 1 CC) à é só a partir da citação que se
Ž interrupção dos prazos da usucapião (art. 1292.º CC) à ex. A compra a B por documento
particular, passando a exercer poderes de facto sobre esse imóvel. Decorridos 20 anos, A
tornar-se-á proprietário desse imóvel por usucapião. Se, entretanto, for citado ara uma acção de
• constituição do devedor em mora (art. 805.º CC) à é com a citação que se começam a contar
os juros moratórios
Processuais
Œ início da contagem do prazo para a contestação à é a partir da citação que se começa a contar
o prazo para que o réu conteste a acção que contra ele foi movida:
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- causa de pedir
- pedido
A regra é a de que a partir do momento da citação, não podem ser feitas modificações a
(arts. 269.º, 270.º, 272.º e 273.º): podem ser levadas a cabo alterações objectivas em sede de
pedido e da causa de pedir, e alterações subjectivas que são efectuadas sobre os sujeitos.
De referir ainda que a nível das modificações objectivas podemos ter três figuras:
ampliação, redução e transformação (do pedido ou da causa de pedir) à arts. 272.º e 273.º,
litispendência)
período de tempo a que a lei sujeita a prática válida de um determinado acto em juízo
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Tipos de prazo:
● quanto à natureza
prática do acto ou do início da contagem de um outro prazo (arts. 145.º, n.º 2/d e
252.º-A)
Vide art. 144.º à em Processo Civil, os prazos são contínuos, não parando a sua contagem
(1) é contínuo (art. 144.º, n.º 1), o que significa que ele corre seguido, só se suspendendo durante
as férias judiciais. Assim, na sua contagem, deverão contar-se, por conseguinte, os fins-de-
semana e os feriados.
Na contagem de um prazo não se inclui nem o dia, nem a hora em que tenha ocorrido o
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(2) é prorrogável nos casos previstos na lei (art. 147.º, n.º 1) ou quando existe acordo das partes
Presunção de registo ou de recebimento (arts. 254.º, n.º 3): aplica-se no caso de registo
simples, isto é, sem aviso de recepção. No caso de haver registo de recepção, a data de citação é
a data da assinatura.
Terça-feira
Prática do acto fora do prazo: quando havia um prazo para contestar mas não se conseguiu dar
entrada da contestação. A entrega do acto fora do prazo fica sujeito a uma multa, nos termos do
Ex. se o prazo terminava a uma Sexta-feira, a contestação poderá ser entregue até
Quarta-feira, inclusive, uma vez que apenas se contam os dia úteis. Porém, há uma excepção: o
1.6 Contestação
Ä peça escrita na qual o réu, chamado a juízo para se defender, responde à petição
Requisitos:
● tem que ser endereçada, isto é, dirigida ao tribunal em que foi proposta a petição inicial
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obrigatória a sua constituição, caso contrário é assinada pelo próprio réu) por parte de quem
a efectuou
Acção Declarativa Especial à prazo de 15 dias (art. 1.º, n.º 2, DL n.º 269/98, de 1 de Setembro)
Estes prazos são peremptórios e uma vez decorridos extinguem o direito de praticar o acto.
Contudo, existem os prazos dilatórios, previstos no art. 252.º-A. Assim sendo, ao prazo de
Conteúdo
impugnação
peremptória
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O réu limita-se a repelir, directa ou indirectamente, a pretensão do autor nos termos que
1.º Princípio da Concentração da Defesa na Contestação (art. 489.º, n.º 1) à está aqui
Excepções:
Até 1927 à contestação genérica (ex. é falsa toda a matéria de facto alegada elo autor)
Pós 1927 à impugnação especificada, isto é, o réu tinha que tomar posição definitiva em
Actualmente à ónus da impugnação simples (ex. impugnam-se os artigos 1.º a 7.º, 10.º a
12.º, 22.º e 27.º, o que significa que não se impugnam os artigos 8.º, 9.º, 13.º a 21.º e 23.º a 26.º)
● excepção à o réu defende-se por excepção quando alega factos que obstam à apreciação
1.º absolvição do réu no pedido à consequência da contestação defesa por impugnação ou defesa
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3.º remessa dos autos para o tribunal competente para o julgar à dá-se quando estamos no
âmbito de uma excepção dilatória de incompetência relativa (arts. 493.º, n.º 2, in fine e 108.º e
…oposição de facto:
● por intermédio de negação indirecta ou per positionem à o réu reconhece a realidade dos
…oposição de direito
Nesta, o réu defende-se alegando que a norma que é invocada pelo autor não é aplicável
ao caso em concreto, ou vem dizer que o autor interpretou a norma aplicável de forma incorrecta
Nota: de referir que poderá haver uma oposição mista, isto é, oposição de facto e oposição de
direito, conjuntamente
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parcial do pedido.
Œ impeditivas à podem ser anteriores ou contemporâneas aos factos alegados pelo autor
(ex. quando o autor alega na contestação que celebrou o contrato invocado na petição inicial, sob
coação moral: aqui a coação moral é um facto existente antes da celebração do contrato ou
negócios jurídicos
do direito alegado pelo autor (ex. A é credor de B e, apercebendo-se que este se encontra em
sérias dificuldades, dá-lhe um prazo suplementar para pagar a dívida. Este facto não altera o
autor e que, portanto, nasceram ulteriormente à data em que a instância se iniciou (é por esta
caducidade
O réu exerce, ele próprio, o direito de acção, razão pela qual se apelida a reconvenção
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A reconvenção é dotada de autonomia porque o réu não é obrigado a reconvir, ele fá-lo por
uma questão de economia processual. Por outro lado, existe uma autonomia dado que pode haver
uma desistência do pedido por parte do autor mas, ainda assim, tal facto não impede que a acção
seja apreciada.
Exemplos:
1.º A propõe contra B, no Tribunal Judicial da Comarca de Coimbra, uma acção de condenação
no valor de 7.500€, fundamentando o seu pedido num contrato de mútuo. Por seu turno, B alega
2.500€
2.º C instaura contra D uma acção de reivindicação de um prédio rústico, no valor de 6.000€.
se de reconvinte
● qual o valor da reconvenção? É necessário indicar sempre esse valor. Qual a influência que
tem? É que ao valor da acção junta-se o valor da reconvenção, passando a acção a ter um valor
diferente, e podendo mesmo chegar a alterar o valor do processo, podendo, desta feita, um
processo sumaríssimo passar a ter uma forma de processo sumário (vide arts. 308.º, n.º 2 e
501.º)
valor da reconvenção = 2.350€ à o total (30.850€) leva a que se passe a processo ordinário
Nota: o réu deve ter depois em atenção o valor da taxa de justiça inicial
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● o tribunal que julga a acção tem que ser competente para julgar a reconvenção em razão
da nacionalidade, da matéria e da hierarquia à competência absoluta do tribunal (arts.
98.º, n.º 1, 1.ª parte e 101.º) à ver o primeiro exemplo dado relativamente à contestação
reconvenção
●ao pedido do réu/reconvinte tem que corresponder a forma de processo que segue o
pedido formulado pelo autor/reconvindo, excepto se a diferença derivar do diverso valor
●quando o pedido do réu emerge de facto jurídico que serve de fundamento à acção ou
defesa (art. 274.º, n.º 2/a) à ex. A instaura uma acção de indemnização contra C fundada
em acidente de viação. B contesta alegando que em virtude de danos sofridos nesse mesmo
● quando o pedido do réu tende a conseguir em seu benefício o mesmo efeito que o autor se
propõe obter (art. 274.º, n.º 2/c) à ex. acção de divórcio litigioso em que o autor e o réu
Notas:
● a reconvenção não é admissível no âmbito dos processos sumaríssimos (arts. 501.º, n.º 1 e
786.º, ad contrario)
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(1) absoluta ou agravada (art. 483.º) à sucede quando réu, apesar de citado, resolve não intervir
(2) relativa à sucede quando o réu, apesar de não contestar na acção, dá sinal de si nos autos
documento na Secretaria…
Efeitos da revelia:
Œ imediato (art. 484.º, n.º 1) à confissão dos factos alegados/articulados pelo autor. Neste
caso diz-se que a revelia é operante, impedindo, assim, o réu de alegar posteriormente quaisquer
Porém, para que seja operante, é necessário verem-se cumpridos dois requisitos:
• mediato (art. 484.º, n.º 2) à o processo será facultado para exame pelo prazo de 10 dias, ou
seja, dá-se uma diminuição das fases processuais: passa-se da fase dos articulados à fase da
Estamos no âmbito de uma citação por via postal (art. 236.º). A acção pende no
Tribunal Judicial da Comarca de Braga. A ré é a “Fada da Lina, Têxteis, Lda.”, com sede
Setembro de 2007.
Por estarmos no âmbito do processo ordinário, o prazo para contestar será de 30 dias, tal
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Esse prazo de 30 dias é peremptório, podendo, no entanto, ser dilatado através dos
designados prazos dilatórios, que é de 5 dias, segundo o articulado no art. 252.º-A, n.º 1/b.
Assim, o réu teria 35 dias para contestar, nos termos do art. 148.º que nos diz que sempre que
um prazo dilatório vem seguido de um prazo peremptório os dois cumulam-se, contando como um
só.
contínuos, não se contando somente os dias úteis, o que significa que apenas se suspendem
Qual é a data da citação? Nos termos do art. 238.º, n.º 1, a data é a da assinatura do
aviso de recepção, sendo que o prazo para a contestação começa a contar-se a partir do dia
Contudo, há ainda possibilidade de praticar o acto fora do prazo, num prazo de 3 dias
(art. 145.º, n.º 5), sendo que esses dias são úteis.
Assim, este prazo terminaria verdadeiramente no dia 30 de Outubro de 2007 dado apenas
Citação pessoal por via postal. Tribunal Judicial onde pende a acção é o da Comarca
de Vila Real. O réu reside no Porto. O aviso foi assinado por terceiro, in casu, o filho.
Estando no âmbito do processo ordinário, o prazo para contestar é de 30 dias, prazo este
De referir que aos prazos peremptórios podemos ter prazos dilatórios e, neste caso,
temos dois: há uma dilação de 5 dias pelo facto de a citação ter sido realizada em pessoa diversa
do réu (art. 252.º-A, n.º 1/a) e há uma outra dilação de 5 dias pelo facto de o réu ter sido citado
fora da área da Comarca sede do tribunal onde pende a acção (art. 252.º-A, n.º 1/b).
Atendendo ao art. 145.º, n.º 5, o prazo pode ainda ser acrescido de 3 dias.
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que, como há um acréscimo de 3 dias (nos quais só se contam os dias úteis), o prazo terminaria
art. 512.º.
O art. 512.º refere que há um prazo de 15 dias para alterar o requerimento probatório.
perante um registo simples. Assim, a data da citação presume-se 3 dias depois do registo, pelo
que, tendo sido registada a 26 de Março de 2007, se presume que a notificação postal haja sido
efectuada no dia 29 de Março de 2007. Havendo o prazo peremptório de 15 dias, vão-se cumular
os prazos, suspendendo-se a contagem dos mesmos durante as férias judicias, pelo que este
Abril de 2007. Contudo, diz-nos o art. 144.º que quando o dia não é útil se transfere para o
primeiro dia útil imediatamente a seguir, pelo que o prazo para contestar terminaria no dia 23 de
Abril de 2007.
regulado no art. 145.º, n.º 5, pelo que ao prazo já indicado cumulariam mais 3 dias. Assim, o prazo
Calcule o prazo.
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O prazo peremptório é de 15 dias, nos termos do art. 502.º, n.º 3. Contudo, tratando-se de
um registo simples, presume-se que a data da citação é de 3 dias depois do registo. Assim, tendo
sido registada no dia 25 e só se contando os dias úteis, o prazo terminaria no dia 30 de Julho de
2007. Mas, há ainda que fazer a contagem do prazo peremptório de 15 dias, cuja contagem vai
Setembro.
cessação do prazo, aplica-se o art. 145.º, n.º 5, pelo que o prazo terminará tão só no dia 19 de
1.7 Réplica
Ä articulado pelo qual o autor responde à contestação do réu quando nesta tenha
(1) se estivermos perante uma contestação defesa por excepção é que o autor pode
lançar mão da tréplica contudo, está só serve para responder à matéria da excepção.
(3) há também a admissibilidade de a réplica exercer uma outra função, que é a alteração
Se estivermos perante uma contestação defesa por impugnação, a réplica não é admissível.
Prazos da réplica (poderão ser prorrogados nos termos do articulado no art. 504.º):
Consequência de não haver réplica quando o autor está habilitado a fazê-lo: a falta de
impugnação à matéria da excepção ou da reconvenção tem como efeito a confissão destes factos
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A réplica, tal como a contestação reconvenção, necessita de ser articulada, nos termos do
art. 151.º, n.º 2. Além disso, obriga ao pagamento da taxa de justiça inicial devida pela oposição à
7.500€
1.8 Tréplica
réplica o autor ter alterado o pedido ou a causa de pedir, ou se, no caso de reconvenção, o autor
tiver deduzido alguma excepção, a réplica é o articulado de resposta ao réu (art. 503.º, n.º 1)
Prazo: 15 dias (art. 503.º, n.º 2), sem prejuízo da possibilidade de prorrogação desse mesmo
Ex. A propõe uma acção de divórcio litigioso contra B, com fundamento em ofensas corporais
e verbais de que foi vítima. Se, na fase de saneamento e condensação do processo, A tem
conhecimento que B mantivera relações sexuais com C, estamos perante um facto novo que pode
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Vide art. 506.º, n.º 1, in fine à no limite pode apresentar-se um articulado superveniente até ao
O juiz deve admitir ou rejeitar o articulado, por intermédio de despacho (art. 506.º, n.º
4).
Se ele o admitir, deve ordenar-se a notificação da parte contrária para a ele responder
sentido restrito. Mas, esta divisão não é muito rigorosa dado que nesta fase ainda não há uma
Fase do Pré-Saneamento
duas hipóteses:
prazo para o efeito (ex. se a parte não juntar um documento essencial para a causa – art. 508.º,
n.º 2)
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Esta fase precede a audiência final e tem fins ditos principais ou essenciais (art. 508.º-A,
n.º 1/a/b/c/d/e) e fins complementares (art. 508.º-A, n.º 2/a/b/c). Contudo, a audiência
cheguem a acordo, se bem que a satisfação nunca é total, devendo haver uma cedência recíproca
de interesses. Porém, “mais vale um bom acordo que uma boa demanda”.
obrigatório e deve ser ditado para acta, sendo que visa expurgar do processo os vícios de que o
mesmo padece. Abrange também a condensação do processo, sendo que é no despacho que o juiz
e) quando a acção tenha sido contestada à matéria de facto tida como assente, isto é,
tida como provada mediante factos confessados expressamente pelo réu (art. 484.º, n.º 1),
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Instrução corresponde ao período da acção que se destina à assunção dos meios de prova
Direito Probatório
Modalidades:
Œ direito probatório formal ou processual à conjunto de normas que se limitam a regular o modo
• material à normas reguladoras das provas que fixam os meios admissíveis de que o tribunal se
serve para apurar a realidade dos factos que, de acordo com o direito aplicável, interessam ao
exame e decisão da causa, e ainda para determinar o valor de cada um deles na demonstração dos
factos
Œ ónus da prova à encargo que recai sobre uma parte para fazer a prova dos factos que lhe
interessam, para que a decisão lhe venha a ser favorável. Consequência da não apresentação da
Exemplos:
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● A instaura uma acção de despejo contra B alegando que lhe arrendou uma fracção
autónoma de um edifício para uso habitacional, encontrando-se B a usá-la para actividade
médica. Estando B a fazer uso diverso do que originou arrendamento, tem o senhorio o
direito de resolver o contrato. Se o inquilino, na contestação, alegar que nunca usou a fracção
arrendada para fim diverso. Sobre quem recai o ónus da prova? Sobre o A
Quem alega os factos constitutivos é quem deve fazer a prova desses factos, ou seja,
Funciona como regra de julgamento à o juiz deve decidir contra a parte sobre a qual
recai o ónus da prova e, no caso de essa parte não lograr efectuar a prova sobre os
• admissibilidade dos meios de prova à elementos de que o julgador se pode servir para formar
O princípio é o de que são admitidos todos os meios de prova, pese embora a lei
Na lei substantiva há determinados factos que têm que ser provados através de um único
documento (ex. a compra e venda de um imóvel só pode ser comprovada por escritura pública).
Na lei processual temos, por exemplo, o art. 616.º, n.º 1 e também o art. 617.º.
(1) presunções relativas ou legais (art. 319.º) à são as ilações que a lei ou o julgador retiram de
um facto conhecido para afirmar um facto desconhecido (ex. arts. 493.º, n.º 2 e 441.º)
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(2) confissão oral à reconhecimento que a parte faz da realidade de um facto que lhe é
desfavorável e que favorece a parte contrária (art. 352.º CC; vide arts. 552.º a 567.º CPC); e
prova escrita
Artigos importantes:
(3) prova pericial à o seu fim é a apreciação de factos por meio de peritos (arts. 568.º a 591.º)
Artigos importantes:
● arts. 589.º a 591.º à possibilidade de haver uma segunda perícia quando não haja acordo
(4) inspecção judicial à tem por fim a percepção dos factos pelo tribunal, apreciando este
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Artigos importantes:
● art. 633.º à número de testemunhas que podem ser inquiridas sobre cada facto
(7) prova documental à resulta de um documento, sendo este um objecto elaborado pelo homem
com o fim de representar uma pessoa, uma coisa ou um facto (art. 363.º, n.º 2 CC)
●autênticos à são exarados, com formalidades legais, por autoridades públicas no limite
das suas competências (art. 363.º, n.º 2, 1.ª parte CC)
No CPC, esta prova vem regulada os arts. 523.º a 551.º-A. Artigos mais relevantes:
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Vigora o princípio de que os meios de prova fazem prova bastante, isto é, o tribunal
aprecia livremente as provas para formar a sua convicção (art. 655.º, n.º 1 CPC e art. 396.º CC).
Contudo, existem outros meios de prova que fazem prova plena da prova bastante dos
factos a que respeitam (ex. prova documental e confissão escrita à a convicção do juiz
relativamente aos factos provados por documento só pode ser destruída pela prova do contrário,
Além disso, ainda há meios de prova que fazem prova pleníssima, ou seja, nem sequer
admitem prova em contrário (ex. art. 1261.º, n.º 2 CC em conjugação com o art. 1260.º, n.º 3 CC).
Œ Princípio da imediação (art. 654.º) à a fase da audiência final é marcada por um confronto
• Princípio da Publicidade (art. 656.º, n.º 1, 1.ª parte) à a audiência final é, em regra, pública,
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Ž Princípio da Concentração (art. 656.º, n.º 2) à impõe que a discussão e julgamento ocorram
A audiência final (marcada na audiência preliminar – art. 508.º-A) começa com uma
Em regra, a audiência final tem lugar perante um tribunal singular, segundo o preceituado
apenas uma vez pode ser adiada, segundo o que dispõe o art. 651.º, n.º 3.
Nota: a falta de testemunhas não constitui causa de adiamento da audiência (art. 629.º, n.º 2)
1.º Discussão da Matéria de Facto (arts. 652.º, n.º 3/e e 652.º, n.º 5)
Os debates são as exposições orais nas quais os mandatários procuram definir a posição
audiência final.
Notas importantes:
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● no processo ordinário não há limite de tempo para as alegações, o que pode acontecer é os
Vantagens
● é mais rápida quer por parte de quem alega, quem por parte de quem aprecie a
● é uma fase mais sugestiva para quem ouve e mais estimulante para quem alega
Desvantagens
1.13 Sentença
É a última fase do processo, na qual o juiz singular vai aplicar a matéria de direitos aos
factos. Com efeito, uma vez concluída a fase de discussão do aspecto jurídico da causa, tem o
juiz o prazo de 30 dias para proferir a sentença, nos termos do art. 658.º.
1.ª parte: relatório (art. 659.º, n.º 1) à contar, de modo, sucinto, os factos ocorridos
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2.ª parte: fundamentação (art. 659.º, n.º 2, 1.ª parte) à decisão/julgamento da matéria de
facto
3.ª parte: decisão (art. 659.º, n.º 2, 2.ª parte) à conclusão da sentença, traduzindo-se na
pedido
A nível acessório:
Œ trânsito em julgado à quando a sentença se torna definitiva em virtude de não ser susceptível
Ž formação de caso julgado à pode ser formal (só produz efeitos dentro do próprio processo)
• esgotamento do poder jurisdicional, ou seja, uma vez proferida a sentença o juiz deixa de ter a
• exequibilidade à a sentença é o título executivo por excelência e, como tal, dá azo a uma acção
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• disposições gerais e comuns – são comuns aos três processos (arts. 137.º a 466.º)
Notas características:
(1) não há réplica nem tréplica (art. 273.º) mas sim resposta à contestação (art. 785.º:
(2) no que respeita a prazos, no processo sumário o prazo para contestar é reduzido para 20 dias
No processo ordinário o prazo para apresentar a réplica é de 15 dias (defesa por excepção) e
(3) No que respeita à revelia, no âmbito do processo sumário o juiz, na falta de contestação, pode
tomar uma atitude concreta (art. 784.º) ao passo que no processo ordinário os factos contra o
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(1) no processo ordinário é necessário audiência preliminar, tal como o estatuído no art. 508.º-
A. Ao invés, no processo sumário, só quando a complexidade da causa o exija é que o juiz realiza a
(2) o juiz pode abster-se de fixar a base instrutória, segundo articula o art. 787.º, n.º 1.
Fase da Instrução
(1) o prazo para o cumprimento das cartas precatórias (notificação em Portugal) ou rogatórias
(art. 788.º). Já no âmbito do processo ordinário, o prazo é de 2 ou 3 meses, nos termos do art.
181.º, n.os 1 e 2
(2) o número de testemunhas e reduzido no âmbito do processo sumário (10 no total e 3 por cada
facto), segundo articula o art. 789.º. Já no que concerne ao processo ordinário, o máximo de
(1) a audiência final é marcada para dentro de 30 dias (art. 791.º, n.º 1; vide também o art. 790.º)
(2) a instrução, discussão e julgamento incumbem a um juiz singular (art. 791.º, n.º 1, 2.ª parte),
(3) os debates sobre a matéria de facto não podem exceder 1h por cada mandatário (art. 790.º),
(4) a decisão da matéria de facto constará de despacho proferido logo após a produção da prova,
nos termos do art. 791.º, n.º 3; quanto ao processo ordinário vide art. 653.º
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Articulados
(1) os articulados são somente a petição inicial e a contestação (arts. 793.º e 794.º)
(2) os articulados não carecem ser produzidos/redigidos por artigos (art. 793.º) dado que as
partes podem litigar por si próprias desde que o valor da acção não exceda o valor de 5.000€ à
(3) nestes articulados (petição inicial e contestação) deve ser feita a proposição da prova (arts.
(5) após o oferecimento dos articulados, ocorrendo excepção dilatória ou nulidade, a acção pode
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(1) a falta de qualquer das partes ou dos seus mandatários, ainda que justificada, não é motivo
de adiamento (art. 796.º, n.º 2). Ao invés, no processo sumaríssimo, a ausência de um dos
(2) é, normalmente, na audiência que o juiz determina a realização de diligências probatórias por
(3) as testemunhas são, em regra, apresentadas pelas partes, só sendo notificadas quando a
(4) as testemunhas inquiridas não podem ser mais de 6 por cada parte (art. 796.º, n.º 1). Sobre
cada facto aplica-se a disposição do processo sumário, ou seja, um limite de 3 (art. 789.º, in fine)
(5) a prova pericial é sempre feita por um só perito (art. 796.º, n.º 5, in fine)
(6) a prova só é gravada se o juiz oficiosamente o determinar (art. 791.º, n.º 2, ad contrario e
art. 796.º, n.º 1, in fine) à pelo facto de não haver recurso não é necessário ouvir novamente os
(7) a discussão da matéria de facto e de direito é feita pelo advogado de cada parte numa mesma
alegação, que deve ser breve (art. 796.º, n.º 6) à em princípio não deverá exceder os 30 minutos
(8) a sentença em que o juiz decide de facto e de direito é oral à deve ter uma fundamentação
(9) quando as partes não hajam constituído mandatário judicial ou este não comparecer, a
inquirição das testemunhas é feita pelo juiz (art. 796.º, n.º 3) e, não havendo mandatário não há
de 1.ª Instância
articulados normais
Tribunal
da Relação
STJ
Pretensão do direito material que é deduzida ou decretada pelo tribunal (pagamento de quantias)
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Direito Processual Civil Sumários
o terceiro decide , por vontade própria, intervir na causa, isto é, ele, por si só, toma a iniciativa
o terceiro é única e exclusivamente auxiliar das partes principais, ou seja, não irá adoptar uma
o terceiro assumirá a posição de parte principal, ou seja, a acção vai obrigar o terceiro
articulados excepcionais
30.000€
5.000€
(Processo Sumário)
de 0,01€
=< 5.000€
(Processo Sumaríssimo)
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função estadual atribuída ao tribunal que se traduz na resolução dos conflitos que lhe são
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