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TÉCNICA

FUNDAMENTAL

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CONTROLANDO A
EXPOSIÇÃO

Para conseguir gravar uma imagem em uma


superfície sensível, é necessária uma certa
quantidade de luz - e é exatamente ao ato
de “expor” o nosso filme ou sensor à luz que
chamamos exposição.
Se projetarmos menos luz do que
a quantidade necessária em nossa
superfície sensível, a imagem ficará
escura, ou seja, subexposta.
Caso usemos luz demais nessa mesma
superfície, a imagem ficará clara, o que
chamamos de superexposta. Exposição
correta é aquela em que projetamos
exatamente a quantidade de luz necessária
para capturar adequadamentea imagem.

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Da esquerda para a direita: foto superexposta, corretamente exposta e subexposta

FATORES QUE DETERMINAM A EXPOSIÇÃO


E como podemos controlar a quantidade de ficará “aberta”, recebendo luz - quanto maior
luz que atinge o filme/sensor? Basicamente, o tempo de exposição, mais luz entrará, e
utilizando combinações de dois mecanismos: vice-versa. Combinando ambos os parâmetros
o diafragma e o obturador. O primeiro é um (o quanto de luz irá passar pelo orifício e
orifício de tamanho variável, que controla a por quanto tempo), conseguimos controlar a
quantidade de luz que entra na câmera – quanto quantidade de luz que irá atingir o nosso filme/
mais aberto, mais luz entrará, e vice-versa. Já o sensor com bastante precisão. E como é exercido
segundo controla o tempo pelo qual a câmera esse controle?

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VELOCIDADE OS VALORES DE VELOCIDADE
Em primeiro lugar, vamos falar do obturador. O Os valores de velocidade são informações de
obturador é um sofisticado mecanismo, capaz tempo que podem ocorrer em segundos ou em
de manter-se aberto por períodos curtíssimos de frações de segundo. Esses valores obedecem
tempo (na casa dos milésimos de segundo), com à mesma proporção usada pelo diafragma e
absoluta precisão. Acionado pelo disparador variam em quantidades de um ponto ou meio
da câmera, ele deixa passar luz apenas pelo ponto de exposição, sendo que um ponto a mais
tempo necessário para realizar a exposição. de exposição corresponde ao dobro de tempo
Há dois tipos de obturador: o obturador e um ponto a menos corresponde à metade. Os
central e o obturador de cortina. O obturador valores de velocidade são avaliados pela sua
central geralmente está montado dentro da capacidade de congelar o movimento. De modo
lente e se assemelha muito a um diafragma - geral, considera- se que as baixas velocidades
utiliza o mesmo sistema de palhetas móveis, são aquelas com duração maior que 1/60seg.,
mas agora não para abrir gradualmente, mas
nesses casos recomenda- se o uso de tripé,
sim para abrir de uma vez por um espaço de
pois começam a existir nas imagens tremores
tempo rigorosamente controlado. O obturador
resultantes do movimento do próprio fotógrafo.
de cortina, por sua vez, é composto por
Velocidades médias são aquelas que permitem a
duas pequenas cortinas de metal ou tecido e
fotografia a mão livre (sem o uso de tripé) e que
não é montado na lente, mas sim próximo à
são capazes de congelar cenas com movimentos
superfície sensível, filme ou sensor. Em baixas
suaves. São consideradas velocidades altas os
velocidades, a primeira cortina se abre, deixa a
valores capazes de congelar uma cena em que o
luz passar e então a segunda cortina interrompe
a exposição, fechando o obturador. Já em motivo esta em movimento.
altas velocidades - que o obturador central não É claro que esse valor irá variar muito de caso
consegue atingir - as duas cortinas atravessam o para caso, mas em geral pode-se considerar
obturador juntas, expondo uma pequena janela como alta velocidade os valores de obturador
ao longo do filme/sensor. com intervalos mais curtos que 1/500seg.

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ESCALA DE VELOCIDADES EM INTERVALOS DE MEIO EV:
30s 20s 15s 10s 8s 6s 4s 3s 2s 1,5s 1s 0,7s
1/2s 1/3s 1/4s 1/6s 1/8s 1/10s 1/16s 1/20s 1/30s
1/45s 1/60s 1/90s 1/125s 1/180s 1/250s 1/350s
1/500s 1/750s 1/1000s 1/1500s 1/2000s 1/3000s
1/4000s 1/6000s 1/8000s

ESCALA DE VELOCIDADES EM INTERVALOS DE UM TERÇO DE EV:


30s 25s 20s 15s 13s 10s 8s 6s 5s
4s 3,2s 2,5s 2s 1,6s 1,3s 1s 0,8s 0,6s 1/2s
0,4s 0,3s 1/4s 1/5s 1/6s 1/8s 1/10s 1/13s 1/15s
1/20s 1/25s 1/30s 1/40s 1/50s 1/60s 1/80s 1/100s
1/125s 1/160s 1/200s 1/250s 1/320s 1/400s 1/500s
1/640s 1/800s 1/1000s 1/1250s 1/1600s 1/2000s
1/2500s 1/3200s 1/4000s 1/5000s 1/6400s 1/8000s

Obturador rápido Obturador lento

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ABERTURA diâmetro do orifício do diafragma.
Agora, falemos do diafragma. Como ele é Para facilitar a correspondência - em termos de
um mecanismo que usa palhetas metálicas quantidade de luz - com outras variáveis como ISO
para criar o tal orifício de tamanho variável, o e velocidade do obturador, é utilizada uma unidade
parâmetro que usamos para padronizar o seu exponencial chamada EV (de Exposure Value).
controle se chama abertura do diafragma, ou Tudo na fotografia é medido em termos do dobro
simplesmente abertura. E como se atribui valor ou da metade da quantidade de luz, o que nos
a essa abertura? Ao falarmos de abertura de faz dar mais importância a valores de abertura
diafragma, utilizamos uma unidade chamada “cheios”, como f/1.4, f/2 e outros, que são
f/stop, que é basicamente a resultante de uma frequentemente citados pelos fotógrafos como
divisão entre a distância focal da lente e o stops ou pontos.

N=F/D

CONDIÇÃO DE LUZ .... EV


Sol a pino....................... 16
Dia nublado ................... 12
Cenas noturnas ............... 5-7
Interiores ........................ 4-5

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OS VALORES DE ABERTURA
f/1.4 f/2 f/2.8 f/4 f/5.6 f/8 f/11 f/16

Vejamos os valores de aberturas divididos em uma escala de pontos - a cada passo nessa escala, a
área do orifício cai pela metade, deixando passar metade da luz ou um EV a menos.

PONTOS: F/1 - F/1.4 - F/2 - F/2.8 - F/4 - F/5.6 - F/8 - F/11 - F/16 - F/22 - F/32 - F/45 - F/64

Sendo uma proporção, quanto maior o número baseada na raiz quadrada de 2. O raciocínio
F, menor a abertura e, portanto, menor a é o seguinte: para diminuir a quantidade de
quantidade de luz que atinge o filme ou o sensor luz que entra pelo diafragma à metade, eu
da câmera. Quanto menor o número f, maior a tenho não de reduzir o diâmetro do orifício,
abertura e por consequência maior a quantidade mas sim a sua área pela metade. E a área de
de luz. Aqui N é igual ao número F, f é igual à um círculo eu reduzo à metade dividindo seu
distância focal e D é o diâmetro do orifício do
diâmetro pela raiz quadrada de 2, o que na
diafragma. Uma lente de 135mm precisa de
prática corresponde a um fator de cerca de
um orifício de 33,8mm de diâmetro para atingir
1,414. Então podemos perceber que a escala
f/4 - luminosidade que uma lente de 100mm
atinge com um orifício de apenas 25mm de citada é resultante de sucessivas multiplicações
diâmetro. Quanto mais longa a lente, maior o por 1.41, ou seja, sucessivas reduções de 1
orifício necessário para deixar passar a mesma EV a cada passo. Como cada redução de 1
quantidade de luz - as exposições ficarão iguais EV diminui a luz à metade, f/64 deixa passar
em ambas as lentes. Os valores da escala são nada mais nada menos do que 4096 vezes
escolhidos em uma progressão exponencial, menos luz do que f/1!

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VALORES INTERMEDIÁRIOS
Um ponto, stop ou EV é uma grande variação. em meio EV, ou até mesmo um terço de EV (este
Para expor corretamente, são necessárias último é o valor de variação mais comum em
variações mais sutis - e é aí que entram os fotografia). Então, entram passos intermediários
valores intermediários, que mudam a abertura em nossa escala, que fica assim:

ESCALA DE ABERTURA EM INTERVALOS DE MEIO EV:


f/1 f/1.2 f/1.4 f/1.7 f/2 f/2.4 f/2.8 f/3.3 f/4 f/4.8 f/5.6 f/6.7 f/8 f/9.5 f/11 f/13 f/16 f/22

ESCALA DE ABERTURA EM INTERVALOS DE UM TERÇO DE EV:


f/1 f/1.1 f/1.2 f/1.4 f/1.6 f/1.8 f/2 f/2.2 f/2.5 f/2.8 f/3.2 f/3.5 f/4 f/4.5 f/5.0 f/5.6 f/6.3 f/6.7
f/8 f/9 f/10 f/11 f/13 f/14 f/16 f/18 f/20 f/22

Os valores disponíveis em cada equipamento A variação nos valores de abertura do


dependem do tipo e qualidade da objetiva, em diafragma pode gerar diferentes efeitos na
geral a maioria das objetivas produz valores imagem. Quando usamos aberturas maiores
entre 5.6 na sua maior abertura e 22 na sua existe uma tendência a se obter maior
menor abertura. É possível que uma objetiva desfoque no plano de fundo destacando o
disponibilize aberturas com valores máximos objeto principal. De maneira oposta, quando
de aberturas entre f/1 e f/2.8 e nesses casos usamos menores aberturas de diafragma temos
são lentes consideradas claras e de ótimo uma tendência a manter maior foco entre os
desempenho, por isso são muito valorizadas. diferentes planos.

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COORDENANDO ABERTURA Um exemplo: uma exposição feita a f/8,
por 1/125s captura exatamente a mesma
E VELOCIDADE quantidade de luz que uma exposição feita a
Uma vez determinada a quantidade de luz f/5.6 (o dobro de luz passa pelo diafragma) e
necessária para fazer a exposição, uma 1/250s (pela metade do tempo). Para manter
conclusão salta aos olhos: é possível obter a equivalência, basta compensar os valores - se
a mesma quantidade de luz com diferentes uma abertura menor diminui a quantidade de
combinações de abertura/velocidade. De luz em um terço de EV, aumentar o tempo de
certa forma, tanto faz abrir pouco o diafragma exposição também em um terço de EV devolverá
e manter o obturador aberto por bastante essa quantidade de luz perdida à exposição.
tempo, ou abrir muito o diafragma e manter o Mas perceba - embora as exposições acima
obturador aberto por pouco tempo - a mesma sejam equivalentes em termos de quantidade
quantidade de luz irá chegar à superfície de luz, haverá diferença nas imagens, tanto no
sensível, consequentemente a registro do movimento (congelando ou borrando
mesma exposição terá sido feita. o assunto) como na profundidade de campo.

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PROFUNDIDADE DE CAMPO
A profundidade de campo é a relação de nitidez entre
elementos a diferentes distâncias dentro de uma
mesma imagem. Toda vez que vamos capturar uma
cena temos que escolher qual será seu foco, isso
significa que o equipamento tem a capacidade
de focar apenas um plano da imagem por vez.
Quanto maior a zona em que diferentes planos
se mantém nítidos, maior a profundidade de
campo, quanto menor essa zona, menor a
profundidade de campo. A profundidade
de campo pode funcionar de maneiras
diversas em uma imagem, por exemplo,
pode-se usar uma grande profundidade
de campo para realçar detalhes
de um ambiente ou paisagem, de
forma oposta, pode-se usar uma
pequena profundidade de campo
para chamar a atenção para um
objeto, desfocando outros
planos em um ambiente
cheio de detalhes.

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A maneira mais direta de
controle da nitidez em planos
diferentes é por meio dos valores
de abertura do diafragma -
quanto maior a abertura maior
a tendência ao desfoque, e
quanto menor a abertura maior
a nitidez. É importante chamar
a atenção para o fato de que a
perda de foco é mais intensa na
zona entre a câmera e a área de
nitidez, do que na zona entre a
área de nitidez e o fundo.
Outros fatores a se considerar
no controle da profundidade
de campo são a distância do
objeto em relação à câmera -
quanto mais próximos, menor
a profundidade de campo - e
a distância focal da objetiva.
Nesta última, quanto mais longa
a distância focal, menor a
profundidade de campo.

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OBJETIVAS DISTÂNCIA FOCAL
Uma objetiva tem duas funções principais. A A distância focal de uma objetiva é dada em
primeira é garantir a nitidez da imagem, sendo milímetros e se refere à distância existente
esta pontual ou geral; dependendo da vontade entre o ponto inicial de convergência dos raios
do fotógrafo, esse controle é feito por meio de luz dentro da objetiva (ponto nodal) e o
do sistema de foco e medição da distância. plano focal. Quanto menor a distância focal
A segunda função é definir o ângulo de visão de uma lente, maior será a parcela da cena
da cena, ou seja, qual recorte da realidade enquadrada na imagem, de forma oposta,
será feito. A essa qualidade damos o nome de e quanto maior a distância focal menor será
distância focal. a parcela da cena capturada pela câmera.
O fato é que aumentar a distância focal é o
mesmo que diminuir o ângulo de visão, ou
seja, quanto maior a distância focal menor
o será o ângulo de visão permitido por
essa lente, da mesma forma, quanto menor
a distância focal maior o ângulo de visão
permitido por ela. Quanto à distância focal
e seu ângulo de visão teremos a divisão das
objetivas em três grupos de lente: normal,
grande-angular e a teleobjetiva.

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SENSIBILIDADE
Outra variável a ser contada na exposição é a sensibilidade da superfície que está sendo exposta
à luz. Hoje, obedecendo a especificação ISO, tanto filmes como câmeras digitais têm suas
sensibilidades comparáveis, embora estas trabalhem basicamente com amplificação de sinal,
enquanto aqueles têm suas emulsões e processos de revelação projetados para reagir adequadamente
a uma quantidade menor de luz. A sensibilidade também pode ser quantificada em EV, o que facilita
enormemente a compensação em relação aos outros fatores da exposição, abertura e velocidade.

ESCALA DE SENSIBILIDADE EM INTERVALOS DE UM TERÇO DE EV:


50 64 75 100 125 160 200 250 320 400 500 640 800 1000 1250 1600

Os reflexos da sensibilidade na estrutura da foto são um ligeiro aumento de contraste e granulação


- que vai se acentuando de maneira proporcional ao aumento de sensibilidade. Cada modelo de
câmera digital possui um tipo de resposta e pode proporcionar maior ou menor granulação em uma
mesma especificação ISO.

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COMPOSIÇÃO
A composição fotográfica é o ato planejado de
organizar no espaço da imagem bidimensional
uma porção daquilo que se deseja retratar,
ou como definido por Donis A. Dontis, “a
composição é o meio interpretativo de controlar
a reinterpretação de uma mensagem visual por
parte de quem a recebe”.
Pode-se dizer que a composição é o processo
racional de escolha dos vários elementos que
tornarão o resultado final da imagem poderoso,
ou seja, uma fotografia que transmite sua
mensagem de forma clara e efetiva, que convida
o expectador a olhá-la mais atentamente, a
examiná-la e apreciá-la. Uma fotografia bem
composta irá transmitir ao expectador exatamente
aquilo que o fotógrafo intencionou e cujo
resultado poderá ser uma imagem agradável,
impactante, comovente, elegante etc.

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Há diversas técnicas de composição que podem ser desenvolvidas dependendo do resultado final
que se deseja. Mas três variáveis são essenciais de serem manipuladas de forma correta para obter
uma imagem com um visual agradável: enquadramento, destaque do elemento principal (ou não) e
sensação de movimento (ou não) e é destas componentes que trataremos de forma mais completa.
A composição tem a ver com o que o ser humano ve e como interpreta os sinais. Aqui entram
fenomenso como a psicologia da Gestalt, os hábitos culturais e a interacaao entre a visão humana e
a reprodução fotográfica.

PSICOLOGIA DA GESTALT cérebro ao ver alguma forma, tenta relacionar


a informação com algo que já vimos no
Gestalt é uma teoria da psicologia que estuda
como o cérebro humano percebe as formas passado (até mesmo do inconsciente coletivo)
e quais mecanismos estão envolvidos nessa e que ficou de alguma maneira, guardado em
percepção. Surgiu no final do século XIX na nossa memória.
Alemanha. Esse nome, embora seja difícil Por esse motivo, os princípios da Gestalt são
uma tradução precisa, significa algo como bastante utilizados na área de design para
forma ou configuração. ajudar a entender como a informação será
Segundo ela, vemos o todo e não partes da passada através das formas criadas.
imagem, já que naturalmente humanos buscam Em geral, a Teoria da Gestalt apresenta quatro
a ordem e a relação entre os vários elementos princípios fundamentais para a percepção de
visíveis. A teoria ainda defende que o nosso objetos e formas.

TENDÊNCIA À ESTRUTURAÇÃO
O ser humano tem uma propensão natural para organizar ou estruturar os diferentes elementos com
os quais se depara. Tanto é que sempre tendemos a agrupar os elementos que estão próximos uns dos
outros ou que são semelhantes.
Assim não percebemos unidades visuais isoladas, mas suas relações.
Reconhecemos formas, traços e dependendo da maneira que eles estejam dispostos no quadro, já
temos a leitura imediata do que aquilo representa.

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SEGREGAÇÃO FIGURA-FUNDO
Trata-se da nossa capacidade perceptiva de separar, identificar, evidenciar ou destacar unidades
formais em um todo compositivo ou em partes do todo. Assim vemos os objetos em oposição ao fundo.
A nossa mente percebe mais rapidamente o elemento quando este está em contraste com o fundo.

PREGNÂNCIA CONSTÂNCIA PERCEPTIVA


É a qualidade que determina a facilidade com Conjuntos de regras perceptivas que dão
a qual as pessoas percebem as figuras. sentido ao mundo que nos rodeia.
Via de regra, as figuras que são mais Por exemplo, quando observamos uma pessoa
facilmente percebidas são as simples, se afastar, a projeção dela na nossa retina
regulares, simétricas e equilibradas. diminui de tamanho. Isso não quer dizer
Ou seja, uma figura com alta pregnância é que ela ficou menor, apenas que está mais
uma figura que apresenta equilíbrio,clareza e distante. É o que dá a ilusão perceptiva.
unificação visual. O mundo tridimensional, na fotografia, para a
Para exemplificar isso: Retângulo de ouro e ser bidimensional. Não temos a profundidade
Regra dos terços real na foto, mas ela permanece na imagem
graças a outros elementos que trazem de volta
o volume e a perspectiva.

PERCEPÇÃO DA PROFUNDIDADE
Uma observação interessante é que, em decorrência do fato dos seres humanos terem dois olhos,
com pupilas separadas uma da outra numa distância de aproximadamente 2,5 polegadas, as
pessoas enxergam o mundo “estereoscopicamente”, ou seja, cada olho vê um objeto de forma um
pouco diferente e, para formar uma única imagem, uma imagem 3D que contém profundidade,
dimensão, distância, altura e largura, o nosso cérebro funde as imagens registradas por cada um
dos olhos separadamente. A câmera fotográfica não possui essa funcionalidade e a fotografia é
sempre bidimensional e imóvel, contudo, os fotógrafos sempre se esforçaram para que as imagens
fotográficas induzam à terceira dimensão e a sensação de movimento. Essas sensações podem ser
alcançadas com a utilização dos elementos de composição acima listados.

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COMPOSIÇÃO E superior esquerdo, mas seguem olhando para
baixo antes de olharem para a direita. Essas
BAGAGEM CULTURAL são tendências estabelecidas em cada cultura
Outro aspecto a ser destacado é que as e afetam a forma como as pessoas olham e
regras de composição variam de cultura para organizam suas respectivas composições.
cultura e basicamente em função da forma em No entanto, o grande diferencial de saber
que as pessoas são alfabetizadas. As pessoas como compor uma imagem reside no fato do
da cultura ocidental lêem e escrevem da
fotógrafo ser hábil o bastante para guiar o
esquerda para a direita, começando no topo
expectador a olhar exatamente aquilo que
da página em direção ao rodapé, linha a
ele desejou quando realizou a fotografia,
linha. De forma contrária, apesar da maioria
independentemente da influência cultural.
das línguas árabes terem orientação linear,
Para o fotógrafo profissional é fundamental
cada linha é lida da direita para esquerda.
A maioria das línguas asiáticas, tais como o ainda estabelecer um objetivo e planejar a
japonês e o chinês, é orientada por colunas execução da imagem, como, por exemplo,
e não por linhas e são lidas do topo para o definindo-se os elementos da composição
rodapé, com início sempre do lado esquerdo que serão utilizados para a realização do
da página e seguindo para a direita. Como objetivo (será usada luz natural, luz artificial,
resultado, os ocidentais naturalmente olham ambas, qual lente, enquadramento etc.). Além
uma imagem a partir do canto superior disso, o fotógrafo profissional deve ter os
esquerdo, seguindo para a direita e depois conhecimentos, habilidades e capacitação
de cima para baixo. Os árabes, por sua vez necessária para atender as exigências do
tendem a olhar primeiro para o canto superior cliente, por vezes não expressas, razão pela
direito, seguindo para a esquerda e depois qual o trabalho criativo do fotógrafo é bastante
para baixo. Já os asiáticos normalmente importante e específico no que tange à
começam a olhar uma imagem no canto habilidade de se utilizar da linguagem visual.

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VISÃO HUMANA VS VISÃO FOTOGRÁFICA
A fotografia é um instrumento de comunicação. Ela utiliza a câmera fotográfica e as específicas qualidades
deste meio para produzir imagens. Define-se técnica fotográfica como o complexo de informações,
conhecimentos e práticas que permitem dominar o instrumento fotográfico e usufruir das suas qualidades. O
sentido fotográfico é uma qualidade que todos os fotógrafos devem cultivar e que diz respeito à relação entre
o que o ser humano vê e o que a fotografia pode reproduzir. A visão humana é bem distinta daquilo que uma
câmera fotográfica pode captar. O fotógrafo tem que se adaptar a essa realidade para poder registrar o que
ele está percebendo. A seguir, uma tabela comparativa entre a visão humana e a captura digital.

OLHO ............................................................... CÂMERA

Visão seletiva Visão objetiva

Visão periférica Visão objetiva

Visão tridimensional Visão bidimensional

Panfocus Mecanicamente controlada por


meio da profundidade de campo
e objetiva

Perspectiva corrigida Perspectiva real

Sensibilidade às variações de Sensibilidade às variações de


luminosidade variável luminosidade fixa (escolha do
fotógrafo)

Temperatura de cores Temperatura de cores deve ser


biologicamente adaptada ajustada pelo fotógrafo

Percepção do movimento Captação do movimento


(congelamento da imagem,
tremido e panning)

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BASICAMENTE
E QUAIS SÃO OS PODEMOS CITAR:
• ASSUNTO OU TEMA

ELEMENTOS DA • EQUIPAMENTO
• LENTE
COMPOSIÇÃO? • LUZ
• EXPOSIÇÃO
• ENQUADRAMENTO
• PROFUNDIDADE DE CAMPO
• POSIÇÃO DO ASSUNTO
• HORIZONTAL OU VERTICAL
• COR
• PRETO E BRANCO
• L INHAS, FORMAS,
PADRÕES, TEXTURAS
• PLANOS
• MOVIMENTO
Depois dessa explicação, podemos passar • PONTOS DE VISTA
para os detalhes das três componentes citadas
no início do texto. •P
 ERSPECTIVAS E
LINHAS DE FUGA
• ESCALA

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ENQUADRAMENTO presença de um elemento, podemos mudar
totalmente a interpretação do ambiente onde a
Enquadrar significa “colocar em quadro”, limitar,
isto é, organizar a cena na moldura do visor. foto foi tirada, simplesmente excluindo elementos
Saber como dispor vários elementos dentro de do campo do enquadramento.
um limite será o grande diferencial que tornará Ao compor uma imagem, o fotógrafo deve
suas fotos interessantes ou não. considerar se quer que ela tenha um determinado
O limite da foto representa uma porção ponto focal, se será simétrica ou assimétrica,
definida do espaço e cria uma moldura que se será harmoniosa ou não, pois tudo aquilo
separa o interno (visível e existente) e o externo que estiver enquadrado na foto tem que ter
da imagem. O externo da fotografia pode uma razão para estar lá, caso contrário deve-se
acrescentar ou não as informações. A sensação repensar a fotografia.
de “invisível, mas existente” pode ser criada a Além disso tudo, a posição do elemento principal
partir da escolha dos elementos que aparecem em relação ao espaço inteiro da imagem vai induzir
na fotografia. Por outro lado, eliminando a o receptor a sensações distintas, por exemplo:

ENQUADRAMENTO CENTRAL ENQUADRAMENTO LATERAL


simétrica – sensação de estabilidade assimétrica – sensação de instabilidade.

O formato do enquadramento também é importante para transmitir a sensação que se deseja a quem olha
para a sua foto. As câmeras usam geralmente um formato específico, ou forma, para enquadrar imagens. O
formato mais típico é o retangular, mas podemos encontrar também formatos quadrados ou panorâmicos.

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HORIZONTAL OU VERTICAL fotografar a mesma cena tanto horizontalmente
quanto verticalmente para avaliar posteriormente
Considerando o formato mais comum, o
qual é o formato mais adequado para o assunto
retangular, outra importante decisão para
fotografado. É importante lembrar que para
a composição será qual orientação utilizar,
fins de publicação em revistas, as fotografias
horizontal ou vertical. Em tese, o mais natural
devem ser verticais para que possam se adequar
é segurar a câmera na posição horizontal, ao formato da impressão da revista, salvo se
porque é assim que os fabricantes de câmeras as a fotografia for utilizada em folha dupla. Além
projetaram para caber mais confortavelmente em disso, a orientação de uma foto está ligada com
suas mãos, mas isso não significa que você não a sensação que a imagem transmite. Fotografias
pode virar a câmera e usá-la na posição vertical, na horizontal dão a impressão de amplitude,
aliás, por vezes é isso que você deve fazer. Tudo envolvem toda a cena. Por outro lado, fotos na
depende daquilo que você quer incluir ou excluir, vertical dão a sensação de profundidade, força
ou seja, daquilo que você quer comunicar. É e movimento.Além disso tudo, a posição do
importante analisar quais são os componentes elemento principal em relação ao espaço inteiro
dominantes da sua imagem, se eles são verticais da imagem vai induzir o receptor a sensações
ou horizontais. Em alguns casos, é interessante distintas, por exemplo:

ENQUADRAMENTO HORIZONTAL ENQUADRAMENTO VERTICAL

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DESTAQUE DO da realidade. As imagens que contém o foco
seletivo normalmente contém maior apelo
ELEMENTO PRINCIPAL
emocional.
O foco dá aos fotógrafos total controle sobre a
aparência e o significado das imagens. Adicionalmente, o fotógrafo deve saber como
obter essas características na foto com a câmera
O fotógrafo pode enfatizar mais um elemento
que tem. Para desfocar o fundo, por exemplo,
da fotografia sobre os demais simplesmente
não basta apenas abrir o diafragma, a escolha
atribuindo-lhe mais nitidez. A escolha depende
do fotógrafo, mas a forma como será transmitida da objetiva faz muita diferença. Quanto maior
a mensagem visual depende muito do uso do a distância focal dela, mais desfoque é possível
foco, pois é ele que vai ressaltar determinados obter. Ainda, a distância entre a câmera e o
objetos em detrimento de outros. Um leve elemento que se deseja destacar também é
desfoque em alguns dos elementos que compõe importante para conseguir destacar ou não o
uma imagem pode servir para suavização objeto. Quanto mais perto um do outro, mais
de determinados traços, e o contrário ocorre fácil é para desfocar o fundo.
quando há total nitidez.
Fotografias nitidamente focadas transmitem
conotações de especificidade e por extensão de PONTO DE INTERESSE
“verdade e realidade”. Os espectadores tendem
a entender com mais facilidade as imagens
com foco nítido e aceitá-las como fatos que
estavam presentes no momento em que foram
capturadas pela câmera. Quanto mais descritiva
for a imagem, mais focada, maior será o grau
de confiança na sua precisão e veracidade.
A maioria das imagens documentais e de
fotojornalismo são bastante nítidas e focadas
por esta razão. Por outro lado, os fotógrafos que
utilizam foco seletivo, alteram a relação entre o
conteúdo da imagem e o mundo real. Esse tipo
de fotografia da ênfase ao assunto mas separa
ele do contexto inteiro da cena, transmitindo
uma atmosfera mais etérea ou mais distanciada

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CRIANDO MOVIMENTO E DINAMISMO
Geralmente as imagens contém uma série de formas e linhas que direciona o olhar do
expectador para o local ou direção que o fotógrafo planejou.

FORMA
A forma transmite o volume e a solidez do
objeto. E pode refletir o modo que ele ocupa
o espaço. A fotografia convencional fornece
apenas possibilidades de representação
bidimensional de uma imagem, mas a forma,
enquanto aspecto isolado, pode dar a sensação de
tridimensionalidade na foto, por meio da maneira
como as imagens são compostas e do uso de
alguns truques visuais, como, por exemplo, o uso da
perspectiva, a relação de distância entre os objetos
ou pela gradação de tons e silhueta.

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LINHAS
Linhas retas transmitem força e poder e, geralmente, uma sensação estática. Uma
composição com linhas retas verticais adicionam força e poder e sensação de
expansão, induzem vigor, firmeza e vitalidade. As linhas verticais podem ser linhas
direcionais ou o próprio assunto da imagem. Por outro lado, linhas horizontais que
atravessam uma fotografia podem criar uma sensação de calma, induzir um efeito
estático e passivo no observador. Linhas retas, horizontais, podem ser linhas divisórias
ou barreiras para manter o espectador do lado de fora da fotografia.

LINHAS RETAS VERTICAIS LINHAS RETAS HORIZONTAIS

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LINHAS DIAGONAIS E CURVAS
Linhas na diagonal ou curvas são as que mais transmitem a ideia de dinamismo na fotografia.
Linhas diagonais irradiam movimento e direcionam o olhar do espectador. Quando se
desenvolvem da esquerda para a direita e de baixo para cima são chamadas linhas diagonais
ascendentes e criam sensações positivas; já no sentido contrário podem criar sensações
negativas. Por sua vez, as linhas curvas sugerem um movimento mais moderado. Elas podem
criar caminhos sinuosos que levam o espectador para o assunto através da imagem. Por
exemplo, um caminho com uma curva em formato de S o expectador chegará ao ponto
desejado de uma forma mais tranquila e calma do que por meio de uma diagonal reta.

LINHAS DIAGONAIS LINHAS CURVAS

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ILUMINAÇÃO
A luz é a matéria-prima
da fotografia. Pelo princípio
básico da fotografia, sem luz
não há imagem. Mas além de
participar no processo de
construção da foto, a luz é capaz
de influenciar no resultado final
da imagem. A luz interfere na
plasticidade da imagem, na sua
composição, na mensagem que se
quer transmitir, enfim, na imagem
em si. A luz é capaz de transmitir
sensações, emoções, dar o clima
da cena (diurno ou noturno, leve ou
dramático, etc), através de um jogo
em que o fotógrafo escolhe a direção
e a cor dessa luz que incidirá
sobre a sua foto.

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CLIMA DA CENA DIREÇÃO DA LUZ
A luz solar ilumina o planeta de maneira ampla, A direção da luz é uma característica fundamental,
fazendo com que toda a cena observada tenha uma pois determina a aparência que o objeto da foto
intensidade luminosa equilibrada e homogênea. terá, definindo as partes que serão realçadas, a
Essa condição fornece boa legibilidade ao direção das sombras, a sensação de volume, textura
ambiente, com áreas bem iluminadas; mesmo as e clima da imagem. Além disso, o ponto de origem
áreas não ilumi¬nadas diretamente pelo sol ficam da luz e o tipo de interação que vai estabelecer com
sob uma sombra clara e luminosa. Isso gera uma o objeto a ser fotografado respondem pelo efeito
sensação de segurança e um estado de ânimo psicológico que a imagem terá.
tranquilo, ou seja, ambientes bem ilu¬minados e É importante lembrar que vivemos num ambiente
espaços abertos transmitem sensações po¬sitivas tridimensional e que a luz pode estar em qualquer
e ao mesmo tempo satisfazem o instinto huma¬no lugar desse espaço. Ou seja, ela tem inúmeras
de explorar o território para controlar o ambiente. maneiras de iluminar ou incidir sobre o objeto ou
Mas o sol não é uma presença permanente em modelo em cena. Contudo, essa infinita variável pode
nosso cotidiano. A noite, iluminada pela lua, ser drasticamente reduzida se considerarmos apenas
fornece luminosidade reduzida que dificulta a visão, dois planos do ambiente: o horizontal e o vertical.
deixando a cena difusa, cheia de áreas escuras ou
pouco ilumi¬nadas. Paisagens noturnas, escuras
ou em penumbra dificultam a exploração visual
do ambiente, remetendo a ancestrais situações de
perigo. Inconscientemente, essa falta de controle
sobre a realidade externa, sob o manto da noite,
produz tensão, provoca insegurança e causa
sensação de desconforto e alerta.
Assim, podemos dizer que todas as cenas ou
imagens claras e luminosas induzem uma sensação
de calma, felicidade e segurança. Em contrapartida,
imagens e cenários com predomínio de preto ou tons
escuros invocam inquietude e ansiedade.
Outro elemento característico da luz noturna é sua
coloração. Percebemos as cenas noturnas com uma
evidente tonalidade azul.

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PLANO HORIZONTAL
O plano horizontal oferece três tipos de luz em
função de sua direção: frontal, lateral e contraluz.
A forma como a luz incide no objeto determina
como o fotógrafo deve expô-lo para obter uma
boa imagem. Objetos cuja luz é frontal são
mais fáceis de expor e fotografar, pois não tem
contraste ou sombras e basta enquadrar para se
obter uma boa imagem. O contraluz é o oposto
da luz frontal, pois a luz vem por trás do objeto
ou sujeito, transformando-o em silhueta. A luz
lateral por sua vez adiciona drama, textura e
volume a uma imagem.

A LUZ FRONTAL não produz sombras e,


consequentemente, é um tipo de luz que não
adiciona dimensão, textura e volume a uma
imagem como faz a luz lateral. Esse tipo de
luz normalmente é resultado da luz do sol
posicionada atrás do fotógrafo ou de uma luz
de flash direcionada de frente para o objeto. A
luz frontal normalmente gera uma imagem mais
“chapada”, pois ilumina todos os objetos de uma
cena uniformemente de modo que tudo pareça
plano, achatado. A luz frontal também tende a
minimizar a textura dos objetos. Por outro lado,
a luz frontal proporciona maior facilidade para
expor o objeto ou sujeito da imagem.

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O CONTRALUZ ou fotografando contra a fonte de luz
normalmente transforma o sujeito da fotografia numa silhueta.
Quando vemos lindos raios de sol emanando de trás das
nuvens ou através das árvores de uma floresta, estamos
diante de uma forma de contraluz. O estado de espírito que
pode ser criado com o contraluz depende da forma como
o fotógrafo vai expor o sujeito principal da imagem, o qual
poderá se tornar uma silhueta ou adquirir uma auréola de
luz. O contraluz poderá ainda gerar “flare” se a câmera for
direcionada diretamente para a fonte de luz, efeito esse que
poderá acrescentar um diferencial criativo em uma imagem
ou um efeito de distração nem sempre bem vindo.

A LUZ LATERAL é aquela que se obtêm quando o fotógrafo posiciona o objeto ou o sujeito em um ângulo
reto à fonte de luz. Com a luz lateral o fotógrafo trabalhará com as sombras para definir volume, dar
forma e textura ao objeto ou sujeito fotografado. A luz lateral transforma simples objetos em assuntos
interessantes desde que os mesmos tenham textura. A luz lateral cria um efeito de tridimensionalidade nas
fotografias e pode gerar um efeito dramático nas imagens. Contudo, é importante lembrar que, com esse
tipo de luz, as sombras serão parte integrante da composição.
Por fim, é importante destacar que a luz oferece infinitas possibilidades ao fotógrafo. Ela está interligada
aos outros elementos de linguagem, funcionando de forma decisiva na obtenção do clima desejado, seja
de sonho, de devaneio, de impacto, surpresa ou suspense. A iluminação pode enfatizar um elemento
destacando-o dos demais como também pode alterar sua conotação ou até mesmo torná-lo invisível.

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PLANO VERTICAL
O vertical também dispõe de três possibilidade de
iluminação: acima da linha dos olhos, abaixo da linha dos
olhos ou na altura do olhar do modelo.
Nesse caso, a luz pode vir do alto, de baixo ou da mesma
altura dos olhos do modelo. Nos dois primeiros casos, pode
também ter uma grande ou pequena inclinação em relação
ao eixo horizontal. Cada disposição da fonte causa um
efeito diferente na imagem.

ILUMINAÇÃO COLOCADA ILUMINAÇÃO COLOCADA


ACIMA DA LINHA DOS OLHOS EMBAIXO DA LINHA DOS OLHOS
Quando a fonte luminosa apresenta uma pequena inclinação As sombras projetadas pela luz vinda
em relação ao eixo horizontal, de até 60 graus a partir da de baixo para cima “deformam” o
linha do horizonte, a luz atinge o modelo de uma maneira modelo, pois moldam suas feições
natural e cria uma sensação de realismo nas imagens. Se de uma maneira à qual não estamos
estiver localizada bem acima do modelo – e portanto bastante habituados, dando-lhes um ar sinistro.
inclinada em relação ao eixo horizontal –, resultará numa luz Para o cérebro, parece uma luz pouco
extremamente vertical, cujo efeito será dramático, produto das natural, que induz tensão. Na fotografia,
grandes sombras projetadas e das zonas muito claras, que é usada com objetivo de criar um efeito
permitem pouca distinção de detalhes. Esse tipo de iluminação dramático, surrealista e com forte carga
não é popular em fotografia de estúdio, mais normalmente expressiva. Porém, não é recomendada
reservado para ensaios conceituais ou autorais. para retratos ou imagens de beleza.

ILUMINAÇÃO COLOCADA NA LINHA DOS OLHOS


Essa é uma condição de iluminação difícil de ser encontrada. Há uma tendência inconsciente de
posicionar a luz fora da linha dos olhos para valorizar o semblante do fotografado. Porém, existem
situações que sugerem esse tipo de arranjo. Uma delas é quando as fotos são tiradas usando o flash
embutido na câmera (pop-up). Outra, quando o flash usado é o chamado ring flash.

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COR DA LUZ
Nesta parte, vamos falar da cor da luz sob o aspecto psicológico. A luz pode ser branca, colorida ou
com dominantes de cor. A diferença entre a luz colorida e a dominante de cor é a quantidade de luz com
nuanças de cor presente na imagem. No caso da luz colorida a influência da cor na imagem é evidente,
no caso da dominante de cor, a cor na luz não influencia evidentemente a cor do sujeito fotografado,
mas introduz uma sutil coloração na imagem, não percebida pelo público em geral mas que provoca uma
sensação específica na imagem.

LUZ COLORIDA
Resultado da interação da luz com as propriedades dos objetos
que estão à nossa volta, a cor está intimamente ligada às emoções
humanas, agindo sobre nossa percepção das seguintes maneiras:

• Uma cor é capaz de atrair a atenção do observador. Gera


uma resposta emocional.
• A cor tem capacidade de expressão, pois cada tom expressa
um significado e, como todo estímulo visual, provoca uma
reação e uma emoção.
• Transmite uma mensagem. A cor adquire o valor de símbolo,
capaz de construir e comunicar uma ideia.

É importante ter em mente que trabalhar com cores implica criar estímulos específicos no observador. A presença de
determinadas cores em uma cena não só define a estética da imagem, como a finalidade da fotografia em si mesma.
Porém, o efeito das cores é determinado pelo contexto: a cor vermelha nos lábios de uma modelo não carrega
a mesma mensagem do vermelho da maçã ou de um sinal de trânsito. Além disso, é preciso considerar o efeito
psicológico da cor proporcionada pela iluminação fotográfica. Em função da cor da luz presente na cena, é
possível classificar as imagens como iluminadas por luz branca, colorida ou com dominantes de cor.

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LUZ BRANCA
Define-se como luz branca o feixe luminoso que não apresenta
preponderância ou desvio na direção de alguma cor. Em primeira
instância, consideram-se como imagens brancas aquelas tiradas
com luz solar do meio-dia, com flashes ou luz contínua daylight.
Porém, pode haver imagens brancas mesmo quando as condições
do ambiente não forem totalmente favoráveis. Nesses casos, será
necessário realizar ajustes. Quando a luz ambiente apresentar
algum desvio, para o laranja (luz de tungstênio), por exemplo, é
possível obter uma iluminação branca com filtros ou através do
balanço de brancos da câmera. O mesmo acontece com cenas
que apresentem preponderância da luz verde (fluorescente).

LUZ COLORIDA
As luzes coloridas e com dominante de cor são aplicadas na
fotografia para reproduzir em estúdio alguma condição de luz
específica ou para conferir à imagem uma sensação ou clima. No
caso da luz colorida, a influência da cor na imagem é evidente:
o observador vai perceber que algum artifício provocou a cor no
todo ou em parte da imagem. As luzes coloridas são bastante
empregadas para simular ambientes noturnos – principalmente em
fotografias urbanas: luz de faróis, postes de iluminação pública,
semáforos, sem falar o colorido interior de boates e bares. Elas
também são comuns em espetáculos. Assim, o fotógrafo tanto pode
fazer proveito das fontes existentes – no caso de shows, por exemplo
– ou criar em estúdio, com sua própria iluminação e de forma mais
controlada, o clima e as características desses ambientes.

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LUZ COM DOMINANTE DE COR
A iluminação com dominante de cor não é tão perceptível
numa imagem. Seu emprego está mais relacionado com
a mensagem que o fotógrafo deseja, sutilmente, passar.
Para isso, ele pode optar entre uma dominante fria
(predominância de tons azuis) ou uma dominante quente
(predominância de tons amarelos). Psicologicamente, a
dominante fria tem uma conotação tecnológica, moderna,
e introduz um sentido de limpeza, de frio, Pode também
sugerir um clima noturno e transmitir a impressão de
distanciamento. Por outro lado, a dominante quente
simboliza o calor familiar, transmite bem-estar, aconchego,
e estimula a proximidade com o sujeito da foto.
Essas são as dominantes mais comuns. Recentemente,
surgiu outra, caracterizada por uma sutil dose de luz
verde. Ela produz uma estética “trash” que pode gerar
um sentimento de angústia e instabilidade mental. Além
disso, em determinados casos, transmite um sentido de
insalubridade e de doença (o verde neutraliza o magenta
predominante na pele, deixando-a esbranquiçada). Sua
origem está na fotografia de moda pós-moderna, mas
é bastante aplicada no cinema: “Dark Water”, filme de
Walter Salles de 2005, é um bom exemplo de aplicação
da dominante esverdeada. Ela foi usada nas tomadas
internas para identificar o estado de ânimo oscilante da
protagonista. Não devemos confundir essa dominante,
entretanto, com a tendência de cor do cenário, como
aplicado em “Matrix” (1999), cuja estética é definida pela
presença de tons esverdeados – mas não a iluminação.

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