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UNIT – UNIVERSIDADE TIRADENTES

CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Victor Andrade da Silva

MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM DE MATERIAIS –


UM ESTUDO DE CASO NO HOSPITAL SANTA ISABEL

Aracaju - SE
2017.2
Victor Andrade da Silva

MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM DE MATERIAIS


– UM ESTUDO DE CASO NO HOSPITAL SANTA
ISABEL

Relatório apresentado em
cumprimento da disciplina Logística
do curso de Engenharia de Produção.

Orientador: Prof. Msc. Douglas Moura


de Andrade

Coordenador: Prof. Msc. José Ricardo


Menezes

Aracaju – SE
2017.2
Victor Andrade da Silva

2
MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM DE MATERIAIS
– UM ESTUDO DE CASO NO HOSPITAL SANTA
ISABEL

Relatório apresentado em cumprimento da disciplina Logística, elemento


obrigatório parcial, para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia de
Produção, no período 2017.2.

Aracaju (SE), 11 de setembro de 2017.

3
.
Primeiramente agradecemos a Deus, pois
sem ele não estaríamos aqui hoje. Em
seguida à nossa família e amigos, que
sempre nos apoiaram e deram força em
diversos momentos. Também
agradecemos ao professor Douglas pela
oportunidade e pela orientação neste
trabalho.

APRESENTAÇÃO

Este trabalho é uma exigência curricular do curso Engenharia de


Produção como requisito parcial para sua conclusão.

4
A primeira seção trata da introdução, um curto enfoque a respeito
do tema, o objetivo geral e os específicos, a situação problema e a justificativa
deste trabalho.
A segunda seção expõe a caracterização do Hospital Santa Isabel.
Na terceira seção, a Fundamentação teórica é envolvida, explicando
o conceito de SCM, Logística e Movimentação e Armazenagem de materiais.
A quarta seção trata da Metodologia empregada neste trabalho.
Na quinta seção, são apresentadas Análise dos resultados.
Na sexta seção, são sugeridas as melhorias.
A sétima seção retrata a conclusão do estudo de caso.
Por fim, na oitava e ultima seção são citadas as referências
bibliográficas utilizadas neste trabalho.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 ..............................................................................................pág 21
Figura 2 ..............................................................................................pág 22
Figura 3 ..............................................................................................pág 22
Figura 4 ..............................................................................................pág 23
Figura 5 ..............................................................................................pág 23
Figura 6 ..............................................................................................pág 24

5
Figura 7 ..............................................................................................pág 25
Figura 8 ..............................................................................................pág 26
Figura 9 ..............................................................................................pág 26
Figura 10..............................................................................................pág 30

Sumário
LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................................ 5

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................... 7

1.1 SITUAÇÃO PROBLEMA ................................................................................................... 9

6
1.2 OBJETIVOS ......................................................................................................................... 9

1.2.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................... 9

1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................................... 9

1.3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................. 9

2 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ................................................................................. 10

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................................... 11

3.1 SCM ................................................................................................................................... 11

3.2 LOGÍSTICA ....................................................................................................................... 13

3.3 MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM -MAM ........................................................... 14

3.4 MAM NA ÁREA HOSPITALAR ...................................................................................... 14

3.4.1 ATIVIDADES DE ARMAZENAMENTO HOSPITALAR ..................................... 15

3.4.2 A ESTABILIDADE DOS MEDICAMENTOS ........................................................ 16

3.4.3 ESTOCAGEM DOS MEDICAMENTOS/UTILITÁRIOS ....................................... 16

3.4.4 FORMAS DE ARMAZENAMENTO ....................................................................... 17

4 METODOLOGIA ................................................................................................................ 18

4.1 PESQUISA CIENTÍFICA .................................................................................................. 18

4.2 TIPO DA PESQUISA ........................................................................................................ 18

4.3 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................... 19

4.4 ESTUDO DE CASO .......................................................................................................... 19

4.4.1 FASE I - ENTREVISTA E VISITA AO SETOR ..................................................... 19

4.4.2 FASE II - MAPEAMENTO DE PROCESSOS ......................................................... 20

4.5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS .............................................................. 20

5 ANÁLISE DE RESULTADOS ............................................................................................. 21

5.1 ARMAZENAGEM............................................................................................................. 21

5.2 MOVIMENTAÇÃO ........................................................................................................... 23

6 PROPOSTAS DE MELHORIAS .......................................................................................... 27

7 CONCLUSÃO....................................................................................................................... 30

8 REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 30

1 INTRODUÇÃO

A logística é uma área ampla e extremamente necessária. Rushton et al.


(1989 apud BAUMGARDT, 2002) definem a logística como o movimento eficiente
7
de produtos acabados do fim da linha de produção para o consumidor e, em alguns
casos, abrange o movimento de matérias-primas da fonte de suprimento para o início
da linha de produção. É importante salientar que outras atividades tão diretamente
ligadas a logística como o frete, armazenagem, embalagem, inventario, pedidos e
serviços ao cliente dentre outros.
Especificando a armazenagem, esta é o artifício que envolve
administração dos espaços necessários a fim dos espaços estocados serem mantidos,
caso essa etapa não seja efetuada, produtos podem ser danificados ou perdidos,
causando assim um grande prejuízo.
A origem da armazenagem se confunde com o surgimento da sociedade
na era Neolítica, cerca de 5000 A.C., porém ganhou muita relevância principalmente
a partir da expansão do império romano, utilizada não só como armazenagem, como
para manter em condições apropriadas comida, água, equipamentos, materiais
bélicos, entre outros.
Guerras foram perdidas por falta da gestão na armazenagem, como
Napoleão e Hitler, quando ambos invadiram a Rússia e foram derrotados por não
terem se preparado para condições adversas naquela região, faltaram-lhe comida e
água, inviabilizando suas campanhas e levando tanto o império Napoleônico quanto
o Nazista ao fim.
Com o desenvolvimento da sociedade para era mais moderna, o avanço
da tecnologia e o surgimento de grandes empresas a armazenagem passou a ser uma
ciência do trato correto da mercadoria, relacionando, local, tempo, temperatura, entre
outros fatores que são de grande importância para manter os produtos em condições
adequadas.
Atualmente, a movimentação e armazenagem já são consideradas,
principalmente por empresas de grande porte, como processos essenciais para o bom
funcionamento de um estabelecimento. Diversas áreas são atingidas por esse
processo, e uma delas é a área da saúde, pois os hospitais utilizam de várias técnicas
para armazenar e movimentar tanto remédios quando materiais hospitalares
requisitados, sendo este o tema deste trabalho.

8
1.1 SITUAÇÃO PROBLEMA

O hospital e maternidade Santa Isabel dispõe de três salas para


armazenagem e movimentam uma grande quantidade de remédios diariamente para
outras alas. Quais melhorias poderiam ser aplicadas ao armazenar ou na
movimentação?

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 OBJETIVO GERAL POR FAVOR DEIXAR APENAS “UM”


OBJETIVO GERAL

Avaliar previamente a área de movimentação e armazenagem


verificando a existência de efetivas condições físicas e técnicas a partir da
observação da natureza, peso e dimensões unitárias considerando as características
de manuseio e segurança no hospital Santa Isabel.

1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Avaliar o tempo de separação dos produtos;


 Sugerir mudanças no espaço de armazenamento;
 Colaborar na agilidade do processo;
 Analisar a defasagem dos produtos.

1.3 JUSTIFICATIVA

A logística das farmácias hospitalares costuma ser bastante complexa,


pois são responsáveis pelo abastecimento e distribuição de medicamentos necessários
para os atendimentos realizados na instituição. Somado a isso, os custos de
manutenção de estoques no país são mais elevados em relação aos países
desenvolvidos, portanto o controle rígido do nível de estoque é cada vez mais
importante.
Por meio deste trabalho existe a intenção de controlar o estoque e
armazenagem para garantir níveis mínimos de funcionamento, ao mesmo tempo
mantendo os custos dentro do orçamento, seguindo os princípios básicos de gestão e
com isso elaborar um planejamento de estoque eficiente que consiste em captar

9
informações sobre recursos financeiros e necessidades de consumo, e com base
nesses dados determinar as necessidades de distribuição de materiais e insumos,
planejar a capacidade de atendimento e realizar o gerenciamento do estoque de
produtos.
Além do aspecto de gerenciamento do nível dos estoques, é
imprescindível estabelecer padrões para garantir a qualidade e a especificação
adequada dos produtos, além do armazenamento apropriado e a preocupação com o
uso seguro de todos os medicamentos e insumos. Uma gestão eficiente do estoque na
farmácia hospitalar é essencial para evitar falhas com a medicação de pacientes,
reduzir perdas relacionadas à data de expiração dos produtos, reduzir custos com a
compra de medicamentos e insumos e garantir um bom atendimento a todos os
pacientes. Os investimentos feitos no planejamento e controle de estoques tem
retorno garantido, tanto no aspecto da excelência de atendimento quanto no ponto de
vista financeiro, e são essenciais para uma boa administração hospitalar.

2 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

O Hospital Santa Isabel, também conhecido como Associação


Aracajuana de Beneficência, localiza-se no final da Avenida Simeão Sobral, no topo
de uma colina localizada no bairro Santo Antônio. É uma das maiores maternidades
do estado e é reconhecida como sociedade civil beneficente sem fins lucrativos,
sendo disciplinado seu funcionamento através do seu estatuto. Sua missão é
"Oferecer serviços de excelência em saúde, prestando assistência qualificada no
atendimento materno-infantil, utilizando-se da ética e da humanização, direcionados
à promoção da vida e à satisfação do paciente", e apresenta uma visão de "ser
referência no atendimento materno-infantil do Estado". Tem uma área construída de
8741,52 m² (sujeito a aumentar com uma nova área de maternidade em construção) e
possui as seguintes classificações:
 Geral: Atende várias especialidades, sendo que a especialidade com
maior número de atendimentos é a obstetrícia com cerca de 1200
partos/mês;
 Tipo Grande - Possui 418 leitos;

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 Corpo Clínico Misto - Apresenta um quadro de pessoal efetivo,
contratado, regido pela CLT, além de possuir profissionais autônomos
mantidos pelo SUS;
 Pavilhonar - Apresenta diversas edificações interligadas, onde estão
distribuídos os serviços: Maternidade, Hospital Infantil e Hospital Geral;
 Curta Permanência - O período médio de permanência do paciente
estimado pelo Hospital Santa Isabel é inferior a 15 dias, porém, este
período varia conforme o tipo de procedimento realizado, com exceção
da UTI neonatal;
 Regional - Atende todo o estado de Sergipe e cidades circunvizinhas
(Bahia e Alagoas).
O Hospital dispõe dos serviços de obstetrícia, cirurgia geral,
internamentos pediátricos e adultos, ultra-sonografia e ECG, centro de imagem –
raio x , laboratório, UTI adulto, UTIN (UTI Neonatal), fisioterapia e
atendimento ambulatorial em distintas especialidades. A estrutura do hospital e
o salário dos seus funcionários são mantidos através de verbas recebidas da
prefeitura, deputados, senadores e principalmente do governo de Sergipe.
Especificadamente, a farmácia do Hospital Santa Isabel conta com um
sistema de armazenagem de diversos medicamentos e de produtos hospitalares,
como luvas, coletores, sondas, etc. Esses itens são adquiridos através do setor de
compras do hospital e armazenados em três salas contendo um armário, uma
prateleira 5x5 e cinco 4x7.

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 SCM

Segundo Ballou (2006), no início das civilizações o processo produto era


totalmente artesanal, não existiam grandes comércios e o transporte era limitado,
logo tudo que era produzido, essencialmente utilizava matérias que estivessem
disponíveis em locais próximos e de fácil acesso. Além disso como não existiam
sistemas sofisticados de armazenagem, todo material produzido deveria ser
consumido num espaço de tempo relativamente curto.

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Ocorre que mesmo nos tempos atuais, com toda tecnologia disponível
ainda existem muitos lugares de difícil acesso, tornando limitado o consumo e
disponibilização de diversas mercadorias. A relação entre o consumo e o
desenvolvimento de tecnologias que facilitam o transporte, armazenamento e acesso
é bem estreita, visto que atingir novos mercados é além de um grande desafio, novas
oportunidades. Algumas matérias-primas de extrema importância, como petróleo,
muitas vezes encontram-se em locais isolados, e seu transporte pode ser um grande
desafio, porém, isso não impediu o homem de não só alcançar essas matérias como
explora-las de maneira eficiente e muitas vezes com um custo baixo.
Com a integração constante dos países no mundo é cada vez mais
importante alinhar e refinar todo o sistema da cadeia de suprimentos para não perder
competitividade. São inúmeros exemplos onde materiais produzidos em outros países
chegam ao mercado consumidor final mais baratos do que o mesmo material
produzido localmente. Isso pode ocorrer por diversos fatores, como facilidade ou
abundância da matéria prima para produção, porém o grande diferencial é que hoje
diversos produtos conseguem viajar por longos caminhos e alcançar lugares antes
nunca imaginados.
A cadeia de suprimentos (SCM) é uma série de etapas e processos que
são conduzidos através dos canais de produção e distribuição desde a matéria-prima
até o produto final. Essas etapas e processos, a cada vez que são realizadas vão
agregando valor ao produto, repetidas vezes, até seu destino final. O SCM é um
agente integrador entre fornecedor, fábrica-empresa e consumidor final. Geralmente
uma empresa não possui controle total do seu canal de fluxo desde a matéria-prima
até o estágio final, por isso é indispensável que a empresa tenha o máximo de
controle e gerenciamento da sua cadeia de suprimentos, pois qualquer falha em um
dos canais pode desestabilizar todo o processo.
O SCM pode ser definido como um fluxo, onde o fornecedor se encontra
a Montante e o consumidor final a Jusante. No lado a montante existe o canal de
suprimento, onde relaciona-se os fornecedores e a empresa onde ocorre o
processamento do produto. No outro ponto a jusante está o canal de distribuição
física, onde relaciona-se a empresa e seus clientes finais.
Um ponto muito abordado hoje devido a fatores ambientais é o que se
chama de canal logístico reverso, que nada mais é que o caminho contrário do
produto. Por exemplo, a indústria do aço muitas vezes utiliza sucata de carros,

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matérias de aço em geral para alimentar seus fornos. Esse tipo de atitude tem uma
grande importância não só ambiental, a reutilização desses materiais muitas vezes
reduz drasticamente os custos operacionais da empresa, sendo também necessário
não só levar o produto ao consumidor, como trazê-lo de volta.

3.2 LOGÍSTICA

Durante muito tempo a logística tem sido tratada como algo secundário
dentro das organizações ou tão somente como uma área independe e como área de
apoio ao negócio. Segundo Bowersox & Closs (2001), até a década de 50 não existia
uma definição formal de logística.
Segundo Ballou (1993), todo o estudo relativo a logística permanecia
em estado de dormência, sua a existência de uma filosofia que a definisse. O que
ocorria é que as empresas fragmentavam completamente a administração das funções
chave da logística.
Esse fato acabou por levar a logística a ser conhecida por vários nomes
como: distribuição, logística de distribuição, administração de materiais e outros
segundo o que defende Lambert (1998).
Baumgardt (2002) ensina que a logística, até os anos 50, esteve mais
ligado às atividades militares. Nessa época as tropas precisam ser abastecidas
rapidamente com diversos suprimentos como material bélico, alimentos, vestuário
adequado, medicamentos. Tudo isso em tempo certo e na quantidade certa.
Rushton et al. (1989 apud BAUMGARDT, 2002) definem a logística
como o movimento eficiente de produtos acabados do fim da linha de produção para
o consumidor e, em alguns casos, abrange o movimento de matérias-primas da fonte
de suprimento para o início da linha de produção. É importante salientar que outras
atividades tão diretamente ligadas a logística como o frete, armazenagem,
embalagem, inventario, pedidos e serviços ao cliente dentre outros.
E por fim para se entender a condição para alcançar a qualidade
logística é manter o foco em avaliações constantes é o que diz Bowersox & Closs
(2010). Assim o que ser considera uma boa gestão logística é enxergar cada atividade
dentro da cadeia de suprimentos como contribuinte do processo de agregar valor. Se
uma atividade não adiciona valor ao negócio, deve-se avaliar a necessidade da
existência da mesma dentro do processo produtivo.

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3.3 MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM -MAM

Pode-se dizer que Movimentação e Armazenagem é a combinação de


métodos e processos, os quais são capazes de movimentar toda mercadoria, matéria-
prima e o produto final até seu ponto de armazenagem. Seus objetivos podem ser
consolidação ou desconsolidação de pedidos, despachos para transporte, dentre
outros. Existem diversos equipamentos de movimentação, como transpaletes,
empilhadeiras de operador em pé, robocadores, empilhadeiras retráteis, etc. Para
Ballou (2006) um dos principais problemas a ser tratado pelo profissional
responsável pelo manuseio dos materiais é a seleção dos equipamentos.
De uma maneira mais específica, Rodrigues & Pizzolato (2003) definem
que a movimentação interna dos produtos envolve o transporte de pequenas
quantidades de produtos no armazém. Dessa forma, a movimentação e o manuseio de
materiais absorvem tempo, mão-de-obra e dinheiro. Com isso, é necessário
minimizar o manuseio dos materiais, a fim de não provocar movimentos
desnecessários e aumentar o risco de dano ou perda do produto.
Movimentar os materiais envolve o acondicionamento, onde a carga é
deixada em um ambiente adequado; a densidade, onde é visto o melhor equipamento
para transportar uma determinada carga; a perecibilidade e o seu estado físico do
material (sólido, líquido ou gasoso).
Já Hong (1999) cita a armazenagem como uma guarda temporária de
produtos para uma distribuição posterior, sendo os estoques necessários para o
equilíbrio entre a demanda e a oferta. Porém, as empresas visam manter níveis de
estoques baixos, já que eles geram custos elevados, como custos administrativos
relacionados ao processo de aquisição das mercadorias, custos de manutenção e
custo de oportunidade, que é associado ao emprego do capital em estoque.

3.4 MAM NA ÁREA HOSPITALAR

O armazenamento e distribuição de medicamentos são etapas do ciclo da


Assistência Farmacêutica, ciclo este orientado pelo Ministério da Saúde a ser
norteador na realização das etapas de seleção, programação, aquisição, distribuição e
dispensação, com suas interfaces todas voltadas para à saúde. A postagem de hoje
ficará apenas com uma etapa que é o entremeio da aquisição e distribuição: o
armazenamento dos medicamentos.

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Sabendo que todo produto médico contém uma perspectiva de resolução
de grande parte dos problemas de saúde, sua preservação deve ser garantida desde o
início de sua produção até o momento de aplicação no paciente. Sendo assim, as
condições de estoque tais como temperatura, armazenamento em ambientes
controlados e por fim transporte, devem ser adequados garantindo a qualidade dos
medicamentos dentro de seus padrões ideais.
As boas práticas de armazenamento dos medicamentos são
indispensáveis para a preservação de todo e qualquer fármaco de natureza perecível.
Manter a estabilidade dos medicamentos durante sua produção, distribuição e
armazenamento é fundamental para garantir sua eficácia, reduzir perdas e por fim
controlar problemas na saúde.

3.4.1 ATIVIDADES DE ARMAZENAMENTO HOSPITALAR

Em resumo, o armazenamento nada mais é do que um conjunto de


procedimentos técnicos e administrativos que envolvem seis grandes atividades, que
são:
 Recebimento de medicamentos: examinar e conferir os medicamentos
detalhadamente, observando as informações contidas nas embalagens dos
produtos, bem como seu documento de solicitação.
 Estocagem: organização dos medicamentos em espaço pré-estabelecido, a
fim de obter segurança e rapidez na retirada.
 Segurança: proteção do medicamento armazenado, em especial contra
danos físicos, furtos e roubos.
 Conversação: manter a estabilidade dos medicamentos a fim de preservar as
características físico-química dos medicamentos (evitar falhas na cadeia do
frio, por exemplo).
 Controle de estoque: registro de entrada, saída e estocagem de
medicamentos.
 Entrega: medicamentos devem chegar ao paciente com a garantia de
condições adequadas de acordo com a necessidade de cada item
armazenado.

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3.4.2 A ESTABILIDADE DOS MEDICAMENTOS

É sabido que, infelizmente, todo medicamento sofre alterações. Também


sabemos que essas alterações podem levar a perda total ou parcial das propriedades
medicamentosas, podendo chegar até ao estágio de toxicidade maior que a do
produto original. Portanto, entende-se que estabilidade é o período no qual o
medicamento mantém suas características físicas, químicas e farmacológicas. Esse
período de “vida útil” inicia-se na fabricação do mesmo e deve vir detalhado na
embalagem. A estabilidade dos medicamentos pode ser classificada em:
 Química: substância(s) ativa(s) do medicamento, importante manter a
integridade e intensidade original, conforme declaração no rótulo.
 Física: entende-se por propriedade física a aparência, cor, sabor, odor, pH,
viscosidade, dureza, uniformidade, etc. e essas deverão permanecer
inalteradas.
 Microbiológica: Os medicamentos deverão continuar com a sua eficácia
original, tornando-os estéreis ou resistentes ao crescimento de
microrganismos sem afetar sua função.
 Terapêutica: deve-se manter a atividade terapêutica do medicamento
inalterada.
 Toxicológica: a toxicidade dos medicamentos deverá se manter
extremamente baixa ou inalterada.

3.4.3 ESTOCAGEM DOS MEDICAMENTOS/UTILITÁRIOS

A estocagem dos medicamentos é totalmente dependente da dimensão,


do volume de produtos existentes para serem estocados, do espaço disponível e das
condições de conservação que são exigidas de cada item. Os principais equipamentos
que podem ser utilizados para armazenar medicamentos são:
 Estrados/Pallets: São plataformas horizontais de tamanhos variados e de
fácil manuseio, são ideias para movimentação de grandes volumes. Podem
ser de inúmeros tipos de materiais, tais como madeira, plástico, borracha e
alumínio. Os de madeira são os mais utilizados, porém estes absorvem
bastante umidade e poeira por isso, algumas empresas tem trocado pelos
estrados de borracha. Além disso os de borracha são mais fáceis de limpar e

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podem possuir uma diversidade de cores criando “setores mais fáceis” de
serem identificados.
 Prateleiras: É meio de armazenamento mais econômico e simples também.
Sua utilização é direcionada para produtos leves e estoques reduzidos. As
prateleiras devem manter determinada distância das paredes e do teto, a fim
de evitar zonas de calor e facilitar a circulação interna do ar. Outro detalhe
importante é sobre o empilhamento dos medicamentos, deve-se obedecer as
recomendações dos fabricantes quanto ao limite de peso e quantidade de
volumes a serem empilhados (normalmente essa informação consta na
caixa). Os produtos empilhados devem ser amarrados conforme orientação
da empresa e também devem ter uma distância entre eles, as paredes e o
teto. Tudo para manter a estabilidade do medicamento.
 Armários: Em geral os armários são recomendados para o armazenamento
de medicamentos de controle especial, conforme a Portaria,
344/98(ANVISA).

3.4.4 FORMAS DE ARMAZENAMENTO

Para que o armazenamento seja eficiente, os medicamentos devem ser


distribuídos de maneira facilitadora a seu acesso, identificação, manuseio e controle.
Além disso tudo, a distribuição deles deverá ser clara para que operações como
inventário e balanços possam ocorrem com maior facilidades. As possíveis formas de
armazenamento são:
 Ordem alfabética: Baseia-se no nome genérico do produto, é muito útil, pois
permite ao operador estabelecer uma sequência na tomada de pedidos e
também no trabalho de contagem.
 Forma farmacêutica: Baseia-se na organização conforme a forma
farmacológica do produto. Além de contribuir com a racionalização do
espaço, evita erros na contabilização e no despacho do produto.
 Grupo terapêutico: Esse modelo organiza os medicamentos por seus grupos
terapêuticos. É muito utilizada e auxilia no controle de inventários, pois
cobre um amplo número de produtos de uma mesma classe.
 Alfanumérico: Utiliza um sistema de sinalizações nas áreas, prateleiras e
estrados. É indicado para grandes quantidades, galpões por exemplo. Usar

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esse modelo de armazenamento exige muita atenção nos registros para que
cada item seja colocado no seu devido local.
De uma forma geral, o armazenamento é uma parte do ciclo da cadeia
farmacêutica, onde a finalidade é garantir a qualidade dos medicamentos por meio de
uma estocagem adequada. A boa conservação dos medicamentos gera credibilidade
das indústrias farmacêuticas com seu consumidor final, o paciente. Um erro de
armazenamento pode causar danos sérios à indústria, distribuidora ou até ao hospital
(em sua farmácia central).
Os medicamentos quando vão para os galpões podem ficar por tempo
indeterminado naquele local e para que os mesmos fiquem estáveis, faz-se necessário
analisar todo o ambiente a qual ele ficará. Se todo o processo de produção e
transporte ocorrerem de maneira eficiente, caberá então ao armazenamento manter
todo o controle de qualidade para que pacientes recebam os medicamentos dentro de
sua estabilidade e funcionalidade ideais.

4 METODOLOGIA

Nesta seção são apresentadas as opções metodológicas utilizadas para a


realização deste estudo.

4.1 PESQUISA CIENTÍFICA

A pesquisa científica pode ser definida como um processo formal e


sistemático de desenvolvimento do método científico e que tem por finalidade a
descoberta de respostas para as questões propostas pelo pesquisador mediante a
aplicação destes métodos (GIL, 2002; MARCONI & LAKATOS, 1982, p. 16).

4.2 TIPO DA PESQUISA

Quanto à natureza, este trabalho pode ser classificado como


observacional, onde o pesquisador atua como observador dos fatos e fenômenos sem
que haja interferência direta, porém, eventualmente, poderá realizar medidas e
análises (FONTELLES at al, 2009).
Em relação à forma de abordagem, este trabalho é definido como um
estudo de caso de caráter exploratório, abordagem metodológica combina no qual a
aplicação dos métodos ocorre em duas fases. A primeira fase (Fase I) trata-se da

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análise qualitativa do objeto de estudo e que visa o levantamento das informações
que serão tratadas na fase posterior. A segunda fase (Fase II) tem por objetivo a
aplicação de métodos quantitativos para análise dos dados levantados (MIGUEL at
al, 2012).

4.3 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

A revisão da literatura foi realizada através de pesquisa bibliográfica.


Essa pesquisa é desenvolvida com a utilização do conteúdo disponível em livros e
artigos científicos (GIL, 2002).
Em um primeiro momento foi definido qual tema base para a busca pelo
material de referência. Levando em consideração o objetivo do trabalho, estabeleceu-
se como foco da pesquisa os materiais relacionados aos modelos proposto de
Logística, mais especificamente Movimentação e Armazenagem.

4.4 ESTUDO DE CASO

Segundo Miguel e colaboradores (2012) um estudo de caso pode ser


definido como o estudo que investiga um fenômeno no contexto de vida real,
geralmente considerando um único elemento, seja ele uma pessoa, unidade ou
empresa.

4.4.1 FASE I - ENTREVISTA E VISITA AO SETOR

Para o melhor entendimento do contexto ao qual a empresa está inserida


e assim propor as melhorias conforme descrito nos objetivos, foram realizadas
entrevistas com os responsáveis pelas atividades de movimentação e armazenagem,
que no caso do hospital é a Farmacêutica responsável pela farmácia central. Lakatos
e Marconi (1985) definem entrevista como “um encontro de duas pessoas, a fim de
que uma delas obtenha informações a respeito de determinado assunto, mediante
uma conversação de natureza profissional”. Além disso, todas os compartimentos
que contém medicamentos e materiais hospitalares foram devidamente medidas e
registradas.

19
4.4.2 FASE II - MAPEAMENTO DE PROCESSOS

Costa e Politano (2008, apud Biazzo, 2002) descrevem o mapeamento de


processos como sendo a elaboração de modelos que descrevem as relações entre as
atividades, as pessoas, os dados e os objetos envolvidos na produção de um
específico resultado. Sendo que, os objetos ou artefatos tratam-se dos produtos,
equipamentos e ferramentas utilizados na sua produção.
Dessa forma, ao fim do Mapeamento dos Processos será possível ter uma
visão das principais atividades relacionadas à movimentação e armazenagem do
Hospital Santa Isabel e, a partir dessa descrição identificar os pontos que podem ser
melhorados.

4.5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

A análise e interpretação de dados são realizadas através de um processo


indutivo, onde o pesquisador não tem a preocupação de comprovar hipóteses
(SCHWEITZER, 2004). A partir das informações coletas na etapa da pesquisa
bibliográfica, as medições feitas no almoxarifado e na entrevista com a farmacêutica
do hospital Santa Isabel, foi realizada a análise e interpretação dos dados gerando,
como resultado, as considerações de melhorias das atividades relacionadas à
movimentação e armazenagem.

20
5 ANÁLISE DE RESULTADOS

5.1 ARMAZENAGEM

A partir da visita técnica ao hospital Santa Isabel, vários fatores foram


observados. Os armazéns de medicamentos e materiais hospitalares estão sob
responsabilidade da Farmacêutica, que é a única presente no hospital e também é
responsável pela farmácia central do hospital. A farmácia central apresenta estantes
com compartimentos para a armazenagem de medicamentos (devidamente
identificados), além de prateleiras para a armazenagem de materiais, um armário
fechado para a armazenagem de medicamentos controlados e uma geladeira para
medicamentos que necessitam de temperatura abaixo de 0ºC.

Figura 1 - Organização dos medicamentos na farmácia central


Como o hospital é classificado como tipo grande, além de ser regional,
deveria ter uma CAF - Central De Abastecimento Farmacêutica, que seria
responsável especificadamente para controlar a entrada e saída de medicamentos
entre os setores do hospital, além de manter o estoque regular sem faltas, servindo
como suporte às ações da farmácia. Na situação encontrada, a farmácia além de ter as
suas funções também exercem a função da CAF, recebendo os dados de aquisição
dos medicamentos do setor de compras.

21
Figura 2 - Organização dos materiais
Figura 3 - Armazém 2
hospitalares dentro da farmácia

Ao lado da farmácia central existe um armazém para utensílios


inflamáveis, como o álcool, por exemplo, denominado armazém 1. Em seguida,
surge o armazém 2, que armazena diversas caixas de materiais que são
frequentemente utilizados e apresenta quatro estantes de metal para o
armazenamento de materiais específicos ou reservado para algum outro funcionário,
armazenados em contêineres. A figura 3 demonstra a grande quantidade de soro
fisiológico armazenados em caixas para abertura e retirada de acordo com os pedidos
realizados. O Armazém 2 é devidamente refrigerado para não afetar a qualidade dos
materiais hospitalares em seu interior.
Já no armazém 3 existem pallets nos quais ficam armazenados
materiais hospitalares que em sua maioria são resultantes de licitação errada, sendo
pouco utilizados e já próximos do prazo de validade. As maiores quantidades
encontradas foram de luvas cirúrgicas tamanho 8,5, que não podem ser utilizadas, já
que o tamanho máximo utilizado pelo hospital é 7,5. Diversos materiais não são
armazenados lá devido à ausência do ar condicionado, quebrado há vários meses
naquele compartimento. Com isso, o espaço disponível é utilizado para guardar os
carrinhos utilizados para o transporte de medicamentos e materiais hospitalares.

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Figura 4- Carrinhos de material hospitalar no armazém 3

Além desses três armazéns existe um depósito, denominado armazém 4,


onde são deixados os materiais ou medicamentos que são entregues pelos seus
fornecedores. É o maior armazém, porém possui um acesso limitado, já que apenas a
farmacêutica e um auxiliar de almoxarifado possuem a chave do mesmo.

5.2 MOVIMENTAÇÃO

Na questão da movimentação, tanto os medicamento quanto os materiais


são transportados em carrinhos devidamente identificados com os setores, como
mostra a figura acima. Na situação de movimentação de materiais em caixas, outro
carrinho é utilizado, de acordo com a figura abaixo.

Figura 5 - Auxiliar de almoxarifado movimentando o carrinho de


medicamentos / materiais

23
Figura 6 - Auxiliar de almoxarifado movimentando o carrinho para grandes
quantidades de materiais
Porém, os carrinhos são prejudiciais à coluna do auxiliar de almoxarifado
responsável pelo transporte por serem muito baixos e demandarem certa quantidade
de força para a sua movimentação, já que são feitos de metal. Normalmente, os
pedidos são realizados pelas alas à farmácia, são efetuados e retirados pelo
funcionário que solicitou o medicamento ou material. Porém, em setores fechados
(UTI Pediátrica, UTI Neonatal, UTI Adulta e Centro Cirúrgico) o auxiliar de
almoxarifado deve transportar todo o medicamento ou material necessário, já que
seus funcionários não podem sair do setor devido ao risco de contaminação.
O processo de movimentação para os setores fechados é realizado da
seguinte forma:
1. Os materiais são averiguados de acordo com uma lista de materiais disponíveis
em cada setor;
2. São separados os materiais hospitalares e inseridos nos carrinhos para grandes
quantidades para assim serem entregues em vários setores ao mesmo tempo;
3. O auxiliar responsável pelo transporte do carrinho vai em cada setor de acordo
com a proximidade para a entrega dos materiais hospitalares, sendo 1- UTI
Neonatal; 2- UTI Adulta; 3 – UTI Pediátrica;
4. O auxiliar retorna para a farmácia para contribuir na separação dos
medicamentos;
5. Os medicamentos são averiguados de acordo com as prescrições de cada
paciente para aquele dia;

24
6. Os medicamentos de cada prescrição são colocados em sacos plásticos com o
número de cada leito identificando o mesmo (Com exceção da UTI Neonatal,
onde todos os medicamentos são entregues sem identificação de pacientes, já
que um medicamento é utilizado em vários bebês);
7. Os medicamentos são levados para os setores seguindo a mesma ordem dos
materiais;
8. Os medicamentos são armazenados pelos técnicos de enfermagem dos setores
fechados em boxes identificando cada leito, como demonstrado na figura x.

Figura 7 - Exemplos de boxes nos quais são armazenados os medicamentos


transportados à UTI

Vale ressaltar que a separação e transporte dos medicamentos e materiais


hospitalares do centro cirúrgico são realizados separadamente por uma funcionária
específica.
Ao movimentar os carrinhos para os setores fechados, o auxiliar deve
passar por duas rampas. Para ir à UTI Neonatal, desce uma rampa, entrega o
medicamento, por exemplo, e sobe-a novamente. Em seguida, para ir à UTI Adulta,
sobe outra rampa, e vai por um elevador que tem acesso à UTI. Para ir à UTI
Pediátrica, desce o elevador e percorre uma distância razoavelmente grande até
chegar ao destino, pois é a UTI mais distante da farmácia Central. Ao entregar os
materiais, os carrinhos vazios devem ser deixados no armazém 3.

25
Figura 8 - Rampa para acesso às UTIs Adulta e Pediátrica

Figura 9 - Rampa de acesso á UTI Neo Natal


De uma forma geral, podemos classificar os trechos entre a farmácia e os
setores fechados da seguinte forma:
Tabela 1 - Análise qualitativa dos trechos de movimentação do Hospital Santa Isabel
Trecho 1 2 3 4 5 6 7
Existem algumas portas que
Farmácia → UTI NeoNatal D I S S N R deveriam estar fechadas mas
estão abertas
Necessário subir via elevador
UTI NeoNatal → UTI Adulta A I S S S R
para chegar à UTI adulta
Necessário descer via elevador
UTI Adulta → UTI Pediátrica P I S S N R para o acesso ao piso da UTI
Pediátrica
UTI Pediátrica → Farmácia D I S S N R
Uma funcionária específica
Farmácia → Centro Cirúrgico A I S S S R movimenta o material e
medicamentos do CC

26
6 PROPOSTAS DE MELHORIAS

Embora seja ainda uma atividade recente a logística hospitalar já se


apresenta como de grande importância desde os centros de distribuição ou
almoxarifados até o consumidor final que no caso são os pacientes. Pontos
importantes que podemos levar em conta é a questão da qualidade e segurança, pois
se entende que é o paciente o centro de toda a atenção dispensada dentro do ambiente
hospitalar. Dentre diversos aspectos que podemos levar em conta é a questão da
economia, pois quando se tem garantida a compra, armazenamento e distribuição
eficaz de medicamentos e outros insumos se gera economia, agilidade nos processos
internos, redução ou eliminação total de erros de administração de medicamentos e
total transparência quanto ao gerenciamento dos estoques, pois o risco de falta de
medicamentos ou perda por vencimento é sensivelmente mitigado. Implementação
de KPI´s1 ou simplesmente indicadores de desempenho e gestão a vista são
ferramentas que podem e devem ser implementadas, pois, como já citado, traz à luz
dados que antes não tinham o destaque merecido. Embora o tema seja amplo e por
vezes complexo podemos citas alguns exemples de melhorias.

1. Mapeamento de processos. É de suma importância compreender todos os


processos internos da logística hospitalar, desde a solicitação de compras de
medicamentos e insumos até a dispersão dos medicamentos para os pacientes.
Identificar os gargalos e buscar soluções juntamente com a equipe. E por fim,
reestruturar os processos a fim de conferir a eles mais agilidade e eficiência.

2. Automatização dos processos. Adotar tecnologias que garantam aumento da


eficiência da gestão hospitalar como um todo. Com a adoção de tecnologias
modernas é esperado que no fim tenha-se redução de falhar humanas e maior
produtividade efetiva de todos os setores do hospital pois toda a sobrecarga é
reduzida quando se adota tecnologias que passam a realizar parte dos trabalhos
considerados repetitivos e tomadores de tempo.

1
KPI´s é a sigla em inglês para Key Performance Indicator, ou Indicadores-Chave de
Desempenho.

27
3. Rastreabilidade. Uma gestão logística hospitalar eficiente também considera a
rastreabilidade dos medicamentos e insumos com umas das premissas para
atingir a excelência na cadeia produtiva. Um dos problemas que podem ser
eliminados adotando esse método é saber o caminho que o medicamento fez
desde a saída do fornecedor até a administração nos leitos. É possível adotar o
sistema de código de barras ou QR Code. No fim objetivo é eliminar qualquer
tipo de falha que possa acontecer em todo o processo, permitindo saber de
onde o material veio, por onde passou e quais foram suas aplicações.

De uma maneira mais específica, para ocorrer uma melhoria significativa


do MAM no hospital Santa Isabel seria necessário primeiramente reorganizar todo o
estoque dos materiais, classificação e separação de caixa fechada, abertas, tipo de
volume, quantidades, perecibilidade, os materiais mais caros e perigosos. Além
disso, outro tópico é o controle do pedido, visto que existem muitos materiais sem
utilização e próximo do prazo de validade, já que existe uma legislação muito
rigorosa quanto a utilização de materiais hospitalares e o prazo de utilização dos
materiais e medicamentos devem ser otimizados o máximo possível para reduzir as
perdas.
O controle de estoque também deve ser feito de uma maneira mais
eficiente e detalhada, pois com dados precisos de entrada e saída de materiais, além
do peso dos mesmos, podem ser realizadas análises quantitativas mais efetivas.
Outro ponto do pedido de produto é observar a efetividade dos materiais,
onde serão utilizados, quem e como, para que o pedido seja feito de acordo com as
especificações. Como no hospital existem quatro armazéns, o ideal é limitar a
entrada dos mesmos e guardar os materiais em cada armazém com certa
especificidade. Por exemplo, quando os materiais forem entregues pelo fornecedor as
caixas fechadas ou grandes ficam guardadas em um armazém, quando forem abertas
o material é conduzida outro armazém, e assim por diante, como na figura 10.

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Figura 10 - Esquema de movimentação e armazenagem dos materiais do
hospital Santa Isabel

29
Na questão da movimentação do material do armazém até seu destino é
necessário fazer a trocar dos carrinhos pois os mesmos são muito baixos e
prejudicam o colaborador. Um ponto importante também é a alternância de quem faz
a entrega dos medicamentos e materiais. O ideal é que sempre exista uma “troca de
condutor” para não sobrecarregar somente uma pessoa, dando sempre preferência a
pessoas mais jovens quando o caminho for mais distante.

7 CONCLUSÃO

O intuito deste artigo foi analisar a importância de um controle eficiente


no armazenamento de alimentos na área hospitalar estadual baseando-se nos pré-
requisitos derivados da logística e da armazenagem. Na apresentação do estudo de
caso de um órgão estadual no qual possui normas e procedimentos regulamentadores
a fim de controlar e executar suas ações de maneira objetiva e correta de acordo com
suas especificações. Com todo o processo da pesquisa realizada pode-se concluir
com base nas referências bibliográficas e no estudo de caso que em alguns
parâmetros o hospital se mostrou capacitado e dentro das normas de exigência para o
controle de armazenamento de alimentos, mas que é possível por meio do estudo
realizado a obtenção de melhorias e processos padronizados já existentes. Espera-se
que este artigo contribua para pesquisa sobre o controle de armazenamento de
alimentos em área hospitalar estadual e que possa demonstrar a possível melhoria a
ser realizada ou o padrão a ser seguido para que tal controle ocorra de uma forma
correta e satisfatória para quem desejar colocá-lo em prática.

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