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O Balanço Patrimonial –
Estudo Introdutório
O patrimônio é composto por uma parte positiva, em que se situam os bens e os direitos; existe,
também, a parte negativa, em que se situam as obrigações.
Os bens, a entidade os possui de fato; por outro lado, quanto aos direitos, a
entidade possui o direito de recebê-los em moeda. Por isso, os bens e os direitos
compreendem aquilo que de positivo a entidade possui. Em contrapartida, o
lado direito é chamado de parte negativa, tendo em vista as obrigações financeiras
que a entidade possui junto a terceiros.
Os bens e os direitos constituem a parte positiva do patrimônio, a que chamamos
de Ativo da entidade. Já as obrigações constituem a parte negativa do patrimônio,
que denominamos de Passivo da entidade.
Essa denominação deve ser de tal maneira aplicada, que se consiga o completo
entendimento de cada item componente do patrimônio, especificando-o a contento.
Exemplo
São apresentados a seguir os componentes patrimoniais de acordo com o aspecto
qualitativo do patrimônio:
• Bens:
n Imóveis
n Veículos
n Dinheiro
n Obras de arte
n Computadores
n Móveis e utensílios
• Direitos:
n Notas promissórias a receber
n ICMS a recuperar
n Aluguéis a receber
n IPI a recuperar
n Duplicatas a receber
• Obrigações:
n Contas a pagar
n Impostos a recolher
n Salários a pagar
n Seguros a pagar
Exemplo
São apresentados a seguir componentes patrimoniais de acordo com os aspectos
quantitativo e qualitativo do patrimônio:
• Imóveis – R$ 150.000,00
• Veículos – R$ 32.000,00
• Computadores – R$ 7.820,00
3.3. O Ativo
3.3.1. Bens
Coisa:
Aquilo que existe por si só na natureza, independentemente da vontade e/ou da
intervenção do homem (por exemplo: o ar, as árvores, a terra, o mar etc.)
Bem:
A fim de satisfazer suas necessidades, o homem se utiliza das coisas,
convertendo-as em bens.
Do ponto de vista econômico, bem é tudo aquilo que é capaz de satisfazer as
necessidades do homem, sendo suscetível de avaliação em moeda.
Aquilo que é corpóreo (perceptível) transforma-se em um bem quando recebe
destinação capaz de satisfazer as necessidades do homem (por exemplo: o rio é
transformado em um bem quando o homem o utiliza para a navegação ou para
outros fins; o sol, por outro lado, apesar de ser indispensável para o homem, não
pode ser considerado um bem, já que não pode sofrer apropriação). Se for possível
a apropriação de algo, então bem poderá se tornar.
Quais os principais atributos de um bem? São a possibilidade de apropriação e
a utilidade para o homem.
b) Quanto à mobilidade:
Bens móveis são os bens corpóreos que podem ser deslocados de um lado para
o outro (por exemplo: automóveis, joias etc.)
Bens imóveis são aqueles que possuem situação fixa, ou seja, não podem ser
deslocados de um lado para o outro (por exemplo: terrenos, edificações, plantações
etc.)
Do ponto de vista contábil, bens são tudo aquilo que uma entidade possui
ou possa possuir em seu patrimônio, seja com a finalidade de uso, de troca ou de
consumo, e que possa ser avaliado em moeda.
Os bens (materiais e imateriais) de uma entidade podem ser utilizados para uso,
troca ou consumo próprio. Em uma padaria, por exemplo, as prateleiras em que são
expostos os diferentes tipos de mercadorias à venda são consideradas bens de uso.
Já as mercadorias expostas à venda são consideradas bens de troca. Por sua vez, os
sacos utilizados para embalagem dos pães são considerados bens de consumo.
Há inúmeras classificações para os bens. Do ponto de vista contábil, certamente
a mais importante é aquela que divide os bens em corpóreos (ou materiais ou
tangíveis) e incorpóreos (ou imateriais ou intangíveis).
São considerados bens corpóreos aqueles que você percebe pelos sentidos
físicos, pois possuem existência física (dinheiro, máquinas, equipamentos, imóveis,
veículos, computadores etc.). Por outro lado, são considerados bens incorpóreos
aqueles que você não percebe pelos sentidos físicos, pois não existem no mundo
físico para tal fim (marcas, patentes, ponto comercial, programas de computador,
propriedade científica etc.).
Os bens corpóreos são divididos em bens móveis (por exemplo: veículos) e bens
imóveis (por exemplo: edificações em geral).
Marca:
A marca é um sinal que distingue determinado produto, mercadoria ou serviço.
Trata-se da principal ferramenta de identificação e valorização utilizada no mercado.
Segundo o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), “nos termos da
lei brasileira, marca é todo sinal distintivo, visualmente perceptível, que identifica e
distingue produtos e serviços de outros análogos, de procedência diversa, bem como
certifica a conformidade dos mesmos com determinadas normas ou especificações
técnicas”.
Patente:
De acordo com o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), “a patente
é um título de propriedade temporário outorgado pelo Estado, por força de lei, ao
inventor ou pessoas cujos direitos derivem do mesmo, para excluir terceiros, sem
sua prévia autorização, de atos relativos à matéria protegida, tais como fabricação,
comercialização, importação, uso, venda etc. Em função das diferenças existentes
entre as patentes, elas poderão se enquadrar como patentes de invenção ou como
patentes de modelo de utilidade”.
3.3.2. Direitos
Direitos (contabilmente falando) representam créditos, ou seja, valores que a
entidade tem a receber, oriundos de transações com terceiros, ou a recuperar, como
consequência dessas transações. Entenda como terceiro todo aquele que de alguma
forma se relacione com a entidade (por exemplo, clientes que compram mercadorias
da entidade a prazo são considerados terceiros; dos clientes, a entidade possui o
direito de recebimento dos valores por eles transacionados quando a compra e venda
é realizada a prazo).
O crédito constitui a confiança que uma pessoa inspira a outra no sentido de,
no futuro, cumprir uma obrigação atualmente assumida (Fran Martins).
Em regra, quando a entidade registra em sua contabilidade um direito, ela o faz
associando o nome do título ou do documento que representa o direito acompanhado
da expressão “a Receber”. Conforme veremos, a expressão “a Recuperar” também
poderá ser utilizada para designar um direito.
Exemplo
São exemplos de direitos registrados na contabilidade de uma entidade:
• Duplicatas a receber
• Aluguéis a receber
• Notas promissórias a receber
• Juros ativos a receber
• Serviços a receber
Exemplo
A empresa JOliveira Comercial Ltda. possui em seu patrimônio os seguintes
bens e direitos:
• Veículos – R$ 100.000,00
• Dinheiro em caixa – R$ 20.000,00
• Dinheiro depositado no Banco ABC S/A – R$ 130.000,00
• Notas Promissórias a Receber de Maria Felina – R$ 1.000,00
• Imóveis – R$ 240.000,00
• Valores a Receber de J. J. Oliver – R$ 25.000,00
• Computadores – R$ 10.000,00
Podemos afirmar, então, que a empresa JOliveira Comercial Ltda. possui bens
em valor total igual a:
• Veículos – R$ 100.000,00
• Dinheiro em caixa – R$ 20.000,00
• Dinheiro depositado no Banco ABC S/A – R$ 130.000,00
• Imóveis – R$ 240.000,00
• Computadores – R$ 10.000,00
Total em bens = R$ 500.000,00
Exemplo
São exemplos de possíveis elementos do Passivo Exigível de uma entidade:
• Impostos a recolher;
• Financiamentos a pagar;
• Aluguéis a pagar;
• Salários a pagar;
• Fornecedores ou fornecedores a pagar;
• Notas promissórias a pagar;
• Contas a pagar etc.
Repare que o gráfico em forma de “T” sofrerá um pequeno corte do lado direito,
a fim de promover a separação entre as parcelas do Passivo Exigível e do Patrimônio
Líquido.
BALANÇO PATRIMONIAL
PASSIVO EXIGÍVEL
ATIVO
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Convém ressaltar que não existe a menor possibilidade de algo ter sido aplicado no Ativo
de uma entidade sem que tenha havido uma fonte ou origem de recursos para tal fim (por
exemplo: se um veículo é adquirido por uma empresa à vista, significa que, por algum meio,
a empresa obteve recursos tais que lhe proporcionaram a aquisição do veículo à vista; de outra
forma, se a empresa adquire um veículo a prazo, utiliza-se do capital de um terceiro para esse fim,
contraindo obrigação com este – terceiro – em seu Passivo Exigível).
Sendo o Ativo maior que o Passivo Exigível (situação mais comum), se do patrimônio
bruto (Ativo) forem diminuídas as obrigações para com terceiros (Passivo Exigível), então
teremos o patrimônio líquido dessas obrigações (Patrimônio Líquido)!
Exemplo
Considere a Empresa Germânia Comercial Ltda., que possui Ativo igual a
R$ 102.000,00 e Passivo Exigível igual a R$ 31.000,00. Nesse caso, o Patrimônio
Líquido da empresa nesse momento é igual a:
Patrimônio Líquido = Ativo – Passivo Exigível
R$ 102.000,00 – R$ 31.000,00 = R$ 71.000,00
→ Patrimônio Líquido = R$ 71.000,00
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO = 102.000