e nfo tem terras que lhes bastem em que os possam crear, e porque entre
o rio da Parahyba e o rio Parahibinha na distancia que faz entre o Natuba
no dito rio da Parahyba buscando o sertao do Cariri para a parte do dito
rio Parahibinha, tem descoberto a custa de suas fazendas terras devolutas
com uma lagéa e tres olhos d’agua, os quaes vertem e correm para 0 rio
Parahyba, na qual terra se podem os ditos accommodar; com tres leguas
de comprido e uma de largo, ou tres de largo e uma de comprido na for-
ma que conta lhes fizer, e da sorte que os quizerem, fazendo do compri-
mento largura e da largura comprimento, ou quadro, ou como melhor Thes
convier, de sorte que sempre na medicao Ihes fique de dentro da dita terra
a dita lag6a, e trez olhos d’agua para se poderem situar com seos gados
casas e curraes, sendo-lhes concedida por sesmaria para elle e seos her-
deiros, pelo que pediam em conclusio thes concedesse tres leguas de ter-
ras de comprimento assim e da maneira que as pedem e confrontam na
dita parte, mandando-se lhes dar delles suas cartas de data. Foi feita a
concessio, no governo de Joao Lobo de Lacerda.” (22)
Conjuntamente com o seu irmfo Caetano, Gregério requereu ainda a
sesmaria de n° 434, em 25 de setembro de 1754. (22)
F 6 — JOSEFA DE ARAUJO PEREIRA, nascida em 1737, casada em
1758 com CAETANO DANTAS CORREA, filho de José Dantas Corréa e
Isabel da Rocha Meireles. A respeito de José Dantas, sabe-se que o mes-
mo era portugués, “natural da vila de Barcelos, do Arcebispado de Bra-
ga”. (13) Isabel da Rocha Meireles era filha de Manoel Vaz Varejio e,
segundo a tradicao familiar, de uma indigena, sendo natural da freguesia
da Paraiba. Sobre a pessoa de Isabel, 0 Desembargador Felipe Guerra
relata uma lenda, segundo a qual o portugués Manoel Vaz Varejio “teve
relagdes com uma indigena, da gual teve uma filha, que levou para Por-
tugal, onde foi educada”, a qual “mais tarde regressou ao Brasil, onde
se casou” com José Dantas Corréa. (13)
Lira Tavares faz referéncia a duas datas de terra, requeridas ao Go-
verno da Capitania da Paraiba por MANOEL VAZ VAREJAO, avé ma-
terno de Caetano Dantas e de Gregério José Dantas Corréa:
“N? 159, em 20 de margo de 1719
MANOEL VAZ VAREJAO, morador no sertéo das Piranhas, desta
capitania, que elle havia descoberto a sua custa e com risco de sua vida
um olho d’agua entre o rio das Piranhas por detraz da serra do sitio Pau
4 Pique para parte do sul e confronta com a caigara de cima, a qual terra
estava devoluta e desaproveitada e nunca féra dada a ninguem, e porque
elle tinha gado sem ter terras, requeria tres leguas de comprido e uma de
largo em dito logar, ficando-lhe o dito olho d’agua em meio dellas por
le melhor correrem os pastos, Fez-se a concessao requerida no governo
de Antonio Velho Coelho.” (22)
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