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RESUMO
ALVES, Alaor C.; LAFER, Celso; GRAU, Eros R.; COMPARATTO, Fábio K.; TELLES JR., Goffredo
da S.; FERRAZ JR., Tércio S. O QUE É FILOSOFIA DO DIREITO. São Paulo, Ed. Manole.
Comparato inicia seu artigo explicando o motivo da inserção da disciplina Filosofia do Direito nos
cursos jurídicos são as carências existentes nestes no que tange a apresentação atomística do fenômeno
jurídico e a prevalência da técnica sobre a ética.
Segundo o autor, a disciplina apresenta uma visão panorâmica do fenômeno jurídico no contexto
social, procurando examinar os ramos do Direito como um conjunto. Esta visão filosófica do Direito nos
permite visualizar a oposição permanente entre o direito ideal e o direito vigente, utilizando um olhar crítico
a cerca do direito positivado a partir da análise do contexto real em que está inserido. Ele observa que “o que
se vê nos cursos jurídicos é uma consideração meramente factual da realidade como se o Direito fosse algo
ligado à própria natureza, um dado que não precisa ter explicação e que de qualquer maneira não precisa ser
justificado.”
O autor evidencia a característica técnica do Direito, porém, enfatiza que este não pode ser
considerado como mera técnica, pois esta é apenas um instrumento – neutro de valores. Há professores de
cursos jurídicos, assim como juízes, que fogem do debate ético, com o argumento de não serem legisladores,
tomando decisões alheias à sua consciência.
Para Comparato, é impossível dissociar o Direito da Ética, tornando-o mera técnica, pois é a Ética
que devem nortear o trabalho jurídico. O autor questiona se o Direito tem sua fonte exclusivamente no
poder, ou ele tem apoio necessariamente na consciência social, na consciência coletiva . Para ele, o estudo
dos direitos humanos se faz importante para responder tais questões que representam problemas surgidos ao
longo da história da humanidade, contrapondo aquilo que está na consciência social com aquilo que é
imposto pelo poder.
O curso de Filosofia do Direito faz uma ponte direta com a reflexão entre Moral e Direito, que tem a
solução normalmente simplista proporcionada pelo juspositivismo. Comparato constata que é inegável a
influencia da Moral sobre o Direito. No entanto, há uma clara contraposição entre justiça e realismo, onde há
um evidente desprezo pela primeira, tornando-a algo meramente literário, enfatizando a noção capitalista do
Direito como meio de alcançar status principalmente financeiro.
O autor divide o curso de Filosofa do Direito em dois eixos norteadores: a antropologia filosófica
aplicada ao dire