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1 Da India a Europa AFRICA =o Zo om oz 0° A civilizagao do Indo em seu contexto geogrdfico, estendendo-se do Mediterraneo & Asia Menor e India. Essa regido vite nascerem as grandes civlizagdes pré-arianas, destruidas pelos nomades bérbaros. 4 Viagem imagindria Convido vocés para uma viagem imaginaria pela in- dia do ano 2000... antes de nossa era, num dos car- ros de bois que chacoalham pela estrada de Harap- pa, primeira das grandes cidades da civilizagao do Indo a emergir do esquecimento sob a pé cautelosa dos arquedlogos do século XX. O conforto é relativo, porque nao ha suspensio. Allids, esse carro constitui um espantoso conjunto, sem uma tinica peca de metal, cujas rodas, de ma- deira maciga e sem raios, so fixadas ao eixo por cor- reias de couro! A paretha é pesada, lenta, mas temos tempo! Seu uso € generalizado: centenas de repro- dugdes desses veiculos seriam desenterradas pelos ar- quedlogos nas ruinas de Harappa, sob a forma de equenas miniaturas em terracota. Os carros de bois da India atual sao c6pia exata dele, até na distancia entre as rodas, que continua igual, como provam os vestigios descobertos em Harappa e Mohenjo-Daro! Mas continuemos nossa viagem pela estrada que margeia 0 Indo. O passo arrastado dos bois levanta uma nuvem de poeira fina, que nao suaviza a via- gem. Felizmente, um teto de junco trancado nos pro- tege do sol forte. A estrada nao esta deserta, pelo con- trario! Cruzamos comboios de carrocas balancando em fila, sobrecarregadas com feixes de trigo, voltando da colheita. Nos campos circundantes, uma outra va- riedade de trigo, mais alta e mais tardia, ondula ao vento e acaba de amadurecer. A planicie de aluvitio, muito fértil, ladeia as duas margens do rio por cerca de cingiienta quilémetros, produzindo colheitas re- cordes. ‘Agora a estrada sobe uma colina, de onde do- minamos a paisagem. ‘Apés uma breve parada para que os bois des- cansem 4 sombra de uma figueira, partimos nova- mente. A estrada sinuosa nos leva a planicie. A en- trada de uma aldeia, num pitio de debulhar com chao de terra, circulam biifalos guiados por um menino. Eles pisoam o trigo maduro, que é recolhide por mu- Theres vestidas com um leve pano de algodao. As dra Vidianas so pequenas, té1n a pele morena e os cabe- los lisos. Ali bem perto, num reservatério, um cam- ponés desnudo, com agua pela cintura, cuida de um de seus biifalos, enquanto os outros ficam por ali, nna gua lamacenta: s6 0s focinhos ¢ os chifres emer- gem. Essas cenas familiares ainda podem ser vistas pelos turistas do século XX. E la estdo 0 elefantes, pldcidos, fortes, sempre impressionantes. Pequenos olhos maliciosos brilham em suas grandes cabecas; enquanto isso, embalado pelos lentos movimentos de seu animal, 0 condutor cochila. Um pequeno elefante segue a mae, seguran- do sua cauda com a tromba. Escravos das estradas, os burricos de grandes orelhas de abano labutam resignados, sob enormes cargas. Sao mais simpaticos do que os camelos, de olhos semicerrados e beigo caido, que olham desde- nhosos e ausentes do alto de seus longos pescogos. Com 0 que sonham enquanto balancam suavemente sua carga? Eis 0 posto de servigo para carros de bois, onde esté a oficina do carroceiro, personagem importan- te que conserta um timao quebrado. Sob um telhei- ro, secam madeiras destinadas a construgdo de car- ros, alguns dos quais estao reunidos no patio. Aproximamo-nos de Mohenjo-Daro. A estrada se alarga ¢ continua a seguir o rio, domesticado por diques. Ele agora esta calmo, mas suas cheias des- truidoras deixaram vestigios, posteriormente encon- trados pelos arquedlogos. Os engenheiros do impé- rio indiano construfram barragens nos afluentes do Indo para ajudar a controlar seus repentes de humor, reter a Agua da mongdo ¢ irrigar 03 campos. Embo- ra.as primeiras barragens, muito frageis, tenham ce dido por ocasido de cheias excepcionais, a atual re- siste; mas isso tanto pode ser uma bénc&o como uma ameaca. Efetivamente, 0s guerreiros arianos desen- cadearao 0 poder devastador das aguas, soltando-as no vale. Mas no nos antecipemos. Ainda reina a paz. Uma paz secular, gragas ao poder central, forte, mas no despético, que assegura a unidade e organiza 0 império. Uma ultima curva, x eis a visdo esperada: Mohenjo-Dero perfila-se no horizonte. Cidade im- pressionante: quarenta mil habitantes, quatro mil anos antes da era at6mica! Daqui, a alguns quilémetros da cidade, pode- ‘mos ter uma boa visao de sua acrépole, parecida com 15

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